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sábado, junho 06, 2020

Embaixador da China volta a advertir sobre desrespeito às relações diplomáticas


ContextoExato - Yang Wanming: “Será inútil a tentativa de difamar ...
Yang Wanming sugere que os críticos da China pensam a longo prazo
Filipe MatosoG1 — Brasília
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming , afirmou nesta sexta-feira (5) que os “críticos contumazes” da relação entre os dois países devem pensar “a longo prazo”. Yang Wanming fez a afirmação ao conceder uma entrevista coletiva virtual nesta sexta. O embaixador não mencionou um caso específico, mas ressaltou que Brasil e China são parceiros comerciais porque não têm “atritos históricos”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Integrantes do governo e familiares do presidente Jair Bolsonaro, contudo, têm criado polêmicas porque acusam o país de envolvimento na pandemia do novo coronavírus.
UM BOM CONSELHO – “Aconselhamos os críticos contumazes da China e das relações sino-brasileiras a considerarem mais os sentimentos dos dois povos e os interesses perante a parceria e amizade China e Brasil”, afirmou Wanming.
“É importante ter uma perspectiva de longo prazo porque a pandemia e as dificuldades são, hoje, transitórias. A razão pela qual a China e o Brasil são parceiros estratégicos é que não há atritos históricos nem conflitos de interesse das duas nações. Pelo contrário, os dois países compartilham uma vasta gama de interesses comuns”, acrescentou o embaixador chinês.
Wanming disse ainda que é hora de “superar as diferenças de cor da pele, história, cultura e sistema social para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”. Segundo ele, a China ajuda 150 países e organismos internacionais sem buscar “vantagens geopolíticas ou econômicas, muito menos impor quaisquer condições políticas”.
CASO WEINTRAUB – Há uma série de polêmicas no governo Bolsonaro envolvendo a China. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é alvo de um inquérito, aberto pelo Supremo Tribunal Federal, que apura o suposto crime de racismo.
Sem apresentar provas, Weintraub fez insinuações em uma rede social de que a China poderia se beneficiar, propositalmente, da crise mundial causada pela pandemia do coronavírus.
Nesta quinta-feira (4), o ministro prestou depoimento por escrito à Polícia Federal e disse que “não é mera ilação” afirmar que a China tem “participação” na crise.
EDUARDO BOLSONARO – Além disso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que a “culpa” pela pandemia é da China.
Em resposta, o embaixador chinês no Brasiil exigiu pedido de desculpas por parte do deputado. A embaixada também disse que Eduardo contraiu o “vírus mental” numa viagem aos Estados Unidos.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as relações comerciais entre Brasil e China “têm se caracterizado por notável dinamismo”. “Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e tem sido uma das principais fontes de investimento externo no País. O relacionamento vai além da esfera bilateral: Brasil e China têm mantido diálogo também em mecanismos como BRICS, G20, OMC e BASIC (articulação entre Brasil, África do Sul, Índia e China na área do meio ambiente).”, afirma o Itamaraty em um texto publicado no site oficial.
Ainda de acordo com a pasta, o comércio bilateral entre Brasil e China saltou de US$ 3,2 bilhões em 2001 para US$ 98 bilhões em 2019 (em 2018 foram US$ 98,9 bilhões).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O governo Bolsonaro faz o possível e o impossível para destruir a parceria comercial do Brasil com a China. Mas não vai conseguir, porque a China não tem alternativa. Ou compra dos EUA ou do Brasil. A diferença é que os EUA têm como oferecer reciprocidade com produtos industriais e o Brasil está se desindustrializando numa velocidade espantosa. (C.N.)

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