General da Saúde fracassa e não contém
Pedro do Coutto
Depois da saída do ministro Henrique Mandeta, o Ministério da Saúde é um desastre em matéria de combate ao coronavírus. Não se percebe nenhum entusiasmo para livrar a população brasileira da pandemia e não se identifica também nenhuma ação concreta para enfrentar a situação. O objetivo atual do MS a mim parece ter como alvo as estatísticas dos fatos ocorridos e não no sentido de conter ao máximo a pandemia reduzindo seus efeitos que já atingem um nível dramático no país.
O Globo de hoje, matéria de Gabriela Oliva, diga-se de passagem a melhor reportagem sobre o tema, revela que o número de contaminados subiu para 1,151 milhão nas últimas 24 horas. E o número de mortes avançou no mesmo espaço de tempo para 1.364 pessoas.
PANORAMA NACIONAL – Os dados se refere a todo o país, e portanto o Ministério da Saúde não está levando em conta o panorama nacional sobre o qual ele deveria pautar sua política e coordená-la juntamente com os governadores dos estados.
Por que digo eu que a matéria de Gabriela Oliva foi a melhor publicada hoje? Exatamente porque permite a comparação percentual da velocidade dos casos, possibilitando assim estabelecer-se um parâmetro. O percentual é de importância fundamental para que se possa medir as dimensões da tragédia.
Por exemplo. Um número de contaminados subiu 3% elevando-se ao número de 1,151 milhão. DE anteontem para ontem um avanço foi de 33 mil novos casos. Quanto as mortes, ao atingirem 52 mil, registra-se um avanço percentual diário de 4%.
OS NÚMEROS OSCILAM – Estou fazendo a média entre os números verificados. De domingo para segunda-feira o consórcio formado pelo O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Extra e o UOL chegou à conclusão deque morreram 749 pessoas. Mas de segunda para terça morreram 1.364.
Esses números vêm oscilando, razão pela qual fiz a média para das ideia da velocidade da pandemia. Acentuo que foram totalmente absurdas as medidas que pelo país afora reduziram os isolamentos. Podemos ver como trafegam os ônibus, metrôs, trens, enfim o transporte de massa. São aglomerações nas quais o vírus se movimenta.
Um absurdo agravado pela falta de apoio da própria população, que não obedece às normas de preservação, como é o caso das máscaras e da distância entre uma pessoa e outra. Assim, podemos calcular que até o fim do mês morrerão provavelmente mais de 6 mil contaminados.
###
MANIFESTAÇÃO PELA DEMOCRACIA SEM APOIO DE LULA
MANIFESTAÇÃO PELA DEMOCRACIA SEM APOIO DE LULA
A jornalista Camila Mattoso, da Folha de São Paulo, informa hoje que depois de amanhã, sexta-feira, haverá uma manifestação através da rede virtual da Internet em favor da Democracia que vai reunir os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, José Sarney, Michel Temer, além de Luciano Hulk, deputados federais, senadores, líderes comunitários, professores.
O ex-presidente Lula, mais uma vez, aliás como sempre, negou-se a comparecer. A esse respeito muitos consideram ser extremamente importante sua ausência, uma vez que por seu comportamento público sua presença contribuiria para nublar a importância do ato.
No centro de São Paulo, no Vale do Anhangabaú será montado um telão para participação popular. O momento, afirmo eu, é extremamente oportuno para rebater teses da extrema direita que pregam nas ruas de Brasília o fechamento do Congresso e do STF e a implantação de uma ditadura militar. Os extremistas não dizem se com ou sem Jair Bolsonaro. O presidente da República, como escrevi ontem, não se apercebe que tal movimento reverte contra ele próprio.
###
ASCENSÃO E QUEDA DE ABRAHAM WEINTRAUB
ASCENSÃO E QUEDA DE ABRAHAM WEINTRAUB
O governo brasileiro deve tomar a iniciativa de retirar a indicação de Weintraub para uma diretoria no Banco Mundial. Pelos jornais de hoje e meios de comunicação de ontem, chega-se a conclusão que, exceto o presidente Bolsonaro, quase ninguém deseja que o personagem possa chegar ao cargo de grande importância para a economia universal.
Colômbia e Equador já se manifestaram contra. A ala militar do Planalto, também. O deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, disse ter sido um alívio a saída de Weintraub do MEC, e que agora só falta ter ele sua indicação rejeitada.
No caminho de Weintraub existe uma pedra: ele próprio.