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quarta-feira, maio 15, 2019

Sobrinho de Bolsonaro, Léo Índio está entre ex-assessores com sigilos quebrados

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Léo Índio e o presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução Facebook
Léo Índio é sobrinho da primeira mulher do presidente Bolsonaro
Ana Clara Costa, Marlen Couto, Tiago Aguiar e Dimitrius DantasO Globo
Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, primo dos três filhos mais velhos do presidente Jair Bolsonaro, está entre os ex-funcionários do gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) que tiveram quebra de sigilo bancário autorizada pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). Léo Índio foi assessor do primo Flávio, entre novembro de 2006 e janeiro de 2012, quando o parlamentar era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
No Legislativo do Rio, Léo Índio passou por diversos cargos comissionados e sua remuneração variou entre R$ 4,01 mil, em 2006, a R$ 7,6 mil, em 2012, quando deixou o posto. O inquérito do MP apura a suspeita da chamada “rachadinha” no gabinete de Flávio, durante o seu mandato na Alerj — prática de servidores devolverem parte dos salários aos parlamentares.
Filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, mãe dos três filhos políticos de Bolsonaro, Léo Índio foi nomeado no mês passado assessor parlamentar no Senado , no gabinete de Chico Rodrigues (DEM-RR), com salário bruto de R$ 14.802,41. O ex-assessor de Flávio é muito próximo do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).
ESPIÃO NO PLANALTO – No início do ano, depois que Carlos retomou as atividades na Câmara Municipal do Rio e deixou de estar em Brasília com frequência, Léo Índio atuou como uma espécie de informante do filho do presidente em reuniões do governo. Mesmo sem ter um cargo na administração de Bolsonaro, ele tinha um crachá amarelo que lhe dava livre circulação no Palácio do Planalto e chegou a participar de reuniões do alto escalão do governo.
O pedido de quebra de sigilo bancário foi feito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e autorizado no dia 24 de abril. Flávio Bolsonaro e o ex-policial militar Fabrício Queiroz e seus familiares também tiveram informações bancária e fiscal liberadas aos investigadores. Ao todo foram 95 quebras de sigilo, entre ex-funcionários do gabinete do atual senador pelo Rio de Janeiro, seus familiares, empresas relacionadas na investigação e outras pessoas. A quebra de sigilo bancário foi autorizada no período que vai de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.
A PARTIR DO COAF – As investigações tiveram início a partir de um relatório enviado ao MP-RJ pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). No documento, o órgão apontou movimentações financeiras atípicas de R$ 1,2 milhão feitas por Queiroz, ex-assessor de Flávio, no período de um ano.
O órgão também verificou 48 depósitos em série, fracionados em R$ 2 mil cada, feitos por Flávio no caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O senador informou, à época, que se tratava de uma compra e venda imobiliária.
O Globo procurou Léo Índio, mas não conseguiu contato com o assessor do Senado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O problema da família Bolsonaro remete à frase histórica do imperador Julio Cesar, ao justificar ter se separado da segunda mulher, Pompéia Sula: “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Da mesma forma, a família de todo presidente da República deve parecer honesta. E isso agora será comprovado pela Justiça. (C.N.)

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