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sexta-feira, maio 10, 2019

Silêncio de Olavo de Carvalho e dos filhos de Bolsonaro tem enorme significado


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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
Carlos Newton
Desde a fase de transição, quando começaram a ser indicados os ministros e ocupantes do segundo escalão, o país passou a sofrer as consequências da disputa entre as duas alas principais do governo. De lá para cá, rolou um clima de desunião, em meio à baixaria das mensagens pornográficas do escritor, filósofo e astrólogo Olavo de Carvalho, uma espécie de ideólogo da ultradireita brasileira. Essas manifestações despudoradas tinham não somente o aplauso entusiástico dos filhos do presidente, mas também o apoio discreto e significativo do próprio Jair Bolsonaro.
Durante esses meses, em algumas ocasiões a brigalhada chegou a perigosos limites, que envolviam achincalhes e ofensas. Por diversas vezes notou-se que o presidente interveio junto a Olavo de Carvalho e os filhos, mas apenas para que reduzissem a intensidade dos ataques, pois mantinha o apoio velado.
CASO BEBIANNO – O principal alvo era o vice-presidente Hamilton Mourão, por ter tomado a ousada iniciativa de amaciar graves erros políticos cometidos por Bolsonaro, como a mudança da embaixada para Jerusalém, os ataques gratuitos à China, a base norte-americana no Brasil e a ameaça de derrubar o prédio da embaixada palestina em Brasília.
O então secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, saiu em defesa de Mourão no Planalto e criticou internamente a atuação dos filhos de Bolsonaro. Foi o que bastou. Com base na falsa denúncia de que Bebianno teria sido responsável por candidaturas laranjas em Minas e Pernambuco, Bolsonaro atendeu aos filhos e resolveu demitir o ministro.
Houve forte reação da ala militar, Bolsonaro sentiu que estava cometendo um grave erro e ofereceu ao ministro uma diretoria na Itaipu Binacional ou as embaixadas de Lisboa e Roma, a escolher, mas Bebianno mostrou enorme dignidade e preferiu largar o governo.
FORTALECIMENTO – Sem haver justificativa, a injusta demissão de Bebianno, amigo pessoal de Bolsonaro, foi atribuída a “motivo de foro íntimo”. O mais incrível é que, ao invés de enfraquecer a ala olavista, acabou fortalecendo o grupo. Mantida a conivência do presidente, eles pensaram (?) que o céu seria o limite.
Mourão tinha sido tão duramente atingido que Bolsonaro o proibiu de ocupar a presidência. Quando foi ser operado pela terceira vez, no final de janeiro, Bolsonaro só permitiu que Mourão assumisse por 48 horas. Mas a recuperação se complicou, o presidente teve de ficar 17 dias internado, Mourão não foi chamado a assumir e o governo permaneceu acéfalo por 15 dias.
E para humilhar Mourão na breve interinidade de 48 horas, Carlos Bolsonaro apareceu no Planalto no dia em que o pai foi operado, ocupou uma sala e começou “a despachar” com deputados do PSL, vejam a que ponto chegamos.
REATAMENTO – Depois desse patético episódio, Bolsonaro teve um acesso de bom senso e reatou com Mourão, que continuou sob fogo cerrado da ala olavista. Os ataques prosseguiram e o vice-presidente fazia cara de paisagem, porque realmente tinha se excedido em algumas declarações, movido pela vaidade.
Para variar, os olavistas então passaram a metralhar o ministro Santos Cruz, da Secretaria do Governo, e a coisa não prestou, como se diz no Nordeste.
Bolsonaro não esperava a dura reação dos militares. Liderados pelo general Eduardo Villas Bôas, na terça-feira os comandantes militares convidaram o presidente para um almoço-surpresa no Quartel-General do Exército, e o que houve lá dentro nem às paredes confesso, diria Amalia Rodrigues. O que se sabe é que o resultado foi auspicioso.
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P.S.
 – De repente, Olavo de Carvalho ficou contido e educado, já não mais se expressa aos palavrões. O filho Zero Três, que ameaçou novos ataques a quem “não seguir o presidente”, mudou de ideia e agora diz que vai passar a pôr “panos quentes”. O Zero Um continuou na muda, pois está sem se expor desde a crise das “rachadinhas” do assessor Queiroz. E o Zero Dois, que comandava escandalosamente os ataques nas redes sociais, entrou num silêncio constrangedor.
P.S. 2 – Em tradução simultânea, pode-se dizer que o governo não é mais o mesmo. Mudou muito. E para melhor. (C.N.)

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