Posted on by Tribuna da Internet
Carlos Newton
Parece que foi ontem, mas já se passaram dez anos desde que este blog foi lançado como “Tribuna da Imprensa” e depois, com a saída de Helio Fernandes, passou a ser “Tribuna da Internet”. A ideia de lançar o blog partiu do grande advogado Luiz Nogueira, que até hoje defende causas de Helio Fernandes e da antiga “Tribuna da Imprensa”, o jornal que deixou de circular em 2009. Nogueira não somente sugeriu o relançamento da “Tribuna da Imprensa” na web, como também arranjou patrocínio de R$ 5 mil mensais, suficiente para cobrirmos as custas.
Para fazer o design do blog, convidamos o grande jornalista Antonio Caetano, excelente cronista, que fazia sido editor do suplemento de cultura do jornal, chamado de “Tribuna BIS”. Caetano começou a editar o blog e me ensinou como participar. Passei então a fazer a edição de artigos e reportagens nos fins de semana e feriados, cobrindo as folgas do jornalista.
SEM PATROCÍNIO – Tudo caminhava bem, os artigos de Helio Fernandes, Carlos Chagas, Pedro do Coutto, Sebastião Nery e Mauro Santayana atraíam cada vez mais leitores, mas os patrocinadores tiveram dificuldades e desembarcaram da aventura.
Sem possibilidade de remuneração, Antonio Caetano foi cuidar da vida e fiquei sozinho, tentando encontrar outros patrocinadores. Como não consegui apoio, resolvi fechar o blog e direcionar Helio Fernandes e os colunistas para outros espaços na internet.
Quando comuniquei esta decisão, um dos comentaristas mais assíduos, o engenheiro Carlo Germani, que mora em Minas Gerais, mandou uma mensagem sugerindo que recebêssemos contribuições dos participantes, como outros blogs já faziam, e até se ofereceu para colaborar. A ideia deu certo, outros participantes se integraram e fomos em frente. Depois Helio Fernandes saiu, para abrir um blog com seu nome, e trocamos o título aqui para “Tribuna da Internet”.
ESPAÇO UTÓPICO – Ou seja, a existência do blog se deve a esse grupo de idealistas que acreditam na viabilidade de manter um espaço livre na web, capaz de abrigar artigos de diferentes tendências políticas, econômicas, sociais e até religiosas.
É claro que se trata de uma utopia. Não existe nenhum espaço semelhante na web brasileira. Todos os blogs, sites e portais operam em faixa própria, defendem ideias e não abrem espaço para contestação.
Aqui na TI defendemos a tese de apoiar o que fica demonstrado ser certo e reprovar o que seja claramente errado, na visão do “bom combate” do apóstolo Paulo (2 Timóteo 2:3-4). Assim, agimos sempre sem extremismos, procurando o caminho do meio, como ensinava Sidarta Gautama, o Buda, e sabendo que da vida nada se leva, é apenas “passagem”, como dizem os espiritualistas.
NÃO DEU CERTO – Dez anos depois, podemos concluir que a utopia não deu certo. Raríssimos participantes respeitam opiniões contrárias e trocam ideias. Usemos o exemplo de Bolsonaro. Ao invés de elogiar as coisas certas feitas por ele e criticar as erradas, a maioria das pessoas se comporta como se estivessem na torcida de um clube de futebol – defendem tudo que Bolsonaro faz ou criticam tudo. É uma chatice.
O fanatismo não leva a nada, a radicalização política só interessa a quem pretende se beneficiar dela. As ideologias foram ultrapassadas pelo tempo. A maneira correta de os governantes agirem hoje é simplesmente optar pelo que é certo, sem preconceitos ideológicos e partidários.
O Brasil está na maior crise de sua História. É preciso apresentar ideais e soluções. Mas não é isso que se vê. Um bom exemplo é a reforma da Previdência. Todos sabem que é preciso fazer mudanças. Mas com os números sendo mantidos sob sigilo, como fazê-lo.
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P.S. – Agradecemos muito a todos os que nos acompanham. Aos velhos amigos e amigas de sempre, e aos que chegaram depois e que hoje são muito importantes para mim, mesmo sem conhecê-los pessoalmente. Como todos sabem, na vida nada é permanente, tudo muda todo dia. E o importante é jamais se omitir e seguir sempre na luta permanente para termos um mundo mais justo e menos desumano. (C.N.)
P.S. – Agradecemos muito a todos os que nos acompanham. Aos velhos amigos e amigas de sempre, e aos que chegaram depois e que hoje são muito importantes para mim, mesmo sem conhecê-los pessoalmente. Como todos sabem, na vida nada é permanente, tudo muda todo dia. E o importante é jamais se omitir e seguir sempre na luta permanente para termos um mundo mais justo e menos desumano. (C.N.)