Carlos Newton
Em matéria de política, não existe nada tão patético quanto os radicalismos. Neste particular de desconhecer o ridículo, a extrema-direita e a extrema-esquerda se igualam no mesmo papel grotesco. Seus ardorosos defensores não percebem que estão fora de época, completamente destemperados, deslocados e desfocados, chega a dar pena de tanta inutilidade.
ANACRONISMOS – Os radicais continuam a pregar ideários antigos e arcaicos, como o liberalismo de Adam Smith e o comunismo de Karl Marx e Friedrich Engels, como se nada tivesse acontecido no mundo nos últimos 200 anos.
Já tive oportunidade de ressaltar aqui na Tribuna da Internet a grande admiração que tenho por esses três gigantes, porém jamais me passaria pela cabeça defender suas teses teóricas sem adaptá-las para os dias de hoje, com base nas lições de pensadores modernos como John Maynard Keynes e Kenneth Clark, que nem economista era, mas estudou a Civilização como ninguém, e o canadense/americano John Kenneth Galbraith, que revisou os conceitos econômicos no Século XX.
COMO UMA ONDA – Dizem que o mundo avança como o fluxo e o refluxo das ondas, num vaivém incessante. Talvez isso explique a surpreendente tendência mundial pela direita, que se registra em diversos países. Mas esse fenômeno nada mais é do que a alternância do poder, principal característica da democracia.
O mais curioso é que esse fato político traga de volta os extremos, tendências que deveriam ser evitadas de toda forma. Aqui no Brasil, durante décadas, praticamente não havia extremos, a política trafegava pelo centro, que é o melhor caminho, não importa se seja centro-direita ou centro-esquerda, o importante é evitar radicalismos.
Com a eleição de Jair Bolsonaro, porém, esses antigos sentimentos reviveram e se revigoraram, especialmente a extrema-direita, que de repente passou a se manifestar sem o menor medo do ridículo, defendendo teses totalmente ultrapassadas.
FENÔMENO MUNDIAL? – Há quem diga que se trata de um fenômeno mundial, com diferenças locais, pois há em alguns países até a ressurreição do racismo e da intolerância sexual, religiosa e social, o que seria um tremendo retrocesso.
Posso estar errado, mas acredito que no Brasil, um país sem similar no mundo, trate-se de uma situação passageira, uma espécie de acomodação das camadas, e logo estaremos de volta ao velho e tradicional centro, que é o mais seguro caminho para se trafegar.
Aqui na TI, me incomoda um pouco essa defesa exacerbada da extrema-direita, que me soa muito mal. Seria como se eu defendesse a extrema-esquerda nos dias de hoje, com base no simples fato de entender que daqui a 5 mil anos o mundo será marxista, conforme prevê o trabalhista Antonio Santos Aquino.
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P.S. 1 – É preciso que todos aprendam a viver no dia de hoje, com racionalidade e respeito aos que divergem de nós. O radicalismo é mau conselheiro, não leva a nada, é apenas um sonho ruim. Ao que parece, aconselhado pelos generais, o presidente Bolsonaro já chegou a essa conclusão e começa a trafegar na tendência de centro-direita. Que assim seja, portanto.
P.S. 1 – É preciso que todos aprendam a viver no dia de hoje, com racionalidade e respeito aos que divergem de nós. O radicalismo é mau conselheiro, não leva a nada, é apenas um sonho ruim. Ao que parece, aconselhado pelos generais, o presidente Bolsonaro já chegou a essa conclusão e começa a trafegar na tendência de centro-direita. Que assim seja, portanto.
P.S. 2 – Quem acha que os militares brasileiros são de extrema-direita está absurdamente equivocado. Eles são de centro, a ideologia deles chama-se Brasil. Pensem nisso. Depois voltaremos a esse assunto, que é importantíssimo. (C.N.)