Nelson de SáFolha
Com o título “Previsão sombria para Davos: Crises em abundância, mas poucos líderes mundiais”, a Reuters destacou, por New York Times e outros, que os mandatários americano, francês, britânico, chinês, russo e indiano não vão. E que os conflitos comerciais “e uma desaceleração que poderia empurrar a economia mundial para a recessão devem dominar o encontro”.
No 18º parágrafo, anota que “o baixo comparecimento dos líderes pode dar mais proeminência a personalidades que de outra maneira seriam ofuscadas”, caso de Jair Bolsonaro.
À MARGEM DA FESTA – A mesma Reuters despachou dias antes que “Estrangeiros ficam à margem da festa do mercado do Brasil”. Em suma, “dados da bolsa mostram êxodo persistente de capital no início do governo”, em contraste com “fundos locais, que são os atores por trás da alta”.
Ouvindo economistas de Santander, UBS e outros, afirma que os investidores externos “estão buscando mais do que retórica de animação”.
O Financial Times foi por aí, destacando que Bolsonaro encontrará “desconfiados” em Davos. Cita estrategista do Bank of America Merrill Lynch: “Não estamos vendo influxo de estrangeiros. A história [da alta da bolsa] é baseada na compra por brasileiros”. E ouve economistas de XP, UBS e BlueBay, que lembram, na expressão do primeiro, que “os investidores estrangeiros têm uma visão menos emocional sobre Bolsonaro”.
LUA DE MEL ACABOU? – Nos EUA, o agregador Drudge Report deu foto e a chamada “Bolsonaro faz início com tropeções como presidente…”, listando o vaivém, a começar da base militar americana.
E a Associated Press, por Washington Post e outros, despachou que “Bolsonaros enfrentam questionamentos por investigação de corrupção”, citando filho, mulher e o próprio. Questiona se a “lua de mel com Bolsonaro” já acabou.
A Der Spiegel ouve alemães do Parlamento Europeu de diversos partidos, de social-democratas e verdes a liberais e democratas-cristãos, para noticiar que “Eurodeputados se rebelam contra acordo com América do Sul”, com o Mercosul. Segundo o enunciado logo abaixo, é “por causa do novo presidente do Brasil”.
PROGRAMA NUCLEAR – Com o título “Argentina diante da necessidade de revisar sua relação nuclear com o Brasil”, o Clarín publica que, para “vários observadores locais, a realidade política brasileira é de visível militarização do programa nuclear, originalmente dedicado a fins civis, sob condução quase hegemônica da Marinha”. A escolha do almirante “encarregado do projeto de submarino nuclear como ministro de Energia do governo Bolsonaro suscitou não poucas suspeitas”, em meio a “desacordos crescentes”.
O secretário argentino de Assuntos Estratégicos “levou ao Brasil uma mensagem clara”, dias atrás.