A Comissão da Reforma Política do Senado vai debater, nesta terça feira a mudança na lei que possibilita que senadores afastados do cargo sejam substituidos por suplentes que não foram eleitos. Essa excrescência, que na atual legislatura privilegia dez senadores sem nenhum voto, já chegou a beneficiar , no final da legislatura passada,27 senadores, ou um terço da composição da Casa

Os sortudos ocupam as vagas de senadores que são convidados para exercerem funções no executivo, que são eleitos para cargos no Executivo, se licenciam para tratamento de saúde, falecem. ou renunciam ao mandato tentando fugir de alguma punição. Este é, por exemplo, o caso do senador Gim Argello, que ocupa o lugar deixado por Joaquim Roriz, após a renúncia deste ainda no início do mandato após graves acusações de corrupção.

Ainda existem aqueles que se afastam temporariamente - e isso é mais grave - sem justificativa plausível, apenas para abrir lugar a parentes, amigos, aliados políticos ou financiadores de suas campanhas . Na legislatura passada, o senador Fernando Collor se afastou do cargo por seis meses, ao que tudo indica apenas para ceder sua cadeira para um primo.

A iniciativa do Senado apesar de tardia é bem vinda. Seria imoral a continuidade de um hábito que dá poderes extraordinários a alguns cidadãos que, por melhor e mais preparados que que sejam, não têm a legitimidade do voto. Antes tarde do que nunca.