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sexta-feira, janeiro 09, 2009

Novos velhos líderes

Oposição aposta na manutenção de Virgílio e Agripino, enquanto ex-líderes de partidos governistas tentam retomar comando de suas bancadas nas duas Casas
Rodolfo Torres

Enquanto na Câmara as bancadas se movimentam para trocar as lideranças partidárias, no Senado os dois principais partidos de oposição, PSDB e DEM, estão dispostos a “eternizar” seus líderes no Senado. No cargo desde 2001, o senador José Agripino (RN) resistiu à transformação do PFL em DEM e caminha para o nono ano consecutivo à frente da legenda na Casa. Já o senador Arthur Virgílio (AM), que foi líder do governo Fernando Henrique no Congresso em 2002, vai para o sétimo ano na liderança dos tucanos. Atualmente, PSDB e DEM têm 13 senadores cada.

Para o cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), a manutenção de Virgílio e Agripino não significa que a oposição não tenha novos quadros. Na avaliação dele, o Senado tem características peculiares que possibilitam a um parlamentar continuar por tanto tempo como líder partidário.

“Na Câmara as bancadas são maiores e existe a tendência de um maior rodízio. No Senado, as bancadas são menores. O senador é mais autônomo e sua ação individual tem um peso maior”, explica.

O também professor da UnB Octaciano Nogueira afirma que José Agripino e Arthur Virgílio não são líderes longevos por acaso. “Os dois líderes são os mais contundentes, os que mais se pronunciam, os que mais criticam duramente o governo.” “Se eles não forem líderes da oposição, serão o quê?”, indaga o cientista político.

Tradição petista
Contudo, David Fleischer ressalta que também existe rodízio nas lideranças do Senado. “O PT no Senado faz questão de trocar o líder todo ano.” Segundo o professor, a alternância no comando das bancadas é uma “tradição” petista. Em 2008, a liderança do Partido dos Trabalhadores na Casa foi exercida pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Neste ano, caberá ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP) liderar a bancada de 12 senadores. No primeiro governo Lula, Mercadante esteve à frente da liderança do governo no Congresso e no Senado. Defensor confesso do rodízio na liderança do partido, o senador João Pedro (PT-AM) avalia que o procedimento é “salutar para a democracia interna” da legenda. “Cada partido tem seus métodos. No PT, eu considero a troca positiva. Acaba dando a possibilidade para que outros parlamentares possam exercer a interlocução de bancada”, explica o parlamentar, que é um dos vice-líderes do governo no Senado.

Maior bancada no Senado com 20 integrantes, o PMDB ainda não definiu quem será o líder do partido neste ano. Ainda não há nem mesmo uma data definida para a escolha. Lutam pelo cargo o atual titular, Valdir Raupp (PMDB-RO), e o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan liderou os peemedebistas no Senado entre 2001 a 2005.Fleischer não vê contradição no fato de os líderes oposicionistas no Senado rechaçarem um terceiro mandato para o presidente Lula, ao mesmo tempo em que permanecem no comando de suas bancadas. “São coisas diferentes. O presidente da República é do Executivo e depende de votação popular. No caso das lideranças no Congresso, que é do Legislativo, a votação não é popular”, ressalta o acadêmico.

O Congresso em Foco tentou falar com os líderes oposicionistas. Nenhum deles, porém, foi localizado até o fechamento desta edição. Senadores do DEM e do PSDB também foram procurados e também não foram localizados pelo telefone celular.

Octaciano Nogueira lembra que o atual líder do governo Lula no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso na Casa. Para ele, o personalismo da política brasileira é capaz de explicar em parte a razão da não renovação das lideranças da oposição. “As pessoas acabam sendo mais importantes que os partidos”, afirma.
Lideranças na Câmara

Enquanto no Senado a grande indefinição diz respeito à liderança do PMDB, na Câmara o cenário é oposto. O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) permanecerá como líder em 2009 da maior bancada da Casa, com 94 deputados. Outro líder da Câmara já reconduzido ao cargo em 2009 é o do PP, Mário Negromonte (BA), que liderará 40 parlamentares. O PTB, com 22 deputados, também terá o mesmo líder do ano passado, Jovair Arantes (GO). No PT, o cenário é de disputa. Até o momento, quatro deputados colocaram o nome à disposição do partido para substituir Maurício Rands (PE) na liderança: Cândido Vaccarezza (SP), Fernando Ferro (PE), Iriny Lopes (ES) e Paulo Teixeira (SP). O partido, com 78 parlamentares, decidirá quem será o novo líder no próximo dia 15 de fevereiro.

Os tucanos na Câmara podem reconduzir, no próximo dia 4, o atual líder, deputado José Aníbal (SP). Contudo, outros dois nomes também devem entrar na disputa pelo cargo: Emanuel Fernandes (SP) e Paulo Renato (SP). O PSDB tem 58 deputados. No próximo dia 1º, a bancada do DEM escolherá o substituto do deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA). O mais cotado para assumir a liderança do partido em 2009 é o deputado Ronaldo Caiado (GO). O parlamentar é dado como nome certo para comandar a bancada, que conta com 57 deputados.O PR, com 42 deputados, terá um novo líder após três anos. O partido decidirá também no dia 1° de fevereiro quem substituirá o deputado Luciano Castro. Até o momento, disputam a vaga os deputados Sandro Mabel (GO), que liderou o antigo PL entre 2004 e 2005, e José Santana (MG).
Fonte: Congressoemfoco

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