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sexta-feira, agosto 15, 2008

Governo patina e oposição parte para atacar

Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
Em recente reação a ataques sofridos após a notícia de que a Casa Militar do governo do Estado mandou blindar um automóvel, o governador Jaques Wagner deixou de lado seu estilo para classificar de “desqualificada” a bancada da oposição, cujos membros seriam “imbecis”. O fato foi de pronto aproveitado pelo ex-governador Paulo Souto, que viu “intolerância” e “autoritarismo” nas palavras de seu adversário. Não se trata aqui de considerar que Paulo Souto, até pouco tempo, fez parte de um grupo em que intolerância e autoritarismo estavam sempre na ordem do dia. O fato é que Jaques Wagner deu a impressão de que certos acontecimentos e situações de sua administração afetaram um pouco o equilíbrio que ele sempre demonstrou na apreciação da cena política. O quadro visível mais grave é, certamente, o da segurança pública. O avanço dos números negativos e mesmo as novidades, como a seqüência de chacinas, levaram o governo, ignorando as críticas à falta de um plano consistente para a área, a fazer mudanças na cúpula que na prática não causaram nenhuma alteração. Foi-se o secretário da Segurança Pública, foi-se o delegado-chefe da Polícia Civil. Agora, o comandante da Polícia Militar. Entretanto, há outros episódios que, de alguma forma, revelam insucesso do governo estadual nos âmbitos político e administrativo de que a oposição, legitimamente, pode aproveitar-se no seu proselitismo. O desabamento de parte da Fonte Nova, causando sete mortes, foi um sinal, especialmente pelos desdobramentos que continua tendo. Um evento trágico num equipamento público aos 11 meses de um governo não pode ser atribuído ao antecessor, pois, com tanto tempo de poder, o novo gestor tinha obrigação de conhecer tal risco e prevenir suas conseqüências. A reforma do estádio que deveria substituir a Fonte Nova afunda-se em atrasos que, por mais justificáveis, irritam muito a “pequenina” torcida do Bahia. No mês passado, o Estado perdeu a briga pela implantação de uma fábrica da Toyota, a maior montadora de automóveis do mundo. Com o histórico da questão da Ford, trazida para Camaçari pelos atuais adversários do governador, e contra a vontade expressa de seu partido, o PT, nada mais natural que a oposição capitalize o fracasso. E pergunte a quantas anda a tão decantada amizade entre Wagner e o presidente Lula, usada como moeda de convencimento no processo eleitoral. (Por Luis Augusto Gomes)
Sucessão fora de controle
A esses exemplos emblemáticos somam-se vacilações políticas que ainda carecem de explicação. Na sucessão municipal de Salvador, sem dúvida a mais importante, o governador manobrou para tirar da raia o candidato petista que tinha gana para disputar e empurrou um nome que ele próprio não se digna de sustentar abertamente. Seu aliado-concorrente, o ministro Geddel Vieira Lima, ao contrário, vai à luta com João Henrique, e se mais não tem conseguido é porque até milagre tem limite. O resultado é que pontuam nas pesquisas Antonio Carlos Magalhães Neto, que dispensa referências, e Antonio Imbassahy, afinal, um tucano de origem carlista. Na Assembléia Legislativa, uma maioria mais que esmagadora construída sob o estrondo dos fogos da vitória começa a esmaecer. O governo não mais controla comissões importantes, significando que matérias de seu interesse somente tramitarão se houver acordo e, por conseguinte, concessões. A “base” que o governador não queria dispersar por causa da eleição do prefeito da capital ameaça grave metamorfose, pois os deputados insatisfeitos são muitos - e mais problemas estão a caminho. Pouco depois de empossado, Wagner disse em entrevista a revista de circulação nacional que governaria sem “pirotecnias”. Um contraponto ao estilo propagandístico que sempre vigorou na Bahia. Corretíssimo. Mas o governador também não pode esquecer a velha lição das Minas Gerais segundo a qual, “em política, o que vale é a versão, não o fato”. Cunhada por Gustavo Capanema, a frase correu mundo como de autoria de seu conterrâneo José Maria Alckmin. Um dia, encontrando-se os dois no aeroporto de Belo Horizonte, Capanema protestou: “Puxa, Alckmin, eu fiz a frase e você é que leva a fama”. Pleno de sabedoria, Alckmin constatou: “É, Capanema, v ocê tem razão. Em política, o que vale é a versão, não o fato”. ( (Por Fernanda Chagas)
Justiça proíbe Metrópole de citar nome de Imbassahy
Na busca incessante pela vaga no Palácio Thomé de Souza, os prefeituráveis de Salvador, diferentemente das eleições anteriores, têm apresentado uns contra os outros uma enxurrada de representações na Justiça Eleitoral. Nem mesmo a liberdade de imprensa tem escapado. Ontem, a Rádio Metrópole, em caráter liminar, recebeu uma ordem da Justiça que a proíbe de citar o nome do candidato do PSDB à prefeitura de Salvador, Antônio Imbassahy, a qualquer momento da programação. A assessoria jurídica do candidato entrou na justiça contra a rádio após o tucano se sentir prejudicado por críticas feitas pelo apresentador Mário Kértesz em programas do veículo. A multa para cada vez que a Metrópole disser o nome de Imbassahy é de R$ 10 mil. No rol da última semana, o candidato à prefeitura de Salvador, ACM Neto (DEM) entrou com representação na 18ª Vara Eleitoral contra o candidato Walter Pinheiro (PT), por ter sobreposto a sua propaganda à propaganda do democrata em muros no Largo dos Mares e na Avenida Octávio Mangabeira. No pedido de liminar, os advogados solicitam que a propaganda de Neto seja restabelecida (Por Fernanda Chagas)
Jantar de ACM Neto saiu a R$ 2,5 mil por cabeça
Insatisfeitos com a “caixinha” já obtida para contribuir com a sucessão municipal - alguns candidatos chegaram a arrecadar mais de R$ 500 mil em doações de todos os tipos - , a bola da vez agora são os tradicionais jantares de adesão, que chegam a custar a “bagatela” de R$2.500 por pessoa, a exemplo do oferecido ontem, pelo Democrata, ACM Neto, na churrascaria Boi Preto. Neto, que lidera as pesquisas, declarou na primeira parcial da prestação de contas de campanha ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma arrecadação de R$ 500 mil fechados. Embora de forma mais modesta, ontem também foi a vez do petista Walter Pinheiro tentar aumentar o seu montante já arrecadado no valor de R$ 216.162,00, afinal já gastou boa parte deste dinheiro (R$ 141.273,95). O evento foi no restaurante La Lupa (na Ladeira da Barra) e tinha como presenças confirmadas o ministro da Justiça, Tarso Genro e do governador Jaques Wagner. Em nota, ACM Neto destacou que está tudo devidamente registrado no Tribunal Regional Eleitoral e que a iniciativa, longe de demonstrar poderio econômico, se presta a arrecadar, de forma legal e legítima, fundos para uma “campanha que sofre com dificuldades naturais”. (Por Fernanda Chagas)
Pinheiro defende uso de Internet
Em audiência com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, anteontem, um grupo de deputados da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara solicitou a liberação do uso da Internet nas campanhas eleitorais. Antes, o assunto foi debatido com o presidente da CCTCI, deputado Walter Pinheiro (PT-BA). “O uso dessa ferramenta democratiza a disputa, permitindo que todos transitem e divulguem suas propostas pela rede”, disse Pinheiro. Hoje, Pinheiro passa a manhã gravando programa eleitoral. Ao meio dia, concede entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Itapoan. Às 15 horas, apresenta seus projetos para a cidade no debate entre prefeituráveis promovido pela Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), no Fórum Ruy Barbosa. Às 17 horas, o petista segue para os Barris, onde participa do lançamento do seu programa de governo para a Juventude, na Faculdade Cairu.
Fonte: Tribuna da Bahia

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