Brasil não tem mais campo para retrocesso do estado de direito democrático, diz Mello
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, tachou o PT de autoritário, ao se referir à reclamação que o partido protocolou no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra ele, baseada em seus comentários sobre o possível caráter eleitoreiro de programas sociais do governo federal.
Mello participou ontem, no Rio, do II Congresso Brasileiro de Direito de Seguros e Previdência, realizado na Escola da Magistratura do Estado, e deu palestra sobre o tema "A eticidade nas relações entre segurados e seguradoras".
Apesar de dizer que o episódio estava "há muito suplantado", o ministro aproveitou sua vez de falar para relembrá-lo. Foi quando chamou o PT de autoritário pela primeira vez: "Paira no ar um viés autoritário, muito embora não tenhamos mais campo no Brasil para retrocessos em termos do estado democrático de direito."
Depois da palestra, Mello dirigiu-se a uma outra sala e deu entrevista, voltando a falar do assunto. "Realmente fiquei espantado de perceber que o PT veio a adotar uma postura que não é harmônica com aquela postura que, há anos atrás, nós imaginávamos em relação a este partido". Para ele, houve "uma tentativa inglória de intimidar uma autoridade constituída: o presidente do Tribunal Superior Eleitoral". Ainda sobre o partido, o ministro completou: "É muito mais fácil ser estilingue do que vitrine."
Quanto à acusação, feita pelo PT, de que ele vem municiando a oposição contra o governo, afirmou que se trata de uma "injúria, se não beirar a difamação e a calúnia". "Creio que a oposição não precisa de qualquer alerta", afirmou. Em seguida, disse que irá aguardar o posicionamento do CNJ - embora o órgão não possa punir ministros do STF. "Eu hoje me sinto um pouco cansado. Quem sabe eu possa ir para casa mais cedo?", deixou no ar.
Mello esclareceu que o PT agiu de forma equivocada por entender "que um integrante do TSE não pode se pronunciar quanto a possíveis descompassos considerado o direito posto". "A Justiça Eleitoral é o único ramo do Judiciário brasileiro que responde a consultas, que tem uma atuação extramuros da própria Justiça, que interessa à sociedade como um todo, alertando candidatos e eleitores, prevenindo não a oposição, mas os políticos que detêm cargos públicos", disse.
O bate-boca começou quando Mello criticou a criação, em ano eleitoral, de programas como o "Territórios da Cidadania", que visa ao combate à pobreza rural e prevê gastos de R$ 11,3 bilhões. O presidente Lula reagiu dizendo que o Judiciário não deveria se meter com o Executivo. Quinta-feira, deputados do PT recorreram ao CNJ alegando que o ministro critica sistematicamente o governo - o que seria inconveniente dada sua posição - e lançando mão da Lei Orgânica da Magistratura.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Certificado Lei geral de proteção de dados
Em destaque
Anasps divulga: fila de espera por benefícios do INSS cresce 33% nos últimos 3 meses
Faculdade Anasps recebe o pesquisador Roberto de Rosa para palestra nesta quinta-feira Durante a pandemia de Covid-19, países ao redor do ...
Mais visitadas
-
Essa lista preliminar de secretários na administração de Tista de Deda em Jeremoabo traz a expectativa de que todos assumam com compromiss...
-
. A recente tentativa do prefeito de Jeremoabo e seu conluio de , de contestar o resultado eleitoral que favoreceu Tista de Deda parece te...
-
. Em Jeremoabo, há uma situação tensa envolvendo o descumprimento de uma determinação judicial por parte da administração do prefeito e ...
-
O texto traz uma denúncia de hostilidade contra a Igreja Católica em Jeremoabo, destacando um episódio específico em que um indivíduo conhec...
-
. Mais uma vez, a tentativa de reverter a decisão judicial sobre a vitória de Tista de Deda em Jeremoabo se mostrou infrutífera. O recente...
-
Promessa antes das eleições: Depois da derrota das eleições: O episódio envolvendo o Moto Fest 2024 em Jeremoabo é emblemático do uso polí...
-
A situação relatada em Jeremoabo, envolvendo o suposto concurso público fraudulento, reflete uma prática recorrente em algumas gestões púb...
-
Aproveita os útimos dias de seu perverso desgoverno, jamais tu serás prefeito de Jeremoabo. A situação que ocê descrevo parece ser um caso...
-
. A questão das candidaturas fictícias em Jeremoabo, supostamente utilizadas para fraudar a cota de gênero nas eleições municipais, é um e...
-
É realmente preocupante que um cidadão, ao buscar transparência e justiça no processo eleitoral, sinta-se ameaçado e precise considerar at...