Por: Villas-Bôas Corrêa
C om a agenda recauchutada para dividir o tempo útil entre as obrigações mínimas da maçante rotina burocrática, a campanha a qual se entrega com ânimo e a inesgotável fluência nos improvisos, o presidente Lula vai fincando pelo caminho as farpas na oposição, com a mesma ligeireza com que ignora as críticas do adversário.
O clima de confronto azeda a temporada da caça ao voto. E, das duas bandas as contradições, os exageros, a veemência da linguagem costumam saltar a cerca do bom senso.
Lula tem os seus inimigos prediletos no amplo campo oposicionista, a começar pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que também elevou o tom dos revides e das provocações.
Na poeirada que confunde e mistura a cobrança de erros do passado e do presente, ficam esquecidas à beira do caminho as denúncias que não serão apuradas, na forma do venerando costume.
A pré-campanha que contamina o governo e começa a paralisar o Congresso é como uma cortina de fumaça que facilita a fuga das apurações com a ligeireza com que salta pela apuração e pousa nas desculpas.
Afinal, noves fora os excessos, é do jogo democrático. E Lula entrou na campanha para valer, com a exata noção da importância das eleições municipais para prefeitos e vereadores deste ano, a base para os acordos e alianças para 2010.
Cuidou da arrumação palaciana, a começar pela sua agenda que passa a dividir a semana como quem corta laranja pelo meio: metade para a maçante rotina burocrática, com as reuniões e audiências com ministros, governadores, parlamentares e demais postulantes de favores. Três ou quatro dias para as viagens domésticas. Os vôos no Aerolula pelos céus do mundo não entram no rateio semanal.
O que não falta são temas e frases de efeito, apesar das muitas repetições. Um dos truques bem plantado no contraste entre o viés popular da sua trajetória, sempre lembrada e o ranço conservador dos adversário é dos mais eficientes números do repertório.
Ainda agora, tomando impulso para o próximo giro, com o PAC na bagagem, poliu uma frase redonda: "Político não fala mal de pobre em campanha. Só de rico, de banqueiro, de usineiro. Mas, com quem ele come depois ?".
Mas, se a oposição afinal entrar na campanha, depois de arrematar um entendimento no Congresso em crise permanente, e também procurar, terá o que dizer ao eleitor.
A começar por uma avaliação crítica que separe e reconheça o sucesso e a eficiência de programas sociais do governo, como o jamais igualado Bolsa Família. Mas, virando a página, é fácil identificar o perfil de um dos governos mais gastadores de todos os tempos.
Não é preciso ir longe: o ministério virou uma casa de cômodos para hospedar amigos, correligionários e aderentes. O escândalo dos cartões corporativos - que evidentemente não será apurado pela CPI chapa branca, que não engana ao mais parvo dos patetas - é um típico exemplo do desvio do dinheiro público. Se a rapinagem vem de longe e inflou com o pagamento de despesas suspeitas é mais uma razão para ser investigada.
O governo foi de uma generosidade que se confunde com a negligência na distribuição de ministérios, autarquias, cargos de direção para acomodar os insaciáveis aliados do PMDB e das siglas do seu buquê de novos e diletos companheiros.
Se o PT choraminga a sua queixa na distribuição das fatias do bolo, a verdade é que a turma de petistas de carteirinha invadiu todos os espaços nas autarquias e ministérios.
Com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) o presidente renova o estoque de promessas e a autopromoção do maior governo de todos os tempos. Se tudo der certo, a ministra Dilma Rousseff, a mãe do PAC, terá a sua candidatura garantida.
Fonte: JB Online
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