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quarta-feira, novembro 03, 2010

Nos jornais: Lula adotará medidas duras para poupar Dilma

Folha de S. Paulo

Para poupar Dilma, Lula deve antecipar corte de gastos e medidas de ajuste fiscal

O presidente Lula deverá antecipar medidas econômicas duras e impopulares para evitar que a sucessora, Dilma Rousseff, tenha de adotá-las no início de seu governo. Amanhã e quinta-feira, as pastas da Fazenda e do Planejamento deverão finalizar estudos de medidas de ajuste que acham necessárias para o novo governo. O diagnóstico será transmitido à equipe de transição de Dilma.

A Folha apurou que Lula já se dispôs, se Dilma quiser, a implementar medidas duras. A ideia é aproveitar a alta popularidade de Lula para tomar decisões que possam ser desagradáveis a setores do funcionalismo público e da sociedade como um todo. Apesar de ter negado durante a campanha, Dilma e Lula já discutiram medidas de ajuste fiscal e até monetária. Será um ajuste menor que o feito por Lula em 2003, quando havia uma situação econômica mais crítica.

Palocci e Dutra chefiam grupo de transição

A presidente eleita Dilma Rousseff definiu ontem os nomes que comandarão a transição de governo. Antonio Palocci será o coordenador técnico, e cuidará da passagem de bastão nos programas e demais iniciativas do Executivo. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, será o coordenador político. Sob sua batuta ficará a negociação com todos os partidos da base aliada. Ambos terão o apoio direto do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) e do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, amigo de Dilma.

Dutra já marcou uma reunião nesta noite com o vice eleito Michel Temer (PMDB-SP). O evento marca a largada na fase das conversas sobre a montagem do governo. O desenho preliminar da transição foi acertado na primeira reunião após a vitória de domingo. No QG dilmista, um seleto grupo do PT discutia ontem de manhã os passos iniciais dos próximos dias. Ali não havia representantes de outros partidos, fato que deixou enciumados peemedebistas que esperavam o convite para o primeiro encontro de trabalho.

Lula quer Jobim e Haddad no governo Dilma

Além de sugerir a permanência de Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central) no futuro governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à presidente eleita Dilma Rousseff que mantenha nos cargos os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Fernando Haddad (Educação). Segundo a Folha apurou, no caso de Meirelles e Mantega foi um conselho de Lula para emitir sinais de estabilidade ao mercado.

No de Jobim e Haddad, um pedido formal pela manutenção dos dois no governo por conta da boa avaliação que Lula faz da atuação deles. Aliados da presidente eleita disseram à Folha que ela tem outros planos para o BC e que Meirelles estaria com "os dias contados" no cargo. Ele, porém, pode ocupar uma cadeira na Esplanada. Lula e Dilma deverão discutir a formação do governo durante a viagem da próxima semana, em que devem ir à Moçambique e, em seguida, à reunião do G20, na Coreia do Sul. Ambos querem aproveitar a viagem para transformar o Aerolula em "gabinete de transição".

Eleita terá poder de fogo restrito para ampliar estatais

Com pouco dinheiro em caixa, a presidente eleita Dilma Rousseff não terá a mesma facilidade que seu antecessor para bancar a expansão de empresas públicas. BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras iniciarão o governo com mais presença na economia, mas precisarão de recursos para seguir crescendo. Além disso, a próxima gestão herdará a área econômica dividida, com um Ministério da Fazenda que tenta centralizar as decisões de política econômica, escanteando o Banco Central.

Aberta a temporada de montagem da nova equipe de governo, as dúvidas no mercado financeiro são muitas: vão desde a dúvida sobre Dilma manter o perfil de aparelhamento das instituições até sua postura fiscal. O primeiro sinal aguardado é se ela assumirá a obrigação de promover redução de gastos.

"A tarefa agora é todo mundo descer do palanque", diz petista

Novo coordenador político da transição, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, começa a lidar hoje com o apetite dos aliados que ajudaram a eleger Dilma Rousseff (PT) presidente e a ouvir demandas para o futuro governo. Ele avalia que, no final, foi positivo para o país o fato de que "não se confirmou que haveria uma terra arrasada para a oposição" -que vai governar, nos Estados, cerca de 53% dos brasileiros. Em entrevista, Dutra pediu à oposição uma relação mais "construtiva", que "não reproduza um clima de Fla-Flu dentro do Congresso".

Dilma afirma que vai manter estabilidade

A presidente eleita Dilma Rousseff afirmou ontem que zelará pela estabilidade econômica e não mudará o modelo de câmbio flutuante, apesar da sobrevalorização do real frente ao dólar. A promessa foi repetida em entrevistas separadas a quatro emissoras de TV, à noite. No "Jornal Nacional", da Globo, ela disse que não mexerá "de maneira alguma" com o regime cambial.

"Não acredito que manipular câmbio resolva coisa alguma. Temos uma péssima experiência disso", afirmou. Mais tarde, diante de repórteres de jornais, foi mais incisiva: "Tem hora que vocês [jornalistas] me estranham. Vocês acreditam que eu vou discutir medida cambial? Não vou. Não tem cabimento. Vou manter a política do câmbio flutuante". No "Jornal da Record", Dilma disse que conterá o gasto público sem reduzir o "gasto social". E reforçou: "Não brincarei com a inflação".

"A ideia foi sua", disse eleita a Lula ao ser felicitada pelo triunfo

Depois de segurar o choro em público, durante seu pronunciamento de vitória em um hotel em Brasília, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) não se conteve ao se encontrar com o presidente Lula logo depois, na noite de domingo. "Você inventou tudo isso. Você é o responsável. A ideia foi sua", disse ela, abraçando o presidente e caindo no choro na frente de familiares de Lula e de alguns amigos como o jornalista Ricardo Kotscho, ex-assessor de imprensa do governo, e Roberto Kalil Filho, médico do presidente.

Lula perguntou baixinho: "Já caiu sua ficha?" "Ainda não", respondeu Dilma, sorrindo. Era a segunda vez no dia que ela se emocionava. A petista já havia embargado a voz e quase ido às lágrimas ao agradecer a Lula durante seu primeiro pronunciamento como presidente eleita. Segundo o próprio presidente, ele preferiu não ir à comemoração pública para não ofuscar sua escolhida ("É o dia dela", disse Lula).

PMDB corteja DEM para presidir Câmara

Horas depois de ver Dilma Rousseff eleita presidente, o PMDB, partido do vice Michel Temer, já atua para atrair líderes da oposição. O intuito é ganhar força para derrotar o PT na corrida pela presidência da Câmara. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), candidato à vaga e escudeiro de Temer, quer investir no DEM, que saiu enfraquecido das eleições e tem vários deputados insatisfeitos. A estratégia é conquistar o apoio de deputados para ter mais peso que o PT na disputa. "Quero ser o presidente do maior ao menor partido, independentemente de quem seja da oposição ou do governo", afirma Alves.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), um dos cotados para concorrer à vaga pelo PT, nega qualquer tipo de conflito com os aliados. Diz que o "casamento" deve ficar intacto em todo o mandato de Dilma. O PT também já traçou seus planos para contra-atacar o PMDB. A resposta é cortejar deputados de partidos que formam hoje o bloquinho, como PSB, PDT e PC do B, além do PV. Com isso, a bancada de apoio ao PT ficaria com mais de 170 congressistas, enquanto PMDB e DEM ficariam com 112.

Tucanos de Minas negam culpa por derrota

Os tucanos de Minas se eximiram ontem de responsabilidade pela derrota de José Serra (PSDB). No Estado, onde alguns acreditavam que o senador eleito Aécio Neves viraria o jogo, a vantagem percentual de Dilma Rousseff (PT) foi maior do que a conseguida no país. No Brasil, Dilma venceu com 56,05% dos votos ante 43,95%; em Minas, o placar foi 58,45% a 41,55%. A estratégia mineira é pregar a unidade do partido e o fim da "hegemonia de quem quer que seja" -num recado aos tucanos de São Paulo.

Vice financiou quase metade da campanha do PV

O candidato a vice na chapa de Marina Silva (PV), Guilherme Leal, bancou quase metade dos R$ 24,9 milhões gastos na campanha da terceira colocada na eleição. Em 22 doações distintas, o empresário, proprietário da rede de cosméticos Natura, repassou R$ 11,8 milhões, o equivalente a 47,5% do que arrecadou a candidata verde. Ao todo, sua campanha recebeu 3.098 depósitos, sendo 2.831 via cartão de crédito -pagamento feito diretamente por simpatizantes de sua candidatura.

Apesar da quantidade, essas doações de pessoas físicas somam R$ 169 mil, ou 0,6% do total. No início da campanha eleitoral, Marina Silva planejava gastar até R$ 90 milhões, mas o valor acabou sendo pouco mais de um quarto do registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As contas da candidata passarão por análise de técnicos e depois serão julgadas pela Justiça Eleitoral. Os dados da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra poderão ser entregues até o dia 30 de novembro, já que suas campanhas terminaram somente na semana passada.

Bolsa Família volta a ter peso decisivo

Os fatores que influenciam o voto de um eleitor são inúmeros e difíceis de mensurar. Pistas fornecidas pela análise estatística indicam, no entanto, que o Bolsa Família continua tendo peso preponderante na decisão do eleitorado brasileiro. A Folha correlacionou o voto em Dilma Rousseff e José Serra com três variáveis: percentual da população atendida pelo Bolsa Família, índice de desenvolvimento humano (IDH) e renda per capita. A análise foi feita para os 5.565 municípios do país. Os resultados mostram que quanto maior o alcance do Bolsa Família -principal programa de transferência de renda do governo- em uma cidade, maior o percentual de votos conquistados pela presidente eleita.

Institutos acertam resultados no 2º turno

As pesquisas de intenção de voto do Datafolha e do Ibope identificaram dez dias antes do segundo turno qual seria o resultado final da disputa entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) computou 56% dos votos válidos para Dilma, contra 44% para Serra.

Na véspera da votação, o Datafolha apontou 55% de intenção de voto para a petista, ante 45% para o tucano.
Como a margem de erro da pesquisa era de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, o instituto acertou o resultado.

O Ibope, na véspera, divulgou o resultado exato: 56% a 44%. Em pesquisa de boca de urna, apontou 58% para Dilma e 42% para Serra, acertando no limite da margem de erro, de dois pontos.

Alckmin deve tirar serristas do governo

Derrotado em sua segunda campanha presidencial, José Serra (PSDB) deve perder espaço também no governo do Estado de São Paulo. O governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) deve tirar da administração grande parte dos secretários ligados a Serra e usar parte desses cargos para fins de composição política.

Discreto, Alckmin não tem conversado muito com seus colaboradores mais próximos sobre a composição do governo, mas a bolsa de apostas está agitada. O governador eleito dizia que queria esperar o resultado do segundo turno presidencial para começar a montar a equipe. A desculpa era que Serra teria prioridade na escolha dos ministros, e vários dos secretários estaduais seriam ministeriáveis.


Estrangeiros compram 22 campos de futebol por hora

Empresas e pessoas de outros países compram o equivalente a 22 campos de futebol em terras no Brasil a cada uma hora. Em dois anos e meio, os estrangeiros adquiriram 1.152 imóveis, num total de 515,1 mil hectares. A Folha comparou registros mais recentes feitos entre novembro de 2007 e maio de 2010 pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que leva em conta as aquisições de pessoas e empresas de outros países.

Na tentativa de conter a "invasão estrangeira", o Incra também regula compras e arrendamento de terras feitos por empresas com sede no Brasil, mas que são controladas por estrangeiros. "Não é xenofobia. Agora temos regras que trazem estabilidade jurídica e potencializa o combate à grilagem", afirma o presidente do Incra, Rolf Hackbart.

Congresso reativa conselho de comunicação

Enquanto alguns Estados estudam implantar conselhos para monitorar a mídia, o Congresso Nacional se prepara para reativar o Conselho de Comunicação Social, órgão previsto desde 1988, mas que só funcionou por pouco tempo, de 2002 a 2006. Durante o recesso parlamentar de julho, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), despachou cartas a dezenas de entidades anunciando a medida, e 21 delas já indicaram nomes para compor o órgão.

A função do conselho é auxiliar o Congresso em assuntos relativos à comunicação -como liberdade de expressão, outorga e renovação de concessões, programação da televisão e propaganda de cigarros e bebidas. Diferentemente dos conselhos em gestação em Estados como o Ceará, o do Congresso Nacional não traz entre suas atribuições -estabelecidas pela lei 8.389/91- a tarefa de monitoramento ou de fiscalização dos meios de comunicação. Trata-se apenas de um órgão consultivo, e não deliberativo, e está previsto na Constituição.

CPI das ONGs acaba sem votar relatório nem apontar culpados

Sem sugerir indiciamentos ou apontar culpados por repasses ilegais do governo a organizações não governamentais, a CPI das ONGs do Senado encerra suas atividades na segunda-feira após três anos de trabalhos. O desfecho da comissão, que teve as atividades prorrogadas por quatro vezes, não terá nem mesmo a discussão do relatório final -apresentado às pressas pelo senador Inácio Arruda (PC do B). Aliado do governo federal, Arruda montou relatório de 1.478 páginas que nem sequer foi enviado aos membros da CPI. O texto foi disponibilizado nesta semana no site do Senado.

O relator atribui a não votação do texto à disputa entre governo e oposição durante a comissão parlamentar de inquérito. "Esse episódio de transformar a comissão em palco de um embate travou a questão central que era examinar o relatório destinado às ONGs", afirmou ele. Presidente da CPI, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que a base aliada do governo foi responsável por impedir que as investigações avançassem.

ENTREVISTA FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

FHC diz não endossar PSDB que não defenda sua história

"Não estou mais disposto a dar endosso a um PSDB que não defenda a sua história", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), ontem, em entrevista no instituto que leva seu nome, no centro de SP. Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique defende que o partido anuncie dois anos antes das eleições presidenciais seu candidato. "O PSDB não pode ficar enrolando até o final para saber se é A, B, C ou D." O ex-presidente diz que Lula "desrespeitou a lei abundantemente" na campanha e que promove "um complexo sindical-burocrático-industrial, que escolhe vencedores, o que leva ao protecionismo". Para FHC, a tradição brasileira de "corporativismo estatizante está voltando". Lula é uma "metamorfose ambulante que faz a mediação de tudo com tudo".


O Globo

Eleições 2010; Lula não quer Palocci na área econômica, nem no Palácio

A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), terá um Ministério com a cara dela, mas vai discutir todas as escolhas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dia depois das eleições, algumas certezas já circulavam entre auxiliares de Dilma e de Lula, entre elas os nomes que estarão no governo a partir de 1º de janeiro: o ex-ministro Antônio Palocci, o atual ministro Guido Mantega, o ministro Paulo Bernardo e Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras.

Palocci, porém, não deverá ter cargo dentro do Palácio do Planalto nem na equipe econômica. Lula e Dilma preferem o ex-ministro da Fazenda no Ministério da Saúde. Do grupo dos quatro, é praticamente certo que Gabrielli continue na Petrobras, pelo menos na primeira fase do governo, para concluir a criação da nova estatal do pré-sal. Já Paulo Bernardo e Guido Mantega não estão garantidos em suas pastas atuais, Planejamento e Fazenda, respectivamente. Paulo Bernardo é o preferido da dupla Lula-Dilma para a Casa Civil.

Por enquanto, o que é dado como certo em alguns setores do PT e do governo é o que Palocci não deverá fazer no governo Dilma. Dilma e Lula estariam em sintonia em relação ao fato de que ele não deve ir para a Casa Civil. O presidente chegou a fazer uma avaliação de que o ex-ministro poderia fazer sombra a Dilma. Outro alerta de Lula é que um cargo no núcleo do Planalto poderia transformar Palocci no primeiro alvo do novo governo, mesmo ele tendo sido inocentado pelo Supremo Tribunal Federal no caso da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.

'Valeu, valeu, valeu', disse Lula a Dilma

Quem mais comemorou a eleição da presidente eleita Dilma Rousseff foi o PMDB, que pela primeira vez chega ao topo do governo, com o vice Michel Temer. As comemorações começaram na residência oficial da Presidência da Câmara, seguiram depois na cobertura do Hotel Naoum, onde Dilma fez seu primeiro pronunciamento à nação, no Palácio da Alvorada com o presidente Lula e depois, de novo, na residência de Michel Temer.

Mas, na festa do Alvorada, o momento de maior emoção foi o encontro da presidente eleita com Lula. Segundo os presentes, foi a segunda vez que Dilma chorou depois de confirmada como a nova presidente do Brasil. Na chegada, Lula recebeu Dilma com um abraço emocionado e dois beijos carinhosos no rosto:

- Minha presidenta! Deus te abençoe! Valeu! Valeu! Valeu! — disse Lula, dando tapas pesados nas costas de Dilma.

PMDB e PT brigam por Caixa, BB e Petrobras

A disputa até então equilibrada entre o PT e o PMDB pelos cargos-chave na Caixa Econômica Federal - instituição que executa os programas sociais do governo e, em especial, o Minha Casa Minha Vida - já começa a se acirrar. De um lado, há o desejo de Moreira Franco (PMDB-RJ), que atuou na coordenação da companha de Dilma Rousseff, de assumir a presidência do banco, nas mãos do PT desde 2003.

Para acomodar Moreira Franco, os petistas teriam que abrir mão de Maria Fernanda Coelho, militante do PT desde a época das greves dos bancários de Recife (PE). Ela assumiu o lugar de Jorge Mattoso, que caiu junto com Antonio Palocci no escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Para o ex-líder do PT Maurício Rands (PE), Maria Fernanda deve ser mantida, pois reúne vantagens, como ser funcionária de carreira e ter participado da gestão da execução de um dos programas preferidos da futura presidente Dilma Rousseff, o Minha Casa Minha Vida. Moreira disse que ainda não conversou sobre o assunto. Ele já foi vice-presidente de Loterias e Fundos de Governo da Caixa, cargo que deixou para ingressar na campanha de Dilma.

'Espaço do PMDB corresponderá ao seu peso', diz Dirceu

O ex-ministro e réu no processo do mensalão, José Dirceu (PT), afirmou nesta segunda-feira, que o PMDB deverá ocupar o espaço "correspondente ao seu peso" no governo da presidente eleita Dilma Rousseff.

- O PMDB é segundo partido da Câmara e o primeiro no Senado. Evidentemente ele terá o seu peso correspondente a isso e também à importância do partido, que indicou inclusive o vice, que é o Michel Temer. Mas quem vai decidir como, quando e quanto, acho que é a presidenta. É ela, é ela só - disse o ex-ministro a jornalistas, depois de gravar o programa "Roda Viva", da TV Cultura, que vai ao ar na noite desta segunda-feira.

Segundo ele, Dilma tem a experiência dos dois governos de Lula na composição de alianças e nas negociações de importantes projetos:

- Como nós já fizemos duas vezes, temos experiência, e ela participou tanto em 2003 como em 2007. Ela participou depois de todas as negociações, dos projetos mais importantes do governo. Então, ela tem uma longa e forte experiência de trabalhar com os partidos políticos, com as bancadas, com os líderes.

PSB ganha mais peso político

Apesar de o PSDB ter saído como o grande vitorioso nas eleições para os governos estaduais, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) pode se vangloriar de ter sido um dos que mais cresceram no país nos últimos quatro anos e, de quebra, vir a desempenhar um dos papéis mais importantes no governo da presidente Dilma Rousseff.

A sigla, que em 2006 ganhou o poder em três estados, dobrou sua "fatia" no bolo em 2010, vencendo no Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Amapá, Paraíba e Piauí. Com isso, ganha mais força para lutar por cargos no futuro governo de Dilma Rousseff.

Na administração de Lula, o PSB tem os ministérios de Ciência e Tecnologia, cargo ocupado por Sérgio Rezende, e a Secretaria Especial de Portos , que tem status de ministério e é comandada por Pedro Brito do Nascimento.

Agora, o PSB só perde em número de governadores para o PSDB, que saiu vencedor em oito estados (Roraima, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Tocantins, Alagoas, Goiás, Pará), contra seis em 2006.

PSDB: mineiros e paulistas lavam roupa suja eleitoral

Derrotado, o PSDB está lavando a roupa suja e expondo publicamente a disputa entre dois grupos rumo a 2014: 0 mineiro, de Aécio Neves, e o paulista, de Geraldo Alckmin. Ligado a Serra, Xico Graziano reclamou da derrota em MG por 1,7 milhão de votos. Para os mineiros, Aécio não podia fazer mágica.

Dilma defende ação contra guerra cambial

A presidente eleita, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira que seu governo irá acompanhar "com rigor" o processo de "guerra cambial e de política de desvalorização de moeda" que ocorre atualmente na economia global, de modo a impedir que o comércio mundial seja afetado.

- Não é possível que ocorra aquele tipo de política que ocorreu na década de 30 e que se caracteriza pela desvalorização competitiva - disse Dilma à TV Record, em sua primeira entrevista exclusiva após a eleição.

- Eu começo a desvalorizar, o outro país começa a desvalorizar e aí isso bloqueia o comércio... cria a guerra comercial.

Para ela, uma forma de enfrentar essa situação é ter instituições multilaterais fortes que impeçam os países de manter suas moedas desvalorizadas de forma excessiva.

- Eu diria, não fazer aquela política pragmática que é só favorável ao seu próprio país, é isso que se chamou de guerra cambial, que é de fato desvalorizações indevidas - explicou.

Votação pré-sal deve ficar para 2011

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), disse que as prioridades até o fim do ano no Congresso serão os projetos de regulamentação do pré-sal, o orçamento e as medidas provisórias (MPs) que trancam a pauta da Casa. Ele admitiu, no entanto, que o tempo será curto para votação dessas matérias. Segundo o líder, o pré-sal pode ficar para o próximo ano.

O líder argumentou que, na prática, a Câmara terá apenas 11 dias de votação até o final do ano caso o orçamento seja votado na data legalmente prevista, no dia 22 de dezembro. Sobre o comportamento da oposição a partir de agora, Vaccarezza disse que a eleição passou, e que os vencedores serão "magnânimos".

Eleições decidem hoje futuro de Obama

Pesquisas dão como certa uma dura derrota democrata na Câmara e uma provável escassa vantagem do governo no Senado dos EUA. Este novo cenário restringiria o campo de ação do governo e permitiria aos republicanos controlar a agenda do país, forçando o presidente Obama a buscar nova estratégia para governar.

Índico ganha maior reserva dos mares

O Reino Unido transformou o Arquipélago de Chagos, no Índico, na maior reserva marinha do mundo. A pesca foi banida, Ambientalistas, porém, lembram que a proteção dos mares ainda é precária.

Enem: a quatro dias da maratona

Estudantes falam do desafio de encarar o fim de semana de provas, e professores advertem: é hora de relaxar.


O Estado de S. Paulo

Dilma faz reunião de transição só com petistas e irrita PMDB

A primeira reunião da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) com auxiliares para definir a equipe de transição, realizada, ontem em Brasília, teve presença só de petistas, sem ninguém do PMDB, principal aliado na campanha. Ficou acertado que o presidente do PT, Jose Eduardo Dutra, e o ex-ministro Antonio Palocci comandarão o grupo que fará a passagem do governo Lula para o de Dilma.

Peemedebistas demonstraram insatisfação com o episódio. "Eles não vão governar sozinhos", avisou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-SP). O governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, disse ao Estado que o PT quer negociar com um PMDB unido. Para ele, a legenda "terá mais importância quanto mais se unificar como partido de centro”.

'Ate logo' de Serra desagrada a tucanos

A declaração do candidato presidencial José Serra ao admitir a derrota - ele não deu um “adeus", mas um "até logo" - causou desconforto entre tucanos paulistas. Para eles, que esperam renovar o partido, Serra foi personalista. Já o PSDB mineiro, do senador eleito Aécio Neves, acredita que a hegemonia paulista no partido tenha chegado ao fim.

Empreiteiras bancam Cabral

Construtoras que fazem obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio foram as maiores doadoras da campanha do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB). Cinco empresas doaram juntas R$ 3,8 milhões, ou 18,4% dos R$ 20,6 milhões recebidos. Os dados estão no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As maiores doadoras foram a Camargo Corrêa e a OAS, que contribuíram com R$ 1 milhão cada. As duas empresas formam um dos quatro consórcios responsáveis pela construção do principal trecho do Arco Rodoviário, que teve orçamento inicial de R$ 800 milhões, mas já chega perto de R$ 1 bilhão.

A OAS integra o consórcio que faz as obras de reurbanização e construção do teleférico do Complexo do Alemão, na zona norte. Também colaboraram as construtoras Queiroz Galvão (R$ 800 mil) e Carioca Engenharia (R$ 500 mil), que atuam no PAC da Rocinha e no Arco Rodoviário. A EIT-Empresa Industrial e Técnica, que integra o consórcio do PAC de Manguinhos, doou R$ 500 mil.

Capiberibe debocha da liderança de Sarney

O governador eleito do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), disse que seu grande desafio no governo é saldar as dívidas que o Estado tem com fornecedores, prestadores de serviço e instituições que fizeram empréstimos consignados ao servidores.

De acordo com ele, também será prioridade abastecer de medicamentos a rede pública de saúde, regionalizar a merenda escolar ainda no primeiro semestre, dar um notebook para cada professor no primeiro ano de seu governo e fazer concursos públicos.

Capiberibe afirmou ter urgência em começar o processo de transição porque a situação do Estado "é uma incógnita". A expectativa é que até quarta-feira ele seja recebido pelo governador Pedro Paulo Dias (PP) e, juntos, possam delinear a transição.

Capiberibe disse que a Operação Mãos Limpas, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em setembro e que prendeu governador, ex-governador, secretários de Estado e presidente do Tribunal de Contas (TCE), foi fundamental para sua eleição, pois permitiu ao povo que soubesse a causa do "estado caótico" em que se encontra o Amapá.

Novo governo quer obter superávit sem truque fiscal

O governo estuda várias medidas para colocar a economia na direção de uma taxa de juro real de 2% até 2014. A ideia é fortalecer a política fiscal, cumprindo a meta de superávit primário das contas do setor público, de 3,3% do PIB, sem a necessidade de manobras fiscais. Há estudos para reduzir projetos do PAC, limitar o crescimento das despesas e cortar o Orçamento de 2011. A1ém disso, o governo anunciará em breve medidas para estimular o financiamento privado de longo prazo.

Mantega pode ficar; Meirelles ainda é dúvida

Alvo da cobiça do PMDB, a Fazenda pode continuar com Guido Mantega. Ele quer ficar e o presidente Lula defende sua permanência, dizendo que a economia é uma área delicada e que está com bom desempenho. Já o destino do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ainda é incerto.

Eleição legislativa nos EUA abre corrida presidencial

O resultado da eleição legislativa nos EUA, hoje, abrirá a disputa pela Casa Branca em 2012, relata a correspondente Denise Chrispim Marin. O presidente Barack Obama já se lançou à reeleição. Provável vitorioso no pleito para o Congresso e para 38 governos estaduais, o opositor Partido Republicano se vê em vantagem, mas aparece dividido.

Polícia grega intercepta bombas

Pelo correio, de Atenas, terroristas pretendiam enviar pacotes-bomba para o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e para embaixadas do México e da Holanda. Os autores seriam grupos anarquistas.

Cresce uso de apostilas no ensino infantil

Pesquisa da Unicamp mostra que, de 2008 para 2009, o número de cidades paulistas que usam, no ensino infantil, apostilas de sistemas de ensino privados subiu de 24 para 32. Há dez anos, eram quatro.


Correio Braziliense

Acabou o coronelismo, diz Agnelo

Governador eleito afirma que a maioria dos brasilienses decretou o fim de práticas políticas atrasadas, incompatíveis com a capital da República. Segundo ele, os eleitores exigem uma administração ética e transparente. Agnelo Queiroz diz ser o único nome definido no governo, como secretário de saúde.

De Lula para Dilma

A passagem do bastão presidencial será uma ação entre antigos e atuais colaboradores do chefe do Planalto. Mais do que analisar a situação do governo, a equipe de Dilma vai definir a nova configuração dos aliados petistas — o preferencial PMDB e o emergente PSB. Na internet, vitória da petista provoca xingamentos a nordestinos.

Barreira econômica

Controle fiscal e câmbio flutuante são desafios da presidente eleita, que terá de resolver briga fratricida para montar equipe.

Aviação: Empresas cancelam 1.830 voos num só dia

Quase 23% das decolagens previstas para todo o país nesta segunda-feira não foram realizadas. Mas, segundo as empresas, a maioria delas foi informada com antecedência aos passageiros e ninguém ficou prejudicado. Mesmo assim, os consumidores devem ficar atentos. Segundo a Anac, qualquer mudança de horário ou data das viagens deve ser informada com um mínimo de 15 dias aos usuários.

Eleição nos EUA: Derrota nas urnas ameaça os líderes de Obama

A provável vitória do Partido Republicano nas eleições de hoje para a renovação do Congresso norte-americano pode tirar de cena importantes políticos democratas e trazer mais problemas ao governo de Barack Obama. A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, com prestígio abalado, deve perder o cargo. Já Harry Reid, líder no Senado, corre o risco de não ser reeleito.

Fonte: Congressoemfoco

Dilma diz que praxe sugere que ela seja candidata à reeleição

Adriana Ferraz, Wellington Alves e Folha de S.Paulo
do Agora

Em entrevista ao "Jornal da Band", a presidente eleita Dilma Rousseff afirmou ontem que a praxe sugere que ela seja candidata à reeleição em 2014. Questionada sobre a declaração do presidente do PT, José Eduardo Dutra, segundo quem Dilma seria candidata natural à reeleição, a presidente eleita respondeu: "Olha, a praxe é essa".

Bem humorada, acrescentou: "Eu sou mineira e prudente (...) Essa é a praxe: hoje, no Brasil, o presidente eleito tem direito à reeleição. Agora, sem tomar posse, começar a discutir 2014, é botar não a carroça na frente dos bois, é botar a carroça, os carros, os caminhões. Não é cabível isso", afirmou.

Durante a entrevista na TV Bandeirantes, Dilma Rousseff reforçou a intenção de governar "para todos, sem exceção, inclusive para aqueles que votaram na oposição".

A presidente eleita negou ontem que já esteja ocorrendo uma disputa por cargos em seu futuro governo, liderada pelo PMDB. "A ciumeira [do PMDB] não é procedente. Até agora não chegou a mim nenhuma reclamação. Hoje [Ontem] foi constituída a comissão de transição, integrada pelo vice-presidente [Michel Temer], que, neste caso, não representa partido nenhum, como eu", disse.

A petista afirmou que o preenchimento dos cargos ocorrerá em função da capacidade técnica e da liderança política dos indicados. Segundo Dilma, as reuniões que estão sendo realizadas desde anteontem não têm como objetivo a escolha de ministros. O trabalho, por enquanto, diz respeito apenas à transição dos governos. Sobre as possíveis medidas que o presidente Lula planeja tomar até o fim de seu mandato --redução de gastos, por exemplo--, Dilma assegurou que não se trata de um "saco de maldades". "Ele vai fazer o que tem de fazer."

A petista, que também deu entrevista para o "Jornal do SBT", reafirmou o compromisso, estabelecido em seu discurso da vitória, de garantir a liberdade de imprensa. Declarou ser contra qualquer tipo de controle da mídia, mas defendeu o estabelecimento de um marco regulatório para o setor.

Fonte: Agora

Veja opções de pacote de internet para celular

Livia Wachowiak Junqueira
do Agora

Os consumidores interessados em acessar a internet pelo celular podem escolher entre diversos pacotes oferecidos pelas principais operadoras do país. TIM e Vivo trabalham com planos pré e pós-pagos para navegação. Oi e Claro vendem pacotes apenas para planos pós-pagos.

Na TIM, é possível contratar, diariamente, acesso à web por R$ 0,50. Para participar, é preciso ser cliente pré-pago ou do plano Controle.

Com recarga de R$ 25, o cliente de plano pré-pago da Vivo passa a ter acesso ilimitado a diversas redes sociais.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora

Eleição nos EUA vira protesto contra Obama

Folha de S.Paulo

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, e os democratas passaram o dia ontem se preparando para a derrota que as pesquisas previam para as eleições ao Congresso, uma disputa que se tornou um referendo sobre a Casa Branca.

Resultados iniciais indicavam que, das 435 vagas para deputados, 14 eram de republicanos e uma, de democrata. Indicavam ainda que o movimento ultraconversador Tea Party já havia eleito seu primeiro senador, Rand Paul (Kentucky). A rede de TV CNN projetava também como senador eleito o republicano Dan Coats (Indiana).

Obama deu entrevistas pelo rádio pela manhã para estimular os eleitores a sair de casa e votar, mas preferiu ele próprio ficar fechado com assessores. Cancelou todos os compromissos públicos para fazer reuniões sobre como lidar com um Congresso possivelmente paralisado pela oposição a partir de 2011.

O presidente seguia ecoando o alerta que dera anteontem: se os republicanos triunfarem, "os EUA correm o risco de ficar em uma situação muito, muito difícil".

Os americanos foram às urnas sob o sol para renovar todas as 435 vagas da Câmara, 37 das 100 do Senado e os governos de 37 Estados.

As últimas pesquisas de intenção de voto chegavam a indicar 15 pontos de vantagem para republicanos --55% a 40% segundo o Gallup, em uma diferença que não era vista desde 1970.

Na noite de ontem, resultados parciais do instituto Zogby indicavam que quase 70% dos que votaram acreditam que os EUA estão na direção errada.

O presidente do instituto, John Zogby, afirmou que a votação não trazia surpresas --com urnas ainda abertas, republicanos já tinham, por seus cálculos, conquistado maioria na Câmara.

Parte dessa vantagem ocorre, diz, porque 57% dos que pretendiam votar veem esta eleição como um referendo sobre Obama.

"Eleitores o responsabilizam pela crise na economia e não dão crédito a ele pelas reformas que realizou", disse.

Fonte: Agora

Fotos do dia

Bar Refaeli é a namorada do astro Leonardo DiCaprio Fiéis lotam o templo do Solo Sagrado no Dia de Finados Movimento da rodovia dos Imigrantes no retorno do feriado de Finados
Casa na zona norte fica destruída após explosão de botijão que feriu idosa Emerson Fittipaldi pilota carro com que ganhou seu primeiro título Felipe Massa visita o stand da Ferrari no Salão do Automóvel

Leia Notícias do seu time


Para o povo ou com o povo?

Carlos Chagas

Do primeiro pronunciamento de Dilma Rousseff depois de eleita fica uma dúvida: ela enfatizou o sentido republicano e o compromisso democrático de sua eleição, mas ressaltou estar disposta a governar para todos.

Atenção na declaração: para todos, não com todos. Há uma diferença sutil que tanto os aliados quanto as oposições começavam ontem mesmo a analisar. Não que o PSDB, o DEM e penduricalhos esperassem alguma participação no novo governo, sequer através de propostas e sugestões. Sabem estar naturalmente excluídos do poder nos próximos quatro anos, como nos últimos oito.

O problema aparece para o PMDB e demais partidos que se empenharam pela vitória da candidata. E até para alguns companheiros. A preposição não admite discussões. Muita gente vai ficar de fora, como a partícula comprova. Ainda que todos os cidadãos possam vir a ser beneficiados pelos planos e programas da nova administração, conforme as boas intenções da presidente eleita, apenas alguns participarão da obra de governo.

Passa-se de imediato da teoria à prática. O PMDB não tem certeza de manter os seis ministérios que ocupa no governo Lula. Muito menos as centenas de diretorias de empresas estatais ou da administração direta. A tolerância do presidente Lula para com seus aliados poderá não se constituir na característica da sucessora, inclusive porque falou duro quanto se referiu à meritocracia para o exercício das funções públicas, pautando as nomeações.

Michel Temer que se cuide, apesar de duas vezes citado no discurso inicial de Dilma. Já tendo sido gentilmente escanteado na campanha, nada indica que poderá entrar no gabinete presidencial com uma lista de peemedebistas propostos para ministérios e adjacências. Assim também o monte de papagaios de pirata flagrados atrás da nova presidente em suas primeiras horas de aparição vitoriosa.

Uma dedução pode ser tirada para os tempos que se aproximam: em muito difere do Lula a primeira mulher a exercer a chefia do Executivo. O país verá aposentadas as tiradas de humor duvidoso e de comparações futebolísticas em troca de raciocínios e de iniciativas diretas e ásperas. A complacência cederá lugar à cobrança.

MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO

Não se passaram quinze minutos após a confirmação, pelos primeiros números, de que Dilma Rousseff já estava eleita: uma singular metamorfose atacou apresentadores, âncoras, comentaristas e repórteres televisivos empenhados na narração das apurações. Fora as exceções de sempre, durante semanas, até meses, seguindo exigências e orientação dos responsáveis pelas redes, esses profissionais esmeraram-se em tratar a candidata com arrogância. Até levá-la ao ridículo tentaram. Caracterizada a vitória, virou objeto de devoções profundas. Tornou-se uma estadista.

Essas mudanças de comportamento fazem parte da natureza humana, mas, convenhamos, a mudança aconteceu rápido demais. Algumas horas depois, o mesmo fenômeno pode ser constatado pela leitura dos jornalões de ontem. A nova presidente não era mais a parceira de Erenice Guerra. Tornou-se a esperança nacional.

AS HIENAS DE SEMPRE

Deve preparar-se José Serra para o período das amargas. Começam a botar as unhas de fora aqueles que antes aderiram à sua candidatura por falta de opções, inveja ou sentimentos piores. Apontam, só agora, erros, falhas e vícios do período de campanha, quando davam a impressão de devotados e fiéis acólitos do candidato. Chegam a dizer que Serra deveria ter ficado em São Paulo, quanto tinha a reeleição certa de governador. Levantam críticas diante da aceitação de um silvícola para vice-presidente na chapa tucana, quando nem uma palavra levantaram diante da estranha indicação do deputado Índio da Costa. Sustentam que melhor teria sido a realização de prévias junto às bases do PSDB, que Serra rejeitou, e até supõem que se o candidato tivesse sido Aécio Neves, as eleições poderiam ter tido outro resultado. Trata-se de um abjeto acerto de contas, digno das hienas.

ABSTENÇÕES

No total, 29 milhões de eleitores abstiveram-se de comparecer às urnas, domingo. Um número proporcionalmente jamais verificado antes. Efeitos do feriadão, em grande parte, como mostraram as imagens da praia do Guarujá, mas não apenas isso. No Norte e no Nordeste, faltaram condições para o deslocamento de muita gente até as seções eleitorais, como no país inteiro proliferaram os desiludidos, aqueles para quem nem Dilma nem Serra mereceriam seu esforço cívico. Há uma contradição entre os que defendem o fim do voto obrigatório e o crescimento das abstenções, mas, no fim, quem terá sido mais prejudicado por elas? Sem dúvida alguma, José Serra.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Leia o artigo “Degradação do Judiciário”, de Dalmo Dallari, sobre o Supremo, FHC e Gilmar Mendes

Helio Fernandes

Enviado por nossos leitores e colaboradores Marco e Henrique Oliveira, eis o artigo do jurista Dalmo Dallari sobre o Supremo Tribunal Federal, FHC e o ministro Gilmar Mendes. Foi publicado pela Folha de S. Paulo, em 8 de maio de 2002. E vale a pena ver de novo:

Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.

Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.

Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.

Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.

É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.

É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.

Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.

Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.

Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado “Manicômio Judiciário” e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.

E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na “indústria de liminares”.

A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista “Época” (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.

A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou “ação entre amigos”. É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática

Dalmo de Abreu Dallari

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

Se Lula e Dilma não são iguais, as equipes também não podem ser

Pedro do Coutto

Não existem dois seres humanos iguais no mundo. Claro, sem dúvida. Da mesma forma não podem ser idênticas as equipes de um governo e de outro. Lula governou com um ministério, Dilma governará com outro. Não quer dizer que alguns titulares não serão mantidos, ou remanejados para postos diferentes. É natural. O mesmo raciocínio se aplica ao BNDES, Banco Central, Banco do Brasil, Caixa Econômica e empresas estatais. Se as pessoas não são diferentes, seus estilos também, os horizontes não são os mesmos. Se esta lógica vale para o imediato, quanto mais para percurso ao longo do mandato da sucessora de Luís Inácio da Silva.

Começou a fase de transição. Surgem notícias, como a que O Globo destacou ontem, acentuando que Lula concorda com Antonio Palocci na Saúde, mas não na Casa Civil ou na área econômica. Se concorda com sua nomeação na área da Saude, é sinal que José Temporão não deverá ser mantido. Há sintomas de que Guido Mantega pode permanecer na Fazenda, mas Henrique Meirelles no Banco Central não. Por que isso? Simplesmente porque Rousseff condenou a atual política de juros que endivida a população. E se o responsável por ela é, mais do que Mantega, Meirelles. Mas Dilma conseguirá mudar a direção do Bacen? Terá que partir para um diálogo com os grandes banqueiros.

Basta dizer que a dívida mobiliária interna do país, como publicou no DO o Secretário do Tesouro, Hugo Arno Augustin, atingiu 2,3 trilhões de reais, praticamente o valor do PIB. Aplicada a taxa Selic em cima do montante, os juros rendem aos bancos, sem risco, em torno de 240 bilhões por ano. Trinta por cento a mais do que toda a folha de pagamento do funcionalismo civil e militar. O funcionalismo custa 169 bilhões. Está no DO de 30 de setembro. O montante dos juros representa 90% da folha do INSS para pagar 25 milhões de aposentados e pensionistas. Os tecnocratas não gostam destas comparações verdadeiras.

Todos esses números e vários outros estratégicos fazem parte do universo político e tornam impossível qualquer análise política sem a ela incorporar os fatores da economia e a força dos interesses que a envolvem. Conheci – e conheço – alguns comentaristas que fracassaram ao separar um plano de outro. A análise política tem de ser feita sobre a realidade e não sobre aquilo que se supõe ser o universo estudado.

Suficiente dizer que não existe sinônimo para a palavra política. Ela é algo múltiplo, um impulso, uma atmosfera, entre seus limites, momentos e rupturas. Uma síntese de desigualdades, uma conciliação entre os contrários.

Nunca no mundo houve dois governantes iguais. O governo de Dilma não poderá ser igual ao de Lula. Não quero dizer com isso que ela vá romper ou não com seu antecessor e eleitor maior. Desejo assinalar apenas que as diferenças são naturais. Mais que isso: são inevitáveis. Existem sintonias e não sintonias, simpatias e antipatias, convergências e divergências entre os seres. Muitas coisas vão mudar no país.

E se de um lado Dilma deve sua vitória a Lula, com o êxito nas urnas que marcou Lula no campo da aprovação pela sociedade, ela não pesou contra. O presidente que se prepara para deixar o palco central teria que apoiar alguém. Se ela, Dilma, tornou-se a escolhida, foi porque o presidente da República a considerou capacitada e a de melhor personalidade para refleti-lo em votos. Assim é a política. Só a política? Não. Assim é a vida humana. Todos nós vivemos entre a expectativa e uma esperança. Será sempre assim.

Fonte: Tribuna da Imprensa

PMDB diz que assumirá papel de oposição

Lílian Machado

O processo eleitoral chegou ao fim e, neste novo contexto, líderes peemedebistas no Estado afirmam que a recomposição com o PT do governador Jaques Wagner está longe de acontecer. Ao menos por enquanto, os partidos (PT e PMDB) que juntos irão comandar o país não pretendem se dar às mãos na Bahia. Pelo menos, é o que deixa claro o presidente estadual do PMDB e deputado federal eleito, Lúcio Vieira Lima.

A sigla, que tem como vice-presidente eleito - o líder nacional, Michel Temer -, segundo ele, pretende ser a principal protagonista do grupo de oposição à gestão petista no Estado.

O rompimento ocorrido em 2009 e os caminhos opostos nas eleições estaduais deste ano, com embate direto entre o governador reeleito e o deputado federal Geddel Vieira Lima, deixaram marcas que resistiram até mesmo à aliança para o segundo turno da eleição de Dilma Rousseff (PT).

Segundo Lúcio, a grande tendência do partido é a de protagonizar a atitude de oposicionista. “Foi onde as urnas nos coloraram”, frisou ao ser questionado sobre a possibilidade de retorno da aliança. Com a queda do Democratas, que reduziu sua bancada no parlamento estadual baiano, conforme o dirigente, cabe agora ao PMDB aproveitar o contexto e comandar a liderança da oposição na Bahia.

Recentemente em entrevista à Tribuna da Bahia, o ex-ministro do governo Lula, Geddel Vieira Lima, deixou claro a condição de adversário político do governo do PT na Bahia.

De acordo com ele, que ficou em terceiro lugar na briga pelo Palácio de Ondina, essa é a hora de os vitoriosos falarem. “O momento para quem, como eu, perdeu a eleição é de assuntar o quadro político, mas posso adiantar que meu partido perdeu a disputa nas urnas por buscar um projeto novo e é na oposição que deve ficar”.

O líder peemedebista reiterou ainda que é preciso ficar claro que ele não é inimigo de Wagner, mas sim adversário político. “Se algum dia precisarmos conversar sobre os interesses da Bahia, conversaremos”, admitiu. Ao comentar uma resposta do governador sobre a “traição” do PMDB, ele disparou: “Quem se sente traído é o PMDB, por ele (Wagner), inclusive.

Toda traição começou pelo PT, partido do governador, ainda quando era aliado do prefeito João Henrique, que abandonou o barco aos 45 minutos do segundo tempo para lançar candidato. Ao contrário de nós, que fizemos as coisas às claras”, rebateu, enfatizando que a posição do PMDB é a de opositor. “Wagner precisa tirar a pele de cordeiro para passar sinceridade. Isso já não convence mais”, bombardeou.

Fonte: Tribuna da Bahia

Temer e Dutra fecham acordo para rodízio nas presidências da Câmara e do Senado

Marcello Casal Jr. | Agência Brasil
José Eduardo Dutra e Michel Temer se cumprimentam após o acordo
Agência Brasil

Em um jantar, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o vice-presidente eleito, Michel Temer, os dois dirigentes dos partidos que integram a base da presidente eleita, Dilma Rousseff, fecharam acordo para estabelecer um “rodízio” entre o PT e o PMDB na presidência da Câmara e do Senado, durante o próximo governo.

Com o acordo, as duas legendas que elegeram as maiores bancadas de deputados e senadores se alternarão na presidência das duas casas legislativas. “Fechamos este acordo para que possamos ter um governo tranquilo”, disse Michel Temer, atual presidente da Câmara, após o jantar que ocorreu na residência oficial da Câmara, em Brasília.

Ele negou a existência de queixas entre integrantes do PMDB em relação à participação na campanha e na equipe de transição. "Se existem queixas, elas são isoladas, não são queixas generalizadas no PMDB". Outro acordo de rodízio já foi fechado entre o PT e o PMDB no passado, durante o segundo mandato do presidente Lula.

Os dois presidentes não definiram qual dos dois partidos ficará na presidência das duas casas no primeiro biênio. De acordo com Dutra, esta decisão será tomada posteriormente, após conversas internas. “Vou conversar com os integrantes do PT e Temer vai fazer a mesma coisa no PMDB. Tenho certeza que vamos fechar este acordo em total harmonia”, disse Dutra.

Temer e Dutra também conversaram sobre o início dos trabalhos da equipe de transição, previsto para a próxima segunda-feira (6), às 11h, em reunião a ser realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. De acordo com Dutra, após instalada a equipe de transição, que será coordenada por Temer, Dutra, pelo ex-ministro Antonio Palocci e pelo secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, os dirigentes tratarão de conversar individualmente com cada partido da coligação que elegeu Dilma.

O objetivo das conversas, de acordo com Dutra, é levantar as expectativas de cada legenda de participação no governo e ter, até o fim da próxima semana, um quadro para ser apresentado à presidente eleita. "Nós não vamos definir ministérios. Isto é uma tarefa da presidente eleita. Vamos realizar as conversas para que, quando ela voltar da viagem que fará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possamos apresentar um quadro com a expectativa de cada partido”, disse Dutra.

O presidente do PT evitou falar de prazos para as definições sobre o novo ministério. “Quem vai definir o tempo é a presidente. Ela vai definir o tempo, a forma e a composição”, afirmou.

Fonte: A Tarde

Confira o perfil dos eleitos no primeiro e segundo turnos nos estados e Distrito Federal

terça-feira, novembro 02, 2010

Declarações de Berlusconi sobre gays geram grande repercussão na Itália

DA ANSA, EM ROMA

As declarações do premiê italiano Silvio Berlusconi, que nesta terça-feira afirmou que é "melhor ser apaixonado por belas mulheres do que [ser] gay", geraram críticas entre entidades de defesa dos direitos dos homossexuais e a oposição ao governo.

"Esta frase é expressão de uma cultura machista, atrasada e ofensiva não só para as pessoas homossexuais, mas também para as mulheres", declarou o titular da associação Arcigay, Paolo Patanè, classificando a brincadeira como "gratuita" e "vulgar".


Julien Warnand/Efe
Premiê italiano, Silvio Berlusconi, nega ter mantido relações com jovem marroquina de 17 anos
Premiê italiano, Silvio Berlusconi, nega ter mantido relações com jovem marroquina de 17 anos

"Uma frase que provém de uma atitude de desprezo à dignidade das pessoas e que confirma o clima constrangedor e grotesco no qual o presidente do Conselho [de Ministros] está precipitando o país", completou.

O presidente da entidade Equality Italia e histórico defensor da comunidade gay, Aurelio Mancuso, afirmou que a frase "inqualificável" fez com que o premiê "superasse o limite", acusando-o de não ser "verdadeiramente digno de dirigir a Itália".

"Que Berlusconi peça imediatamente desculpas aos milhões de cidadãos homossexuais italianos, de direita e de esquerda, e se envergonhe de uma homofobia que em qualquer outro país europeu seria imediatamente condenada por qualquer ator político democrático", disse.

A brincadeira foi feita pelo premiê ao final de uma fala sobre seu envolvimento com a marroquina Ruby, menor de idade que disse ter ido a festas em sua casa e a favor de quem ele teria interferido -- a fim de tirá-la da cadeia quando foi presa por furto. O caso vem sendo investigado pela Justiça e gerou uma intensa repercussão no país e no mundo.

"Desde sempre conduzo uma atividade ininterrupta de trabalho. Se às vezes me acontece de olhar o rosto de alguma garota bonita [...] melhor ser apaixonado por belas mulheres do que [ser] gay", declarou ele na ocasião.

A oposição também condenou a frase. "Não só palavras homofóbicas, mas também uma desprezível tentativa de desviar a atenção do enésimo escândalo que, infelizmente, desta vez, tem envolvida uma menor de idade", assinalou a parlamentar do Partido Democrata (PD, maior força de oposição ao governo) Donatella Ferranti.

O líder do Itália dos Valores (IDV) Antonio di Pietro foi ainda mais incisivo, ao dizer que o lugar de Berlusconi não é no palácio de governo, mas em uma "taverna na periferia", e que ele "vive na era das discriminações raciais, sexuais, étnicas e religiosas".

A ministra para a Igualdade de Oportunidades, Mara Carfagna, defendeu o premiê garantindo que a frase "foi uma piada, o fechamento de um discurso sério, de um teor bem diferente", e que ele "não queria, absolutamente, nem nunca quis, ofender as mulheres ou os homossexuais".

O porta-voz do partido governista Povo da Liberdade (PDL) Daniele Capezzone rebateu que o primeiro-ministro é "um homem profunda, intimamente respeitoso de qualquer pessoa, e portanto de qualquer identidade, orientação e preferência afetiva e sexual".

"Estou convencido de que não se possa julgar o premiê por uma só palavra, em dias nos quais é submetido a pressões e ataques de qualquer tipo. Sei por certo que pensamentos e sentimentos desrespeitosos, ofensivos ou, pior ainda, discriminatórios estão muito longe dele", apontou.

+ Notícias sobre o premiê da itália

Um em cada cinco cidades do Piauí teve prefeito cassado

DA AGÊNCIA BRASIL

O Piauí --Estado com a pior taxa de analfabetismo funcional e a terceira menor renda per capita do país-- teve prefeitos cassados em quase 20% de suas 223 cidades depois das últimas eleições municipais.

Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado, a maioria das 42 cassações foi por conta de abuso de poder político e compra de votos.

O último caso, a cassação do prefeito de Teresina, capital do estado, foi publicado ontem (1º) no Diário da Justiça Eleitoral. Oito dos 42 municípios tiveram novas eleições e em quatro o TRE determinou a posse do segundo colocado, tendo em vista que o prefeito cassado não obteve mais de 50% dos votos válidos.

Os municípios de Cristalândia e Dom Expedito Lopes terão novas eleições no próximo domingo (7). Em Oeiras, o pleito será realizado no dia 14 de novembro. No restante, os eleitos em 2008 continuam no cargo por força de liminar, aguardando decisão final do TRE ou do Tribunal Superior Eleitoral.

O cientista político Vitor Sandes, professor da Universidade Federal do Piauí, disse que o grande número de cassações é um fato recente no estado e se deve à fiscalização mais efetiva do Judiciário sobre práticas ilícitas, mas corriqueiras. "Os prefeitos mantêm práticas que podemos chamar de não republicanas e acabam sendo pegos de calças curtas porque houve aumento da fiscalização. Essa é uma tendência que gera práticas mais cuidadosas", afirmou.

Fonte: Folha.com

Desafios para a Presidenta Dilma Rousseff

Leonardo Boff *

Adital -
Celebramos alegremente a vitória de Dilma Rousseff. E não deixamos de folgar também pela derrota de José Serra que não mereceu ganhar esta eleição dado o nivel indecente de sua campanha, embora os excessos tenham ocorrido nos dois lados. Os bispos conservadores que, à revelia da CNBB, se colocaram fora do jogo democrático e que manipularam a questão da descriminalização do aborto, mobilizando até o Papa em Roma, bem como os pastores evangélicos raivosamente partidizados, sairam desmoralizados.

Post festum, cabe uma reflexão distanciada do que poderá ser o governo de Dilma Rousseff. Esposamos a tese daqueles analistas que viram no governo Lula uma transição de paradigma: de um Estado privatizante, inspirado nos dogmas neoliberais para um Estado republicano que colocou o social em seu centro para atender as demandas da população mais destituida. Toda transição possui um lado de continuidade e outro de ruptura. A continuidade foi a manutenção do projeto macroeconômico para fornecer a base para a estabilidade política e exorcizar os fantasmas do sistema. E a ruptura foi a inauguração de substantivas políticas sociais destinadas à integração de milhões de brasileiros pobres, bem representadas pela Bolsa Familia entre outras. Não se pode negar que, em parte, esta transição ocorreu pois, efetivamente, Lula incluiu socialmente uma França inteira dentro de uma situação de decência. Mas desde o começo, analistas apontavam a inadequação entre projeto econômico e o projeto social. Enquanto aquele recebe do Estado alguns bilhões de reais por ano, em forma de juros, este, o social, tem que se contentar com bem menos.

Não obtante esta disparidade, o fosso entre ricos e pobres diminuiu o que granjeou para Lula extraordinária aceitação.

Agora se coloca a questão: a Presidenta aprofundará a transição, deslocando o acento em favor do social onde estão as maiorias ou manterá a equação que preserva o econômico, de viés monetarista, com as contradições denunciadas pelos movimentos sociais e pelo melhor da inteligentzia brasileira?

Estimo que, Dilma deu sinais de que vai se vergar para o lado do social-popular. Mas alguns problemas novos como aquecimento global devem ser impreterivelmente enfrentados. Vejo que a novel Presidenta compreendeu a relevância da agenda ambiental, introduzida pela candidata Marina Silva. O PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) deve incorporar a nova consciência de que não seria responsável continuar as obras desconsiderando estes novos dados. E ainda no horizonte se anuncia nova crise econômica, pois os EUA resolveram exportar sua crise, desvalorizando o dólar e nos prejudicando sensivelmente.
Dilma Rousseff marcará seu governo com identidade própria se realizar mais fortemente a agenda que elegeu Lula: a ética e as reformas estruturais. A ética somente será resgatada se houver total transparência nas práticas políticas e não se repita a mercantilização das relações partidárias("mensalão").

As reformas estruturais é a dívida que o governo Lula nos deixou. Não teve condições, por falta de base parlamentar segura, de fazer nenhuma das reformas prometidas: a política, a fiscal e a agrária. Se quiser resgatar o perfil originário do PT, Dilma deverá implementar uma reforma política. Será dificil, devido os interesses corporativos dos partidos, em grande parte, vazios de ideologia e famintos de benefícios. A reforma fiscal deve estabelecer uma equidade mínima entre os contribuintes, pois até agora poupava os ricos e onerava pesadamente os assalariados. A reforma agrária não é satisfeita apenas com assentamentos. Deve ser integral e popular levando democracia para o campo e aliviando a favelização das cidades.

Estimo que o mais importante é o salto de consciência que a Presidenta deve dar, caso tomar a sério as consequências funestas e até letais da situação mudada da Terra em crise sócio-ecológica. O Brasil será chave na adaptação e no mitigamento pelo fato de deter os principais fatores ecológicos que podem equilibrar o sistema-Terra. Ele poderá ser a primeira potência mundial nos trópicos, não imperial mas cordial e corresponsável pelo destino comum. Esse pacote de questões constitui um desafio da maior gravidade, que a novel Presidenta irá enfrentar. Ela possui competência e coragem para estar à altura destes reptos. Que não lhe falte a iluminação e a força do Espírito Criador.


* Teólogo, filósofo e escritor
Fonte: Adital

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