Flávia Diuana e Renata Machado
O cerco está se fechando cada vez mais contra Rebeca Gusmão. Depois de ser flagrada em um exame antidoping feito no dia 13 de abril, que encontrou níveis altos de testosterona, agora a nadadora vai ter de enfrentar uma acusação ainda mais grave: a de que houve fraude nas amostras de urina colhidas para os quatro exames do Pan ainda não divulgados oficialmente pela Odepa.
- Houve manipulação da urina pela atleta. Não sei o que ela fez, ou que método usou, mas sei que ela manipulou - garante Eduardo De Rose, responsável pelo controle de doping do Pan e presidente da Comissão Médica da Odepa.
Ontem, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) divulgou uma nota oficial, com informações do Ladetec - laboratório da UFRJ responsável pelos testes do Pan - afirmando que o resultado dos quatro exames pendentes deram negativo. Algo que deveria ser motivo de alegria para atleta, não fosse um detalhe: as amostras de urina possuem DNAs diferentes.
O presidente da CBDA, Coaracy Nunes, informa que solicitou o resultado dos exames de Rebeca ao coordenador do Ladetec, Francisco Radler, e recebeu de volta o seguinte comunicado: "Caso os resultados sejam do mesmo atleta (esclareça-se que o Laboratório não sabe o nome do atleta, apenas o número do exame), os valores das quatro amostras são atípicos, mas várias urinas encontram-se muito diluídas. Portanto, foram declaradas negativas. Caso haja alguma suspeita, a autoridade competente da Federação deveria realizar um estudo longitudinal, como recomendado no regulamento da AMA (WADA)".
No entanto, na quarta-feira, De Rose, enviou à CBDA o resultado do teste de DNA de duas amostras do material colhido para exame anti-doping de Rebeca. A análise foi feita no laboratório Sonda UFRJ, que concluiu que o conteúdo dos frascos pertencem a diferentes doadores.
De Rose acrescentou que não acredita em fraude na coleta do material, nem no deslocamento.
- O processo de tomada da urina até a chegada ao laboratório tem um controle muito grande.
Para o coordenador médico da Agência Nacional Anti-Doping (Anad), Rafael Souza, o resultado indica duas possibilidades:
- A atleta pode ter ido com uma bolsa de urina dentro do canal vaginal, ou do canal anal, para passar uma urina diferente da dela através de um catéter. Ou então ela contou com a ajuda de alguém para urinar por ela - explicou Souza.
O coordenador médico da Anad, que também foi chefe de estação de controle de doping no Pan, contou que só o oficial do controle de doping entrava no banheiro com os atletas na hora do exame.
- Tem que olhar na lista quem acompanhou Rebeca - disse Souza.
A nadadora, que irá para Montreal assistir à abertura da contraprova do exame de 13 de julho e ainda é investigada pelo Tribunal Arbitral do Esporte por um teste positivo de 2006, terá de passar por mais um julgamento. Segundo De Rose, a nova pendência - urina com DNAs diferentes - será avaliada e julgada pela Comissão Executiva da Odepa, que deve excluí-la do Pan-Americano e encaminhar o caso à Fina. Caso Rebeca seja considerada reincidente, ela será banida do esporte.
Na mesma nota oficial, a CBDA informou que a médica Renata Castro, que acompanharia Rebeca em Montreal, solicitou o seu afastamento imediato da confederação alegando motivos pessoais. Procurada pelo JB, Renata não foi encontrada, assim como Rebeca. O marido da atleta apenas informou que ela estava em São Paulo.
O presidente da CBDA reconheceu que a situação da nadadora ficou ainda mais difícil.
- Ficou muito complicado. Lamento muito, contava com essa menina para Pequim - disse Coaracy.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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sexta-feira, novembro 09, 2007
Confusão entre chavistas e oposição se reflete na imprensa
Camila Arêas e Marsílea Gombata
A desordem na Venezuela é tamanha que a própria imprensa está se confundindo. Prova disto é a notícia repercutida por agências internacionais, como a AFP, sites e redes de TV, inclusive a CNN, na quarta-feira à noite, de que um estudante teria sido assassinado por supostos chavistas e, horas depois, desmentida.
Na quarta-feira, universitários protestaram contra a reforma constitucional proposta pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, que irá a referendo em 2 de dezembro. A confusão entre opositores, policiais e chavistas deixou pelo menos nove feridos e o chefe da Defesa Civil chegou a divulgar a informação de que um jovem havia levado um tiro e morrido. Horas mais tarde, no entanto, Eleazar Narváez, reitor da Universidade Central da Venezuela (UCV) - palco de violentos conflitos entre manifestantes e policiais - desmentiu a morte do ativista, que foi baleado e está hospitalizado.
- As informações estão cada vez mais confusas e nós temos sentido isso - conta o jornalista Cesar Cañas, de Barquisimeto. - É uma situação extremamente delicada e há pessoas armadas de ambos os lados, tanto os que apóiam Chávez quanto aqueles que são contra ele.
Para o engenheiro Alfredo Viloria Pérez, o porte de armas em espaços públicos como universidades é um problema que esbarra na autonomia universitária na Venezuela:
- Se tudo fosse às claras, de acordo com as normas do governo, não haveria isso - acredita.
Pérez afirma que houve montagem nas fotos de agências que indicavam chavistas apontando armas para manifestantes, como as da AP.
- Fazem isso para o mundo ficar contra Chávez - acredita. - O chavista só andaria armado para se proteger de violentos manifestantes.
Para o representante estudantil Freddy Guevara, da Universidade Católica de Andrés Bello, não há dúvidas de que os homens armados na confusão da UCV são pró-Chávez, com respaldo do próprio governo:
- São grupos oficialistas que trabalham com armas e drogas - defende. - É uma organização criminosa e, se não é financiada diretamente pelo governo, recebe proteção e suprimentos, pois tem as mesmas bombas de gás lacrimogêneo, motocicletas e cacetetes usados por grupos de defesa oficiais.
A bipolarização política da Venezuela se reflete na sociedade e, segundo Canãs, isso se traduz na própria cobertura jornalística:
- Os meios de comunicação ou só defendem o governo ou só mostram o lado ruim - observa. - Se a imprensa internacional se guiar pela venezuelana, corre o risco de comprometer a informação.
Fonte: JB Online
A desordem na Venezuela é tamanha que a própria imprensa está se confundindo. Prova disto é a notícia repercutida por agências internacionais, como a AFP, sites e redes de TV, inclusive a CNN, na quarta-feira à noite, de que um estudante teria sido assassinado por supostos chavistas e, horas depois, desmentida.
Na quarta-feira, universitários protestaram contra a reforma constitucional proposta pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, que irá a referendo em 2 de dezembro. A confusão entre opositores, policiais e chavistas deixou pelo menos nove feridos e o chefe da Defesa Civil chegou a divulgar a informação de que um jovem havia levado um tiro e morrido. Horas mais tarde, no entanto, Eleazar Narváez, reitor da Universidade Central da Venezuela (UCV) - palco de violentos conflitos entre manifestantes e policiais - desmentiu a morte do ativista, que foi baleado e está hospitalizado.
- As informações estão cada vez mais confusas e nós temos sentido isso - conta o jornalista Cesar Cañas, de Barquisimeto. - É uma situação extremamente delicada e há pessoas armadas de ambos os lados, tanto os que apóiam Chávez quanto aqueles que são contra ele.
Para o engenheiro Alfredo Viloria Pérez, o porte de armas em espaços públicos como universidades é um problema que esbarra na autonomia universitária na Venezuela:
- Se tudo fosse às claras, de acordo com as normas do governo, não haveria isso - acredita.
Pérez afirma que houve montagem nas fotos de agências que indicavam chavistas apontando armas para manifestantes, como as da AP.
- Fazem isso para o mundo ficar contra Chávez - acredita. - O chavista só andaria armado para se proteger de violentos manifestantes.
Para o representante estudantil Freddy Guevara, da Universidade Católica de Andrés Bello, não há dúvidas de que os homens armados na confusão da UCV são pró-Chávez, com respaldo do próprio governo:
- São grupos oficialistas que trabalham com armas e drogas - defende. - É uma organização criminosa e, se não é financiada diretamente pelo governo, recebe proteção e suprimentos, pois tem as mesmas bombas de gás lacrimogêneo, motocicletas e cacetetes usados por grupos de defesa oficiais.
A bipolarização política da Venezuela se reflete na sociedade e, segundo Canãs, isso se traduz na própria cobertura jornalística:
- Os meios de comunicação ou só defendem o governo ou só mostram o lado ruim - observa. - Se a imprensa internacional se guiar pela venezuelana, corre o risco de comprometer a informação.
Fonte: JB Online
Opinião - O balcão do varejo
Villas-Bôas Corrêa, repórter político do JB
O presidente Lula não tem a menor autoridade para acusar os aliados, que recrutou em negociações escabrosas acompanhadas pela mídia durante a montagem da base majoritária de apoio no Congresso, de baixar o nível à pequenez das novas exigências para fechar a barganha e garantir os votos para aprovar a prorrogação, até 2011, da cobrança da CPMF, o escorchante imposto do cheque que promete entupir os cofres com mais R$ 40 bilhões no próximo ano crítico das eleições municipais para prefeitos e vereadores.
Antes de atirar a esmo em adversários escondidos nas sombras ou com o traseiro de fora, Lula deveria derramar as lágrimas de sangue na penitência pelos muitos pecados da contradição da sua trajetória vitoriosa de líder sindical, deputado federal de medíocre atuação na Constituinte de 98 e ao longo de quatro campanhas como candidato a presidente da República.
A lista das revisões, sempre tão enfáticas quanto as juras de devoto, poderia começar com a sovada cambalhota do líder e do PT no feroz combate ao injusto imposto que garroteia a classe média, agora esquecida no canto da cozinha, com sobras para os mais humildes que jamais assinaram um cheque nem sabem o que é uma conta bancária.
Se mal andou ao ziguezague no passado de derrotas e vitórias, pior se desloca nas intermináveis articulações para atrair votos oposicionistas que completem o quorum para a aprovação da prorrogação da CPMF no Senado, tanto no plenário como na passagem pelo estreito corredor da Comissão de Constituição e Justiça.
O fantasma do risco de uma derrota que mande a CPMF e os R$ 40 bilhões para o espaço espalha o terror na insônia palaciana.
Pelas contas feitas e conferidas a cada minuto, dos 11 e mais um dos 22 votos de senadores para aprovar a prorrogação da cobrança da CPMF na CCJ, o governo conta com 11 no empate com os 11 votinhos contra.
A ansiedade dispara os corações ao risco do infarto. O governo negociou sempre com a duplicidade da arrogância nas declarações para o público e do jeito dos mascates dos velhos tempos na barraca do varejo que opera em tempo integral. Mas, como é da crônica de todas as épocas, à medida que a mercadoria escasseia, o preço do metro de pano dispara, vale uma peça.
Pelos cochichos dos bastidores, as coisas não correm bem para o governo. Dos 11 senadores que anunciaram o voto contra, três são de partidos governistas: Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE); Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Mão Santa (PMDB-PI). Mais dois equilibrados no muro ameaçam saltar para o voto oposicionista: Geraldo Mesquita (PMDB-AC) e Expedito Junior (PR- RO). E a listagem não registra o senador Pedro Simon (PMDB-RS), o mais oposicionista dos governistas.
Se passar por baixo da lona e chegar ao plenário, o governo terá um segundo turno de suplício. Dos 49 votos necessários para a aprovação da emenda constitucional (PEC), a maioria governista contabiliza 53 senadores. Noves fora as defecções dos três que já anteciparam o voto contra na CCJ, sobram 50, um voto a mais do mínimo. Mas a oposição jura que conta com meia dúzia de votos certos para impor ao governo a mais séria derrota do turbulento segundo mandato de Lula.
Entre as prosápias da oposição que solta foguetes antes do tempo para celebrar a colheita de ovos que ainda são promessas das galinhas e o poderio de cooptação do governo disposto a pagar qualquer preço para salvar o canteiro de obras dos milagres do próximo ano, não convém arriscar palpites. O mais provável é a dupla derrota no baixo nível do negócio.
Fonte: JB Online
O presidente Lula não tem a menor autoridade para acusar os aliados, que recrutou em negociações escabrosas acompanhadas pela mídia durante a montagem da base majoritária de apoio no Congresso, de baixar o nível à pequenez das novas exigências para fechar a barganha e garantir os votos para aprovar a prorrogação, até 2011, da cobrança da CPMF, o escorchante imposto do cheque que promete entupir os cofres com mais R$ 40 bilhões no próximo ano crítico das eleições municipais para prefeitos e vereadores.
Antes de atirar a esmo em adversários escondidos nas sombras ou com o traseiro de fora, Lula deveria derramar as lágrimas de sangue na penitência pelos muitos pecados da contradição da sua trajetória vitoriosa de líder sindical, deputado federal de medíocre atuação na Constituinte de 98 e ao longo de quatro campanhas como candidato a presidente da República.
A lista das revisões, sempre tão enfáticas quanto as juras de devoto, poderia começar com a sovada cambalhota do líder e do PT no feroz combate ao injusto imposto que garroteia a classe média, agora esquecida no canto da cozinha, com sobras para os mais humildes que jamais assinaram um cheque nem sabem o que é uma conta bancária.
Se mal andou ao ziguezague no passado de derrotas e vitórias, pior se desloca nas intermináveis articulações para atrair votos oposicionistas que completem o quorum para a aprovação da prorrogação da CPMF no Senado, tanto no plenário como na passagem pelo estreito corredor da Comissão de Constituição e Justiça.
O fantasma do risco de uma derrota que mande a CPMF e os R$ 40 bilhões para o espaço espalha o terror na insônia palaciana.
Pelas contas feitas e conferidas a cada minuto, dos 11 e mais um dos 22 votos de senadores para aprovar a prorrogação da cobrança da CPMF na CCJ, o governo conta com 11 no empate com os 11 votinhos contra.
A ansiedade dispara os corações ao risco do infarto. O governo negociou sempre com a duplicidade da arrogância nas declarações para o público e do jeito dos mascates dos velhos tempos na barraca do varejo que opera em tempo integral. Mas, como é da crônica de todas as épocas, à medida que a mercadoria escasseia, o preço do metro de pano dispara, vale uma peça.
Pelos cochichos dos bastidores, as coisas não correm bem para o governo. Dos 11 senadores que anunciaram o voto contra, três são de partidos governistas: Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE); Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Mão Santa (PMDB-PI). Mais dois equilibrados no muro ameaçam saltar para o voto oposicionista: Geraldo Mesquita (PMDB-AC) e Expedito Junior (PR- RO). E a listagem não registra o senador Pedro Simon (PMDB-RS), o mais oposicionista dos governistas.
Se passar por baixo da lona e chegar ao plenário, o governo terá um segundo turno de suplício. Dos 49 votos necessários para a aprovação da emenda constitucional (PEC), a maioria governista contabiliza 53 senadores. Noves fora as defecções dos três que já anteciparam o voto contra na CCJ, sobram 50, um voto a mais do mínimo. Mas a oposição jura que conta com meia dúzia de votos certos para impor ao governo a mais séria derrota do turbulento segundo mandato de Lula.
Entre as prosápias da oposição que solta foguetes antes do tempo para celebrar a colheita de ovos que ainda são promessas das galinhas e o poderio de cooptação do governo disposto a pagar qualquer preço para salvar o canteiro de obras dos milagres do próximo ano, não convém arriscar palpites. O mais provável é a dupla derrota no baixo nível do negócio.
Fonte: JB Online
Congresso autoriza mais 9 mil cargos no governo
Leandro Mazzini e Luiz Orlando Carneiro
Brasília. O governo ainda não conseguiu a maior vitória financeira do ano no Congresso, a aprovação da prorrogação da CPMF - que lhe renderá R$ 40 bilhões ano que vem - mas já garantiu a contratação de mais 9.388 pessoas para engordar a máquina pública por meio de concurso e pelos cobiçados cargos comissionados.
Na tarde de ontem, senadores e deputados aprovaram uma alteração na Lei Orçamentária Anual de 2007 (Lei 11.451) a fim de permitir a criação dessas vagas. Serão destinadas para o Ministério da Educação (MEC), para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A maior parte das vagas será destinada à Educação (9 mil), sendo que, do total, 7.800 serão preenchidas por meio de concurso público e outras 1.200 serão cargos comissionados. O Supremo terá 262 vagas e o CNJ, 126, todas a serem preenchidas por meio de concurso público.
Segundo o MEC, as universidades federais poderão contratar 2.800 professores e 5.600 pessoas em cargos comissionados para "atender o programa de expansão da educação pública superior e também repor cargos vagos em função de aposentadorias e demissões".
O MEC fará a distribuição das vagas entre as universidades, de acordo com os projetos apresentados pelos reitores. A partir daí, de acordo com os planos do ministério, cada universidade lança seu próprio edital.
Segundo o diretor-geral do Supremo Tribunal Federal, Sérgio Pedreira, as 262 vagas autorizadas serão todas destinadas para a substituição de pessoal terceirizado. Ou seja, não são "vagas novas", mas vagas a serem preenchidas por concurso público, a fim de que servidores efetivos venham a assumir os lugares hoje ocupados por "mão de obra terceirizada, que se caracteriza por alta rotatividade".
De acordo ainda com Pedreira, "há até expectativa de redução de custos", quando os cargos forem providos pelos efetivos e dispensados os terceirizados - "que geralmente são mais caros".
Dessas 262 vagas, 111 são para analistas judiciários, 74 para jornalistas (TV e Rádio Justiça) - estes de nível superior - e 77 para técnicos judiciários (nível médio).
As 126 vagas criadas para o CNJ constituem a instituição do próprio quadro do CNJ. Pedreira explica que o CNJ funciona, desde que foi criado há dois anos, com servidores requisitados (a maioria do STF), alguns juízes convocados e pessoal terceirizado também. Da mesma forma, os terceirizados serão substituídos, ao longo do tempo, pelos concursados. O diretor-geral do Supremo informa que - se o projeto for sancionado pelo presidente da República - os concursos serão abertos no mais breve prazo.
Fonte: JB Online
Brasília. O governo ainda não conseguiu a maior vitória financeira do ano no Congresso, a aprovação da prorrogação da CPMF - que lhe renderá R$ 40 bilhões ano que vem - mas já garantiu a contratação de mais 9.388 pessoas para engordar a máquina pública por meio de concurso e pelos cobiçados cargos comissionados.
Na tarde de ontem, senadores e deputados aprovaram uma alteração na Lei Orçamentária Anual de 2007 (Lei 11.451) a fim de permitir a criação dessas vagas. Serão destinadas para o Ministério da Educação (MEC), para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A maior parte das vagas será destinada à Educação (9 mil), sendo que, do total, 7.800 serão preenchidas por meio de concurso público e outras 1.200 serão cargos comissionados. O Supremo terá 262 vagas e o CNJ, 126, todas a serem preenchidas por meio de concurso público.
Segundo o MEC, as universidades federais poderão contratar 2.800 professores e 5.600 pessoas em cargos comissionados para "atender o programa de expansão da educação pública superior e também repor cargos vagos em função de aposentadorias e demissões".
O MEC fará a distribuição das vagas entre as universidades, de acordo com os projetos apresentados pelos reitores. A partir daí, de acordo com os planos do ministério, cada universidade lança seu próprio edital.
Segundo o diretor-geral do Supremo Tribunal Federal, Sérgio Pedreira, as 262 vagas autorizadas serão todas destinadas para a substituição de pessoal terceirizado. Ou seja, não são "vagas novas", mas vagas a serem preenchidas por concurso público, a fim de que servidores efetivos venham a assumir os lugares hoje ocupados por "mão de obra terceirizada, que se caracteriza por alta rotatividade".
De acordo ainda com Pedreira, "há até expectativa de redução de custos", quando os cargos forem providos pelos efetivos e dispensados os terceirizados - "que geralmente são mais caros".
Dessas 262 vagas, 111 são para analistas judiciários, 74 para jornalistas (TV e Rádio Justiça) - estes de nível superior - e 77 para técnicos judiciários (nível médio).
As 126 vagas criadas para o CNJ constituem a instituição do próprio quadro do CNJ. Pedreira explica que o CNJ funciona, desde que foi criado há dois anos, com servidores requisitados (a maioria do STF), alguns juízes convocados e pessoal terceirizado também. Da mesma forma, os terceirizados serão substituídos, ao longo do tempo, pelos concursados. O diretor-geral do Supremo informa que - se o projeto for sancionado pelo presidente da República - os concursos serão abertos no mais breve prazo.
Fonte: JB Online
Jobim lava as mãos para usuários da BRA
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, admitiu ontem que o governo não vai atuar para diminuir os transtornos dos clientes da BRA que compraram passagens para o fim de ano. Cerca de 70 mil bilhetes foram vendidos pela companhia - que parou de operar anteontem - até março do ano que vem.
- Os passageiros que compraram passagem para o ano que vem ou para as férias, esses terão problemas - disse.
A prioridade do ministro são os usuários que já chegaram ao destino de ida e dependem de acordo com outras empresas para voltarem. Só no exterior, são cerca de 250 passageiros.
- O Ministério da Justiça e os órgãos de defesa do consumidor estão agindo para que as outras empresas possam endossar, receber e assumir o deslocamento de passageiros que já usaram uma perna da viagem - contou.
Na avaliação de Jobim, o governo também não poderia fazer nada para evitar que a companhia que detinha 4,6% do mercado de aviação suspendesse suas operações.
- Não temos condições, estamos em regime de mercado. O contribuinte brasileiro não teria que investir na BRA. Quem teria que investir eram seus investidores - alegou.
O Código Brasileiro de Aeronáutica prevê que "o Poder Executivo poderá intervir nas empresas concessionárias ou autorizadas, cuja situação operacional, financeira ou econômica ameace a continuidade dos serviços, a eficiência ou a segurança do transporte aéreo".
O prazo de intervenção previsto na lei duraria até a garantia do restabelecimento da normalidade dos serviços.
Jobim justificou a posição do governo em relação à BRA dizendo que a terceira maior empresa do país não representava muito no mercado.
- É insignificante a posição dela, embora apontasse para um crescimento.
O ministro admitiu que o país não tem outra empresa que possa fazer frente ao duopólio TAM-Gol.
- Pretendemos que a Ocean Air cresça com solidez - aposta o ministro.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), na opinião de Jobim, foi a culpada pela situação-limite da BRA. O ex-presidente da agência e desafeto do ministro, Milton Zuanazzi, chegou a evitar a suspensão das operações da empresa, no dia em que renunciou ao cargo.
- Nós precisamos ter mecanismos da Anac de acompanhamento da saúde financeira das empresas. A Anac está precisando executar muita coisa. Ela não executou muita coisa é e exatamente isso que vamos fazer - prometeu Jobim.
Fonte: JB Online
- Os passageiros que compraram passagem para o ano que vem ou para as férias, esses terão problemas - disse.
A prioridade do ministro são os usuários que já chegaram ao destino de ida e dependem de acordo com outras empresas para voltarem. Só no exterior, são cerca de 250 passageiros.
- O Ministério da Justiça e os órgãos de defesa do consumidor estão agindo para que as outras empresas possam endossar, receber e assumir o deslocamento de passageiros que já usaram uma perna da viagem - contou.
Na avaliação de Jobim, o governo também não poderia fazer nada para evitar que a companhia que detinha 4,6% do mercado de aviação suspendesse suas operações.
- Não temos condições, estamos em regime de mercado. O contribuinte brasileiro não teria que investir na BRA. Quem teria que investir eram seus investidores - alegou.
O Código Brasileiro de Aeronáutica prevê que "o Poder Executivo poderá intervir nas empresas concessionárias ou autorizadas, cuja situação operacional, financeira ou econômica ameace a continuidade dos serviços, a eficiência ou a segurança do transporte aéreo".
O prazo de intervenção previsto na lei duraria até a garantia do restabelecimento da normalidade dos serviços.
Jobim justificou a posição do governo em relação à BRA dizendo que a terceira maior empresa do país não representava muito no mercado.
- É insignificante a posição dela, embora apontasse para um crescimento.
O ministro admitiu que o país não tem outra empresa que possa fazer frente ao duopólio TAM-Gol.
- Pretendemos que a Ocean Air cresça com solidez - aposta o ministro.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), na opinião de Jobim, foi a culpada pela situação-limite da BRA. O ex-presidente da agência e desafeto do ministro, Milton Zuanazzi, chegou a evitar a suspensão das operações da empresa, no dia em que renunciou ao cargo.
- Nós precisamos ter mecanismos da Anac de acompanhamento da saúde financeira das empresas. A Anac está precisando executar muita coisa. Ela não executou muita coisa é e exatamente isso que vamos fazer - prometeu Jobim.
Fonte: JB Online
Eduardo Cunha é o relator do 3º mandato
Por: Helio Fernandes
Eduardo Cunha, chantagista, carreirista, lobista é o Relator da reeeleição
Através da internet, o excelente jornal "O Tempo", de Minas Gerais, informa: "Já está na Comissão de Constituição e Justiça proposta (PEC, Projeto de Emenda Constitucional) para acabar com a reeleição. (Leiam reeeleição, é mais verdadeiro, ético, constitucional e histórico. É o grande antecessor do mensalão. Só que FHC, o favorecido com a violentação da Constituição, pagou à vista, com deputados e senadores recebendo das mãos de auxiliares ou assessores dele).
O cidadão-contribuinte-eleitor tem acompanhado: há meses venho dizendo que antes da tão badalada decisão sobre um possível terceiro mandato haverá discussão agitada sobre a continuação ou o fim da reeeleição para presidente, governador e prefeito. (O desembargador Marcus Faver, grande figura não apenas do Judiciário mas do Brasil, defende que não deveria haver reeleição para nenhum cargo. É uma idéia a debater).
Por que considero que a discussão sobre reeeleição será agitada e tumultuada? É que os interesses pessoais prevalecem sobre os coletivos. Assim, quem já foi reeeleito, não lutará para que a reeeleição continue. Os que estão no primeiro mandato de governador ou prefeito, querem o segundo, então talvez seja interessante o fim da reeeleição.
Antes de qualquer consideração, um fato excepcional, para muitos inexplicável, mas que encerra jogadas que favorecem ou prejudicam muita gente. Na Comissão de Constituição e Justiça, assim que a PEC chegou, foi escolhido o relator: Eduardo Cunha.
Que ele seja da Comissão de Constituição e Justiça, surpreendente. É jurista? Não. Constitucionalista? Não. Então por que essa indicação, se ele é "apenas" carreirista, lobista e chantagista? Porque o Brasil de hoje é totalmente surrealista.
Mas antes que se excedam na adivinhação, na profecia ou na louvação a quem não pode nem deve ser louvado, vou mostrar a razão de Eduardo Cunha ter sido "condecorado" em alta velocidade com essa posição de depositário fiel (?) de uma PEC que interessa ao País inteiro.
1 - O presidente da CCJ é um formidável jurista-constitucionalista de 27 anos.
2 - Seu nome, Leonardo Picciani.
3 - Filho do presidente da Alerj, indiciado por enriquecimento ilícito e exploração de trabalho escravo.
4 - O filho, mais esperto, só foi indiciado por exploração de trabalho escravo.
5 - Esqueceram do enriquecimento ilícito?
6 - Então não esqueceram só dele.
7 - Eduardo Cunha não tem medo de coisa alguma, é forçoso reconhecer. Se tivesse medo e com o seu passado, presente (e naturalmente futuro) não faria chantagem (vencedora) com o presidente da República.
8 - Eduardo Cunha é servo de Anthony Mateus, que por sua vez controla Picciani, Conde e muito mais gente no PMDB.
9 - Essa PEC na mão de Eduardo Cunha provoca mais susto do que o Iraque, o Irã e o Paquistão provocam no presidente Bush.
10 - Anthony Mateus fez publicamente acordo com César Maia para 2008 e 2010.
11 - O relatório pode servir a eles.
12 - Pode ser ameaça-intimidação a Sérgio Cabral, acabando a reeeleição.
13 - Ou quem sabe juntá-los, se Eduardo Cunha quiser servir a Cabral mantendo a reeeleição.
PS - E o presidente Lula? Não deve nem ter sabido que Eduardo Cunha é o relator da PEC importantíssima. Mas como Lula "não quer de maneira alguma o terceiro mandato", não se interessa.
PS 2 - Se nos próximos tempos resolver querer, ótimo. Como Eduardo Cunha já fez chantagem contra ele, nada surpreendente que Lula considere que pode ser chantagista a favor. Está na alma, na mente e no genes do deputado-relator.
Amanhã
Exatamente há 70 anos, num outro 10 de novembro, Vargas implantava uma ditadura de extrema direita. Se aproveitando da Revolução de Prestes, de extrema esquerda.
Álvaro Dias
Criou CPI para investigar a corrupção no futebol. É do PSDB, o presidente do seu partido e José Serra querem matar a CPI. Mataram.
O investimento do Brasil na Bolívia é indispensável. Precisamos do gás, eles precisam dos nossos recursos. Apesar de tudo o que houve, a questão depende de bom senso, que está voltando do lado de lá. Não há comparação entre Morales e Chávez, este "desencaminhou" o presidente da Bolívia, sempre explorada, desprezada, empobrecida. Reconheço que Morales se excedeu, mas tem centenas de anos de miséria, espoliada pelos países ricos e dominadores, o que justifica toda a revolta.
Morales não representa perigo para o Brasil ou para a América do Sul. Se abandonarmos a Bolívia, ficaremos sem gás e o país vizinho sem condições de fugir das garras ditatoriais de Chávez. Aí, o grande perigo.
Apesar de Chávez financiar Morales e ter vetado o novo acordo de gás Brasil-Bolívia, vai funcionar. Chávez perdeu o gás e a arrogância.
Durante a crise de 10 dias, com o trânsito do Rio estrangulado, por causa do fechamento do Rebouças, não se viu na cidade inteira um guarda municipal ou um guarda de trânsito (PM).
Agora, os dois incompetentes e inoperantes, lógico, Cabral-Maia, fizeram acordo para a Guarda Municipal "substituir" a Polícia Militar. É preciso retificar: como substituir se as duas sumiram?
Surgem notícias de compras maravilhosas e miraculosas feitas (ou em andamento) pela Igreja Universal. No caso o "bispo" Crivela seria apenas coadjuvante. O Oscar de tudo para Edir Macedo.
Os volumes das transações, altíssimos. E as ações que estariam sendo compradas, espantosas. O dinheiro não impressiona, "a fé é muito bem explorada". Não consegui confirmar o resto.
Não convidem para o mesmo jogo de futebol o governador do Amazonas, Eduardo Braga, e a do Pará, Ana Julia Carepa. O desencontro é maior do que o gigantesco Maracanã.
O Amazonas quer ser uma da sedes da Copa de 2014. O Pará também, fizeram reportagem com o estádio Mangueirão. E Ana Julia ficou furiosa. Eduardo Braga foi a Zurique, ninguém falou nada com ela.
Joaquim Barbosa, ministro relator do caso Cunha Lima: "Depois de 14 anos e de ter pedido ao Supremo para julgá-lo, o deputado renuncia para ser julgado pela Justiça da Paraíba". Voto veemente e irrefutável.
Ministro Cesar Peluso, fundamentado e consolidado: "A renúncia foi uma fraude e uma farsa". Ayres Britto: "Voto com o relator, nada a acrescentar". Ministro Eros Grau: "Acompanho o relator".
Isso segunda-feira, presentes 6 ministros. Agora temos que esperar, faltam votar 6 ministros. Depois de 14 anos da tentativa de homicídio.
Romero Jucá "está firme com o governo na questão da CPMF". Mas pode criar problemas se sua mulher, Teresa Jucá, não obtiver o mandato de senadora que perdeu nas ruas. Está difícil.
O DEM parece que "descobriu a pólvora": considera que o tempo é a favor do governo. Quer dizer: se votarem agora, podem ganhar. Se deixarem para dezembro, o Planalto-Alvorada não perde.
Ao contrário do que falam, os governadores não estão sendo derrotados. Serra e Aécio trabalham a favor de Lula, discretamente. Requião, silêncio total. Sérgio Cabral, desprestigiado.
Finalmente uma parte muito grande do Brasil tomou conhecimento do perigo que Chávez representa para toda a América do Sul. Chávez é tão ignorante e perigoso quanto Bush. E vai corrompendo em alta velocidade.
No Mundial de Futebol de Praia, o Brasil passou às semifinais. Ganhou de Portutal por 10 a 7. Em 12 Copas, o Brasil ganhou 10, a França e Portugal, uma cada. Portanto, na areia Portugal é melhor que na grama.
Em outubro, números oficiais da Bovespa. Estrangeiros compraram 48 bilhões e venderam 50 bilhões. Ficaram no lucro, sem Imposto de Renda ou CPMF.
O movimento diário tem andado na casa de 5 bilhões (como ontem), na alta e na baixa ganham sempre. Durante a semana ficaram entre 64 e 65 mil pontos. O dólar, entre 1,73 e 1,75.
Eduardo Paes ainda não obteve o aval para entrar no PMDB. Mas se confirma o que altas vozes me disseram: ele não será vetado (não é da tradição do partido), mas legenda para prefeito, só em 2012.
Ontem à tarde, deputados estaduais ligados a Sérgio Cabral e a Picciani apareceram com uma proposta para unir as diversas correntes do PMDB, divididas entre o governador e o ex-Mateus.
O governador examinaria a hipótese de lançar como candidato o ansioso Wagner Victer. Ele trabalhou 8 anos com o casal Mateus, sempre como secretário de Energia. Agora, preside a Cedae.
Ambicioso, bom coordenador, ligado a empresários e sabendo manipular grandes recursos sem deixar rastros, poderia ser aceito pelos dois ex-governadores e pelo atual.
Também lembraram: ele é muito ligado aos estaleiros (que ganharam fortunas) e ao Gouveia Vieira da Firjan, que como já revelei adoraria ser suplente de senador. (Seria de Picciani).
Quando me contaram, morri de rir. Falta apoio federal e de gente de gabarito. E mais uma coisa: esses grupos que dizem "ligados" a Victer estão muito mais com Dona Jandira, favorita. Ha! Ha! Ha!
XXX
Dias 12, 13 e 14, em Roraima, I Encontro Nacional do Sistema CNJ. Convidada especial: ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Aula inaugural, especialíssima, dada por Bernardo Cabral, sobre "A Evolução do Processo Brasileiro". Não fosse a incerteza e o caos da aviação civil-Nelson Jobim, este repórter estaria presente.
Quem convida: desembargador Roberio Nunes, presidente do Tribunal de Justiça do Estado.
XXX
Finalmente parece que esta semana Sérgio Cabral ficará no Rio. (A luxuosa mansão de fim de semana, em Mangaratiba, construída com penosas economias, não é Rio, mas é Estado do Rio).
O governador está falando que obterá no BNDES um contrato de 15 milhões para um projeto de modernização fiscal para melhorar a arrecadação. Não é muito.
Sérgio também informou que os policiais que extorquiam os traficantes, e que foram soltos, não voltarão ao serviço nas ruas. Mas poderão voltar a rodar por essas mesmas ruas nos carros luxuosos comprados com economias.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Eduardo Cunha, chantagista, carreirista, lobista é o Relator da reeeleição
Através da internet, o excelente jornal "O Tempo", de Minas Gerais, informa: "Já está na Comissão de Constituição e Justiça proposta (PEC, Projeto de Emenda Constitucional) para acabar com a reeleição. (Leiam reeeleição, é mais verdadeiro, ético, constitucional e histórico. É o grande antecessor do mensalão. Só que FHC, o favorecido com a violentação da Constituição, pagou à vista, com deputados e senadores recebendo das mãos de auxiliares ou assessores dele).
O cidadão-contribuinte-eleitor tem acompanhado: há meses venho dizendo que antes da tão badalada decisão sobre um possível terceiro mandato haverá discussão agitada sobre a continuação ou o fim da reeeleição para presidente, governador e prefeito. (O desembargador Marcus Faver, grande figura não apenas do Judiciário mas do Brasil, defende que não deveria haver reeleição para nenhum cargo. É uma idéia a debater).
Por que considero que a discussão sobre reeeleição será agitada e tumultuada? É que os interesses pessoais prevalecem sobre os coletivos. Assim, quem já foi reeeleito, não lutará para que a reeeleição continue. Os que estão no primeiro mandato de governador ou prefeito, querem o segundo, então talvez seja interessante o fim da reeeleição.
Antes de qualquer consideração, um fato excepcional, para muitos inexplicável, mas que encerra jogadas que favorecem ou prejudicam muita gente. Na Comissão de Constituição e Justiça, assim que a PEC chegou, foi escolhido o relator: Eduardo Cunha.
Que ele seja da Comissão de Constituição e Justiça, surpreendente. É jurista? Não. Constitucionalista? Não. Então por que essa indicação, se ele é "apenas" carreirista, lobista e chantagista? Porque o Brasil de hoje é totalmente surrealista.
Mas antes que se excedam na adivinhação, na profecia ou na louvação a quem não pode nem deve ser louvado, vou mostrar a razão de Eduardo Cunha ter sido "condecorado" em alta velocidade com essa posição de depositário fiel (?) de uma PEC que interessa ao País inteiro.
1 - O presidente da CCJ é um formidável jurista-constitucionalista de 27 anos.
2 - Seu nome, Leonardo Picciani.
3 - Filho do presidente da Alerj, indiciado por enriquecimento ilícito e exploração de trabalho escravo.
4 - O filho, mais esperto, só foi indiciado por exploração de trabalho escravo.
5 - Esqueceram do enriquecimento ilícito?
6 - Então não esqueceram só dele.
7 - Eduardo Cunha não tem medo de coisa alguma, é forçoso reconhecer. Se tivesse medo e com o seu passado, presente (e naturalmente futuro) não faria chantagem (vencedora) com o presidente da República.
8 - Eduardo Cunha é servo de Anthony Mateus, que por sua vez controla Picciani, Conde e muito mais gente no PMDB.
9 - Essa PEC na mão de Eduardo Cunha provoca mais susto do que o Iraque, o Irã e o Paquistão provocam no presidente Bush.
10 - Anthony Mateus fez publicamente acordo com César Maia para 2008 e 2010.
11 - O relatório pode servir a eles.
12 - Pode ser ameaça-intimidação a Sérgio Cabral, acabando a reeeleição.
13 - Ou quem sabe juntá-los, se Eduardo Cunha quiser servir a Cabral mantendo a reeeleição.
PS - E o presidente Lula? Não deve nem ter sabido que Eduardo Cunha é o relator da PEC importantíssima. Mas como Lula "não quer de maneira alguma o terceiro mandato", não se interessa.
PS 2 - Se nos próximos tempos resolver querer, ótimo. Como Eduardo Cunha já fez chantagem contra ele, nada surpreendente que Lula considere que pode ser chantagista a favor. Está na alma, na mente e no genes do deputado-relator.
Amanhã
Exatamente há 70 anos, num outro 10 de novembro, Vargas implantava uma ditadura de extrema direita. Se aproveitando da Revolução de Prestes, de extrema esquerda.
Álvaro Dias
Criou CPI para investigar a corrupção no futebol. É do PSDB, o presidente do seu partido e José Serra querem matar a CPI. Mataram.
O investimento do Brasil na Bolívia é indispensável. Precisamos do gás, eles precisam dos nossos recursos. Apesar de tudo o que houve, a questão depende de bom senso, que está voltando do lado de lá. Não há comparação entre Morales e Chávez, este "desencaminhou" o presidente da Bolívia, sempre explorada, desprezada, empobrecida. Reconheço que Morales se excedeu, mas tem centenas de anos de miséria, espoliada pelos países ricos e dominadores, o que justifica toda a revolta.
Morales não representa perigo para o Brasil ou para a América do Sul. Se abandonarmos a Bolívia, ficaremos sem gás e o país vizinho sem condições de fugir das garras ditatoriais de Chávez. Aí, o grande perigo.
Apesar de Chávez financiar Morales e ter vetado o novo acordo de gás Brasil-Bolívia, vai funcionar. Chávez perdeu o gás e a arrogância.
Durante a crise de 10 dias, com o trânsito do Rio estrangulado, por causa do fechamento do Rebouças, não se viu na cidade inteira um guarda municipal ou um guarda de trânsito (PM).
Agora, os dois incompetentes e inoperantes, lógico, Cabral-Maia, fizeram acordo para a Guarda Municipal "substituir" a Polícia Militar. É preciso retificar: como substituir se as duas sumiram?
Surgem notícias de compras maravilhosas e miraculosas feitas (ou em andamento) pela Igreja Universal. No caso o "bispo" Crivela seria apenas coadjuvante. O Oscar de tudo para Edir Macedo.
Os volumes das transações, altíssimos. E as ações que estariam sendo compradas, espantosas. O dinheiro não impressiona, "a fé é muito bem explorada". Não consegui confirmar o resto.
Não convidem para o mesmo jogo de futebol o governador do Amazonas, Eduardo Braga, e a do Pará, Ana Julia Carepa. O desencontro é maior do que o gigantesco Maracanã.
O Amazonas quer ser uma da sedes da Copa de 2014. O Pará também, fizeram reportagem com o estádio Mangueirão. E Ana Julia ficou furiosa. Eduardo Braga foi a Zurique, ninguém falou nada com ela.
Joaquim Barbosa, ministro relator do caso Cunha Lima: "Depois de 14 anos e de ter pedido ao Supremo para julgá-lo, o deputado renuncia para ser julgado pela Justiça da Paraíba". Voto veemente e irrefutável.
Ministro Cesar Peluso, fundamentado e consolidado: "A renúncia foi uma fraude e uma farsa". Ayres Britto: "Voto com o relator, nada a acrescentar". Ministro Eros Grau: "Acompanho o relator".
Isso segunda-feira, presentes 6 ministros. Agora temos que esperar, faltam votar 6 ministros. Depois de 14 anos da tentativa de homicídio.
Romero Jucá "está firme com o governo na questão da CPMF". Mas pode criar problemas se sua mulher, Teresa Jucá, não obtiver o mandato de senadora que perdeu nas ruas. Está difícil.
O DEM parece que "descobriu a pólvora": considera que o tempo é a favor do governo. Quer dizer: se votarem agora, podem ganhar. Se deixarem para dezembro, o Planalto-Alvorada não perde.
Ao contrário do que falam, os governadores não estão sendo derrotados. Serra e Aécio trabalham a favor de Lula, discretamente. Requião, silêncio total. Sérgio Cabral, desprestigiado.
Finalmente uma parte muito grande do Brasil tomou conhecimento do perigo que Chávez representa para toda a América do Sul. Chávez é tão ignorante e perigoso quanto Bush. E vai corrompendo em alta velocidade.
No Mundial de Futebol de Praia, o Brasil passou às semifinais. Ganhou de Portutal por 10 a 7. Em 12 Copas, o Brasil ganhou 10, a França e Portugal, uma cada. Portanto, na areia Portugal é melhor que na grama.
Em outubro, números oficiais da Bovespa. Estrangeiros compraram 48 bilhões e venderam 50 bilhões. Ficaram no lucro, sem Imposto de Renda ou CPMF.
O movimento diário tem andado na casa de 5 bilhões (como ontem), na alta e na baixa ganham sempre. Durante a semana ficaram entre 64 e 65 mil pontos. O dólar, entre 1,73 e 1,75.
Eduardo Paes ainda não obteve o aval para entrar no PMDB. Mas se confirma o que altas vozes me disseram: ele não será vetado (não é da tradição do partido), mas legenda para prefeito, só em 2012.
Ontem à tarde, deputados estaduais ligados a Sérgio Cabral e a Picciani apareceram com uma proposta para unir as diversas correntes do PMDB, divididas entre o governador e o ex-Mateus.
O governador examinaria a hipótese de lançar como candidato o ansioso Wagner Victer. Ele trabalhou 8 anos com o casal Mateus, sempre como secretário de Energia. Agora, preside a Cedae.
Ambicioso, bom coordenador, ligado a empresários e sabendo manipular grandes recursos sem deixar rastros, poderia ser aceito pelos dois ex-governadores e pelo atual.
Também lembraram: ele é muito ligado aos estaleiros (que ganharam fortunas) e ao Gouveia Vieira da Firjan, que como já revelei adoraria ser suplente de senador. (Seria de Picciani).
Quando me contaram, morri de rir. Falta apoio federal e de gente de gabarito. E mais uma coisa: esses grupos que dizem "ligados" a Victer estão muito mais com Dona Jandira, favorita. Ha! Ha! Ha!
XXX
Dias 12, 13 e 14, em Roraima, I Encontro Nacional do Sistema CNJ. Convidada especial: ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Aula inaugural, especialíssima, dada por Bernardo Cabral, sobre "A Evolução do Processo Brasileiro". Não fosse a incerteza e o caos da aviação civil-Nelson Jobim, este repórter estaria presente.
Quem convida: desembargador Roberio Nunes, presidente do Tribunal de Justiça do Estado.
XXX
Finalmente parece que esta semana Sérgio Cabral ficará no Rio. (A luxuosa mansão de fim de semana, em Mangaratiba, construída com penosas economias, não é Rio, mas é Estado do Rio).
O governador está falando que obterá no BNDES um contrato de 15 milhões para um projeto de modernização fiscal para melhorar a arrecadação. Não é muito.
Sérgio também informou que os policiais que extorquiam os traficantes, e que foram soltos, não voltarão ao serviço nas ruas. Mas poderão voltar a rodar por essas mesmas ruas nos carros luxuosos comprados com economias.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Vôo de tucano ou de galinha?
Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Mais parece um vôo de galinha essa decisão dos senadores tucanos de ficarem contra a prorrogação da CPMF. Porque, ao mesmo tempo, dispôs o PSDB estar a bancada livre para votar como quiser. Não houve fechamento de questão, e nem poderia haver, já que só a Executiva Nacional do partido detém esse poder junto com a prerrogativa da punição.
Traduzindo o vôo de galinha: pelo menos quatro dos treze senadores do PSDB votarão pela aprovação da emenda constitucional do imposto do cheque. Isso por enquanto, porque até a votação da matéria no plenário o governo tentará cooptar mais alguns.
É preciso lidar com os fatos, não com as intenções, por melhores que sejam. A CPMF é abominável, especialmente porque, criada para atender as necessidades da saúde pública, faz muito que vem sendo utilizada para outros fins. Mesmo assim, o placar, ontem, dava a vitória ao governo.
Dos doze senadores do PT, todos são favoráveis à prorrogação. Dos seis do PTB, só um ameaça votar contra. No PMDB, dos vinte, apenas três se insurgem. O PDT está rachado: três a favor, dois contra. PC do B e PP, com um senador cada, somam dois votos pela CPMF. Já no PR, são quatro apoios certos. No PRB e no PSB, mais quatro.
Sobram as oposições: o único senador do Psol, mais os 14 do DEM e nove do PSDB perfazem 24 negativas à prorrogação. Somando tudo, chega-se a 51 votos pela prorrogação, quando a aprovação necessita de 49. A margem é curta, quase dramática, mas o raciocínio das lideranças partidárias segue a correnteza, ou seja, a maioria governista só tende a aumentar, enquanto que para as oposições sempre parece mais difícil a manutenção de seus adeptos. De qualquer forma, é bom aguardar. Galinhas podem fantasiar-se de tucanos, mas a recíproca também é verdadeira.
Só intervindo
Cresce no governo, claro que sem o apoio do ministro da Defesa, a tese de que a crise no tráfego aéreo exige medidas drásticas, a começar pela intervenção nas empresas em estado pré-falimentar ou responsáveis pelo caos nos aeroportos, entre atrasos e cancelamentos de vôos, desinformação e maus tratos aos usuários. Numa palavra: todas as empresas em funcionamento correriam esse risco. É estatização mesmo, ainda que por prazo limitado.
Argumenta-se que os transportes aéreos diferem de outras atividades capitalistas, porque envolvem a segurança dos passageiros. Não constituem meras fábricas de sardinha, daquelas que, se fecharem, o mercado pode substituí-las por outras.
O fechamento abrupto da BRA acirrou os ânimos, no Palácio do Planalto. Em especial porque, à maneira de certas empresas de comunicação, deixam seus ex-empregados na rua da amargura. Mais de mil funcionários da agora extinta empresa aérea foram avisados, na véspera, de que no dia seguinte estariam desempregados. Que fossem à Justiça reclamar seus direitos, além de procurar emprego em outras atividades...
Parece óbvio que os responsáveis devem responder perante a letra da lei, isto é, são passíveis até de cadeia, por lesarem perto de 70 mil usuários que já haviam adquirido seus bilhetes. Prevê-se que nada lhes acontecerá, sendo mesmo provável que tenham saído da lambança com as contas bancárias aumentadas.
A intervenção nas empresas aéreas em nada atinge o regime capitalista, como não se trata de prática honesta esperar que com dinheiro público sejam mantidas as atividades fracassadas. Se privatizar constitui solução em muitos casos, estatizar também é permitido e até, em certos casos, imprescindível. O diabo será convencer o presidente Lula, convertido ao neoliberalismo absoluto. De qualquer forma, a intervenção na BRA revela a possibilidade de pelo menos uma economia, no caso, de tinta: nas aeronaves, bastaria acrescentar AERO antes e S, no final. Com acento agudo no segundo A...
Foi para valer?
A pergunta que se fazia em Brasília, ontem, referia-se à seriedade do documento assinado pelos presidentes de onze partidos, condenando o terceiro mandato. A nota vem sendo dissecada por todos os lados e não permite que se duvide da intenção dos signatários, contrários a qualquer alteração constitucional capaz de permitir ao presidente Lula disputar um novo período de governo em 2010. Fica a dúvida, no entanto: teriam os presidentes dos onze partidos verificado a iminência da mudança nas regras do jogo? Porque em menos de quinze minutos estava redigido e assinado o alerta de todos.
Fato inusitado em nossa crônica política, uma reação assim tão veloz e arrumadinha desperta suspeitas, por mais paradoxal que pareça. Protestam contra a possibilidade de uma alteração constitucional para permitir o terceiro mandato, mas como reagirão à proposta da convocação de um plebiscito a respeito?
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Mais parece um vôo de galinha essa decisão dos senadores tucanos de ficarem contra a prorrogação da CPMF. Porque, ao mesmo tempo, dispôs o PSDB estar a bancada livre para votar como quiser. Não houve fechamento de questão, e nem poderia haver, já que só a Executiva Nacional do partido detém esse poder junto com a prerrogativa da punição.
Traduzindo o vôo de galinha: pelo menos quatro dos treze senadores do PSDB votarão pela aprovação da emenda constitucional do imposto do cheque. Isso por enquanto, porque até a votação da matéria no plenário o governo tentará cooptar mais alguns.
É preciso lidar com os fatos, não com as intenções, por melhores que sejam. A CPMF é abominável, especialmente porque, criada para atender as necessidades da saúde pública, faz muito que vem sendo utilizada para outros fins. Mesmo assim, o placar, ontem, dava a vitória ao governo.
Dos doze senadores do PT, todos são favoráveis à prorrogação. Dos seis do PTB, só um ameaça votar contra. No PMDB, dos vinte, apenas três se insurgem. O PDT está rachado: três a favor, dois contra. PC do B e PP, com um senador cada, somam dois votos pela CPMF. Já no PR, são quatro apoios certos. No PRB e no PSB, mais quatro.
Sobram as oposições: o único senador do Psol, mais os 14 do DEM e nove do PSDB perfazem 24 negativas à prorrogação. Somando tudo, chega-se a 51 votos pela prorrogação, quando a aprovação necessita de 49. A margem é curta, quase dramática, mas o raciocínio das lideranças partidárias segue a correnteza, ou seja, a maioria governista só tende a aumentar, enquanto que para as oposições sempre parece mais difícil a manutenção de seus adeptos. De qualquer forma, é bom aguardar. Galinhas podem fantasiar-se de tucanos, mas a recíproca também é verdadeira.
Só intervindo
Cresce no governo, claro que sem o apoio do ministro da Defesa, a tese de que a crise no tráfego aéreo exige medidas drásticas, a começar pela intervenção nas empresas em estado pré-falimentar ou responsáveis pelo caos nos aeroportos, entre atrasos e cancelamentos de vôos, desinformação e maus tratos aos usuários. Numa palavra: todas as empresas em funcionamento correriam esse risco. É estatização mesmo, ainda que por prazo limitado.
Argumenta-se que os transportes aéreos diferem de outras atividades capitalistas, porque envolvem a segurança dos passageiros. Não constituem meras fábricas de sardinha, daquelas que, se fecharem, o mercado pode substituí-las por outras.
O fechamento abrupto da BRA acirrou os ânimos, no Palácio do Planalto. Em especial porque, à maneira de certas empresas de comunicação, deixam seus ex-empregados na rua da amargura. Mais de mil funcionários da agora extinta empresa aérea foram avisados, na véspera, de que no dia seguinte estariam desempregados. Que fossem à Justiça reclamar seus direitos, além de procurar emprego em outras atividades...
Parece óbvio que os responsáveis devem responder perante a letra da lei, isto é, são passíveis até de cadeia, por lesarem perto de 70 mil usuários que já haviam adquirido seus bilhetes. Prevê-se que nada lhes acontecerá, sendo mesmo provável que tenham saído da lambança com as contas bancárias aumentadas.
A intervenção nas empresas aéreas em nada atinge o regime capitalista, como não se trata de prática honesta esperar que com dinheiro público sejam mantidas as atividades fracassadas. Se privatizar constitui solução em muitos casos, estatizar também é permitido e até, em certos casos, imprescindível. O diabo será convencer o presidente Lula, convertido ao neoliberalismo absoluto. De qualquer forma, a intervenção na BRA revela a possibilidade de pelo menos uma economia, no caso, de tinta: nas aeronaves, bastaria acrescentar AERO antes e S, no final. Com acento agudo no segundo A...
Foi para valer?
A pergunta que se fazia em Brasília, ontem, referia-se à seriedade do documento assinado pelos presidentes de onze partidos, condenando o terceiro mandato. A nota vem sendo dissecada por todos os lados e não permite que se duvide da intenção dos signatários, contrários a qualquer alteração constitucional capaz de permitir ao presidente Lula disputar um novo período de governo em 2010. Fica a dúvida, no entanto: teriam os presidentes dos onze partidos verificado a iminência da mudança nas regras do jogo? Porque em menos de quinze minutos estava redigido e assinado o alerta de todos.
Fato inusitado em nossa crônica política, uma reação assim tão veloz e arrumadinha desperta suspeitas, por mais paradoxal que pareça. Protestam contra a possibilidade de uma alteração constitucional para permitir o terceiro mandato, mas como reagirão à proposta da convocação de um plebiscito a respeito?
Fonte: Tribuna da Imprensa
Itália descobre lista com "10 mandamentos" para a máfia
ROMA - A polícia italiana disse ontem que encontrou uma lista dos "10 Mandamentos" para soldados da Máfia em uma "villa" próxima a Palermo, onde um chefão da Cosa Nostra, Salvatore Lo Piccolo, foi preso esta semana. Lo Piccolo, que era chefão desde 1993, era cotado para virar o "capo di tutti i capi", ou o chefão supremo da Cosa Nostra da Sicília, de acordo com investigadores italianos.
Ele foi preso na segunda-feira, após uma batida policial em uma mansão campestre próxima à Palermo, capital da ilha e região da Sicília. A lista foi encontrada entre as suas anotações de "pizzini": notas codificadas que trazem informações sobre os negócios da Cosa Nostra, entregues a Lo Piccolo por seus "capitani," que comandam os soldados.
O "pizzo" é a "taxa de proteção", ou o suborno que o comerciante paga ao mafioso para ter proteção no bairro. A extorsão é a principal fonte de renda da Cosa Nostra, bem como a corrupção em obras públicas. A polícia de Palermo diz que o decálogo abre com um preâmbulo que diz: "Eu juro ser fiel à Cosa Nostra. Se eu traí-la, minha carne queimará, como essa imagem de santo".
Quando entra para a organização, o soldado precisa queimar uma imagem de um santo, durante o juramento. Sob a categoria "Direitos e Deveres" estão os dez mandamentos mafiosos, um tipo de manual de usuário para o "bom mafioso". A lista foi toda escrita em letras em caixa alta, de acordo com a polícia.
O jornal italiano "La Repubblica" publicou uma foto da lista, com a legenda: "Os dez mandamentos do Padrinho". Analistas dizem que o decálogo ajudará nas investigações policiais para descobrir o que faz um "bom mafioso", enquanto outros dizem que o texto é surpreendente para uma organização que há mais de 150 anos convive e transmite suas informações apenas através da comunicação oral ou por bilhetes.
A lista proíbe o mafioso de freqüentar bares, de ser amigo de policiais ou se atrasar a compromissos e reuniões. Também proíbe ao soldado mafioso de se apoderar de dinheiro que pertença a outras pessoas ou outras famílias. O decálogo também prescreve como tratar as mulheres. "Jamais olharás para as esposas dos teus amigos", diz um dos "mandamentos" sobre mulheres. "Respeitarás a tua mulher", diz outro.
De qualquer maneira, a Máfia sempre vem antes, como afirma o quinto mandamento, que ordena ao mafioso estar disponível para a Cosa Nostra a qualquer momento: "mesmo que tua mulher esteja prestes a parir teu filho".
A última parte da lista define quem não é apto a entrar na Cosa Nostra. Aquele que tiver um parente próximo em qualquer agência policial, do Exército ou das forças de segurança, aqueles que cometeram "traições sentimentais" contra suas famílias e esposas, e aqueles que têm um comportamento muito ruim e sem valores morais, não podem ingressar na Cosa Nostra.
Investigadores acreditam que Lo Piccolo, de 65 anos, poderia emergir como um "capo di tutti i capi", após uma disputa de poder dentro da Cosa Nostra, após a captura de Bernardo Provenzano, que comandou a organização de 1993 a 2006, até ser capturado pela polícia.
Lo Piccolo, do clã de Palermo, disputava o comando com o clã de Trapani, outra cidade siciliana. Provenzano, que era do clã da cidade de Corleone, foi capturado pela polícia em uma fazenda próxima à cidade, em abril de 2006, após mais de 40 anos foragido. Ele cumpre pena de prisão perpétua. Lo Piccolo e o filho, também preso na segunda-feira, têm condenações de prisão perpétua por assassinato.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Ele foi preso na segunda-feira, após uma batida policial em uma mansão campestre próxima à Palermo, capital da ilha e região da Sicília. A lista foi encontrada entre as suas anotações de "pizzini": notas codificadas que trazem informações sobre os negócios da Cosa Nostra, entregues a Lo Piccolo por seus "capitani," que comandam os soldados.
O "pizzo" é a "taxa de proteção", ou o suborno que o comerciante paga ao mafioso para ter proteção no bairro. A extorsão é a principal fonte de renda da Cosa Nostra, bem como a corrupção em obras públicas. A polícia de Palermo diz que o decálogo abre com um preâmbulo que diz: "Eu juro ser fiel à Cosa Nostra. Se eu traí-la, minha carne queimará, como essa imagem de santo".
Quando entra para a organização, o soldado precisa queimar uma imagem de um santo, durante o juramento. Sob a categoria "Direitos e Deveres" estão os dez mandamentos mafiosos, um tipo de manual de usuário para o "bom mafioso". A lista foi toda escrita em letras em caixa alta, de acordo com a polícia.
O jornal italiano "La Repubblica" publicou uma foto da lista, com a legenda: "Os dez mandamentos do Padrinho". Analistas dizem que o decálogo ajudará nas investigações policiais para descobrir o que faz um "bom mafioso", enquanto outros dizem que o texto é surpreendente para uma organização que há mais de 150 anos convive e transmite suas informações apenas através da comunicação oral ou por bilhetes.
A lista proíbe o mafioso de freqüentar bares, de ser amigo de policiais ou se atrasar a compromissos e reuniões. Também proíbe ao soldado mafioso de se apoderar de dinheiro que pertença a outras pessoas ou outras famílias. O decálogo também prescreve como tratar as mulheres. "Jamais olharás para as esposas dos teus amigos", diz um dos "mandamentos" sobre mulheres. "Respeitarás a tua mulher", diz outro.
De qualquer maneira, a Máfia sempre vem antes, como afirma o quinto mandamento, que ordena ao mafioso estar disponível para a Cosa Nostra a qualquer momento: "mesmo que tua mulher esteja prestes a parir teu filho".
A última parte da lista define quem não é apto a entrar na Cosa Nostra. Aquele que tiver um parente próximo em qualquer agência policial, do Exército ou das forças de segurança, aqueles que cometeram "traições sentimentais" contra suas famílias e esposas, e aqueles que têm um comportamento muito ruim e sem valores morais, não podem ingressar na Cosa Nostra.
Investigadores acreditam que Lo Piccolo, de 65 anos, poderia emergir como um "capo di tutti i capi", após uma disputa de poder dentro da Cosa Nostra, após a captura de Bernardo Provenzano, que comandou a organização de 1993 a 2006, até ser capturado pela polícia.
Lo Piccolo, do clã de Palermo, disputava o comando com o clã de Trapani, outra cidade siciliana. Provenzano, que era do clã da cidade de Corleone, foi capturado pela polícia em uma fazenda próxima à cidade, em abril de 2006, após mais de 40 anos foragido. Ele cumpre pena de prisão perpétua. Lo Piccolo e o filho, também preso na segunda-feira, têm condenações de prisão perpétua por assassinato.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Julgamento de Cunha Lima agrava conflitos no STF
BRASÍLIA - O julgamento do ex-deputado Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) agravou os conflitos internos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em mais uma disputa, ministros acusam o colega Joaquim Barbosa, que já bateu boca com os ministros Marco Aurélio de Mello e Gilmar Mendes, de julgar passionalmente casos polêmicos e se guiar pela opinião pública.
Exemplo disso seria o julgamento de Cunha Lima, que renunciou ao mandato neste mês para perder o foro privilegiado e evitar a condenação pelo STF na ação penal aberta contra ele por tentar matar o ex-governador da Paraíba Tarcísio Burity. Com a renúncia, o ex-deputado tucano será julgado pela Justiça da Paraíba, num processo que pode durar anos.
"Não sei se ele se sentiu entusiasmado com o apoio da opinião pública, pela imprensa. Ele que já exagerava na dose, passou a exagerar ainda mais. Mas isso passa. É um pecadilho, não é um pecado capital", afirmou o ministro Marco Aurélio Mello. Joaquim Barbosa defendeu que o STF prossiga o julgamento, independente da renúncia. O ministro alegou que a decisão de Cunha Lima de deixar a Câmara foi uma "fraude", um "escárnio", uma manobra para evitar que fosse punido.
Outros ministros, porém, criticaram o fato de Barbosa não ter mencionado um pedido dos advogados de Cunha Lima, feito em setembro, para que o processo fosse julgado pelo tribunal do júri da Paraíba e não pelo STF. Esse pedido, argumentaram alguns ministros, enfraqueceria a tese da fraude.
Durante a sessão de quarta-feira, Barbosa ponderou que essa demanda dos advogados não interferiria no julgamento, porque a jurisprudência do STF é pacífica em dizer que o pedido da defesa não tinha fundamento. Marco Aurélio concorda. "A tese dos advogados contraria a jurisprudência do tribunal. Esse fato aqui, para nós, é irrelevante", afirmou o ministro, sem adiantar seu voto. Joaquim Barbosa não quis se pronunciar.
Apenas divulgou as informações que constam da tramitação da ação penal, dados disponíveis na internet. Ele ressaltou no documento que respondeu em novembro ao pedido dos advogados. Pela sua decisão, caberia ao plenário responder a questão. E grifou que os advogados não contestaram essa decisão, o que reforçaria novamente a tese de que a renúncia foi de fato uma manobra para evitar a punição pelo STF.
O caso voltará à pauta do STF em dezembro, quando os ministros decidirão se Cunha Lima será julgado pelo STF ou pela Justiça da Paraíba. Em conversas reservadas, ministros contam pelo menos seis votos dos 11 votos contra a tese de Barbosa.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Exemplo disso seria o julgamento de Cunha Lima, que renunciou ao mandato neste mês para perder o foro privilegiado e evitar a condenação pelo STF na ação penal aberta contra ele por tentar matar o ex-governador da Paraíba Tarcísio Burity. Com a renúncia, o ex-deputado tucano será julgado pela Justiça da Paraíba, num processo que pode durar anos.
"Não sei se ele se sentiu entusiasmado com o apoio da opinião pública, pela imprensa. Ele que já exagerava na dose, passou a exagerar ainda mais. Mas isso passa. É um pecadilho, não é um pecado capital", afirmou o ministro Marco Aurélio Mello. Joaquim Barbosa defendeu que o STF prossiga o julgamento, independente da renúncia. O ministro alegou que a decisão de Cunha Lima de deixar a Câmara foi uma "fraude", um "escárnio", uma manobra para evitar que fosse punido.
Outros ministros, porém, criticaram o fato de Barbosa não ter mencionado um pedido dos advogados de Cunha Lima, feito em setembro, para que o processo fosse julgado pelo tribunal do júri da Paraíba e não pelo STF. Esse pedido, argumentaram alguns ministros, enfraqueceria a tese da fraude.
Durante a sessão de quarta-feira, Barbosa ponderou que essa demanda dos advogados não interferiria no julgamento, porque a jurisprudência do STF é pacífica em dizer que o pedido da defesa não tinha fundamento. Marco Aurélio concorda. "A tese dos advogados contraria a jurisprudência do tribunal. Esse fato aqui, para nós, é irrelevante", afirmou o ministro, sem adiantar seu voto. Joaquim Barbosa não quis se pronunciar.
Apenas divulgou as informações que constam da tramitação da ação penal, dados disponíveis na internet. Ele ressaltou no documento que respondeu em novembro ao pedido dos advogados. Pela sua decisão, caberia ao plenário responder a questão. E grifou que os advogados não contestaram essa decisão, o que reforçaria novamente a tese de que a renúncia foi de fato uma manobra para evitar a punição pelo STF.
O caso voltará à pauta do STF em dezembro, quando os ministros decidirão se Cunha Lima será julgado pelo STF ou pela Justiça da Paraíba. Em conversas reservadas, ministros contam pelo menos seis votos dos 11 votos contra a tese de Barbosa.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Mensalão federal começa a tramitar
BRASÍLIA - Dois meses depois de concluído o julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) publica hoje no "Diário de Justiça" o acórdão do caso com todos os votos proferidos pelo ministro nos quatro dias de sessão. Desde o dia 28 de agosto, quando terminou o julgamento em que os ministros aceitaram a denúncia feita pelo Ministério Público contra 40 envolvidos, os ministros revisam seus votos e corrigem algum erro que tenha identificado. Somente agora, depois da publicação, a ação penal começa a tramitar.
O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação, começa a citar os réus e informá-los oficialmente da existência do processo e designa data para os interrogatórios. Depois, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. Posteriormente, os dois lados serão chamados para requerer provas documentais e periciais. Depois de colhidas essas provas, acusação e defesa terão prazo de 15 dias para as alegações finais.Se considerar que as provas são suficientes, Barbosa levará a ação a julgamento ao Supremo para os ministros definirem quem é culpado e quem será inocentado.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, adiantou, ainda à época do julgamento, que entregaria novas provas da existência do mensalão logo após a publicação do acórdão. Responderão à ação o ex-deputado José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-ministro Luiz Gushiken, o empresário Marcos Valério e mais 36 réus. Entre os crimes listados na ação estão corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato.
Fonte: Tribuna da Imprensa
O ministro Joaquim Barbosa, relator da ação, começa a citar os réus e informá-los oficialmente da existência do processo e designa data para os interrogatórios. Depois, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. Posteriormente, os dois lados serão chamados para requerer provas documentais e periciais. Depois de colhidas essas provas, acusação e defesa terão prazo de 15 dias para as alegações finais.Se considerar que as provas são suficientes, Barbosa levará a ação a julgamento ao Supremo para os ministros definirem quem é culpado e quem será inocentado.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, adiantou, ainda à época do julgamento, que entregaria novas provas da existência do mensalão logo após a publicação do acórdão. Responderão à ação o ex-deputado José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-ministro Luiz Gushiken, o empresário Marcos Valério e mais 36 réus. Entre os crimes listados na ação estão corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Mensalão do Zeca: Delcídio interpela servidores
Nome do senador aparece numa lista de mensaleiros, com a referência de uma quantia de R$ 25 mil
CAMPO GRANDE - O senador Delcídio do Amaral e o deputado federal Antônio Carlos Biffi, ambos do PT, estão interpelando judicialmente o ex-secretário de coordenação- geral do Estado Raufi Marques, e a ex-coordenadora de despesas da Secretaria Salete Terezinha de Lucca. Os parlamentares querem explicações dos ex-funcionários sobre a inclusão de seus nomes nos livros de registros dos pagamentos feitos pelo esquema conhecido por "mensalão do PT", mantido durante os oito anos do governo de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, conforme consta nos livros.
O advogado de Delcídio e Biffi, Laércio Arruda Guilem, informou que a ação já foi distribuída na Justiça, dando prazo de 48 horas para Raufi e Salete, comparecer no Fórum de Campo Grande, com os devidos esclarecimentos. O ex-secretário, é apontado pela promotora de Justiça Jískia Trentin, como "chefe do esquema" e Salete, responsável pelos livros, que foram apreendidos em sua residência e estão entre as provas das denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual.
São anotações em quase 100 páginas preenchidas com nomes e valores das mensalidades, entre eles os números das contas e agências bancárias de 25 pessoas. "Os livros foram abertos por ordem de Raufi", segundo Salete declarou em depoimento ao Ministério Público. Em frente ao nome de Delcídio é anotada quantia de R$ 25 mil, o mesmo acontecendo com Biffi. Vander Loubet (PT), sobrinho de Zeca do PT e deputado federal recebia R$ 50 mil por mês.
Figuram também nos pagamentos mensais de 2005 e 2006, o ex-deputado federal João Grandão (PT), e os deputados estaduais Ari Artuzzi (PDT), Antonio Arroyo (PR) e Amarildo Cruz. A lista inclui até oficiais superiores da Polícia Militar, incluindo o atual comandante-geral da instituição, coronel Geraldo Orti e o ex-comandante-geral do Corpo de Bombeiros, João Alves Calixto, inclusive o ex-vereador Silvio Nucci, e os atuais vereadores de Campo Grande, Alex do PT, Clemêncio Ribeiro, Pérsio Andrade e Cabo Almi.
Laércio Guilhem, disse que tanto Delcídio quanto Biffi, "não podem esperar o desenrolar das investigações ou do processo judicial para comprovar a má-fé, a falsidade e o uso indevido dos seus nomes nos manuscritos do ex-secretário de Governo". Afirmou ainda que "a vinculação dos nomes do deputado e do senador nos manuscritos envolvendo-os nas investigações do Ministério Público, é para suplantar a competência e o foro estadual, bem como desviar o foco das investigações".
O ex-secretário Raufi Marques não foi encontrado para falar sobre a interpelação e Salete fará qualquer declaração a respeito do assunto, somente perante o juiz. O ex-governador Zeca do PT, entrou na Justiça com mais um recurso visando a suspender a segunda ação que tramita contra ele. São duas ações movidas pelo Ministério Público Estadual, apontando-o como responsável pelo desvio de dinheiro público, apoiado por agências de publicidade.
A primeira foi trancada por determinação do desembargador João Batista da Costa Marques, no dia 26 de outubro deste ano, e atualmente quer o mesmo benefício para a segunda.
Vítima
O advogado de Zeca do PT, Newley Amarilha, pediu para o Tribunal de Justiça, considerar na segunda ação, os mesmos efeitos do hábeas corpus da primeira. As alegações são de que seu cliente é vítima da ânsia de vingança da ex-ordenadora de despesas Salete, e também que as contas do ex-governador foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Conforme denuncia do Ministério Público Estadual, entre as provas contra os acusados existem R$ 150 mil em notas fiscais de materiais gráficos, confeccionadas pela Gráfica Quatro Cores, com sede em Uberaba (MG), constada como empresa fantasma. As notas foram apresentadas como comprovantes de trabalhos realizados pela 2000 Publicidade.
Estão denunciados na segunda peça judicial em tramitação na justiça, Zeca do PT, Ana Lúcia Rodrigues Rosa Tavares (servidora da Subsecretaria de Comunicação), Ivanete Leite Martins (servidora da área financeira), José Roberto dos Santos (chefe de gabinete), Oscar Ramos Gaspar (ex-subsecretário de Comunicação), Raufi Jaccoud Marques (ex-secretário da Casa Civil), Geraldo Palhano Maiolino (sócio da agência 2000 Publicidade) e Hugo Sérgio Siqueira Borges (proprietário da Gráfica Sergraph).
Fonte: Tribuna da Imprensa
CAMPO GRANDE - O senador Delcídio do Amaral e o deputado federal Antônio Carlos Biffi, ambos do PT, estão interpelando judicialmente o ex-secretário de coordenação- geral do Estado Raufi Marques, e a ex-coordenadora de despesas da Secretaria Salete Terezinha de Lucca. Os parlamentares querem explicações dos ex-funcionários sobre a inclusão de seus nomes nos livros de registros dos pagamentos feitos pelo esquema conhecido por "mensalão do PT", mantido durante os oito anos do governo de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, conforme consta nos livros.
O advogado de Delcídio e Biffi, Laércio Arruda Guilem, informou que a ação já foi distribuída na Justiça, dando prazo de 48 horas para Raufi e Salete, comparecer no Fórum de Campo Grande, com os devidos esclarecimentos. O ex-secretário, é apontado pela promotora de Justiça Jískia Trentin, como "chefe do esquema" e Salete, responsável pelos livros, que foram apreendidos em sua residência e estão entre as provas das denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual.
São anotações em quase 100 páginas preenchidas com nomes e valores das mensalidades, entre eles os números das contas e agências bancárias de 25 pessoas. "Os livros foram abertos por ordem de Raufi", segundo Salete declarou em depoimento ao Ministério Público. Em frente ao nome de Delcídio é anotada quantia de R$ 25 mil, o mesmo acontecendo com Biffi. Vander Loubet (PT), sobrinho de Zeca do PT e deputado federal recebia R$ 50 mil por mês.
Figuram também nos pagamentos mensais de 2005 e 2006, o ex-deputado federal João Grandão (PT), e os deputados estaduais Ari Artuzzi (PDT), Antonio Arroyo (PR) e Amarildo Cruz. A lista inclui até oficiais superiores da Polícia Militar, incluindo o atual comandante-geral da instituição, coronel Geraldo Orti e o ex-comandante-geral do Corpo de Bombeiros, João Alves Calixto, inclusive o ex-vereador Silvio Nucci, e os atuais vereadores de Campo Grande, Alex do PT, Clemêncio Ribeiro, Pérsio Andrade e Cabo Almi.
Laércio Guilhem, disse que tanto Delcídio quanto Biffi, "não podem esperar o desenrolar das investigações ou do processo judicial para comprovar a má-fé, a falsidade e o uso indevido dos seus nomes nos manuscritos do ex-secretário de Governo". Afirmou ainda que "a vinculação dos nomes do deputado e do senador nos manuscritos envolvendo-os nas investigações do Ministério Público, é para suplantar a competência e o foro estadual, bem como desviar o foco das investigações".
O ex-secretário Raufi Marques não foi encontrado para falar sobre a interpelação e Salete fará qualquer declaração a respeito do assunto, somente perante o juiz. O ex-governador Zeca do PT, entrou na Justiça com mais um recurso visando a suspender a segunda ação que tramita contra ele. São duas ações movidas pelo Ministério Público Estadual, apontando-o como responsável pelo desvio de dinheiro público, apoiado por agências de publicidade.
A primeira foi trancada por determinação do desembargador João Batista da Costa Marques, no dia 26 de outubro deste ano, e atualmente quer o mesmo benefício para a segunda.
Vítima
O advogado de Zeca do PT, Newley Amarilha, pediu para o Tribunal de Justiça, considerar na segunda ação, os mesmos efeitos do hábeas corpus da primeira. As alegações são de que seu cliente é vítima da ânsia de vingança da ex-ordenadora de despesas Salete, e também que as contas do ex-governador foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Conforme denuncia do Ministério Público Estadual, entre as provas contra os acusados existem R$ 150 mil em notas fiscais de materiais gráficos, confeccionadas pela Gráfica Quatro Cores, com sede em Uberaba (MG), constada como empresa fantasma. As notas foram apresentadas como comprovantes de trabalhos realizados pela 2000 Publicidade.
Estão denunciados na segunda peça judicial em tramitação na justiça, Zeca do PT, Ana Lúcia Rodrigues Rosa Tavares (servidora da Subsecretaria de Comunicação), Ivanete Leite Martins (servidora da área financeira), José Roberto dos Santos (chefe de gabinete), Oscar Ramos Gaspar (ex-subsecretário de Comunicação), Raufi Jaccoud Marques (ex-secretário da Casa Civil), Geraldo Palhano Maiolino (sócio da agência 2000 Publicidade) e Hugo Sérgio Siqueira Borges (proprietário da Gráfica Sergraph).
Fonte: Tribuna da Imprensa
Planalto exige fidelidade da base
Mares Guia nega que governo vá adotar represália contra quem não votar a favor da CPMF
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto exigiu ontem dos 51 senadores governistas fidelidade no processo de votação da emenda que prorroga a vigência da CPMF até 2011. Em reunião do conselho político no palácio, o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, recomendou aos presidentes de partidos que se empenhem para que seus senadores tenham a mesma atitude dos deputados da base, que aprovaram na Câmara o imposto do cheque. "Não estamos aqui para cobrar, mas para sintonizar", disse o ministro, segundo participantes do encontro.
Durante a reunião que durou duas horas, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), observou que "em tese" o Planalto tem 51 votos para aprovar a CPMF. Ele excluiu da conta, no entanto, dissidentes como os senadores Cristóvam Buarque (PDT-DF), Jefferson Péres (PDT-AM), Mão Santa (PMDB-PI) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Por outro lado, os líderes governistas avaliaram, no encontro, que também ocorrerão dissidências do lado da oposição. Eles chegaram a afirmar que três senadores do PSDB, partido que fechou questão contra o tributo, devem ser favoráveis à proposta no plenário.
Mares Guia negou, após o encontro, que o governo fará represálias aos senadores aliados que votarem contra o imposto do cheque. Ele ressaltou, porém, que o governo cobra dos partidos aliados posição fechada a favor do tributo. "O fechamento de questão é político, não é punitivo", afirmou. "Não vamos ameaçar ninguém, porque temos garantia da convicção destes senadores em relação à importância da CPMF."
Há três semanas, o governo diz que tem 49 votos favoráveis à proposta de prorrogar a CPMF. Até agora, no entanto, os líderes aliados e ministros da articulação política se empenham nas negociações com senadores da oposição e mesmo da base do Planalto, numa demonstração, segundo articuladores da Presidência, de que a certeza de aprovar o tributo não é tanta assim.
O ministro de Relações Institucionais também repetiu que o governo conta com os votos suficientes para aprovar a prorrogação da CPMF. A uma pergunta se o governo, então, não precisava mais dos votos do PSDB, ele respondeu: "Precisamos de todo mundo". "Vocês (jornalistas) é que estão dizendo que (o governo) não precisa, tanto precisa que eu estou procurando", afirmou. "Não queremos fazer política de, por termos a maioria, desconhecer a oposição."
Mares Guia disse que o governo tem votos suficientes para aprovar a proposta da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, na próxima terça-feira. Ele informou que, nos próximos dias, divulgará levantamento mostrando que o dinheiro do imposto que muitos estados recebem é superior às demais receitas. Esta seria a situação, por exemplo, de Tocantins. Quanto à atuação dos governadores tucanos José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, nas negociações, o ministro respondeu: "Eles estão empenhados em ajudar".
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto exigiu ontem dos 51 senadores governistas fidelidade no processo de votação da emenda que prorroga a vigência da CPMF até 2011. Em reunião do conselho político no palácio, o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, recomendou aos presidentes de partidos que se empenhem para que seus senadores tenham a mesma atitude dos deputados da base, que aprovaram na Câmara o imposto do cheque. "Não estamos aqui para cobrar, mas para sintonizar", disse o ministro, segundo participantes do encontro.
Durante a reunião que durou duas horas, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), observou que "em tese" o Planalto tem 51 votos para aprovar a CPMF. Ele excluiu da conta, no entanto, dissidentes como os senadores Cristóvam Buarque (PDT-DF), Jefferson Péres (PDT-AM), Mão Santa (PMDB-PI) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Por outro lado, os líderes governistas avaliaram, no encontro, que também ocorrerão dissidências do lado da oposição. Eles chegaram a afirmar que três senadores do PSDB, partido que fechou questão contra o tributo, devem ser favoráveis à proposta no plenário.
Mares Guia negou, após o encontro, que o governo fará represálias aos senadores aliados que votarem contra o imposto do cheque. Ele ressaltou, porém, que o governo cobra dos partidos aliados posição fechada a favor do tributo. "O fechamento de questão é político, não é punitivo", afirmou. "Não vamos ameaçar ninguém, porque temos garantia da convicção destes senadores em relação à importância da CPMF."
Há três semanas, o governo diz que tem 49 votos favoráveis à proposta de prorrogar a CPMF. Até agora, no entanto, os líderes aliados e ministros da articulação política se empenham nas negociações com senadores da oposição e mesmo da base do Planalto, numa demonstração, segundo articuladores da Presidência, de que a certeza de aprovar o tributo não é tanta assim.
O ministro de Relações Institucionais também repetiu que o governo conta com os votos suficientes para aprovar a prorrogação da CPMF. A uma pergunta se o governo, então, não precisava mais dos votos do PSDB, ele respondeu: "Precisamos de todo mundo". "Vocês (jornalistas) é que estão dizendo que (o governo) não precisa, tanto precisa que eu estou procurando", afirmou. "Não queremos fazer política de, por termos a maioria, desconhecer a oposição."
Mares Guia disse que o governo tem votos suficientes para aprovar a proposta da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, na próxima terça-feira. Ele informou que, nos próximos dias, divulgará levantamento mostrando que o dinheiro do imposto que muitos estados recebem é superior às demais receitas. Esta seria a situação, por exemplo, de Tocantins. Quanto à atuação dos governadores tucanos José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, nas negociações, o ministro respondeu: "Eles estão empenhados em ajudar".
Fonte: Tribuna da Imprensa
STJD suspende Dunga por quatro jogos por expulsão nos EUA
Por 5 votos a 4, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) condenou de forma inédita o técnico Dunga, da seleção brasileira, a uma suspensão de quatro jogos. A pena se deu pela expulsão de Dunga no amistoso entre Brasil e México, em 12 de setembro, nos Estados Unidos - ele reclamou com veemência da arbitragem e por várias vezes deixou sua área técnica, apesar dos apelos contrários do quarto árbitro.
"Dunga deu um mau exemplo a todos. Ele não tinha o direito de fazer isso. Traz no peito a simbologia do Brasil e merece a punição. Dunga deu uma visão ao Brasil que não é de cidadania", declarou o presidente do STJD, Rubens Approbato, no momento em que definia seu voto pela condenação do treinador, durante o julgamento realizado ontem.
A pena só vale para amistosos da seleção brasileira, com uma atenuante. Dunga poderá cumprir a suspensão de duas partidas e ter o restante da punição "congelada" por seis meses, ou seja, não poderá cometer outra infração nesse período, o que determinaria uma nova e mais severa condenação. "O mundo todo viu sua atitude. Eu não poderia absolvê-lo. O Dunga tinha de dar o exemplo, ainda mais como técnico de um país que vai ser sede da Copa do Mundo de 2014", comentou o auditor Eduardo Machado.
O treinador da seleção não compareceu ao Tribunal, no Centro do Rio, e foi representado pelo advogado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Mario Pucheau. A defesa tentou evitar a apresentação da prova de vídeo, mas não obteve sucesso. Pelas imagens de TV, Dunga sai de campo fazendo uso de termos inadequados para o árbitro Baldomero Toledo. "Ele foi expulso por conduta antidesportiva. E depois esbravejou com palavras que se pudessem ser traduzidas trariam constrangimentos a todos", disse o procurador do STJD, Paulo Schmitt.
De acordo com nova determinação da Fifa, os casos de expulsões em amistosos entre seleções nacionais devem ser julgados em primeira instância pela Justiça esportiva do país ao qual está representado o atleta ou integrante da comissão técnica punido. Depois, a Fifa avalia o caso e toma a decisão final. Agora, a ata da sessão de ontem será enviada para a CBF, que a remeterá à Fifa na próxima semana. O julgamento final, no entanto, não tem prazo marcado.
Elano
No mesmo amistoso contra o México, o meia Elano foi expulso por falta violenta e também acabou julgado ontem pelo STJD. Ele pegou suspensão de dois jogos (amistosos da seleção brasileira), mas poderá cumprir apenas um. O restante da pena seria "congelado" por seis meses, assim como no caso de Dunga. O advogado da CBF também atuou em defesa do atleta, que joga na Inglaterra e não compareceu ao Tribunal.
Fonte: Tribuna da Imprensa
"Dunga deu um mau exemplo a todos. Ele não tinha o direito de fazer isso. Traz no peito a simbologia do Brasil e merece a punição. Dunga deu uma visão ao Brasil que não é de cidadania", declarou o presidente do STJD, Rubens Approbato, no momento em que definia seu voto pela condenação do treinador, durante o julgamento realizado ontem.
A pena só vale para amistosos da seleção brasileira, com uma atenuante. Dunga poderá cumprir a suspensão de duas partidas e ter o restante da punição "congelada" por seis meses, ou seja, não poderá cometer outra infração nesse período, o que determinaria uma nova e mais severa condenação. "O mundo todo viu sua atitude. Eu não poderia absolvê-lo. O Dunga tinha de dar o exemplo, ainda mais como técnico de um país que vai ser sede da Copa do Mundo de 2014", comentou o auditor Eduardo Machado.
O treinador da seleção não compareceu ao Tribunal, no Centro do Rio, e foi representado pelo advogado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Mario Pucheau. A defesa tentou evitar a apresentação da prova de vídeo, mas não obteve sucesso. Pelas imagens de TV, Dunga sai de campo fazendo uso de termos inadequados para o árbitro Baldomero Toledo. "Ele foi expulso por conduta antidesportiva. E depois esbravejou com palavras que se pudessem ser traduzidas trariam constrangimentos a todos", disse o procurador do STJD, Paulo Schmitt.
De acordo com nova determinação da Fifa, os casos de expulsões em amistosos entre seleções nacionais devem ser julgados em primeira instância pela Justiça esportiva do país ao qual está representado o atleta ou integrante da comissão técnica punido. Depois, a Fifa avalia o caso e toma a decisão final. Agora, a ata da sessão de ontem será enviada para a CBF, que a remeterá à Fifa na próxima semana. O julgamento final, no entanto, não tem prazo marcado.
Elano
No mesmo amistoso contra o México, o meia Elano foi expulso por falta violenta e também acabou julgado ontem pelo STJD. Ele pegou suspensão de dois jogos (amistosos da seleção brasileira), mas poderá cumprir apenas um. O restante da pena seria "congelado" por seis meses, assim como no caso de Dunga. O advogado da CBF também atuou em defesa do atleta, que joga na Inglaterra e não compareceu ao Tribunal.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Cabral e relator da ONU trocam acusações
A recusa do governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, em receber o relator especial das Nações Unidas para execuções sumárias, arbitrárias e extrajudiciais, Philip Alston, terminou em troca de acusações entre os dois. Ontem de manhã, Alston revelou aos jornalistas que Cabral não o receberia.
O governador respondeu que não houve contato oficial para o encontro. "As autoridades federais vão informar que nós fizemos um pedido oficial para um encontro com o governador e a resposta foi que o governador não estaria disponível", declarou Alston no final da tarde.
O relator acrescentou que não pedirá novamente um encontro, pois o pedido oficial "ainda é válido". "Se o governador quiser me encontrar, ficarei muito feliz de encontrá-lo", declarou após um encontro de três horas com a cúpula da Segurança Pública.
"Será o primeiro governador que não se encontra com um relator da ONU (Organização das Nações Unidas) que vem ao Rio. Esta é mais uma prova do descaso de Cabral com os direitos humanos. Como se pouco importasse a fiscalização da ONU sobre o tema da segurança pública, que é o principal debate do País. É uma temeridade, um desrespeito ao Estado democrático", disse o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), integrante da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.
O único compromisso oficial da agenda do governador ontem era o lançamento do plano estratégico do Rio, no Palácio Guanabara, pela manhã. À tarde, ele participou da reunião do Conselho Nacional de Política Energética, do qual não faz parte, para encontrar com o presidente Lula.
Hoje, Sérgio Cabral assinará uma medida que dispensa policiais, bombeiros e agentes penitenciários de pagar pela renovação da carteira de habilitação e participa de um leilão de arte.
Embaraço
O clima do encontro entre Alston e a cúpula da Segurança Pública foi de constrangimento. A maioria das autoridades interpretam que a vinda do relator foi provocada por ONGs, que são as mais ativas opositoras da política de segurança pública do Rio.
"A vinda dele foi provocada pelas ONGs e acreditamos que a visão dele esteja comprometida desde o início", disse um integrante do alto escalão da Segurança Pública. "Queria muitas informações e recebi várias respostas do secretário de Segurança, dos comandantes da Polícia Militar e dos delegados da Polícia Civil. Foi uma ótima ajuda", despistou Alston após o encontro.
Pela manhã, após ouvir críticas à política de Segurança Pública de deputados estaduais da Comissão de Direitos Humanos. O contraponto ficou a cargo do deputado Flávio Bolsonaro (PP), que convidou o relator da ONU para participar de uma operação policial "para ver como a polícia é recebida em áreas de risco".
No final do dia, o relator da ONU se encontrou com o procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, e esteve na Defensoria Pública. Hoje, ele dedica o dia a encontros com autoridades do sistema penitenciário e visitará um presídio.
Fonte: Tribuna da Imprensa
O governador respondeu que não houve contato oficial para o encontro. "As autoridades federais vão informar que nós fizemos um pedido oficial para um encontro com o governador e a resposta foi que o governador não estaria disponível", declarou Alston no final da tarde.
O relator acrescentou que não pedirá novamente um encontro, pois o pedido oficial "ainda é válido". "Se o governador quiser me encontrar, ficarei muito feliz de encontrá-lo", declarou após um encontro de três horas com a cúpula da Segurança Pública.
"Será o primeiro governador que não se encontra com um relator da ONU (Organização das Nações Unidas) que vem ao Rio. Esta é mais uma prova do descaso de Cabral com os direitos humanos. Como se pouco importasse a fiscalização da ONU sobre o tema da segurança pública, que é o principal debate do País. É uma temeridade, um desrespeito ao Estado democrático", disse o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), integrante da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.
O único compromisso oficial da agenda do governador ontem era o lançamento do plano estratégico do Rio, no Palácio Guanabara, pela manhã. À tarde, ele participou da reunião do Conselho Nacional de Política Energética, do qual não faz parte, para encontrar com o presidente Lula.
Hoje, Sérgio Cabral assinará uma medida que dispensa policiais, bombeiros e agentes penitenciários de pagar pela renovação da carteira de habilitação e participa de um leilão de arte.
Embaraço
O clima do encontro entre Alston e a cúpula da Segurança Pública foi de constrangimento. A maioria das autoridades interpretam que a vinda do relator foi provocada por ONGs, que são as mais ativas opositoras da política de segurança pública do Rio.
"A vinda dele foi provocada pelas ONGs e acreditamos que a visão dele esteja comprometida desde o início", disse um integrante do alto escalão da Segurança Pública. "Queria muitas informações e recebi várias respostas do secretário de Segurança, dos comandantes da Polícia Militar e dos delegados da Polícia Civil. Foi uma ótima ajuda", despistou Alston após o encontro.
Pela manhã, após ouvir críticas à política de Segurança Pública de deputados estaduais da Comissão de Direitos Humanos. O contraponto ficou a cargo do deputado Flávio Bolsonaro (PP), que convidou o relator da ONU para participar de uma operação policial "para ver como a polícia é recebida em áreas de risco".
No final do dia, o relator da ONU se encontrou com o procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, e esteve na Defensoria Pública. Hoje, ele dedica o dia a encontros com autoridades do sistema penitenciário e visitará um presídio.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Quadrilha com endereço nobre
Polícia prende oito jovens de classe média alta acusados de tráfico de drogas
A Polícia Civil prendeu ontem oito jovens de classe média e média alta do Rio acusados de integrar uma quadrilha que vende maconha, haxixe, crack, cocaína, ecstasy e LSD. O nono integrante do bando já estava preso por roubo, mas também foi indiciado por tráfico e associação para o tráfico. Eles já foram denunciados pelo Ministério Público (MP). Uma adolescente envolvida com o grupo foi levada para prestar depoimento e liberada em seguida.
O grupo vendia drogas para amigos de escola e universidade, para festas rave, boates e até mesmo nas ruas de bairros da Zona Sul. As drogas eram compradas em morros cariocas, como o Dona Marta, em Botafogo (Zona Sul), e o Jacarezinho, na Zona Norte.
A Operação Octógono - em alusão a um ringue de Vale Tudo, já que alguns dos jovens são envolvidos com lutas marciais - começou às 5h e teve a participação de 50 policiais da Delegacia Contra as Drogas (Dcod). A maior parte dos presos morava em endereços caros da Zona Sul do Rio, como as ruas Fonte da Saudade, na Lagoa, e Cupertino Durão, no Leblon.
Um deles, Pedro Paulo Farias David, de 23, foi preso dentro da sala de aula do curso de Administração da Faculdade Estácio, no Centro. Apenas um deles, o taxista Renato Magdalena, de 31 anos, que servia aos traficantes, foi preso na Penha, bairro do subúrbio do Rio.
Uma das surpresas dos policiais durante a investigação foi com o linguajar e expressões usados pelos jovens nas interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça. "São os mesmos diálogos travados por traficantes do morro. Você ouve o diálogo de um deles, que mora numa rua chique na Lagoa, e acha que está ouvindo o gerente de uma boca-de-fumo de um morro qualquer. As pessoas sentem pena, mas são tão bandidos quanto os do morro", contou o delegado Fábio Cardoso, que participou da operação.
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse ficar mais assustado com a "juventude que a sociedade está produzindo". "A polícia tem que agir contra a criminalidade sem discriminação de rico ou pobre. Essa não é uma quadrilha de usuários, é uma quadrilha de traficantes. É um problema social que passa pela família, pelas amizades que levam os jovens ricos ao tráfico", afirmou.
A Quadrilha
A investigação durou cinco meses e começou com a infiltração de policiais mulheres em festas rave e boates. A partir daí, a polícia começou a identificar os integrantes do bando e a grampear telefones. Segundo a delegada titular do Dcod, Adriana Amorim, foram feitas mais de 16 mil ligações. "Isso indica que eles falavam muito no telefone".
O estudante universitário Bruno Pompeu D' Urso, de 18 anos, é a principal figura da quadrilha, sendo responsável pela compra de drogas em morros cariocas. "É o atacadista do grupo que fornece para o que seriam seus gerentes", afirmou Cardoso. O delegado contou que no momento da prisão a empregada da casa chorava mais que a mãe, que é separada.
"Ela foi babá dele. Enquanto a mãe parecia decepcionada, mas não indignada, a empregada estava aos prantos e pediu demissão na hora da prisão. Disse que tinha dignidade e que não ia trabalhar na casa de traficante", contou. Mineiro e também universitário, Rodrigo de Luca, 19, era sócio de D' Urso e morava sozinho no Leblon.
Jessica de Albuquerque e Corrêa, de 18 anos, era namorada de Bruno e, segundo a polícia, já apanhou drogas para ele algumas vezes. Fábio Luiz Cardoso da Silva, de 26 anos, Mycon Igor Scoralick, de 20 anos, e Rafael Luiz de Vasconcelos Passos, de 19 anos, também faziam parte do grupo. Thiago Castilho Gama, de 24 anos, morador de Copacabana, já estava preso por roubo.
A adolescente de 17 anos, portuguesa e namorada de Passos, foi levada para o Juizado Especial de Infância e Juventude e responderá em liberdade também a processo por tráfico e associação para o tráfico. Segundo a polícia, minutos depois da prisão, ela confessou para a mãe que vendia drogas na escola porque "tinha a cabeça fraca" e gostava de dinheiro.
Orkut
As páginas do Orkut, o site de relacionamento na internet, de Rafael Luiz de Vasconcelos Passos e de sua namorada, a adolescente de 17 anos, já traziam quarta-feira mensagens de seus amigos comentando a prisão. Um deles foi sarcástico: "é Passos....bom de bola....cheio de condição financeira, precisava se envolver?....quem vai pela cabeça dos outros é piolho....se cuida irmão.....Paz, Justiça e Liberdade !!"
Outra jovem foi mais cruel. No Orkut da menor, estudante do 3º ano de um colégio tradicional no Rio, no Catete, bairro da Zona Sul, deixou o seguinte recado: "pena que é menor de idade.. merecia ir junto". No Orkut de Rafael, a jovem foi mais dura: "se f.... seu traficantizinho de m...".
O Orkut da adolescente é cheio de mensagens de amor para Rafael. Os dois se declaram "casados". Entre as comunidades de Rafael, está a Fúria Jovem do Botafogo, torcida com base no Edifício Rajah, prédio na Praia de Botafogo que ganhou má fama nos anos 80 pelo envolvimento dos seus moradores com crimes.
FONTE: Tribuna da Imprensa
A Polícia Civil prendeu ontem oito jovens de classe média e média alta do Rio acusados de integrar uma quadrilha que vende maconha, haxixe, crack, cocaína, ecstasy e LSD. O nono integrante do bando já estava preso por roubo, mas também foi indiciado por tráfico e associação para o tráfico. Eles já foram denunciados pelo Ministério Público (MP). Uma adolescente envolvida com o grupo foi levada para prestar depoimento e liberada em seguida.
O grupo vendia drogas para amigos de escola e universidade, para festas rave, boates e até mesmo nas ruas de bairros da Zona Sul. As drogas eram compradas em morros cariocas, como o Dona Marta, em Botafogo (Zona Sul), e o Jacarezinho, na Zona Norte.
A Operação Octógono - em alusão a um ringue de Vale Tudo, já que alguns dos jovens são envolvidos com lutas marciais - começou às 5h e teve a participação de 50 policiais da Delegacia Contra as Drogas (Dcod). A maior parte dos presos morava em endereços caros da Zona Sul do Rio, como as ruas Fonte da Saudade, na Lagoa, e Cupertino Durão, no Leblon.
Um deles, Pedro Paulo Farias David, de 23, foi preso dentro da sala de aula do curso de Administração da Faculdade Estácio, no Centro. Apenas um deles, o taxista Renato Magdalena, de 31 anos, que servia aos traficantes, foi preso na Penha, bairro do subúrbio do Rio.
Uma das surpresas dos policiais durante a investigação foi com o linguajar e expressões usados pelos jovens nas interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça. "São os mesmos diálogos travados por traficantes do morro. Você ouve o diálogo de um deles, que mora numa rua chique na Lagoa, e acha que está ouvindo o gerente de uma boca-de-fumo de um morro qualquer. As pessoas sentem pena, mas são tão bandidos quanto os do morro", contou o delegado Fábio Cardoso, que participou da operação.
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse ficar mais assustado com a "juventude que a sociedade está produzindo". "A polícia tem que agir contra a criminalidade sem discriminação de rico ou pobre. Essa não é uma quadrilha de usuários, é uma quadrilha de traficantes. É um problema social que passa pela família, pelas amizades que levam os jovens ricos ao tráfico", afirmou.
A Quadrilha
A investigação durou cinco meses e começou com a infiltração de policiais mulheres em festas rave e boates. A partir daí, a polícia começou a identificar os integrantes do bando e a grampear telefones. Segundo a delegada titular do Dcod, Adriana Amorim, foram feitas mais de 16 mil ligações. "Isso indica que eles falavam muito no telefone".
O estudante universitário Bruno Pompeu D' Urso, de 18 anos, é a principal figura da quadrilha, sendo responsável pela compra de drogas em morros cariocas. "É o atacadista do grupo que fornece para o que seriam seus gerentes", afirmou Cardoso. O delegado contou que no momento da prisão a empregada da casa chorava mais que a mãe, que é separada.
"Ela foi babá dele. Enquanto a mãe parecia decepcionada, mas não indignada, a empregada estava aos prantos e pediu demissão na hora da prisão. Disse que tinha dignidade e que não ia trabalhar na casa de traficante", contou. Mineiro e também universitário, Rodrigo de Luca, 19, era sócio de D' Urso e morava sozinho no Leblon.
Jessica de Albuquerque e Corrêa, de 18 anos, era namorada de Bruno e, segundo a polícia, já apanhou drogas para ele algumas vezes. Fábio Luiz Cardoso da Silva, de 26 anos, Mycon Igor Scoralick, de 20 anos, e Rafael Luiz de Vasconcelos Passos, de 19 anos, também faziam parte do grupo. Thiago Castilho Gama, de 24 anos, morador de Copacabana, já estava preso por roubo.
A adolescente de 17 anos, portuguesa e namorada de Passos, foi levada para o Juizado Especial de Infância e Juventude e responderá em liberdade também a processo por tráfico e associação para o tráfico. Segundo a polícia, minutos depois da prisão, ela confessou para a mãe que vendia drogas na escola porque "tinha a cabeça fraca" e gostava de dinheiro.
Orkut
As páginas do Orkut, o site de relacionamento na internet, de Rafael Luiz de Vasconcelos Passos e de sua namorada, a adolescente de 17 anos, já traziam quarta-feira mensagens de seus amigos comentando a prisão. Um deles foi sarcástico: "é Passos....bom de bola....cheio de condição financeira, precisava se envolver?....quem vai pela cabeça dos outros é piolho....se cuida irmão.....Paz, Justiça e Liberdade !!"
Outra jovem foi mais cruel. No Orkut da menor, estudante do 3º ano de um colégio tradicional no Rio, no Catete, bairro da Zona Sul, deixou o seguinte recado: "pena que é menor de idade.. merecia ir junto". No Orkut de Rafael, a jovem foi mais dura: "se f.... seu traficantizinho de m...".
O Orkut da adolescente é cheio de mensagens de amor para Rafael. Os dois se declaram "casados". Entre as comunidades de Rafael, está a Fúria Jovem do Botafogo, torcida com base no Edifício Rajah, prédio na Praia de Botafogo que ganhou má fama nos anos 80 pelo envolvimento dos seus moradores com crimes.
FONTE: Tribuna da Imprensa
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