segunda-feira, janeiro 20, 2025

Opinião: “O Mago” Sidônio não é milagreiro para salvar governo Lula, mas pode minimizar muitas crises

Opinião: “O Mago” Sidônio não é milagreiro para salvar governo Lula, mas pode minimizar muitas crises
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Sidônio Palmeira foi a solução mais rápida para os problemas de comunicação do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, o baiano, conhecido após vencer eleições consecutivas na Bahia como “O Mago”, não é milagreiro ao ponto de corrigir todas as rotas. Alçado à condição de ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Sidônio tem qualidades suficientes para operar milagres no marketing político. Mas o governo Lula não precisa apenas disso.

 

Depois de concluída a primeira metade do mandato, o bate-cabeças interno ficou evidente em diversos momentos. O exemplo da portaria do pix foi apenas o último e que Sidônio, nem bem chegou, optou por jogar um balde de água gelado com o recuo (catastrófico na avaliação de muitos analistas, já que deu munição à oposição). Entretanto, a Esplanada de Lula precisa de um alinhar outras frentes, cuja atuação do marketeiro baiano não consegue alcançar.

 

Apesar das frequentes trocas de amabilidade entre representantes do Congresso Nacional e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não foram raras as oportunidades em que projetos de interesse do governo esbarraram na falta de tato da articulação política. Em um dado momento, o todo-poderoso Arthur Lira (PP-AL) praticamente pediu a cabeça do ministro Alexandre Padilha numa bandeja — o que, sabidamente, o governo não fez. A crise, há época, foi tanta que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi chamado para apagar o incêndio — sendo que o baiano nunca foi muito conhecido pela boa forma no trato com parlamentares.

 

Outros exemplos que se tornaram corriqueiros foram anúncios de projetos e propostas por ministérios que acabariam, dias depois, desmentidos pelo Palácio do Planalto. Não dá para esquecer o programa de passagens aéreas mais baratas, anunciado pelo então ministro Márcio França sem ter nada muito acertado e só implantado tempos depois, com outro titular na pasta de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Aos poucos, todavia, é preciso admitir que a frequência de gafes não escalonou a ponto de a ser constrangedora como no passado recente.

 

Ainda que existam pesares, houve avanços que não foram devidamente comunicados, principalmente pela forma pouco sensata como altos escalões petistas, como Paulo Pimenta e até Gleisi Hoffman interferiam no dia a dia no governo — mesmo que indiretamente ou apenas no plano das ideias, já que eles não necessariamente tinham competência para implantar os desejos desse petismo menos pragmático (para sorte de Lula).

 

A chegada de Sidônio, nesse momento, vai prevenir que o governo sofra ainda mais com essas crises desnecessárias que o noticiário apresenta. Com força de quem construiu uma carreira sólida na comunicação e no marketing político antes de ser feito ministro, o baiano tem condições de ser um freio de arrumação importante para os rumos do governo. Especialmente na área em que ele atua. Só é difícil acreditar que ele será a salvação da lavoura. Afinal, o próprio governo também precisa ajudar. E muito.


 

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