Petrobras anuncia descoberta de reserva gigante de óleo e gás
Rodrigo Otávio
A Petrobras anunciou ontem uma descoberta gigante de petróleo leve na área de pré-sal da bacia de Santos. A descoberta foi saudada como o possível início de um novo patamar na realidade petrolífera do País. "Eu acho que é, talvez, um dos momentos mais importantes dos últimos anos do País. É nós falarmos o seguinte; 'olha, é possível, muito provável, de uma certa forma quase certo, que nós tenhamos uma grande reserva petrolífera e gasífera além da que nós conhecemos'. Parece, tudo indica, que nós temos uma grande riqueza em petróleo que nos muda de patamar, que transforma esse em um país exportador de petróleo", afirmou a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência, Dilma Rousseff.
Tamanha excitação se explica pela quantidade encontrada, estimada entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo em um poço de uma das áreas da bacia, que vai do Norte do Rio de Janeiro até Santa Catarina. Com as reservas atuais do Brasil de cerca de 11,5 bilhões de barris, o montante da descoberta seria quase que 50% daquilo contabilizado em 60 anos de exploração no País.
Suspense e nova realidade
O anúncio de ontem foi cercado de suspense, inclusive com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, Dilma Rousseff, oito ministros e mais os presidentes da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estiveram na sede da Petrobras, no Rio, para participarem de uma reunião especial do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Após reuniões pela manhã e pela tarde, Lula seguiu viagem para o Chile e a ministra Rousseff foi a escolhida para transmitir a novidade e suas conseqüências. O principal desdobramento imediato, tomado pelo CNPE, foi determinar a retirada dos blocos onde ocorreram a descoberta da 9ª Rodada de Licitações para exploração de petróleo da ANP, que acontece nos próximos dias 27 e 28. Assim sendo, a licitação terá menos 41 blocos dos 312 inicialmente previstos.
A ministra justificou a retirada como o passo seguinte ao impacto da descoberta. "A questão agora é o que nós faremos hoje, uma reflexão de como vamos explorar essa nova riqueza. É justo que façamos uma revisão de toda a política, logística e operação do petróleo no Brasil para que o País certamente passe de uma nação pouco significativa na área do petróleo para o primeiro patamar", afirmou.
Em um otimista cenário em que o País poderia estar "boiando em petróleo", Dilma sinalizou que é prematuro cálculos para a exploração comercial - embora tenha especulado um prazo de seis a sete anos - ou a adoção de uma nova postura, com mais poder de fogo, em negociações com parceiros de petróleo e gás da região, como Venezuela e Bolívia. Especificamente sobre a segunda, a ministra deixou claro que a reunião de ontem não interferia nas negociações com o vizinho sobre a atual crise brasileira no setor de gás natural.
2º subsolo
O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, explicou em termos técnicos a área descoberta. "As explorações de petróleo em águas profundas são feitas entre 1500 e 3000 metros. Depois desses 3000 metros vem camada rochosa da Terra. Por baixo dessa camada, tem uma camada de sal. Agora descobrimos que por baixo dessa camada de sal existe um volume significativo, bastante significativo, de petróleo aprisionado".
Fonte: Tribuna da Imprensa
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sexta-feira, novembro 09, 2007
quinta-feira, novembro 08, 2007
É muita lama passando por baixo da ponte!
Por: J. Montalvão
Na matéria intitulada “SÓ A PF DÁ JEITO”, o ex-vereador Wilson Andrade, mais conhecido por CIGARRINHA, através de documentação encaminhada ao Ministério Público de Jeremoabo/Bahia, e ao TCM/BA, efetua denuncias gravíssimas, onde fatos de menor porte assistimos através jornais televisivos a Polícia Federal algemando, prendendo e abrindo inquéritos.
O ex-Vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Jeremoabo/Bahia, denuncia fatos de improbidades muitos graves, onde envolve vereadores sonegadores do Imposto de Renda, vereadores com fretes fictícios, inexistentes ou fantasmas, licitações fraudulentas e criminosas, farra de diárias patrocinadas por vereadores, ocultação de Prestação de Contas para que a população não tomasse conhecimento, e permanecesse enganada e alheia a todos os atos ímprobos.
Infelizmente é um ponto negativo e degradante para a nossa Jeremoabo.
O ex-Vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Jeremoabo/Bahia, denuncia fatos de improbidades muitos graves, onde envolve vereadores sonegadores do Imposto de Renda, vereadores com fretes fictícios, inexistentes ou fantasmas, licitações fraudulentas e criminosas, farra de diárias patrocinadas por vereadores, ocultação de Prestação de Contas para que a população não tomasse conhecimento, e permanecesse enganada e alheia a todos os atos ímprobos.
Infelizmente é um ponto negativo e degradante para a nossa Jeremoabo.
Se os “representantes do povo” praticam todo tipo de falcatruas a começar por sonegação de Imposto de Renda, o que o cidadão simples, os menos desiguais, o que não irão fazer espelhados nos seus “representantes”?
Ainda bem, que essas denuncias não são oriundas do nosso site, mas de uma pessoa que entende o que se passa de certo ou errado na Câmara de Vereadores de Jeremoabo/Bahia, pois esse cidadão que está tendo a coragem e hombridade moral de denunciar tais irregularidades e improbidades, já foi por várias vezes eleito Vereador e Presidente daquela Casa Legislativa.
Faço um adendo para alertar a turma do aceita tudo, (desde que seja da sua ala política), que não venham agora depois do leite derramado querer acusar os ex-presidentes, José Nascimento (Lalai), Ana Josefina, Josadilson ou o próprio Wilson Andrade (Cigarrinha), pois o próprio TCM/BA, recomendou que as contas dos mesmos fosses aprovadas por estar conforme a Legislação em vigor, e os próprios vereadores, após receber inúmeras diárias para fiscalizar as ditas contas, deram o parecer como normais, justas e sem nenhum maculo, onde após discussão acalorada e consciente, agiram de acordo com a legalidade aprovando todas.
Aqui só me resta aplaudir aos ex-presidentes da Câmara de Vereadores de Jeremoabo, que mesmo com todo o meu protesto através o site “Jeremoabohoje”, os ilustres vereadores demonstraram que tudo ali estava certo, e como prêmio ou recompensa pela honestidade e “zelo com o erário público”, aprovaram tudo; e o mais importante sem ressalvas.
Sugiro aos leitores, para que leiam as denuncias com atenção, analisando item por item, e observem que falta de vergonha e de honestidade.
Onde e em que brejo Jeremoabo foi se atolar ? Jeremoabo não, o povo humilde de Jeremoabo.
Ainda bem, que essas denuncias não são oriundas do nosso site, mas de uma pessoa que entende o que se passa de certo ou errado na Câmara de Vereadores de Jeremoabo/Bahia, pois esse cidadão que está tendo a coragem e hombridade moral de denunciar tais irregularidades e improbidades, já foi por várias vezes eleito Vereador e Presidente daquela Casa Legislativa.
Faço um adendo para alertar a turma do aceita tudo, (desde que seja da sua ala política), que não venham agora depois do leite derramado querer acusar os ex-presidentes, José Nascimento (Lalai), Ana Josefina, Josadilson ou o próprio Wilson Andrade (Cigarrinha), pois o próprio TCM/BA, recomendou que as contas dos mesmos fosses aprovadas por estar conforme a Legislação em vigor, e os próprios vereadores, após receber inúmeras diárias para fiscalizar as ditas contas, deram o parecer como normais, justas e sem nenhum maculo, onde após discussão acalorada e consciente, agiram de acordo com a legalidade aprovando todas.
Aqui só me resta aplaudir aos ex-presidentes da Câmara de Vereadores de Jeremoabo, que mesmo com todo o meu protesto através o site “Jeremoabohoje”, os ilustres vereadores demonstraram que tudo ali estava certo, e como prêmio ou recompensa pela honestidade e “zelo com o erário público”, aprovaram tudo; e o mais importante sem ressalvas.
Sugiro aos leitores, para que leiam as denuncias com atenção, analisando item por item, e observem que falta de vergonha e de honestidade.
Onde e em que brejo Jeremoabo foi se atolar ? Jeremoabo não, o povo humilde de Jeremoabo.
Só a PF dá jeito!!!
Falou em auditória, tô fora...
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NÃO SEI DE NADA BAIXINHO...
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Obs: Esta improbidade foi denunciada ao Ministério Público de Jeremoabo - Bahia e ao TCM (Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia), e seu autor está no aguardo das providêcias para transmitir ao cidadão-eleitor-contribuinte.
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Segue o link para que possa ser feito o download dos arquivos que foram enviados para as autoridades acima mencionadas.
Rede G Barbosa é vendida para grupo chileno
A transação, que envolve 18 hipermercados, 23 supermercados e 36 farmácias, chegou a US$430 milhões
Alan Amaral
Quarta maior rede de supermercados do Brasil, o G Barbosa foi vendido por US$380 milhões para a empresa chilena Cencosud, líder no mercado varejista no Chile e na Argentina. A transação, cujo valor será pago à vista, envolveu ainda o reconhecimento de uma dívida de US$50 milhões, perfazendo um volume total de US$430 milhões. O anúncio da venda foi feito ontem pela Acon Investments, fundo de private equity americano e principal acionista da G Barbosa Comercial Ltda. Com a operação, a marca sergipana passa a integrar agora o portfólio de negócios da Cencosud, que possui 37 hipermercados, 357 supermercados, 52 home centers, 21 shopping centers, 25 magazines e diversos serviços financeiros nos mercados chileno e argentino. Os recursos envolvidos na negociação serão oriundos de fundos próprios da Cencosud e de linhas de crédito com bancos internacionais.
De acordo com o presidente do conselho de administração e principal acionista da Cencosud, Horst Paulmann, a administração atual do G Barbosa continuará à frente da companhia. “Estamos muito satisfeitos com essa aquisição, no Brasil, de uma empresa sólida e com um forte cenário de crescimento. Essa compra vai possibilitar uma nova plataforma para a ampliação de nossos negócios”, declarou. Segundo o presidente do G Barbosa, Gerard Scheij, não haverá também alterações na estrutura do grupo, principalmente no que diz respeito ao corpo de funcionários e à marca. “Na verdade, a expectativa agora é de crescimento da rede. Ou seja, as alterações que ocorrerem daqui pra frente estarão ligadas a um planejamento de expansão dos negócios. Contudo, nesses próximos meses, iremos discutir os planos para o futuro”, ressaltou.
A rede brasileira, que prevê para este ano um faturamento bruto de quase R$1,9 bilhão, opera hoje com 18 hipermercados, 23 supermercados, 36 farmácias e sete eletroshows nos estados de Sergipe, Bahia e Alagoas, contabilizando 9.198 funcionários. Apesar de não revelar valores, Scheij afirmou que a corporação dará continuidade, com o apoio dos novos controladores, ao programa, já em andamento, de ampliação da bandeira. As ações em pauta envolvem desde a remodelação das lojas já existentes, até a abertura de novas unidades.
Listada na Bolsa de Valores de Santiago desde maio de 2004, a Cencosud aguarda, com o encerramento de 2007, um faturamento da ordem de US$7 bilhões com suas operações no Chile e na Argentina. Com mais de 80 mil colaboradores, a corporação estrangeira vem apresentando um crescimento sustentável nos últimos 25 anos, atuando em diversas bandeiras, a exemplo das marcas Jumbo Hipermercados, Santa Isabel, Super Vea e Disco. Já o G Barbosa atua no Nordeste há 52 anos, tendo sua sede localizada em Aracaju. A rede é responsável ainda pela administração, em parceria com o Bradesco, do cartão Credi-Hiper, com mais de um milhão de usuários.
Fonte: Correio da Bahia
Alan Amaral
Quarta maior rede de supermercados do Brasil, o G Barbosa foi vendido por US$380 milhões para a empresa chilena Cencosud, líder no mercado varejista no Chile e na Argentina. A transação, cujo valor será pago à vista, envolveu ainda o reconhecimento de uma dívida de US$50 milhões, perfazendo um volume total de US$430 milhões. O anúncio da venda foi feito ontem pela Acon Investments, fundo de private equity americano e principal acionista da G Barbosa Comercial Ltda. Com a operação, a marca sergipana passa a integrar agora o portfólio de negócios da Cencosud, que possui 37 hipermercados, 357 supermercados, 52 home centers, 21 shopping centers, 25 magazines e diversos serviços financeiros nos mercados chileno e argentino. Os recursos envolvidos na negociação serão oriundos de fundos próprios da Cencosud e de linhas de crédito com bancos internacionais.
De acordo com o presidente do conselho de administração e principal acionista da Cencosud, Horst Paulmann, a administração atual do G Barbosa continuará à frente da companhia. “Estamos muito satisfeitos com essa aquisição, no Brasil, de uma empresa sólida e com um forte cenário de crescimento. Essa compra vai possibilitar uma nova plataforma para a ampliação de nossos negócios”, declarou. Segundo o presidente do G Barbosa, Gerard Scheij, não haverá também alterações na estrutura do grupo, principalmente no que diz respeito ao corpo de funcionários e à marca. “Na verdade, a expectativa agora é de crescimento da rede. Ou seja, as alterações que ocorrerem daqui pra frente estarão ligadas a um planejamento de expansão dos negócios. Contudo, nesses próximos meses, iremos discutir os planos para o futuro”, ressaltou.
A rede brasileira, que prevê para este ano um faturamento bruto de quase R$1,9 bilhão, opera hoje com 18 hipermercados, 23 supermercados, 36 farmácias e sete eletroshows nos estados de Sergipe, Bahia e Alagoas, contabilizando 9.198 funcionários. Apesar de não revelar valores, Scheij afirmou que a corporação dará continuidade, com o apoio dos novos controladores, ao programa, já em andamento, de ampliação da bandeira. As ações em pauta envolvem desde a remodelação das lojas já existentes, até a abertura de novas unidades.
Listada na Bolsa de Valores de Santiago desde maio de 2004, a Cencosud aguarda, com o encerramento de 2007, um faturamento da ordem de US$7 bilhões com suas operações no Chile e na Argentina. Com mais de 80 mil colaboradores, a corporação estrangeira vem apresentando um crescimento sustentável nos últimos 25 anos, atuando em diversas bandeiras, a exemplo das marcas Jumbo Hipermercados, Santa Isabel, Super Vea e Disco. Já o G Barbosa atua no Nordeste há 52 anos, tendo sua sede localizada em Aracaju. A rede é responsável ainda pela administração, em parceria com o Bradesco, do cartão Credi-Hiper, com mais de um milhão de usuários.
Fonte: Correio da Bahia
BRA condiciona reembolsos a aporte de recursos
Companhia aérea que suspendeu operações esta semana deve R$22 milhões somente em passagens vendidas
SÃO PAULO - Apesar de afirmar que seus passageiros que pedirem reembolso serão pagos no valor original das passagens em até 30 dias, a BRA, que informou ontem a suspensão temporária dos seus vôos, condiciona o pagamento (são R$22 milhões em tíquetes vendidos) a um novo investimento na empresa. A companhia, com dívidas de cerca de US$100 milhões em bancos, estima em US$30 milhões o valor necessário para retomar suas operações e vem procurando novos fundos de investimento para sondar interesse em investir na empresa.
Os fundos que fazem parte da Brazil Air Partners, que no ano passado capitalizaram a empresa em US$70 milhões e entraram em atrito com o seu controlador, Humberto Folegatti, não se mostram dispostos a realizar novo investimento. “Temos discussões em curso entre os acionistas sobre a possibilidade de entrar um fundo de fora para capitalizar a companhia. Se um terceiro investidor entrar, isso permitiria que os atuais acionistas possam acompanhar o investimento”, disse o diretor da BRA Danilo Amaral. “O problema é tempo”.
O fator que mais pesou na paralisação da BRA, de acordo com ele, foi não conseguir mais pagar pelo combustível. Na prática, a avaliação de especialistas é que a companhia dificilmente voltará a operar. Lembram o caso de empresas como a Vasp, que também interrompeu operações por problemas financeiros e não conseguiu voltar a voar, principalmente depois da exposição de suas situações na mídia. A BRA, que em setembro possuía 4,6% dos vôos domésticos, fazia 26 rotas nacionais e três internacionais, com 35 vôos domésticos de segunda a sexta. (Folhapress)
***
Passageiros encontram guichês fechados
Graciela Alvarez
O cancelamento de todas as operações da BRA Transportes Aéreos traz à tona o caos da aviação civil nacional, voltando a atormentar a vida de quem necessita do transporte aéreo. Ontem, em Salvador, muitos dos consumidores que tinham passagens compradas para voar com a companhia se aborreceram ao tentar obter uma satisfação. Quem se dirigiu ao Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães encontrou os dois guichês da empresa completamente vazios. Poucas informações somente com alguns funcionários das duas agências PNX Travel (vinculada à BRA), localizadas no terminal aeroportuário e no bairro do Itaigara.
“O que foi passado para a gente foi que os passageiros que não estão em trânsito devem solicitar o reembolso integral em uma das agências BRA. Acomodações em outros vôos apenas para passageiros que estão em trânsito. Se ele foi, tem que voltar”, esta era a informação que o funcionário da companhia, que preferiu não se identificar, dava aos clientes. A única alternativa oferecida pela empresa gerou uma revolta entre os clientes que, mais uma vez, se viram de mãos atadadas. “Isso não vai ficar assim”, gritou um consumidor, após perguntar sobre o prazo da devolução do dinheiro, que é de 30 dias para quem efetuou a compra à vista e de 30 a 60 dias para quem comprou com cartão de crédito.
O bilhete de volta da esteticista Luzia Fidelis é apenas um dos 70 mil vendidos pela BRA até março de 2008. Para ela, que estava com duas passagens marcadas para voltar de Natal para Salvador no dia 19 deste mês, a suspensão das operações da companhia trouxe um grande prejuízo financeiro. “Como comprei as de ida em outra empresa tive que comprar as de volta também, mas não achei vôo para a mesma data, vou ter que gastar mais para ficar mais um dia em Natal”, revela.
Para Fidelis, que decidiu solicitar o reembolso na agência PNX Travel do Itaigara, essa situação é uma verdadeira irresponsabilidade: “Eles já sabiam que estavam no vermelho e continuaram fazendo promoções para enganar os bestas. Para mim, o que deveria ser diversão virou uma preocupação”, finaliza ela. De acordo com uma funcionária da agência, que também optou por não se identificar, o estabelecimento só está atendendo para reembolso. “Foi tudo muito rápido. O único comunicado que recebemos foi da nossa gerência, que nos informou que a partir de hoje (ontem), a BRA não fazia mais nenhuma operação”, declara ela, triste por também ser um dos 1,1 mil funcionários da empresa a perder o emprego.
Quem procurou o balcão de informações da Infraero no aeroporto de Salvador também não obteve sucesso, pois o órgão orientou todos os atendentes a solicitar que os consumidores procurassem a empresa. “Isso é um absurdo. Mais uma vez estamos entregues ao caos. Quero ver onde isso vai parar”, reclamou, indignado, um aposentado que viajaria pela BRA para Guarulhos neste fim de semana.
Fonte: Correio da Bahia
SÃO PAULO - Apesar de afirmar que seus passageiros que pedirem reembolso serão pagos no valor original das passagens em até 30 dias, a BRA, que informou ontem a suspensão temporária dos seus vôos, condiciona o pagamento (são R$22 milhões em tíquetes vendidos) a um novo investimento na empresa. A companhia, com dívidas de cerca de US$100 milhões em bancos, estima em US$30 milhões o valor necessário para retomar suas operações e vem procurando novos fundos de investimento para sondar interesse em investir na empresa.
Os fundos que fazem parte da Brazil Air Partners, que no ano passado capitalizaram a empresa em US$70 milhões e entraram em atrito com o seu controlador, Humberto Folegatti, não se mostram dispostos a realizar novo investimento. “Temos discussões em curso entre os acionistas sobre a possibilidade de entrar um fundo de fora para capitalizar a companhia. Se um terceiro investidor entrar, isso permitiria que os atuais acionistas possam acompanhar o investimento”, disse o diretor da BRA Danilo Amaral. “O problema é tempo”.
O fator que mais pesou na paralisação da BRA, de acordo com ele, foi não conseguir mais pagar pelo combustível. Na prática, a avaliação de especialistas é que a companhia dificilmente voltará a operar. Lembram o caso de empresas como a Vasp, que também interrompeu operações por problemas financeiros e não conseguiu voltar a voar, principalmente depois da exposição de suas situações na mídia. A BRA, que em setembro possuía 4,6% dos vôos domésticos, fazia 26 rotas nacionais e três internacionais, com 35 vôos domésticos de segunda a sexta. (Folhapress)
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Passageiros encontram guichês fechados
Graciela Alvarez
O cancelamento de todas as operações da BRA Transportes Aéreos traz à tona o caos da aviação civil nacional, voltando a atormentar a vida de quem necessita do transporte aéreo. Ontem, em Salvador, muitos dos consumidores que tinham passagens compradas para voar com a companhia se aborreceram ao tentar obter uma satisfação. Quem se dirigiu ao Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães encontrou os dois guichês da empresa completamente vazios. Poucas informações somente com alguns funcionários das duas agências PNX Travel (vinculada à BRA), localizadas no terminal aeroportuário e no bairro do Itaigara.
“O que foi passado para a gente foi que os passageiros que não estão em trânsito devem solicitar o reembolso integral em uma das agências BRA. Acomodações em outros vôos apenas para passageiros que estão em trânsito. Se ele foi, tem que voltar”, esta era a informação que o funcionário da companhia, que preferiu não se identificar, dava aos clientes. A única alternativa oferecida pela empresa gerou uma revolta entre os clientes que, mais uma vez, se viram de mãos atadadas. “Isso não vai ficar assim”, gritou um consumidor, após perguntar sobre o prazo da devolução do dinheiro, que é de 30 dias para quem efetuou a compra à vista e de 30 a 60 dias para quem comprou com cartão de crédito.
O bilhete de volta da esteticista Luzia Fidelis é apenas um dos 70 mil vendidos pela BRA até março de 2008. Para ela, que estava com duas passagens marcadas para voltar de Natal para Salvador no dia 19 deste mês, a suspensão das operações da companhia trouxe um grande prejuízo financeiro. “Como comprei as de ida em outra empresa tive que comprar as de volta também, mas não achei vôo para a mesma data, vou ter que gastar mais para ficar mais um dia em Natal”, revela.
Para Fidelis, que decidiu solicitar o reembolso na agência PNX Travel do Itaigara, essa situação é uma verdadeira irresponsabilidade: “Eles já sabiam que estavam no vermelho e continuaram fazendo promoções para enganar os bestas. Para mim, o que deveria ser diversão virou uma preocupação”, finaliza ela. De acordo com uma funcionária da agência, que também optou por não se identificar, o estabelecimento só está atendendo para reembolso. “Foi tudo muito rápido. O único comunicado que recebemos foi da nossa gerência, que nos informou que a partir de hoje (ontem), a BRA não fazia mais nenhuma operação”, declara ela, triste por também ser um dos 1,1 mil funcionários da empresa a perder o emprego.
Quem procurou o balcão de informações da Infraero no aeroporto de Salvador também não obteve sucesso, pois o órgão orientou todos os atendentes a solicitar que os consumidores procurassem a empresa. “Isso é um absurdo. Mais uma vez estamos entregues ao caos. Quero ver onde isso vai parar”, reclamou, indignado, um aposentado que viajaria pela BRA para Guarulhos neste fim de semana.
Fonte: Correio da Bahia
Servidores em greve terão salários cortados
Tribunal de Justiça da Bahia atrasa o fechamento da folha de pagamento para identificar os faltosos
Cilene Brito
O Tribunal de Justiça da Bahia vai mesmo cortar os salários dos servidores grevistas.
Para isso, o órgão vai atrasar em uma semana o fechamento da folha de pagamento, que deveria ser feita até o dia 10. Neste período, os juízes deverão elaborar um relatório de freqüência com os nomes dos trabalhadores faltosos. A lista será encaminhada à presidência do TJ e à Gerência de Recursos Humanos (GRU), para que sejam efetuados os cortes de pagamento pelos dias não trabalhados. A informação foi confirmada ontem pela assessoria da presidência do TJ. Por conta disso, a folha só será fechada no dia 17.
Sem se intimidar com o decreto publicado pelo presidente do órgão, desembargador Benito Figueiredo, no fim da semana passado, a categoria decidiu por unanimidade manter a greve por tempo indeterminado, em assembléia realizada na tarde de ontem, no Fórum Ruy Barbosa. A categoria lotou o salão do júri e se mostrou indignada com o descaso do TJ às propostas do movimento.
A expectativa da categoria é que com a posse hoje do novo presidente da casa, desembargador Sinésio Cabral, seja aberto um canal de negociação. “O desembargador Sinésio tem muito apreço pelos servidores e tenho certeza de que ele irá nos receber. Vamos tentar uma conversa com ele logo amanhã (hoje)”, afirmou a presidente do Simpojud, Maria José Silva. A assembléia foi conduzida pelos sindicatos dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sintaj) e do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sinpojud). Enquanto o impasse continua, ambos sindicatos aguardam parecer favorável ao agravo de instrução impetrado junto ao TJ contra o decreto que determina o corte dos salários dos trabalhadores grevistas. Hoje, os servidores fazem uma concentração em frente ao fórum, onde decidirão se farão alguma mobilização. Uma nova assembléia será realizada na próxima terça-feira, às 14h.
Os servidores afirmam ainda não estarem intimidados com a possibilidade de pagamento de multa diária de R$20 mil, estabelecida pela Justiça. A proposta inicial era de inclusão de uma emenda na Lei de Organização do Judiciário (LOJ), que previa prazo de 180 dias para que o TJ encaminhasse à Assembléia Legislativa o projeto de revisão do PCS. Como o prazo expirou, os servidores reivindicam agora o envio à AL de um projeto de lei, independente da LOJ - aprovada no dia 31 de outubro.
“O plano vai estruturar a carreira dos servidores que está defasada”, ressaltou a coordenadora geral do Sintaj, Elizabete Rangel. Segundo ela, outros pontos reivindicados pelos servidores da Justiça a aprovação do decreto de progressão funcional por merecimento e escolaridade, gratificação por periculosidade e insalubridade, aprovação do projeto de aquisição da casa própria para os servidores do Judiciário, pagamento das substituições, aumento do número de varas e servidores por comarca e a ampliação do número de cartórios no estado.
Com a greve dos funcionários do Sinpojud, apenas serviços essenciais como emissões de guias de sepultamento e habeas-corpus e liminares de saúde estão sendo realizados. O atendimento de todas as varas está suspenso. Ao todo, na Bahia, 1.530 cartórios estão fechados. Desses, 155 estão em Salvador. Segundo o Sinpojud, apenas 30% do efetivo está sendo mantido em funcionamento.
Já a paralisação dos servidores do Sintaj comprometeu diretamente os 13 juizados especiais de causas comuns da capital e 59 do interior. Estão sendo mantidos apenas o atendimento no Sistema de Automação do Judiciário (SAJs) localizado na Boca do Rio e em Periperi, para atendimento dos casos de defesa do consumidor considerados emergenciais, como ações contra planos de saúde, além de alguns serviços essenciais dos juizados de infância e juventude.
Fonte: Correio da Bahia
Cilene Brito
O Tribunal de Justiça da Bahia vai mesmo cortar os salários dos servidores grevistas.
Para isso, o órgão vai atrasar em uma semana o fechamento da folha de pagamento, que deveria ser feita até o dia 10. Neste período, os juízes deverão elaborar um relatório de freqüência com os nomes dos trabalhadores faltosos. A lista será encaminhada à presidência do TJ e à Gerência de Recursos Humanos (GRU), para que sejam efetuados os cortes de pagamento pelos dias não trabalhados. A informação foi confirmada ontem pela assessoria da presidência do TJ. Por conta disso, a folha só será fechada no dia 17.
Sem se intimidar com o decreto publicado pelo presidente do órgão, desembargador Benito Figueiredo, no fim da semana passado, a categoria decidiu por unanimidade manter a greve por tempo indeterminado, em assembléia realizada na tarde de ontem, no Fórum Ruy Barbosa. A categoria lotou o salão do júri e se mostrou indignada com o descaso do TJ às propostas do movimento.
A expectativa da categoria é que com a posse hoje do novo presidente da casa, desembargador Sinésio Cabral, seja aberto um canal de negociação. “O desembargador Sinésio tem muito apreço pelos servidores e tenho certeza de que ele irá nos receber. Vamos tentar uma conversa com ele logo amanhã (hoje)”, afirmou a presidente do Simpojud, Maria José Silva. A assembléia foi conduzida pelos sindicatos dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sintaj) e do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sinpojud). Enquanto o impasse continua, ambos sindicatos aguardam parecer favorável ao agravo de instrução impetrado junto ao TJ contra o decreto que determina o corte dos salários dos trabalhadores grevistas. Hoje, os servidores fazem uma concentração em frente ao fórum, onde decidirão se farão alguma mobilização. Uma nova assembléia será realizada na próxima terça-feira, às 14h.
Os servidores afirmam ainda não estarem intimidados com a possibilidade de pagamento de multa diária de R$20 mil, estabelecida pela Justiça. A proposta inicial era de inclusão de uma emenda na Lei de Organização do Judiciário (LOJ), que previa prazo de 180 dias para que o TJ encaminhasse à Assembléia Legislativa o projeto de revisão do PCS. Como o prazo expirou, os servidores reivindicam agora o envio à AL de um projeto de lei, independente da LOJ - aprovada no dia 31 de outubro.
“O plano vai estruturar a carreira dos servidores que está defasada”, ressaltou a coordenadora geral do Sintaj, Elizabete Rangel. Segundo ela, outros pontos reivindicados pelos servidores da Justiça a aprovação do decreto de progressão funcional por merecimento e escolaridade, gratificação por periculosidade e insalubridade, aprovação do projeto de aquisição da casa própria para os servidores do Judiciário, pagamento das substituições, aumento do número de varas e servidores por comarca e a ampliação do número de cartórios no estado.
Com a greve dos funcionários do Sinpojud, apenas serviços essenciais como emissões de guias de sepultamento e habeas-corpus e liminares de saúde estão sendo realizados. O atendimento de todas as varas está suspenso. Ao todo, na Bahia, 1.530 cartórios estão fechados. Desses, 155 estão em Salvador. Segundo o Sinpojud, apenas 30% do efetivo está sendo mantido em funcionamento.
Já a paralisação dos servidores do Sintaj comprometeu diretamente os 13 juizados especiais de causas comuns da capital e 59 do interior. Estão sendo mantidos apenas o atendimento no Sistema de Automação do Judiciário (SAJs) localizado na Boca do Rio e em Periperi, para atendimento dos casos de defesa do consumidor considerados emergenciais, como ações contra planos de saúde, além de alguns serviços essenciais dos juizados de infância e juventude.
Fonte: Correio da Bahia
Rodovias federais continuam em estado de calamidade
Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes mostra que 74% das estradas estão comprometidas
BRASÍLIA - Apresentada ontem, a Pesquisa Rodoviária 2007 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra que as rodovias federais continuam em estado de calamidade. De acordo com o levantamento, 74,2% das estradas administradas pela União sofrem com problemas de pavimentação, sinalização ou desenho. O índice é praticamente igual ao apurado no ano passado, quando 75% da malha federal, de 58 mil quilômetros de extensão, estavam comprometidos. ”Podemos concluir que a situação das rodovias no país está inalterada. Houve apenas uma pequena melhora na sinalização, de 5%”, resumiu o presidente da CNT, Clésio Andrade. Os trechos reprovados foram classificados como regulares (46,9%), ruins (19,8%) ou péssimos (7,5%).
De acordo com o relatório, dois terços das rodovias federais têm deficiências na sinalização, como placas encobertas pelo mato e ausência de faixas no asfalto. Na metade das estradas, os motoristas são obrigados a desviar de buracos, afundamentos ou ondulações. “A grande extensão da malha com pavimento deficiente é preocupante, pois, em função do tráfego e das intempéries, pode evoluir para situações críticas de segurança”, adverte o estudo. A má conservação das rodovias é um dos principais gargalos que atrasam o crescimento do país, acrescenta o relatório, que estima em R$23,4 bilhões o volume de investimentos necessários para recuperar a malha viária brasileira.
O cálculo não inclui obras de ampliação de duplicação de rodovias. O percentual de estradas comprometidas apresenta uma queda ligeira, para 73,9%, quando se somam as rodovias estaduais e as concedidas à iniciativa privada. Os técnicos da CNT avaliaram, no total, 87 mil quilômetros de estradas, em inspeções que duraram 40 dias em todos os estados do país. A pesquisa registra falhas em elementos básicos de segurança no trânsito. Não há acostamento em 42,5% das rodovias avaliadas e, em outros 4,6% dos trechos, a pista de emergência está tomada pelo mato. Nas estradas com pontes e viadutos, apenas 23% têm acostamento ou defensas para proteger os motoristas. O mapa das rodovias brasileiras mostra que a situação é mais grave nas regiões Norte, onde os trechos considerados regulares, ruins ou péssimos chegam a 91,2%; e Nordeste, onde a soma atinge 86,3%.
Entre os estados, o pior caso é o de Roraima, onde nenhuma rodovia foi classificada como boa ou ótima. O melhor exemplo é o de São Paulo, líder no ranking de concessões à iniciativa privada, onde apenas 26,8% das estradas registram problemas. No entanto, o presidente da CNT criticou o alto valor dos pedágios cobrados no estado: “As novas licitações do governo federal mostram que é possível melhorar as rodovias sem que os motoristas sejam tão onerados”.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não quis comentar o estudo. Subordinado à pasta, o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção das rodovias federais, divulgou nota em que considera o resultado animador, apesar das declarações do presidente da CNT. De acordo com o texto, a pesquisa “deu destaque à melhora nas condições da sinalização de rodovias em todo o país, e no estado geral das rodovias federais, em relação ao ano passado”. Segundo o diretor geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, “os investimentos do governo nos últimos anos estão produzindo bons resultados”. (AG)
***
Tapa-buracos não funcionou
BRASÍLIA - Dos 109 trechos percorridos pelos técnicos da Pesquisa Rodoviária 2007 da CNT, o campeão de problemas é o trajeto da BR-222 que liga os municípios de Açailândia e Miranda do Norte, no interior do Maranhão. A estrada, de cerca de 400km de extensão, recebeu nota 44,9 na escala de 1 a 100 que avalia as condições de pavimento, sinalização e desenho das rodovias. Administrado pelo governo federal, o trecho foi incluído no mapa de obras da Operação Tapa-buracos, que fez reparos emergenciais em rodovias de todo o país no ano passado. No entanto, os pesquisadores constataram que os problemas não demoraram a voltar: falta acostamento, o asfalto está esburacado e não há placas para indicar os pontos mais perigosos.
Um longo histórico de fraudes em licitações e desvios de recursos para a compra de material de construção ajuda a explicar o péssimo estado da rodovia. Em março, o Tribunal de Contas da União multou um dirigente do Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes (Dnit) em R$12 mil por irregularidades em obras de recuperação do trajeto. O relator do processo, ministro Mascos Vinicios Vilaça, listou indícios de dispensa indevida de licitação, negligência e superfaturamento em contratos. Na decisão, o TCU determinou uma nova tomada de contas para apurar o caso.
O prefeito de Açailândia, Ildemar Gonçalves (PSDB), diz que a péssima condição da rodovia provoca acidentes graves com freqüência e isola os moradores do pequeno município rural, a 550km de São Luís. “A estrada está muito ruim. Não tem acostamento e o asfalto é só buraco”, resume, antes de culpar os parlamentares do estado pela falta de conservação da rodovia.” O governo aí em Brasília não tem obrigação de saber dessas bagunças”.
O superintendente do Dnit no Maranhão, Gerardo de Freitas, não foi encontrado na sede do órgão para comentar os problemas. Mas o site da autarquia se encarrega de alertar os motoristas sobre os perigos da estrada. “Pista de rolamento e acostamento em condiçoes precária e com muitos buracos. Sinalização horizontal e vertical ruins”, resume o texto, que ainda cita a existência de “curvas perigosas com acúmulo de terra e erosões” e recomenda cautela aos motoristas que se arriscarem a percorrer o trajeto à noite. (AG)
Fonte: Correio da Bahia
BRASÍLIA - Apresentada ontem, a Pesquisa Rodoviária 2007 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra que as rodovias federais continuam em estado de calamidade. De acordo com o levantamento, 74,2% das estradas administradas pela União sofrem com problemas de pavimentação, sinalização ou desenho. O índice é praticamente igual ao apurado no ano passado, quando 75% da malha federal, de 58 mil quilômetros de extensão, estavam comprometidos. ”Podemos concluir que a situação das rodovias no país está inalterada. Houve apenas uma pequena melhora na sinalização, de 5%”, resumiu o presidente da CNT, Clésio Andrade. Os trechos reprovados foram classificados como regulares (46,9%), ruins (19,8%) ou péssimos (7,5%).
De acordo com o relatório, dois terços das rodovias federais têm deficiências na sinalização, como placas encobertas pelo mato e ausência de faixas no asfalto. Na metade das estradas, os motoristas são obrigados a desviar de buracos, afundamentos ou ondulações. “A grande extensão da malha com pavimento deficiente é preocupante, pois, em função do tráfego e das intempéries, pode evoluir para situações críticas de segurança”, adverte o estudo. A má conservação das rodovias é um dos principais gargalos que atrasam o crescimento do país, acrescenta o relatório, que estima em R$23,4 bilhões o volume de investimentos necessários para recuperar a malha viária brasileira.
O cálculo não inclui obras de ampliação de duplicação de rodovias. O percentual de estradas comprometidas apresenta uma queda ligeira, para 73,9%, quando se somam as rodovias estaduais e as concedidas à iniciativa privada. Os técnicos da CNT avaliaram, no total, 87 mil quilômetros de estradas, em inspeções que duraram 40 dias em todos os estados do país. A pesquisa registra falhas em elementos básicos de segurança no trânsito. Não há acostamento em 42,5% das rodovias avaliadas e, em outros 4,6% dos trechos, a pista de emergência está tomada pelo mato. Nas estradas com pontes e viadutos, apenas 23% têm acostamento ou defensas para proteger os motoristas. O mapa das rodovias brasileiras mostra que a situação é mais grave nas regiões Norte, onde os trechos considerados regulares, ruins ou péssimos chegam a 91,2%; e Nordeste, onde a soma atinge 86,3%.
Entre os estados, o pior caso é o de Roraima, onde nenhuma rodovia foi classificada como boa ou ótima. O melhor exemplo é o de São Paulo, líder no ranking de concessões à iniciativa privada, onde apenas 26,8% das estradas registram problemas. No entanto, o presidente da CNT criticou o alto valor dos pedágios cobrados no estado: “As novas licitações do governo federal mostram que é possível melhorar as rodovias sem que os motoristas sejam tão onerados”.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não quis comentar o estudo. Subordinado à pasta, o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção das rodovias federais, divulgou nota em que considera o resultado animador, apesar das declarações do presidente da CNT. De acordo com o texto, a pesquisa “deu destaque à melhora nas condições da sinalização de rodovias em todo o país, e no estado geral das rodovias federais, em relação ao ano passado”. Segundo o diretor geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, “os investimentos do governo nos últimos anos estão produzindo bons resultados”. (AG)
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Tapa-buracos não funcionou
BRASÍLIA - Dos 109 trechos percorridos pelos técnicos da Pesquisa Rodoviária 2007 da CNT, o campeão de problemas é o trajeto da BR-222 que liga os municípios de Açailândia e Miranda do Norte, no interior do Maranhão. A estrada, de cerca de 400km de extensão, recebeu nota 44,9 na escala de 1 a 100 que avalia as condições de pavimento, sinalização e desenho das rodovias. Administrado pelo governo federal, o trecho foi incluído no mapa de obras da Operação Tapa-buracos, que fez reparos emergenciais em rodovias de todo o país no ano passado. No entanto, os pesquisadores constataram que os problemas não demoraram a voltar: falta acostamento, o asfalto está esburacado e não há placas para indicar os pontos mais perigosos.
Um longo histórico de fraudes em licitações e desvios de recursos para a compra de material de construção ajuda a explicar o péssimo estado da rodovia. Em março, o Tribunal de Contas da União multou um dirigente do Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes (Dnit) em R$12 mil por irregularidades em obras de recuperação do trajeto. O relator do processo, ministro Mascos Vinicios Vilaça, listou indícios de dispensa indevida de licitação, negligência e superfaturamento em contratos. Na decisão, o TCU determinou uma nova tomada de contas para apurar o caso.
O prefeito de Açailândia, Ildemar Gonçalves (PSDB), diz que a péssima condição da rodovia provoca acidentes graves com freqüência e isola os moradores do pequeno município rural, a 550km de São Luís. “A estrada está muito ruim. Não tem acostamento e o asfalto é só buraco”, resume, antes de culpar os parlamentares do estado pela falta de conservação da rodovia.” O governo aí em Brasília não tem obrigação de saber dessas bagunças”.
O superintendente do Dnit no Maranhão, Gerardo de Freitas, não foi encontrado na sede do órgão para comentar os problemas. Mas o site da autarquia se encarrega de alertar os motoristas sobre os perigos da estrada. “Pista de rolamento e acostamento em condiçoes precária e com muitos buracos. Sinalização horizontal e vertical ruins”, resume o texto, que ainda cita a existência de “curvas perigosas com acúmulo de terra e erosões” e recomenda cautela aos motoristas que se arriscarem a percorrer o trajeto à noite. (AG)
Fonte: Correio da Bahia
Só 26% das estradas estão boas
Rivadavia Severo
Brasília. A má qualidade das estradas brasileiras tem se mantido constante nos últimos anos, segundo aponta a Pesquisa Rodoviária 2007, da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O levantamento revelou que 73,9% das estradas estão em condições regulares, ruins ou péssimas. Apenas 26,1% das rodovias pavimentadas pesquisadas em todo o país estão em condições ótimas ou boas, levando em consideração a qualidade do pavimento, sinalização e geometria da via.
Há cinco anos o percentual de estradas em má qualidade tem se mantido próximo ao índice apurado em 2007, apesar do aumento da quantidade de quilômetros pesquisados, o que reduz a qualidade média das rodovias.
O item pavimentação, o principal da pesquisa, aparece com um índice ótimo em 39% das estradas pesquisadas. Em bom estado estão 6,5% das estradas e regular, 35,8%. Foram avaliadas como ruins 10,8% das rodovias e 7,9% como péssimas. Esses índices estão muito próximos aos do ano passado, mas apresentaram melhoras em relação a anos anteriores.
O que tem puxado o índice geral para baixo é a má qualidade da sinalização, com apenas 22,3% de ótimo e, principalmente, a falta de qualidade da geometria da via, que tem apenas 5,2% das rodovias em estado ótimo.
A CNT pesquisou 87.592 quilômetros dos 196 mil que estão asfaltados no país, ou seja, 44,38% da malha pavimentada, com destaque para as estradas federais que foram totalmente cobertas pela pesquisa. No total, o país tem 1,7 milhão de quilômetros de estradas, a grande maioria sem pavimentação. O levantamento destaca a qualidade superior das rodovias concedidas à iniciativa privada e as estradas do estado de São Paulo.
Nos trechos de concessão, o percentual de estradas em mau estado é de 22,4% contra 77,6% em estado bom ou ótimo. No ranking das melhores estradas, as de São Paulo aparecem com sete dos melhores trechos. Todos com gestão de concessionárias.
Apesar do desempenho positivo dos trechos concedidos, o presidente da CNT, Clésio Andrade, disse que a solução para melhorar a qualidade da malha rodoviária do país não está na concessão para a exploração privada, mas passa por mais investimentos públicos.
- A privatização não é a solução, o que tem que haver é viabilidade econômica. As PPPs (Parcerias Público-Privadas) seriam uma das soluções - afirmou.
Andrade criticou, mais uma vez, o valor dos pedágios cobrados nas estradas privatizadas.
- O resultado desse último leilão mostra que as tarifas de pedágio cobradas devem ser revistas - disse, referindo-se aos sete trechos que foram a leilão no mês do chamado Corredor do Mercosul, cujos pedágios chegaram a ficar abaixo de R$ 1.
O presidente da CNT disse, ainda, que o maior problema que trava o avanço da melhoria das rodovias é a falta de gestão governamental, já que, segundo ele, não há investimentos suficientes nas estradas e a fiscalização do peso de caminhões nas rodovias é quase nula.
- Recursos, nós entendemos que tem. Falta é investir - sintetizou o executivo.
A pesquisa mostra que a qualidade das estradas brasileiras obedece ao desenvolvimento econômico de cada região. Assim, as estradas do Nordeste estão em pior estado do que as do Sul e Sudeste. Os piores corredores rodoviários estão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Fonte: JB Online
Brasília. A má qualidade das estradas brasileiras tem se mantido constante nos últimos anos, segundo aponta a Pesquisa Rodoviária 2007, da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O levantamento revelou que 73,9% das estradas estão em condições regulares, ruins ou péssimas. Apenas 26,1% das rodovias pavimentadas pesquisadas em todo o país estão em condições ótimas ou boas, levando em consideração a qualidade do pavimento, sinalização e geometria da via.
Há cinco anos o percentual de estradas em má qualidade tem se mantido próximo ao índice apurado em 2007, apesar do aumento da quantidade de quilômetros pesquisados, o que reduz a qualidade média das rodovias.
O item pavimentação, o principal da pesquisa, aparece com um índice ótimo em 39% das estradas pesquisadas. Em bom estado estão 6,5% das estradas e regular, 35,8%. Foram avaliadas como ruins 10,8% das rodovias e 7,9% como péssimas. Esses índices estão muito próximos aos do ano passado, mas apresentaram melhoras em relação a anos anteriores.
O que tem puxado o índice geral para baixo é a má qualidade da sinalização, com apenas 22,3% de ótimo e, principalmente, a falta de qualidade da geometria da via, que tem apenas 5,2% das rodovias em estado ótimo.
A CNT pesquisou 87.592 quilômetros dos 196 mil que estão asfaltados no país, ou seja, 44,38% da malha pavimentada, com destaque para as estradas federais que foram totalmente cobertas pela pesquisa. No total, o país tem 1,7 milhão de quilômetros de estradas, a grande maioria sem pavimentação. O levantamento destaca a qualidade superior das rodovias concedidas à iniciativa privada e as estradas do estado de São Paulo.
Nos trechos de concessão, o percentual de estradas em mau estado é de 22,4% contra 77,6% em estado bom ou ótimo. No ranking das melhores estradas, as de São Paulo aparecem com sete dos melhores trechos. Todos com gestão de concessionárias.
Apesar do desempenho positivo dos trechos concedidos, o presidente da CNT, Clésio Andrade, disse que a solução para melhorar a qualidade da malha rodoviária do país não está na concessão para a exploração privada, mas passa por mais investimentos públicos.
- A privatização não é a solução, o que tem que haver é viabilidade econômica. As PPPs (Parcerias Público-Privadas) seriam uma das soluções - afirmou.
Andrade criticou, mais uma vez, o valor dos pedágios cobrados nas estradas privatizadas.
- O resultado desse último leilão mostra que as tarifas de pedágio cobradas devem ser revistas - disse, referindo-se aos sete trechos que foram a leilão no mês do chamado Corredor do Mercosul, cujos pedágios chegaram a ficar abaixo de R$ 1.
O presidente da CNT disse, ainda, que o maior problema que trava o avanço da melhoria das rodovias é a falta de gestão governamental, já que, segundo ele, não há investimentos suficientes nas estradas e a fiscalização do peso de caminhões nas rodovias é quase nula.
- Recursos, nós entendemos que tem. Falta é investir - sintetizou o executivo.
A pesquisa mostra que a qualidade das estradas brasileiras obedece ao desenvolvimento econômico de cada região. Assim, as estradas do Nordeste estão em pior estado do que as do Sul e Sudeste. Os piores corredores rodoviários estão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Fonte: JB Online
Fantasma da derrota entra em plenário
Tales Faria e Fernando Exman
BRASÍLIA A oposição garante surpresas para o governo e promete derrubar a proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Seja na votação no plenário do Senado, ou fase anterior, quando o texto é submetido à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A luz vermelha acendeu no comando governista, que fez as contas e concluiu: há mesmo um sério risco de a CPMF ser derrubada.
Na ponta do lápis, para ser aprovado o projeto na CCJ, bastaria a maioria dos 22 senadores. Mas oposição e governo estão literalmente empatados. Onze já se declararam contrários à CPMF, sendo três deles de partidos governistas - Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), e os peemedebistas Jarbas Vasconcelos (PE) e Mão Santa (PI). Um votinho a mais e o projeto cai ali mesmo. Por exemplo, se o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que não morre de amores pelo governo, votar contra.
Se passar dali ao plenário, o Palácio precisará de 49 votos. Teoricamente, os partidos governistas somam 53 integrantes. Mas sem os três que já votarão contra na CCJ, podem contar com apenas 50 votos. Com duas defecções neste caso, a CPMF cairá por terra. A oposição garante que já conta com pelo menos meia dúzia de votos entre os senadores dos partidos aliados ao Palácio, além dos três da CCJ.
A rebeldia força o governo a negociar caso a caso, o que significa liberar emendas parlamentares ao Orçamento e cargos na máquina pública.
- A negociação individual é inevitável, mas é muito perigoso entrar nesse varejo. Pode expor o governo e o Senado - disse o senador Renato Casagrande (ES), líder do PSB .
Para não ficar só nas mãos dos senadores dos partidos da coalizão, o governo tenta convencer o PSDB a retornar à mesa de negociação. Como a maioria da bancada tucana no Senado decidiu votar contra a PEC, o governo passou a centrar os esforços nas conversas com os governadores do partido para que estes, preocupados com a possibilidade de o governo federal reduzir os investimentos nos Estados, convençam os correligionários a aprovar a prorrogação da CPMF. Os senadores tucanos, no entanto, dizem que não aceitam voltar atrás.
- Não tem nenhum cordeiro aqui. Isso desmoraliza os senadores. Não sou ioiô - declarou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que tentará aprovar na reunião da executiva do partido, na semana que vem, moção para fechar questão contra a PEC. - Agora é se acostumar à idéia de bater chapa. Acho difícil a CPMF passar. Acho que o governo terá dificuldades enormes para obter o número de votos necessário. Será um Fla-Flu dos bons tempos.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), também acredita que o projeto será derrubado. O Democratas já decidiu que votará contra a proposta. O programa do partido prega a redução da carga tributária:
- Acho que a CPMF não passa, mas isso é igual a uma nuvem. Agora está assim, mas daqui a 15 minutos pode estar assado.
Fonte: JB Online
BRASÍLIA A oposição garante surpresas para o governo e promete derrubar a proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Seja na votação no plenário do Senado, ou fase anterior, quando o texto é submetido à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A luz vermelha acendeu no comando governista, que fez as contas e concluiu: há mesmo um sério risco de a CPMF ser derrubada.
Na ponta do lápis, para ser aprovado o projeto na CCJ, bastaria a maioria dos 22 senadores. Mas oposição e governo estão literalmente empatados. Onze já se declararam contrários à CPMF, sendo três deles de partidos governistas - Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), e os peemedebistas Jarbas Vasconcelos (PE) e Mão Santa (PI). Um votinho a mais e o projeto cai ali mesmo. Por exemplo, se o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que não morre de amores pelo governo, votar contra.
Se passar dali ao plenário, o Palácio precisará de 49 votos. Teoricamente, os partidos governistas somam 53 integrantes. Mas sem os três que já votarão contra na CCJ, podem contar com apenas 50 votos. Com duas defecções neste caso, a CPMF cairá por terra. A oposição garante que já conta com pelo menos meia dúzia de votos entre os senadores dos partidos aliados ao Palácio, além dos três da CCJ.
A rebeldia força o governo a negociar caso a caso, o que significa liberar emendas parlamentares ao Orçamento e cargos na máquina pública.
- A negociação individual é inevitável, mas é muito perigoso entrar nesse varejo. Pode expor o governo e o Senado - disse o senador Renato Casagrande (ES), líder do PSB .
Para não ficar só nas mãos dos senadores dos partidos da coalizão, o governo tenta convencer o PSDB a retornar à mesa de negociação. Como a maioria da bancada tucana no Senado decidiu votar contra a PEC, o governo passou a centrar os esforços nas conversas com os governadores do partido para que estes, preocupados com a possibilidade de o governo federal reduzir os investimentos nos Estados, convençam os correligionários a aprovar a prorrogação da CPMF. Os senadores tucanos, no entanto, dizem que não aceitam voltar atrás.
- Não tem nenhum cordeiro aqui. Isso desmoraliza os senadores. Não sou ioiô - declarou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que tentará aprovar na reunião da executiva do partido, na semana que vem, moção para fechar questão contra a PEC. - Agora é se acostumar à idéia de bater chapa. Acho difícil a CPMF passar. Acho que o governo terá dificuldades enormes para obter o número de votos necessário. Será um Fla-Flu dos bons tempos.
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), também acredita que o projeto será derrubado. O Democratas já decidiu que votará contra a proposta. O programa do partido prega a redução da carga tributária:
- Acho que a CPMF não passa, mas isso é igual a uma nuvem. Agora está assim, mas daqui a 15 minutos pode estar assado.
Fonte: JB Online
Caso das teles cresce na Itália e aperta brasileiros
Caso das teles cresce na Itália e aperta brasileiros
por Márcio Chaer
Ao decidir pedir informações à justiça italiana sobre notícias a respeito do pagamento de propinas a parlamentares brasileiros por parte da Telecom Italia, como anunciou esta semana, a Câmara dos Deputados pode ajudar a esclarecer um intrincado capítulo da história empresarial recente do país.
Os acionistas da operadora de telefonia italiana querem saber quem ficou com os milhões de dólares que os ex-administradores da empresa trouxeram para o Brasil. Confissões lançadas nos autos já haviam citado subornos a policiais federais, lobistas, jornalistas e, agora, a parlamentares. Nominalmente há poucos citados, como Luís Roberto Demarco, o empresário que criou as lojinhas virtuais do PT, um esquema partidário de arrecadação.
Foi da empresa de Demarco que saiu o arquivo que gerou denúncia do Ministério Público contra Daniel Dantas — alvo da operadora e obstáculo para que os italianos assumissem o controle da Brasil Telecom. Foi ele também que coordenou as ações dos fundos de pensão no mesmo sentido; produziu os questionamentos de comissões parlamentares e tornou-se assistente de acusação do MP contra Dantas.
Os novos dados trazidos pelo processo que corre em Milão revisam os contornos do escândalo. Até então, tinha-se que Dantas recorrera à contratação da empresa Kroll, chegando a investigar estrelas petistas de primeira grandeza. Os italianos tomaram conhecimento da contratação e trouxeram os fatos a público, através da operação que ficou conhecida como "Chacal".
Pelas confissões dos italianos já encarcerados, tornaram-se réus ou aderiram à delação premiada, a história dá uma guinada.
O chefe da espionagem da empresa Angelo Jannone, que trouxe o CD para o Brasil com o famoso dossiê, foi preso. Também passou pela prisão, o vice-presidente de Segurança da Telecom Italia, Fabio Ghioni, autor da "formatação" do CD. Mario Bernardini, outro protagonista ativo do esquema optou pela delação premiada. Ele foi dono de empresas que, terceirizadas, faziam arapongagem, com exclusividade, para a TI.
\n\u003cp\>Bernardini tornou-se importante testemunha do caso. Segundo ele, os executivos da operadora italiana, a quem ele serviu até 2006, usaram a estrutura da empresa para criar uma rede internacional de espionagem para compra e venda de informações. O Ministério Público italiano, segundo o jornal "La Repubblica", está rastreando o pagamento a "lobistas especializados em comunicação próximos a políticos brasileiros, importantes servidores públicos, mas também simples policiais".\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Na fase de instrução, os promotores e juízes acabaram descobrindo uma brasileira que trabalhou com Bernardini. Luciane Araujo, a tradutora e intérprete encarregada de traduzir as comunicações e informações trocadas entre brasileiros e italianos. Seus dois primeiros depoimentos foram dados na condição de testemunha. Nas duas convocações seguintes ela foi ouvida como informante.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane não só repete o que já haviam dito Bernardini e Jannone, sobre o pagamento a brasileiros que os ajudavam, como conta em detalhes que, em troca do dinheiro, os colaboradores enviavam, regularmente, informes das investigações da Polícia Federal movidas contra Daniel Dantas e seus parceiros.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Segundo se divulgou à época, a Polícia Federal "montou um grupo de elite, com técnicos de vários órgãos especializados em finanças, para analisar todas as operações do Banco Opportunity no Brasil e no exterior. Integram o grupo peritos da própria PF e do Ministério Público, e auditores fiscais da Receita Federal, do Banco Central e da Previdência". A própria PF divulgou na ocasião quem foi o autor do roteiro das investigações: Luís Roberto Demarco.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Pelo depoimento da tradutora de Bernardini, Demarco era uma espécie de repassador de pagamentos a outras pessoas. Luciane Araujo narra desentendimentos por conta de atraso do \u003ci\>ordenado\u003c/i\>. Em uma das ocasiões, os prejudicados teriam sido jornalistas ligados a Demarco. A rusga chegou a tal ponto que Mario Bernardini ficou com medo de voltar ao Brasil e ser preso pela PF. Sempre nas palavras de Luciane, seu chefe pediu ao lobista brasiliense Alexandre Paes dos Santos para fazer uma verificação do risco. Bernardini sabia que do dossiê, divulgado pouco antes no Brasil, seu nome fora suprimido para que ele pudesse continuar espionando sem maiores preocupações. Mas temia o \n",1]
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Bernardini tornou-se importante testemunha do caso. Segundo ele, os executivos da operadora italiana, a quem ele serviu até 2006, usaram a estrutura da empresa para criar uma rede internacional de espionagem para compra e venda de informações. O Ministério Público italiano, segundo o jornal "La Repubblica", está rastreando o pagamento a "lobistas especializados em comunicação próximos a políticos brasileiros, importantes servidores públicos, mas também simples policiais".
Na fase de instrução, os promotores e juízes acabaram descobrindo uma brasileira que trabalhou com Bernardini. Luciane Araujo, a tradutora e intérprete encarregada de traduzir as comunicações e informações trocadas entre brasileiros e italianos. Seus dois primeiros depoimentos foram dados na condição de testemunha. Nas duas convocações seguintes ela foi ouvida como informante.
Luciane não só repete o que já haviam dito Bernardini e Jannone, sobre o pagamento a brasileiros que os ajudavam, como conta em detalhes que, em troca do dinheiro, os colaboradores enviavam, regularmente, informes das investigações da Polícia Federal movidas contra Daniel Dantas e seus parceiros.
Segundo se divulgou à época, a Polícia Federal "montou um grupo de elite, com técnicos de vários órgãos especializados em finanças, para analisar todas as operações do Banco Opportunity no Brasil e no exterior. Integram o grupo peritos da própria PF e do Ministério Público, e auditores fiscais da Receita Federal, do Banco Central e da Previdência". A própria PF divulgou na ocasião quem foi o autor do roteiro das investigações: Luís Roberto Demarco.
Pelo depoimento da tradutora de Bernardini, Demarco era uma espécie de repassador de pagamentos a outras pessoas. Luciane Araujo narra desentendimentos por conta de atraso do ordenado. Em uma das ocasiões, os prejudicados teriam sido jornalistas ligados a Demarco. A rusga chegou a tal ponto que Mario Bernardini ficou com medo de voltar ao Brasil e ser preso pela PF. Sempre nas palavras de Luciane, seu chefe pediu ao lobista brasiliense Alexandre Paes dos Santos para fazer uma verificação do risco. Bernardini sabia que do dossiê, divulgado pouco antes no Brasil, seu nome fora suprimido para que ele pudesse continuar espionando sem maiores preocupações. Mas temia o
parceiro\u003c/i\>.\u003c/p\>\n\u003cp\>A checagem concluiu que para informar as artes do italiano, Demarco teria que confessar as suas. E Bernardini pôde continuar vindo ao Brasil. No segundo semestre de 2004, o \u003ci\>detetive\u003c/i\> alugaria um avião, na falta de helicóptero, em Salvador para filmar e fotografar uma fábrica de pneus. O motivo era a suspeita de que Daniel Dantas era o dono oculto da empresa.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>A apresentação da denúncia na Itália não mata todas as curiosidades. Fica no ar, por exemplo, a atitude que deverá tomar a Polícia Federal brasileira caso a peça acusatória cite os nomes (ou pseudônimos, em alguns casos) de integrantes seus que usaram suas franquias institucionais para uma operação extra, remunerada, para interferir em uma disputa comercial. Mais ou menos como o árbitro de um jogo de futebol que mata a bola no peito e chuta para o gol de um dos times.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>A tradutora/intérprete de Bernardini, Luciane Araújo, citou nomes incompletos de gente da PF como R. Menezes, Lessa, Godoy e Geraldo. Outros personagens mencionados nas conversas: o presidente da Previ (Fundo de Pensão do Banco do Brasil), Sérgio Rosa; o ex-ministro Luiz Gushiken; o jornalista Paulo Henrique Amorim; o atual presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher; parlamentares petistas, como Ideli Salvati e até o juiz que cuidou do processo do Opportunity em Cayman, Kellog.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Boa parte desse grupo tinha por objetivo unicamente derrubar o obstáculo que os separava do comando da Brasil Telecom: o banqueiro Daniel Dantas. A meta foi alcançada quando o Citigroup, finalmente, retirou-o da gerência de seus fundos de investimento. Juntos, a multinacional italiana, o grande banco americano, os fundos de pensão, a Polícia Federal e uma das principais células do partido do governo, o PT, venceram a partida. Quanto custou, é possível que a justiça italiana responda em breve.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>Leia trechos da entrevista da tradutora\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Fui convocada pela justiça italiana três vezes. Duas como testemunha e uma como informante. Falei tudo o que sei a respeito, porque percebi que a coisa é séria. Fiz a minha parte. Na terceira vez fui chamada para reconfirmar o que tinha dito, o que eu tinha apresentado.\n",1]
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parceiro.
A checagem concluiu que para informar as artes do italiano, Demarco teria que confessar as suas. E Bernardini pôde continuar vindo ao Brasil. No segundo semestre de 2004, o detetive alugaria um avião, na falta de helicóptero, em Salvador para filmar e fotografar uma fábrica de pneus. O motivo era a suspeita de que Daniel Dantas era o dono oculto da empresa.
A apresentação da denúncia na Itália não mata todas as curiosidades. Fica no ar, por exemplo, a atitude que deverá tomar a Polícia Federal brasileira caso a peça acusatória cite os nomes (ou pseudônimos, em alguns casos) de integrantes seus que usaram suas franquias institucionais para uma operação extra, remunerada, para interferir em uma disputa comercial. Mais ou menos como o árbitro de um jogo de futebol que mata a bola no peito e chuta para o gol de um dos times.
A tradutora/intérprete de Bernardini, Luciane Araújo, citou nomes incompletos de gente da PF como R. Menezes, Lessa, Godoy e Geraldo. Outros personagens mencionados nas conversas: o presidente da Previ (Fundo de Pensão do Banco do Brasil), Sérgio Rosa; o ex-ministro Luiz Gushiken; o jornalista Paulo Henrique Amorim; o atual presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher; parlamentares petistas, como Ideli Salvati e até o juiz que cuidou do processo do Opportunity em Cayman, Kellog.
Boa parte desse grupo tinha por objetivo unicamente derrubar o obstáculo que os separava do comando da Brasil Telecom: o banqueiro Daniel Dantas. A meta foi alcançada quando o Citigroup, finalmente, retirou-o da gerência de seus fundos de investimento. Juntos, a multinacional italiana, o grande banco americano, os fundos de pensão, a Polícia Federal e uma das principais células do partido do governo, o PT, venceram a partida. Quanto custou, é possível que a justiça italiana responda em breve.
Leia trechos da entrevista da tradutora
Luciane Araújo — Fui convocada pela justiça italiana três vezes. Duas como testemunha e uma como informante. Falei tudo o que sei a respeito, porque percebi que a coisa é séria. Fiz a minha parte. Na terceira vez fui chamada para reconfirmar o que tinha dito, o que eu tinha apresentado.
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — A briga acontece simultaneamente no Brasil, na Itália, e nas Ilhas Cayman, certo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — É. Na última vez em que depus foi que me dei conta de quanto a coisa é grande, muito grande. Foi quando eles me falaram: "Olha, isso aqui é coisa séria. Isso aqui é uma investigação que está envolvendo o mundo e é através do Brasil que a gente vai chegar lá".\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — É sério, mas meio cinematográfica, não?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Sabe porque acho que vai ser sério? Porque envolveu muito dinheiro e lá tem o seguinte: ao contrário dos brasileiros, que perdem dinheiro e acha engraçado, lá o pessoal fica em cima. Quer saber para onde foi o dinheiro do povo, o que foi feito. Por isso eu acho que vai ter conseqüências sim.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O Mario Bernardini tinha uma atuação no setor de inteligência no governo italiano e depois abriu uma empresa privada. Essa empresa privada é contratada pela Telecom Itália, Olivetti e Pirelli, que a essa altura eram quase que uma coisa só, não é?\n\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — A história é bem complicada. Vamos dizer que a concentração em termos de Brasil era grande, porque é normal que seja. Eles contrataram o Bernardini. O Bernardini aciona algumas pessoas no Brasil para defender os interesses do grupo econômico. Aí aparecem personagens como o Demarco.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O Demarco foi se oferecer ou eles vieram aqui para recrutá-lo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Não. O contato foi feito aqui e, eu acredito, não posso dar detalhes disso, mas acredito que foi através do Jannone. O contato dele era com o Bernardini e através desse contato ele fez todos os contatos com as pessoas, vamos dizer, de peso político daqui.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Houve contato com o Gushiken ou o Demarco falava por ele?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Ele não teve contato direto. Pelo menos por meu intermédio não teve. O Demarco o mencionava o tempo todo, assim como o Marcelo Elias. Aí sim. Aí você tinha realmente mensagens. Hoje eu não sei se a escolha do idioma português para a comunicação era inteligente. Eles queriam realmente falar em português. Acho que a segurança era mais para o pessoal da Itália, para ter certeza de que o que foi dito foi exatamente aquilo, queriam exatamente a coisa ao pé da letra para ter certeza que o que foi dito ali era o que eles entenderam (...).\n",1]
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ConJur — A briga acontece simultaneamente no Brasil, na Itália, e nas Ilhas Cayman, certo?
Luciane Araújo — É. Na última vez em que depus foi que me dei conta de quanto a coisa é grande, muito grande. Foi quando eles me falaram: "Olha, isso aqui é coisa séria. Isso aqui é uma investigação que está envolvendo o mundo e é através do Brasil que a gente vai chegar lá".
ConJur — É sério, mas meio cinematográfica, não?
Luciane Araújo — Sabe porque acho que vai ser sério? Porque envolveu muito dinheiro e lá tem o seguinte: ao contrário dos brasileiros, que perdem dinheiro e acha engraçado, lá o pessoal fica em cima. Quer saber para onde foi o dinheiro do povo, o que foi feito. Por isso eu acho que vai ter conseqüências sim.
ConJur — O Mario Bernardini tinha uma atuação no setor de inteligência no governo italiano e depois abriu uma empresa privada. Essa empresa privada é contratada pela Telecom Itália, Olivetti e Pirelli, que a essa altura eram quase que uma coisa só, não é?
Luciane Araújo — A história é bem complicada. Vamos dizer que a concentração em termos de Brasil era grande, porque é normal que seja. Eles contrataram o Bernardini. O Bernardini aciona algumas pessoas no Brasil para defender os interesses do grupo econômico. Aí aparecem personagens como o Demarco.
ConJur — O Demarco foi se oferecer ou eles vieram aqui para recrutá-lo?
Luciane Araújo — Não. O contato foi feito aqui e, eu acredito, não posso dar detalhes disso, mas acredito que foi através do Jannone. O contato dele era com o Bernardini e através desse contato ele fez todos os contatos com as pessoas, vamos dizer, de peso político daqui.
ConJur — Houve contato com o Gushiken ou o Demarco falava por ele?
Luciane Araújo — Ele não teve contato direto. Pelo menos por meu intermédio não teve. O Demarco o mencionava o tempo todo, assim como o Marcelo Elias. Aí sim. Aí você tinha realmente mensagens. Hoje eu não sei se a escolha do idioma português para a comunicação era inteligente. Eles queriam realmente falar em português. Acho que a segurança era mais para o pessoal da Itália, para ter certeza de que o que foi dito foi exatamente aquilo, queriam exatamente a coisa ao pé da letra para ter certeza que o que foi dito ali era o que eles entenderam (...).
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — No depoimento aparece Ideli S., que certamente é a senadora Ideli Salvati. Ela também foi mencionada com todas as letras? Ou usava-se codinomes?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Eu acho que o Bernardini teve um encontro com ela, alguma coisa desse tipo. Poucas pessoas eram mencionadas indiretamente, a não ser, em um caso que foi mencionado "o presidente". Então não foi dito o nome, foi dito "o presidente".\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Que no caso, como mencionava, era o presidente do Brasil.\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Exato. Falava "o presidente". Então era diferente. Era o único que não era nominado muito claramente.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Você disse que o Demarco mencionou inclusive o juiz de Cayman, o Kellog. Você tem alguma lembrança do que se falava a respeito desse juiz?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — O que se falava era o seguinte: frases limitadas, do tipo: "O fulano está insatisfeito" e isso era uma conclusão que o fulano estava querendo mais alguma coisa.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Ou que não tinha recebido o combinado.\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Ou então quando era com o contato da PF, ele já era mais específico.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — João Alves ou Álvaro eram codinomes ou tem alguém com esse nome mesmo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Tem. Tanto que eu tinha dele um cartão mesmo, com nome, endereço, o próprio cartãozinho.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O José Agripino será que era o senador mesmo que foi mencionado?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Eu acredito que sim, porque não tem como não ser...\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Agora, há um personagem muito engraçado que é o Tiago Verdial, nosso espião português. Ele aparece logo no começo, você conseguiria lembrar mais ou menos quando ele apareceu nessa novela?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\n\u003cp\>Luciane Araújo — Logo no inicio. Inclusive nos contatos com o pessoal (...) tinha sempre a presença dele, ou pelo menos aquilo que eu entendi, tinha sempre esse ponto de discernimento.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Como eram feitas as negociações? Como se arbitrava o valor de cada informante?\u003c/b\>",1]
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ConJur — No depoimento aparece Ideli S., que certamente é a senadora Ideli Salvati. Ela também foi mencionada com todas as letras? Ou usava-se codinomes?
Luciane Araújo — Eu acho que o Bernardini teve um encontro com ela, alguma coisa desse tipo. Poucas pessoas eram mencionadas indiretamente, a não ser, em um caso que foi mencionado "o presidente". Então não foi dito o nome, foi dito "o presidente".
ConJur — Que no caso, como mencionava, era o presidente do Brasil.
Luciane Araújo — Exato. Falava "o presidente". Então era diferente. Era o único que não era nominado muito claramente.
ConJur — Você disse que o Demarco mencionou inclusive o juiz de Cayman, o Kellog. Você tem alguma lembrança do que se falava a respeito desse juiz?
Luciane Araújo — O que se falava era o seguinte: frases limitadas, do tipo: "O fulano está insatisfeito" e isso era uma conclusão que o fulano estava querendo mais alguma coisa.
ConJur — Ou que não tinha recebido o combinado.
Luciane Araújo — Ou então quando era com o contato da PF, ele já era mais específico.
ConJur — João Alves ou Álvaro eram codinomes ou tem alguém com esse nome mesmo?
Luciane Araújo — Tem. Tanto que eu tinha dele um cartão mesmo, com nome, endereço, o próprio cartãozinho.
ConJur — O José Agripino será que era o senador mesmo que foi mencionado?
Luciane Araújo — Eu acredito que sim, porque não tem como não ser...
ConJur — Agora, há um personagem muito engraçado que é o Tiago Verdial, nosso espião português. Ele aparece logo no começo, você conseguiria lembrar mais ou menos quando ele apareceu nessa novela?
Luciane Araújo — Logo no inicio. Inclusive nos contatos com o pessoal (...) tinha sempre a presença dele, ou pelo menos aquilo que eu entendi, tinha sempre esse ponto de discernimento.
ConJur — Como eram feitas as negociações? Como se arbitrava o valor de cada informante?
\n\u003cp\>Luciane Araújo — Esse detalhe eles não me davam. Porque na prática o que acontecia? Aqui tinha um ponto, vamos dizer, culminante onde estavam acontecendo as coisas e onde ele precisava ser informado. Por que precisava ser informado? Porque os pagamentos eram feitos e vinham através de lá. Então eles cobravam. As pessoas que estavam precisando de mais atenção econômica. Então na verdade a conversação era particularmente enviesada. Os pagamentos eram tratados pelo Jannone, ou pelas secretárias. Elas chamavam e diziam: "A fatura total de tanto vai ser paga em tal das agências". Porque não era só a Globals, havia outras.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Havia muita gente da Polícia Federal a serviço?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — O contato de nome João é quem designava e especificava quem receberia. Ele era quem dizia "é para o trabalho de investigação, esse aqui é para o colega, esse aqui é para uma distribuição que você sabe que (...)". Era muita gente.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Dá para ter uma noção de ordem de valor?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Não. Mas se falava de muito dinheiro.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O maior valor que você ouviu falar lá foi de quanto?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — As faturas mínimas, para você ter uma idéia, eram de 180 mil dólares. Mas isso não era uma coisa... Estou te falando semanalmente esse dinheiro (...).\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>outra pessoa — Toda semana tinha isso?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Tinha.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>outra pessoa — Durante quanto tempo isso?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Mais de um ano. Eram faturam altíssimas. Se falavam sempre de faturas altíssimas. Havia colaborações em torno de 600 mil, a 650 mil, sempre falando de dólares. Mas não saia numa fatura só. Era para a encomenda.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O Verdial era bem remunerado?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Isso quem acertava era sempre o João da PF. Ele que cuidava das questões de serviços, contatos, os colegas, as investigações, a documentação. Porque se falava sempre assim, se o dinheiro ia ser pago pela documentação entregue ou qualquer investigação ou por qualquer contato com o colega. A coisa funcionava assim.\n",1]
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Luciane Araújo — Esse detalhe eles não me davam. Porque na prática o que acontecia? Aqui tinha um ponto, vamos dizer, culminante onde estavam acontecendo as coisas e onde ele precisava ser informado. Por que precisava ser informado? Porque os pagamentos eram feitos e vinham através de lá. Então eles cobravam. As pessoas que estavam precisando de mais atenção econômica. Então na verdade a conversação era particularmente enviesada. Os pagamentos eram tratados pelo Jannone, ou pelas secretárias. Elas chamavam e diziam: "A fatura total de tanto vai ser paga em tal das agências". Porque não era só a Globals, havia outras.
ConJur — Havia muita gente da Polícia Federal a serviço?
Luciane Araújo — O contato de nome João é quem designava e especificava quem receberia. Ele era quem dizia "é para o trabalho de investigação, esse aqui é para o colega, esse aqui é para uma distribuição que você sabe que (...)". Era muita gente.
ConJur — Dá para ter uma noção de ordem de valor?
Luciane Araújo — Não. Mas se falava de muito dinheiro.
ConJur — O maior valor que você ouviu falar lá foi de quanto?
Luciane Araújo — As faturas mínimas, para você ter uma idéia, eram de 180 mil dólares. Mas isso não era uma coisa... Estou te falando semanalmente esse dinheiro (...).
outra pessoa — Toda semana tinha isso?
Luciane Araújo — Tinha.
outra pessoa — Durante quanto tempo isso?
Luciane Araújo — Mais de um ano. Eram faturam altíssimas. Se falavam sempre de faturas altíssimas. Havia colaborações em torno de 600 mil, a 650 mil, sempre falando de dólares. Mas não saia numa fatura só. Era para a encomenda.
ConJur — O Verdial era bem remunerado?
Luciane Araújo — Isso quem acertava era sempre o João da PF. Ele que cuidava das questões de serviços, contatos, os colegas, as investigações, a documentação. Porque se falava sempre assim, se o dinheiro ia ser pago pela documentação entregue ou qualquer investigação ou por qualquer contato com o colega. A coisa funcionava assim.
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Quem mais passava informações?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Os únicos materiais que eu sabia a fonte eram os documentos da Polícia Federal. Porque aqueles ali, eu tinha que saber, porque às vezes eu tinha que pedir confirmação de algumas coisas. Esclarecer termos que eu não entendia bem, para você ter uma idéia, eram documentos muito sérios. Então, eu tinha que ligar para essa pessoa para perguntar para me fazer entender para que eu pudesse traduzir. \n\u003ci\>[Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Federal não se manifestou]\u003c/i\>\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — E você ligava era na Polícia Federal mesmo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Eu ligava diretamente no telefone do João. Eu ligava diretamente no telefone dele.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Fixo ou celular?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Tinha celular e tinha fixo. E muitas vezes, ele me atendia, ele estava na sede, tanto que ele dizia: Olha, estou aqui com os colegas, me liga daqui a meia hora, ou eu te ligo daqui a meia hora.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Em que sentido que o Bernardini chamava os políticos brasileiros de canibais?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Todo mundo comia todo mundo, basta oferecer dinheiro. Um cara me falou assim que, infelizmente, no seu país, corrupção é cultura.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O dinheiro manda.\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Você está entendendo, não era ideologia política de ninguém. A questão era que onde tem muito dinheiro, todo mundo quer comer sua parte, essa que é a verdade. Porque em momento algum, talvez eu vi mais essa coisa de querer... mas sempre em questão de dinheiro, os lobistas, as conversações, tudo o que você ouvia, era só uma questão assim: é pois é, tudo bem, se tem dinheiro, está legal, a gente faz. A filosofia na verdade, do início ao fim, era essa.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — que período você trabalhou com eles?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Oficialmente, comecei em 2004 — porque antes eu já prestava serviços sem vínculo. Saí em janeiro de 2006.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — E aí, como é que chegam até você para pedir ajuda judiciária?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Começou essa investigação lá, com o escândalo da Telecom Itália lá. A descoberta de que estavam interceptando telefonemas de VIPs, de pessoas importantes, jornais, e políticos. Quando chegou nos políticos, aí o bicho pegou, não é? Quando se descobre que o Bernardini era o grande mentor, o grande investigador que fazia esse trabalho. Com essas investigações, todas as pessoas que trabalharam para ele, registradas foram chamadas, porque tinham os documentos de funcionários e chegaram no meu nome. Quiseram saber o que eu fazia se era investigadora também. Eu falei: Não, nada a ver, muito tranquilamente, porque eu achava que não ia dar em nada. Não estou nem preocupada porque isso aí não vai dar em nada, porque eu não tenho nada a ver com isso aqui. Eu falei que era intérprete, fazia transcrições. "Ah, sim, sim, interessante". "E sobre o que a senhora fazia?" "Por quê?" "A senhora não é italiana?" Falei: "Não, porque eles trabalhavam no Brasil. Então, eles faziam investigações lá". "Ah, interessante. Então vamos falar sobre isso. Que coisa a senhora fazia, essas traduções?". "Fazia traduções de documentos, fazia transcrições". "Transcrições de que?" "De áudio". "E o que a senhora ouvia nesses áudio?". Aí começou o interesse. "Esses áudios eram o que? Eram telefonemas de uma pessoa para outra?". "Também". Aí começou o interesse e aí que (...).\n",1]
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ConJur — Quem mais passava informações?
Luciane Araújo — Os únicos materiais que eu sabia a fonte eram os documentos da Polícia Federal. Porque aqueles ali, eu tinha que saber, porque às vezes eu tinha que pedir confirmação de algumas coisas. Esclarecer termos que eu não entendia bem, para você ter uma idéia, eram documentos muito sérios. Então, eu tinha que ligar para essa pessoa para perguntar para me fazer entender para que eu pudesse traduzir. [Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Federal não se manifestou]
ConJur — E você ligava era na Polícia Federal mesmo?
Luciane Araújo — Eu ligava diretamente no telefone do João. Eu ligava diretamente no telefone dele.
ConJur — Fixo ou celular?
Luciane Araújo — Tinha celular e tinha fixo. E muitas vezes, ele me atendia, ele estava na sede, tanto que ele dizia: Olha, estou aqui com os colegas, me liga daqui a meia hora, ou eu te ligo daqui a meia hora.
ConJur — Em que sentido que o Bernardini chamava os políticos brasileiros de canibais?
Luciane Araújo — Todo mundo comia todo mundo, basta oferecer dinheiro. Um cara me falou assim que, infelizmente, no seu país, corrupção é cultura.
ConJur — O dinheiro manda.
Luciane Araújo — Você está entendendo, não era ideologia política de ninguém. A questão era que onde tem muito dinheiro, todo mundo quer comer sua parte, essa que é a verdade. Porque em momento algum, talvez eu vi mais essa coisa de querer... mas sempre em questão de dinheiro, os lobistas, as conversações, tudo o que você ouvia, era só uma questão assim: é pois é, tudo bem, se tem dinheiro, está legal, a gente faz. A filosofia na verdade, do início ao fim, era essa.
ConJur — que período você trabalhou com eles?
Luciane Araújo — Oficialmente, comecei em 2004 — porque antes eu já prestava serviços sem vínculo. Saí em janeiro de 2006.
ConJur — E aí, como é que chegam até você para pedir ajuda judiciária?
Luciane Araújo — Começou essa investigação lá, com o escândalo da Telecom Itália lá. A descoberta de que estavam interceptando telefonemas de VIPs, de pessoas importantes, jornais, e políticos. Quando chegou nos políticos, aí o bicho pegou, não é? Quando se descobre que o Bernardini era o grande mentor, o grande investigador que fazia esse trabalho. Com essas investigações, todas as pessoas que trabalharam para ele, registradas foram chamadas, porque tinham os documentos de funcionários e chegaram no meu nome. Quiseram saber o que eu fazia se era investigadora também. Eu falei: Não, nada a ver, muito tranquilamente, porque eu achava que não ia dar em nada. Não estou nem preocupada porque isso aí não vai dar em nada, porque eu não tenho nada a ver com isso aqui. Eu falei que era intérprete, fazia transcrições. "Ah, sim, sim, interessante". "E sobre o que a senhora fazia?" "Por quê?" "A senhora não é italiana?" Falei: "Não, porque eles trabalhavam no Brasil. Então, eles faziam investigações lá". "Ah, interessante. Então vamos falar sobre isso. Que coisa a senhora fazia, essas traduções?". "Fazia traduções de documentos, fazia transcrições". "Transcrições de que?" "De áudio". "E o que a senhora ouvia nesses áudio?". Aí começou o interesse. "Esses áudios eram o que? Eram telefonemas de uma pessoa para outra?". "Também". Aí começou o interesse e aí que (...).
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Você entregou provas?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Um CD com as conversações entre os lobistas e entre o empresário que foi colocado aqui no Brasil para contratar essas empresas ou pessoas ligadas às pequenas empresas para que conseguissem tirar o poder do Daniel. Eram combinações, tinha a Alcatel, tinham planejamento de alguém que ia entrar para trabalhar na... como se chamava a empresa? Tinha o presidente da Cisco na época. Essas pessoas aqui que eram poderosas nessas empresas. Não sei dizer se havia um cartel, mas o que dava a entender mais ou menos era que estavam se unindo.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — E o objetivo do cartel qual era?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Era se unir, porque essas empresas se unindo, chegou a se falar até de percentual de pessoa, de dinheiro para justamente poder lutar pelo poder da Telecom.\u003c/p\>\n\u003cp\>Revista \u003cstrong\>Consultor Jurídico\u003c/strong\>, 8 de novembro de 2007 \u003c/p\>\n",0]
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ConJur — Você entregou provas?
Luciane Araújo — Um CD com as conversações entre os lobistas e entre o empresário que foi colocado aqui no Brasil para contratar essas empresas ou pessoas ligadas às pequenas empresas para que conseguissem tirar o poder do Daniel. Eram combinações, tinha a Alcatel, tinham planejamento de alguém que ia entrar para trabalhar na... como se chamava a empresa? Tinha o presidente da Cisco na época. Essas pessoas aqui que eram poderosas nessas empresas. Não sei dizer se havia um cartel, mas o que dava a entender mais ou menos era que estavam se unindo.
ConJur — E o objetivo do cartel qual era?
Luciane Araújo — Era se unir, porque essas empresas se unindo, chegou a se falar até de percentual de pessoa, de dinheiro para justamente poder lutar pelo poder da Telecom.
Revista Consultor Jurídico,
por Márcio Chaer
Ao decidir pedir informações à justiça italiana sobre notícias a respeito do pagamento de propinas a parlamentares brasileiros por parte da Telecom Italia, como anunciou esta semana, a Câmara dos Deputados pode ajudar a esclarecer um intrincado capítulo da história empresarial recente do país.
Os acionistas da operadora de telefonia italiana querem saber quem ficou com os milhões de dólares que os ex-administradores da empresa trouxeram para o Brasil. Confissões lançadas nos autos já haviam citado subornos a policiais federais, lobistas, jornalistas e, agora, a parlamentares. Nominalmente há poucos citados, como Luís Roberto Demarco, o empresário que criou as lojinhas virtuais do PT, um esquema partidário de arrecadação.
Foi da empresa de Demarco que saiu o arquivo que gerou denúncia do Ministério Público contra Daniel Dantas — alvo da operadora e obstáculo para que os italianos assumissem o controle da Brasil Telecom. Foi ele também que coordenou as ações dos fundos de pensão no mesmo sentido; produziu os questionamentos de comissões parlamentares e tornou-se assistente de acusação do MP contra Dantas.
Os novos dados trazidos pelo processo que corre em Milão revisam os contornos do escândalo. Até então, tinha-se que Dantas recorrera à contratação da empresa Kroll, chegando a investigar estrelas petistas de primeira grandeza. Os italianos tomaram conhecimento da contratação e trouxeram os fatos a público, através da operação que ficou conhecida como "Chacal".
Pelas confissões dos italianos já encarcerados, tornaram-se réus ou aderiram à delação premiada, a história dá uma guinada.
O chefe da espionagem da empresa Angelo Jannone, que trouxe o CD para o Brasil com o famoso dossiê, foi preso. Também passou pela prisão, o vice-presidente de Segurança da Telecom Italia, Fabio Ghioni, autor da "formatação" do CD. Mario Bernardini, outro protagonista ativo do esquema optou pela delação premiada. Ele foi dono de empresas que, terceirizadas, faziam arapongagem, com exclusividade, para a TI.
\n\u003cp\>Bernardini tornou-se importante testemunha do caso. Segundo ele, os executivos da operadora italiana, a quem ele serviu até 2006, usaram a estrutura da empresa para criar uma rede internacional de espionagem para compra e venda de informações. O Ministério Público italiano, segundo o jornal "La Repubblica", está rastreando o pagamento a "lobistas especializados em comunicação próximos a políticos brasileiros, importantes servidores públicos, mas também simples policiais".\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Na fase de instrução, os promotores e juízes acabaram descobrindo uma brasileira que trabalhou com Bernardini. Luciane Araujo, a tradutora e intérprete encarregada de traduzir as comunicações e informações trocadas entre brasileiros e italianos. Seus dois primeiros depoimentos foram dados na condição de testemunha. Nas duas convocações seguintes ela foi ouvida como informante.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane não só repete o que já haviam dito Bernardini e Jannone, sobre o pagamento a brasileiros que os ajudavam, como conta em detalhes que, em troca do dinheiro, os colaboradores enviavam, regularmente, informes das investigações da Polícia Federal movidas contra Daniel Dantas e seus parceiros.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Segundo se divulgou à época, a Polícia Federal "montou um grupo de elite, com técnicos de vários órgãos especializados em finanças, para analisar todas as operações do Banco Opportunity no Brasil e no exterior. Integram o grupo peritos da própria PF e do Ministério Público, e auditores fiscais da Receita Federal, do Banco Central e da Previdência". A própria PF divulgou na ocasião quem foi o autor do roteiro das investigações: Luís Roberto Demarco.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Pelo depoimento da tradutora de Bernardini, Demarco era uma espécie de repassador de pagamentos a outras pessoas. Luciane Araujo narra desentendimentos por conta de atraso do \u003ci\>ordenado\u003c/i\>. Em uma das ocasiões, os prejudicados teriam sido jornalistas ligados a Demarco. A rusga chegou a tal ponto que Mario Bernardini ficou com medo de voltar ao Brasil e ser preso pela PF. Sempre nas palavras de Luciane, seu chefe pediu ao lobista brasiliense Alexandre Paes dos Santos para fazer uma verificação do risco. Bernardini sabia que do dossiê, divulgado pouco antes no Brasil, seu nome fora suprimido para que ele pudesse continuar espionando sem maiores preocupações. Mas temia o \n",1]
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Bernardini tornou-se importante testemunha do caso. Segundo ele, os executivos da operadora italiana, a quem ele serviu até 2006, usaram a estrutura da empresa para criar uma rede internacional de espionagem para compra e venda de informações. O Ministério Público italiano, segundo o jornal "La Repubblica", está rastreando o pagamento a "lobistas especializados em comunicação próximos a políticos brasileiros, importantes servidores públicos, mas também simples policiais".
Na fase de instrução, os promotores e juízes acabaram descobrindo uma brasileira que trabalhou com Bernardini. Luciane Araujo, a tradutora e intérprete encarregada de traduzir as comunicações e informações trocadas entre brasileiros e italianos. Seus dois primeiros depoimentos foram dados na condição de testemunha. Nas duas convocações seguintes ela foi ouvida como informante.
Luciane não só repete o que já haviam dito Bernardini e Jannone, sobre o pagamento a brasileiros que os ajudavam, como conta em detalhes que, em troca do dinheiro, os colaboradores enviavam, regularmente, informes das investigações da Polícia Federal movidas contra Daniel Dantas e seus parceiros.
Segundo se divulgou à época, a Polícia Federal "montou um grupo de elite, com técnicos de vários órgãos especializados em finanças, para analisar todas as operações do Banco Opportunity no Brasil e no exterior. Integram o grupo peritos da própria PF e do Ministério Público, e auditores fiscais da Receita Federal, do Banco Central e da Previdência". A própria PF divulgou na ocasião quem foi o autor do roteiro das investigações: Luís Roberto Demarco.
Pelo depoimento da tradutora de Bernardini, Demarco era uma espécie de repassador de pagamentos a outras pessoas. Luciane Araujo narra desentendimentos por conta de atraso do ordenado. Em uma das ocasiões, os prejudicados teriam sido jornalistas ligados a Demarco. A rusga chegou a tal ponto que Mario Bernardini ficou com medo de voltar ao Brasil e ser preso pela PF. Sempre nas palavras de Luciane, seu chefe pediu ao lobista brasiliense Alexandre Paes dos Santos para fazer uma verificação do risco. Bernardini sabia que do dossiê, divulgado pouco antes no Brasil, seu nome fora suprimido para que ele pudesse continuar espionando sem maiores preocupações. Mas temia o
parceiro\u003c/i\>.\u003c/p\>\n\u003cp\>A checagem concluiu que para informar as artes do italiano, Demarco teria que confessar as suas. E Bernardini pôde continuar vindo ao Brasil. No segundo semestre de 2004, o \u003ci\>detetive\u003c/i\> alugaria um avião, na falta de helicóptero, em Salvador para filmar e fotografar uma fábrica de pneus. O motivo era a suspeita de que Daniel Dantas era o dono oculto da empresa.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>A apresentação da denúncia na Itália não mata todas as curiosidades. Fica no ar, por exemplo, a atitude que deverá tomar a Polícia Federal brasileira caso a peça acusatória cite os nomes (ou pseudônimos, em alguns casos) de integrantes seus que usaram suas franquias institucionais para uma operação extra, remunerada, para interferir em uma disputa comercial. Mais ou menos como o árbitro de um jogo de futebol que mata a bola no peito e chuta para o gol de um dos times.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>A tradutora/intérprete de Bernardini, Luciane Araújo, citou nomes incompletos de gente da PF como R. Menezes, Lessa, Godoy e Geraldo. Outros personagens mencionados nas conversas: o presidente da Previ (Fundo de Pensão do Banco do Brasil), Sérgio Rosa; o ex-ministro Luiz Gushiken; o jornalista Paulo Henrique Amorim; o atual presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher; parlamentares petistas, como Ideli Salvati e até o juiz que cuidou do processo do Opportunity em Cayman, Kellog.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>Boa parte desse grupo tinha por objetivo unicamente derrubar o obstáculo que os separava do comando da Brasil Telecom: o banqueiro Daniel Dantas. A meta foi alcançada quando o Citigroup, finalmente, retirou-o da gerência de seus fundos de investimento. Juntos, a multinacional italiana, o grande banco americano, os fundos de pensão, a Polícia Federal e uma das principais células do partido do governo, o PT, venceram a partida. Quanto custou, é possível que a justiça italiana responda em breve.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>Leia trechos da entrevista da tradutora\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Fui convocada pela justiça italiana três vezes. Duas como testemunha e uma como informante. Falei tudo o que sei a respeito, porque percebi que a coisa é séria. Fiz a minha parte. Na terceira vez fui chamada para reconfirmar o que tinha dito, o que eu tinha apresentado.\n",1]
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parceiro.
A checagem concluiu que para informar as artes do italiano, Demarco teria que confessar as suas. E Bernardini pôde continuar vindo ao Brasil. No segundo semestre de 2004, o detetive alugaria um avião, na falta de helicóptero, em Salvador para filmar e fotografar uma fábrica de pneus. O motivo era a suspeita de que Daniel Dantas era o dono oculto da empresa.
A apresentação da denúncia na Itália não mata todas as curiosidades. Fica no ar, por exemplo, a atitude que deverá tomar a Polícia Federal brasileira caso a peça acusatória cite os nomes (ou pseudônimos, em alguns casos) de integrantes seus que usaram suas franquias institucionais para uma operação extra, remunerada, para interferir em uma disputa comercial. Mais ou menos como o árbitro de um jogo de futebol que mata a bola no peito e chuta para o gol de um dos times.
A tradutora/intérprete de Bernardini, Luciane Araújo, citou nomes incompletos de gente da PF como R. Menezes, Lessa, Godoy e Geraldo. Outros personagens mencionados nas conversas: o presidente da Previ (Fundo de Pensão do Banco do Brasil), Sérgio Rosa; o ex-ministro Luiz Gushiken; o jornalista Paulo Henrique Amorim; o atual presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher; parlamentares petistas, como Ideli Salvati e até o juiz que cuidou do processo do Opportunity em Cayman, Kellog.
Boa parte desse grupo tinha por objetivo unicamente derrubar o obstáculo que os separava do comando da Brasil Telecom: o banqueiro Daniel Dantas. A meta foi alcançada quando o Citigroup, finalmente, retirou-o da gerência de seus fundos de investimento. Juntos, a multinacional italiana, o grande banco americano, os fundos de pensão, a Polícia Federal e uma das principais células do partido do governo, o PT, venceram a partida. Quanto custou, é possível que a justiça italiana responda em breve.
Leia trechos da entrevista da tradutora
Luciane Araújo — Fui convocada pela justiça italiana três vezes. Duas como testemunha e uma como informante. Falei tudo o que sei a respeito, porque percebi que a coisa é séria. Fiz a minha parte. Na terceira vez fui chamada para reconfirmar o que tinha dito, o que eu tinha apresentado.
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — A briga acontece simultaneamente no Brasil, na Itália, e nas Ilhas Cayman, certo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — É. Na última vez em que depus foi que me dei conta de quanto a coisa é grande, muito grande. Foi quando eles me falaram: "Olha, isso aqui é coisa séria. Isso aqui é uma investigação que está envolvendo o mundo e é através do Brasil que a gente vai chegar lá".\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — É sério, mas meio cinematográfica, não?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Sabe porque acho que vai ser sério? Porque envolveu muito dinheiro e lá tem o seguinte: ao contrário dos brasileiros, que perdem dinheiro e acha engraçado, lá o pessoal fica em cima. Quer saber para onde foi o dinheiro do povo, o que foi feito. Por isso eu acho que vai ter conseqüências sim.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O Mario Bernardini tinha uma atuação no setor de inteligência no governo italiano e depois abriu uma empresa privada. Essa empresa privada é contratada pela Telecom Itália, Olivetti e Pirelli, que a essa altura eram quase que uma coisa só, não é?\n\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — A história é bem complicada. Vamos dizer que a concentração em termos de Brasil era grande, porque é normal que seja. Eles contrataram o Bernardini. O Bernardini aciona algumas pessoas no Brasil para defender os interesses do grupo econômico. Aí aparecem personagens como o Demarco.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O Demarco foi se oferecer ou eles vieram aqui para recrutá-lo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Não. O contato foi feito aqui e, eu acredito, não posso dar detalhes disso, mas acredito que foi através do Jannone. O contato dele era com o Bernardini e através desse contato ele fez todos os contatos com as pessoas, vamos dizer, de peso político daqui.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Houve contato com o Gushiken ou o Demarco falava por ele?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Ele não teve contato direto. Pelo menos por meu intermédio não teve. O Demarco o mencionava o tempo todo, assim como o Marcelo Elias. Aí sim. Aí você tinha realmente mensagens. Hoje eu não sei se a escolha do idioma português para a comunicação era inteligente. Eles queriam realmente falar em português. Acho que a segurança era mais para o pessoal da Itália, para ter certeza de que o que foi dito foi exatamente aquilo, queriam exatamente a coisa ao pé da letra para ter certeza que o que foi dito ali era o que eles entenderam (...).\n",1]
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ConJur — A briga acontece simultaneamente no Brasil, na Itália, e nas Ilhas Cayman, certo?
Luciane Araújo — É. Na última vez em que depus foi que me dei conta de quanto a coisa é grande, muito grande. Foi quando eles me falaram: "Olha, isso aqui é coisa séria. Isso aqui é uma investigação que está envolvendo o mundo e é através do Brasil que a gente vai chegar lá".
ConJur — É sério, mas meio cinematográfica, não?
Luciane Araújo — Sabe porque acho que vai ser sério? Porque envolveu muito dinheiro e lá tem o seguinte: ao contrário dos brasileiros, que perdem dinheiro e acha engraçado, lá o pessoal fica em cima. Quer saber para onde foi o dinheiro do povo, o que foi feito. Por isso eu acho que vai ter conseqüências sim.
ConJur — O Mario Bernardini tinha uma atuação no setor de inteligência no governo italiano e depois abriu uma empresa privada. Essa empresa privada é contratada pela Telecom Itália, Olivetti e Pirelli, que a essa altura eram quase que uma coisa só, não é?
Luciane Araújo — A história é bem complicada. Vamos dizer que a concentração em termos de Brasil era grande, porque é normal que seja. Eles contrataram o Bernardini. O Bernardini aciona algumas pessoas no Brasil para defender os interesses do grupo econômico. Aí aparecem personagens como o Demarco.
ConJur — O Demarco foi se oferecer ou eles vieram aqui para recrutá-lo?
Luciane Araújo — Não. O contato foi feito aqui e, eu acredito, não posso dar detalhes disso, mas acredito que foi através do Jannone. O contato dele era com o Bernardini e através desse contato ele fez todos os contatos com as pessoas, vamos dizer, de peso político daqui.
ConJur — Houve contato com o Gushiken ou o Demarco falava por ele?
Luciane Araújo — Ele não teve contato direto. Pelo menos por meu intermédio não teve. O Demarco o mencionava o tempo todo, assim como o Marcelo Elias. Aí sim. Aí você tinha realmente mensagens. Hoje eu não sei se a escolha do idioma português para a comunicação era inteligente. Eles queriam realmente falar em português. Acho que a segurança era mais para o pessoal da Itália, para ter certeza de que o que foi dito foi exatamente aquilo, queriam exatamente a coisa ao pé da letra para ter certeza que o que foi dito ali era o que eles entenderam (...).
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — No depoimento aparece Ideli S., que certamente é a senadora Ideli Salvati. Ela também foi mencionada com todas as letras? Ou usava-se codinomes?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Eu acho que o Bernardini teve um encontro com ela, alguma coisa desse tipo. Poucas pessoas eram mencionadas indiretamente, a não ser, em um caso que foi mencionado "o presidente". Então não foi dito o nome, foi dito "o presidente".\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Que no caso, como mencionava, era o presidente do Brasil.\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Exato. Falava "o presidente". Então era diferente. Era o único que não era nominado muito claramente.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Você disse que o Demarco mencionou inclusive o juiz de Cayman, o Kellog. Você tem alguma lembrança do que se falava a respeito desse juiz?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — O que se falava era o seguinte: frases limitadas, do tipo: "O fulano está insatisfeito" e isso era uma conclusão que o fulano estava querendo mais alguma coisa.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Ou que não tinha recebido o combinado.\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Ou então quando era com o contato da PF, ele já era mais específico.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — João Alves ou Álvaro eram codinomes ou tem alguém com esse nome mesmo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Tem. Tanto que eu tinha dele um cartão mesmo, com nome, endereço, o próprio cartãozinho.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O José Agripino será que era o senador mesmo que foi mencionado?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Eu acredito que sim, porque não tem como não ser...\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Agora, há um personagem muito engraçado que é o Tiago Verdial, nosso espião português. Ele aparece logo no começo, você conseguiria lembrar mais ou menos quando ele apareceu nessa novela?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\n\u003cp\>Luciane Araújo — Logo no inicio. Inclusive nos contatos com o pessoal (...) tinha sempre a presença dele, ou pelo menos aquilo que eu entendi, tinha sempre esse ponto de discernimento.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Como eram feitas as negociações? Como se arbitrava o valor de cada informante?\u003c/b\>",1]
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ConJur — No depoimento aparece Ideli S., que certamente é a senadora Ideli Salvati. Ela também foi mencionada com todas as letras? Ou usava-se codinomes?
Luciane Araújo — Eu acho que o Bernardini teve um encontro com ela, alguma coisa desse tipo. Poucas pessoas eram mencionadas indiretamente, a não ser, em um caso que foi mencionado "o presidente". Então não foi dito o nome, foi dito "o presidente".
ConJur — Que no caso, como mencionava, era o presidente do Brasil.
Luciane Araújo — Exato. Falava "o presidente". Então era diferente. Era o único que não era nominado muito claramente.
ConJur — Você disse que o Demarco mencionou inclusive o juiz de Cayman, o Kellog. Você tem alguma lembrança do que se falava a respeito desse juiz?
Luciane Araújo — O que se falava era o seguinte: frases limitadas, do tipo: "O fulano está insatisfeito" e isso era uma conclusão que o fulano estava querendo mais alguma coisa.
ConJur — Ou que não tinha recebido o combinado.
Luciane Araújo — Ou então quando era com o contato da PF, ele já era mais específico.
ConJur — João Alves ou Álvaro eram codinomes ou tem alguém com esse nome mesmo?
Luciane Araújo — Tem. Tanto que eu tinha dele um cartão mesmo, com nome, endereço, o próprio cartãozinho.
ConJur — O José Agripino será que era o senador mesmo que foi mencionado?
Luciane Araújo — Eu acredito que sim, porque não tem como não ser...
ConJur — Agora, há um personagem muito engraçado que é o Tiago Verdial, nosso espião português. Ele aparece logo no começo, você conseguiria lembrar mais ou menos quando ele apareceu nessa novela?
Luciane Araújo — Logo no inicio. Inclusive nos contatos com o pessoal (...) tinha sempre a presença dele, ou pelo menos aquilo que eu entendi, tinha sempre esse ponto de discernimento.
ConJur — Como eram feitas as negociações? Como se arbitrava o valor de cada informante?
\n\u003cp\>Luciane Araújo — Esse detalhe eles não me davam. Porque na prática o que acontecia? Aqui tinha um ponto, vamos dizer, culminante onde estavam acontecendo as coisas e onde ele precisava ser informado. Por que precisava ser informado? Porque os pagamentos eram feitos e vinham através de lá. Então eles cobravam. As pessoas que estavam precisando de mais atenção econômica. Então na verdade a conversação era particularmente enviesada. Os pagamentos eram tratados pelo Jannone, ou pelas secretárias. Elas chamavam e diziam: "A fatura total de tanto vai ser paga em tal das agências". Porque não era só a Globals, havia outras.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Havia muita gente da Polícia Federal a serviço?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — O contato de nome João é quem designava e especificava quem receberia. Ele era quem dizia "é para o trabalho de investigação, esse aqui é para o colega, esse aqui é para uma distribuição que você sabe que (...)". Era muita gente.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Dá para ter uma noção de ordem de valor?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Não. Mas se falava de muito dinheiro.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O maior valor que você ouviu falar lá foi de quanto?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — As faturas mínimas, para você ter uma idéia, eram de 180 mil dólares. Mas isso não era uma coisa... Estou te falando semanalmente esse dinheiro (...).\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>outra pessoa — Toda semana tinha isso?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Tinha.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>outra pessoa — Durante quanto tempo isso?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Mais de um ano. Eram faturam altíssimas. Se falavam sempre de faturas altíssimas. Havia colaborações em torno de 600 mil, a 650 mil, sempre falando de dólares. Mas não saia numa fatura só. Era para a encomenda.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O Verdial era bem remunerado?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Isso quem acertava era sempre o João da PF. Ele que cuidava das questões de serviços, contatos, os colegas, as investigações, a documentação. Porque se falava sempre assim, se o dinheiro ia ser pago pela documentação entregue ou qualquer investigação ou por qualquer contato com o colega. A coisa funcionava assim.\n",1]
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Luciane Araújo — Esse detalhe eles não me davam. Porque na prática o que acontecia? Aqui tinha um ponto, vamos dizer, culminante onde estavam acontecendo as coisas e onde ele precisava ser informado. Por que precisava ser informado? Porque os pagamentos eram feitos e vinham através de lá. Então eles cobravam. As pessoas que estavam precisando de mais atenção econômica. Então na verdade a conversação era particularmente enviesada. Os pagamentos eram tratados pelo Jannone, ou pelas secretárias. Elas chamavam e diziam: "A fatura total de tanto vai ser paga em tal das agências". Porque não era só a Globals, havia outras.
ConJur — Havia muita gente da Polícia Federal a serviço?
Luciane Araújo — O contato de nome João é quem designava e especificava quem receberia. Ele era quem dizia "é para o trabalho de investigação, esse aqui é para o colega, esse aqui é para uma distribuição que você sabe que (...)". Era muita gente.
ConJur — Dá para ter uma noção de ordem de valor?
Luciane Araújo — Não. Mas se falava de muito dinheiro.
ConJur — O maior valor que você ouviu falar lá foi de quanto?
Luciane Araújo — As faturas mínimas, para você ter uma idéia, eram de 180 mil dólares. Mas isso não era uma coisa... Estou te falando semanalmente esse dinheiro (...).
outra pessoa — Toda semana tinha isso?
Luciane Araújo — Tinha.
outra pessoa — Durante quanto tempo isso?
Luciane Araújo — Mais de um ano. Eram faturam altíssimas. Se falavam sempre de faturas altíssimas. Havia colaborações em torno de 600 mil, a 650 mil, sempre falando de dólares. Mas não saia numa fatura só. Era para a encomenda.
ConJur — O Verdial era bem remunerado?
Luciane Araújo — Isso quem acertava era sempre o João da PF. Ele que cuidava das questões de serviços, contatos, os colegas, as investigações, a documentação. Porque se falava sempre assim, se o dinheiro ia ser pago pela documentação entregue ou qualquer investigação ou por qualquer contato com o colega. A coisa funcionava assim.
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Quem mais passava informações?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Os únicos materiais que eu sabia a fonte eram os documentos da Polícia Federal. Porque aqueles ali, eu tinha que saber, porque às vezes eu tinha que pedir confirmação de algumas coisas. Esclarecer termos que eu não entendia bem, para você ter uma idéia, eram documentos muito sérios. Então, eu tinha que ligar para essa pessoa para perguntar para me fazer entender para que eu pudesse traduzir. \n\u003ci\>[Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Federal não se manifestou]\u003c/i\>\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — E você ligava era na Polícia Federal mesmo?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Eu ligava diretamente no telefone do João. Eu ligava diretamente no telefone dele.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Fixo ou celular?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Tinha celular e tinha fixo. E muitas vezes, ele me atendia, ele estava na sede, tanto que ele dizia: Olha, estou aqui com os colegas, me liga daqui a meia hora, ou eu te ligo daqui a meia hora.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Em que sentido que o Bernardini chamava os políticos brasileiros de canibais?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Todo mundo comia todo mundo, basta oferecer dinheiro. Um cara me falou assim que, infelizmente, no seu país, corrupção é cultura.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — O dinheiro manda.\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Você está entendendo, não era ideologia política de ninguém. A questão era que onde tem muito dinheiro, todo mundo quer comer sua parte, essa que é a verdade. Porque em momento algum, talvez eu vi mais essa coisa de querer... mas sempre em questão de dinheiro, os lobistas, as conversações, tudo o que você ouvia, era só uma questão assim: é pois é, tudo bem, se tem dinheiro, está legal, a gente faz. A filosofia na verdade, do início ao fim, era essa.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — que período você trabalhou com eles?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Oficialmente, comecei em 2004 — porque antes eu já prestava serviços sem vínculo. Saí em janeiro de 2006.\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — E aí, como é que chegam até você para pedir ajuda judiciária?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Começou essa investigação lá, com o escândalo da Telecom Itália lá. A descoberta de que estavam interceptando telefonemas de VIPs, de pessoas importantes, jornais, e políticos. Quando chegou nos políticos, aí o bicho pegou, não é? Quando se descobre que o Bernardini era o grande mentor, o grande investigador que fazia esse trabalho. Com essas investigações, todas as pessoas que trabalharam para ele, registradas foram chamadas, porque tinham os documentos de funcionários e chegaram no meu nome. Quiseram saber o que eu fazia se era investigadora também. Eu falei: Não, nada a ver, muito tranquilamente, porque eu achava que não ia dar em nada. Não estou nem preocupada porque isso aí não vai dar em nada, porque eu não tenho nada a ver com isso aqui. Eu falei que era intérprete, fazia transcrições. "Ah, sim, sim, interessante". "E sobre o que a senhora fazia?" "Por quê?" "A senhora não é italiana?" Falei: "Não, porque eles trabalhavam no Brasil. Então, eles faziam investigações lá". "Ah, interessante. Então vamos falar sobre isso. Que coisa a senhora fazia, essas traduções?". "Fazia traduções de documentos, fazia transcrições". "Transcrições de que?" "De áudio". "E o que a senhora ouvia nesses áudio?". Aí começou o interesse. "Esses áudios eram o que? Eram telefonemas de uma pessoa para outra?". "Também". Aí começou o interesse e aí que (...).\n",1]
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ConJur — Quem mais passava informações?
Luciane Araújo — Os únicos materiais que eu sabia a fonte eram os documentos da Polícia Federal. Porque aqueles ali, eu tinha que saber, porque às vezes eu tinha que pedir confirmação de algumas coisas. Esclarecer termos que eu não entendia bem, para você ter uma idéia, eram documentos muito sérios. Então, eu tinha que ligar para essa pessoa para perguntar para me fazer entender para que eu pudesse traduzir. [Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Federal não se manifestou]
ConJur — E você ligava era na Polícia Federal mesmo?
Luciane Araújo — Eu ligava diretamente no telefone do João. Eu ligava diretamente no telefone dele.
ConJur — Fixo ou celular?
Luciane Araújo — Tinha celular e tinha fixo. E muitas vezes, ele me atendia, ele estava na sede, tanto que ele dizia: Olha, estou aqui com os colegas, me liga daqui a meia hora, ou eu te ligo daqui a meia hora.
ConJur — Em que sentido que o Bernardini chamava os políticos brasileiros de canibais?
Luciane Araújo — Todo mundo comia todo mundo, basta oferecer dinheiro. Um cara me falou assim que, infelizmente, no seu país, corrupção é cultura.
ConJur — O dinheiro manda.
Luciane Araújo — Você está entendendo, não era ideologia política de ninguém. A questão era que onde tem muito dinheiro, todo mundo quer comer sua parte, essa que é a verdade. Porque em momento algum, talvez eu vi mais essa coisa de querer... mas sempre em questão de dinheiro, os lobistas, as conversações, tudo o que você ouvia, era só uma questão assim: é pois é, tudo bem, se tem dinheiro, está legal, a gente faz. A filosofia na verdade, do início ao fim, era essa.
ConJur — que período você trabalhou com eles?
Luciane Araújo — Oficialmente, comecei em 2004 — porque antes eu já prestava serviços sem vínculo. Saí em janeiro de 2006.
ConJur — E aí, como é que chegam até você para pedir ajuda judiciária?
Luciane Araújo — Começou essa investigação lá, com o escândalo da Telecom Itália lá. A descoberta de que estavam interceptando telefonemas de VIPs, de pessoas importantes, jornais, e políticos. Quando chegou nos políticos, aí o bicho pegou, não é? Quando se descobre que o Bernardini era o grande mentor, o grande investigador que fazia esse trabalho. Com essas investigações, todas as pessoas que trabalharam para ele, registradas foram chamadas, porque tinham os documentos de funcionários e chegaram no meu nome. Quiseram saber o que eu fazia se era investigadora também. Eu falei: Não, nada a ver, muito tranquilamente, porque eu achava que não ia dar em nada. Não estou nem preocupada porque isso aí não vai dar em nada, porque eu não tenho nada a ver com isso aqui. Eu falei que era intérprete, fazia transcrições. "Ah, sim, sim, interessante". "E sobre o que a senhora fazia?" "Por quê?" "A senhora não é italiana?" Falei: "Não, porque eles trabalhavam no Brasil. Então, eles faziam investigações lá". "Ah, interessante. Então vamos falar sobre isso. Que coisa a senhora fazia, essas traduções?". "Fazia traduções de documentos, fazia transcrições". "Transcrições de que?" "De áudio". "E o que a senhora ouvia nesses áudio?". Aí começou o interesse. "Esses áudios eram o que? Eram telefonemas de uma pessoa para outra?". "Também". Aí começou o interesse e aí que (...).
\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — Você entregou provas?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Um CD com as conversações entre os lobistas e entre o empresário que foi colocado aqui no Brasil para contratar essas empresas ou pessoas ligadas às pequenas empresas para que conseguissem tirar o poder do Daniel. Eram combinações, tinha a Alcatel, tinham planejamento de alguém que ia entrar para trabalhar na... como se chamava a empresa? Tinha o presidente da Cisco na época. Essas pessoas aqui que eram poderosas nessas empresas. Não sei dizer se havia um cartel, mas o que dava a entender mais ou menos era que estavam se unindo.\n\u003c/p\>\n\u003cp\>\u003cb\>ConJur — E o objetivo do cartel qual era?\u003c/b\>\u003c/p\>\n\u003cp\>Luciane Araújo — Era se unir, porque essas empresas se unindo, chegou a se falar até de percentual de pessoa, de dinheiro para justamente poder lutar pelo poder da Telecom.\u003c/p\>\n\u003cp\>Revista \u003cstrong\>Consultor Jurídico\u003c/strong\>, 8 de novembro de 2007 \u003c/p\>\n",0]
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ConJur — Você entregou provas?
Luciane Araújo — Um CD com as conversações entre os lobistas e entre o empresário que foi colocado aqui no Brasil para contratar essas empresas ou pessoas ligadas às pequenas empresas para que conseguissem tirar o poder do Daniel. Eram combinações, tinha a Alcatel, tinham planejamento de alguém que ia entrar para trabalhar na... como se chamava a empresa? Tinha o presidente da Cisco na época. Essas pessoas aqui que eram poderosas nessas empresas. Não sei dizer se havia um cartel, mas o que dava a entender mais ou menos era que estavam se unindo.
ConJur — E o objetivo do cartel qual era?
Luciane Araújo — Era se unir, porque essas empresas se unindo, chegou a se falar até de percentual de pessoa, de dinheiro para justamente poder lutar pelo poder da Telecom.
Revista Consultor Jurídico,
Cruel, vingativo, odiento, sem escrúpulos, ignorante
Por: Helio Fernandes
Chávez pode infernizar todo o continente
Venezuela está à beira de uma guerra civil ou no limiar de nova ditadura, como nos tempos nada saudosos de Gimenez e outros militares. O fato mais deplorável e condenável não é a "autorização" para mandatos ininterruptos. Muitos países da Europa fazem constitucionalmente a mesma coisa. Com a diferença de que Chávez é um ditador nato, violento, sem respeito pelo povo, e que "rachou ao meio" o grande e belo país.
Na França, na Itália, na Inglaterra, na Espanha, Portugal, nos países nórdicos (aristocracias) os primeiros-ministros podem ocupar o governo i-n-i-n-t-e-r-r-u-p-t-a-m-e-n-t-e, desde que vençam eleições. E onde existem reis ou rainhas, eles são obrigados a "convidarem" para primeiro-ministro o líder (escolhido em convenção democrática) do partido que venceu a eleição.
(A rainha Vitória, da Inglaterra, governou anos tendo como primeiro-Ministro, Gladstone, do Partido Conservador. Quando os Trabalhistas venceram a eleição, foi obrigada a "convidar" o líder deles, Disraeli, de quem tinha horror. Ficaram tão íntimos e se deram tão bem, que alguns historiadores chegaram a insinuar o que nunca houve, Disraeli tinha paixão eterna por Mary-Ann, sua mulher).
Na França o mandato era ininterrupto, por 7 anos. Agora o mandato, que era de 7 anos, foi reduzido para 5, continua ininterrupto. Nos EUA era também ininterrupto, embora ninguém tivesse passado de 2 mandatos. (Washington, Jefferson, Madison, Woodrow Wilson e outros). Mas quando Roosevelt se elegeu 4 vezes (1932, 1936, 1940 e 1944), e como estava com 61 anos, achavam que podia ir mais longe, decidiram mudar.
Então, Democratas e Republicanos, por unanimidade, aprovaram a emenda nº 26, permitindo apenas uma eleição e uma reeleição, e sem possibilidade de modificação por emenda constitucional. Para evitar qualquer mudança, foram radicalíssimos: depois de 8 anos na Casa Branca, o cidadão não pode ser mais nada, nem eleito nem nomeado, nem seguido ou interrompido. Está aí Clinton, mocíssimo, que só pode voltar à Casa Branca como "primeiro damo", o que parece, acontecerá.
Todo homem no Poder é um perigo e uma tentativa de permanência e de eternidade. Vargas liderou uma "revolução" para que o Poder fosse dividido com o povo e não ditatorial, para começo de conversa ficou 15 anos, e só deixou o Poder por intimação. Chávez é da mesma linha e não desiste em relação a coisa alguma.
Chávez é matreiro, ignorante, farsante, enganador, sem escrúpulos, embora não se saiba que tenha se apropriado de dinheiros públicos para acumular fortuna. Para Chávez o dinheiro tem duas utilidades. 1 - Usá-lo para se manter no Poder. 2 - CORROMPER os que aparentemente se mostrem intransigentes. Se utiliza os recursos públicos para CORROMPER e se MANTER no Poder, que outra necessidade exigiria recursos?
Chávez é vil, cruel, irrecuperável, perigoso para o seu próprio país e para os vizinhos, que a todo e qualquer momento podem ser atingidos pela sua obsessão inacreditável de concretizar a própria ambição. O combate aos EUA é mera "bandeira esfarrapada", embalançada por causa da obtusa e colonialista política deles contra os vizinhos. Desde 1902, quando Theodore Roosevelt assumiu a presidência (nada a ver com o sobrinho, um estadista), Chávez deixaria de vender petróleo aos EUA?
PS - Por hoje, basta, e a constatação: Chávez desmoralizou o PLEBISCITO, instrumento para o povo se manifestar. Com Chávez, plebiscito só a favor dele.
Edir Macedo
O "bispo" de fortuna incalculável (ou calculável demais?) controla uma das maiores fontes de venda. Compram até "livro" dele.
Os "bispos" da Igreja Universal vendem tudo, com veemência a arrebatamento. De vez em quando gosto de observar esses "bispos" na televisão. Se o Ministério Público fizesse o mesmo que eu, enquadraria esses "bispos" por enriquecimento ilícito e "coerção à convicção". Eles E-X-I-G-E-M contribuição dos crentes, geralmente em altos brados e assim obtendo as contribuições.
Rotina na Record, que é deles e nos horários que compram em diversos canais: "Vocês precisam contribuir para que possamos dirigir a fé no caminho de vocês. Isso custa muito dinheiro".
Impressionante: são seguidos, os "fiéis" compram tudo. As coisas mais esdrúxulas, receitas e até "livros" de Edir Macedo.
Há um mês o petróleo chegava pela primeira vez a 80 dólares o barril. Analisando (e não "adivinhando", como Lembo), concluí que em dezembro estaria a 100 dólares o barril. Ontem "bateu" a mais de 96.
O Banco Itaú, sigilosamente, deve ter descoberto petróleo em plena Avenida Paulista. Nos 3 primeiros trimestres deste 2007 lucrou mais de 6 bilhões, antes do refino, quer dizer, dos impostos.
Isso equivale a um lucro 112,74% maior do que o obtido nos 3 primeiros trimestres de 2006. Essa é a verdadeira "energia renovável" dentro do critério popular de que "a cada minuto nasce um trouxa".
O Planalto-Alvorada tem certeza que obterá os 49 votos para aprovar no Senado a prorrogação da CPMF. (Apesar da coordenação de Mantega, Paulo Bernardo e Mares Guia, que calamidade). A votação interna no PSDB mostrou isso.
Pelo "fechamento da questão" (para vetar a CPMF), o PSDB decidiu (?) por 9 a 4. Isso já seria suspeito. Mas há mais e menos partidário. Esses 4 votarão com o governo e mais 1 ou 2 dos 9, "contra".
Onaireves Moura, ex-presidente da FPF (Federação do Paraná), foi preso pelas seguintes acusações: desvio de dinheiro, sonegação, fraude quando era presidente, estelionato, apropriação indébita.
Faltou apenas formação de quadrilha, já que lavagem de dinheiro estava incluída. Esse Onaireves é um dos maiores parceiros e amigos de Ricardo Teixeira, já chefiou até delegação brasileira. Seguiu os crimes do amigo.
Diário Oficial de anteontem: Sérgio Cabral garante que o 13º dos servidores que ganham até 950 reais (a grande maioria) será pago no próximo dia 22. Os que ganham mais do que isso, receberão em 21 de dezembro.
No mesmo Diário: o piso salarial que é de 404 reais, terá aumento de 9 a 13,8%. Ficará mais ou menos em 450 reais, a mesma miséria.
O PMDB do Rio e Estado do Rio num tumulto completo. Ninguém se entende, o único ponto em comum foi o que revelei há 10 dias. Todos os líderes (?) aceitam a entrada de Eduardo Paes, mas sem legenda para prefeito.
Quando Eduardo Paes trocou o PSDB pelo PMDB, o deputado federal Marcelo Itagiba me disse: "Agora sou o mais forte candidato do PMDB a prefeito". Quase todos concordam com Marcelo Itagiba.
O que ninguém entende nem consegue explicar: Anthony Mateus, César Maia e Picciani fizeram acordo em dois tempos.
1 - Terão o mesmo candidato a prefeito, mesmo sendo de partidos diferentes.
2 - Em 2010, Mateus será candidato a governador contra Cabral (os dois do mesmo partido), César e Picciani candidatos ao Senado. Embora pertençam a partidos diversos, coisa que pode não existir mais em 2010.
Celso Amorim está "suspeitando" que seu cargo pode entrar no leilão da CPMF. Ou da TV Pública. Assim começa a nomear amigos. (Não está acreditando no terceiro mandato? Ou acha que nem chega lá?)
Mas nunca se viu nomear 2 embaixadores para uma mesma cidade, no caso, Genebra. Sua chefe de gabinete vai para essa Genebra.
Cuidará de assuntos políticos. E o atual chefe do Departamento Econômico tratará de economia. Não faz mal que sejam marido e mulher, o nepotismo existe na "carreira".
A propósito: o nepotismo foi condenado pelo Conselho de Justiça, logicamente para a Justiça. E não é cumprido nem lá.
Estão jogando muito na Bovespa, pra cima e pra baixo. Ontem, abriu em alta, pequena, fechou em baixa de 1,5%. O dólar também oscila mas em torno de si mesmo. Acabou a 1,74, mais 0,30%.
Continuou ontem, quarta-feira, a tentativa de julgar o ex-senador e ex-deputado Cunha Lima, que como governador da Paraíba cometeu homicídio qualificado contra um adversário. Isso exatamente há 14 anos.
Durante todo esse tempo, o autor do homicídio se beneficiou do fato de ter foro privilegiado. Não só se beneficiou, como gozou dessa prerrogativa, que era constitucional. E mais: em 2003, portanto há 4 anos, Cunha Lima pediu ao Supremo para julgá-lo.
Agora, faltando 4 ou 5 dias para ser julgado pelo Supremo, renuncia ao mandato de deputado, foge do Supremo e sua defesa alega que seu julgamento deve ser feito pelo tribunal do júri. Nada contra, se fosse ocorrido esse julgamento na época própria.
Na segunda-feira, presentes 6 ministros, 4 se manifestaram pela constitucionalidade do julgamento no Supremo. Um pedido de vista adiou a questão. Ontem, outro pedido, outro adiamento.
Foram citados precedentes de parlamentares que cometeram homicídios ou tentativas de homicídios. Esqueceram 3, importantíssimos: deputado (membro da Academia) Gilberto Amado, senador Arnon de Mello, deputado Nelson Carneiro, que não foram a júri.
Depois de 4 vitórias no mundial feminino de vôlei, o Brasil perdeu para os EUA. Perder é normal, tem que acontecer. Mas não como aconteceu ontem. XXX Venceu os 2 primeiros sets, fáceis, 25/17 e 25/16. Mas parou, deu a impressão de que o jogo sumira.
XXX
Perdeu o 3º set, e no quarto descontou uma desvantagem de 7 pontos, chegou a 23/24 com Paula Pequeno sacando. Pois não é que ela dá a vitória aos EUA jogando a bola infantilmente na rede?
XXX
O 5º set podia ser antecipado por qualquer psicólogo de plantão na Câmara ou no Senado. Praticamente nem entramos em quadra, perdemos feio, distância enorme, os pontos que "marcamos", só os que os americanos jogaram para fora no saque.
XXX
Pesquisa do dia da Rádio Haroldo de Andrade sobre educação e salários de professores. Baseado num estudo da Organização Ibero Americana, quiseram saber se os professores são valorizados no Brasil. N-Ã-O, 100%, fato raro. Acredita no futuro da educação no Brasil? S-I-M, 57%. N-Ã-O, 43%. Esperança.
XXX
A seleção do Brasil de futebol de areia ganhou da Rússia com extrema dificuldade, na prorrogação e nos pênaltis.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Chávez pode infernizar todo o continente
Venezuela está à beira de uma guerra civil ou no limiar de nova ditadura, como nos tempos nada saudosos de Gimenez e outros militares. O fato mais deplorável e condenável não é a "autorização" para mandatos ininterruptos. Muitos países da Europa fazem constitucionalmente a mesma coisa. Com a diferença de que Chávez é um ditador nato, violento, sem respeito pelo povo, e que "rachou ao meio" o grande e belo país.
Na França, na Itália, na Inglaterra, na Espanha, Portugal, nos países nórdicos (aristocracias) os primeiros-ministros podem ocupar o governo i-n-i-n-t-e-r-r-u-p-t-a-m-e-n-t-e, desde que vençam eleições. E onde existem reis ou rainhas, eles são obrigados a "convidarem" para primeiro-ministro o líder (escolhido em convenção democrática) do partido que venceu a eleição.
(A rainha Vitória, da Inglaterra, governou anos tendo como primeiro-Ministro, Gladstone, do Partido Conservador. Quando os Trabalhistas venceram a eleição, foi obrigada a "convidar" o líder deles, Disraeli, de quem tinha horror. Ficaram tão íntimos e se deram tão bem, que alguns historiadores chegaram a insinuar o que nunca houve, Disraeli tinha paixão eterna por Mary-Ann, sua mulher).
Na França o mandato era ininterrupto, por 7 anos. Agora o mandato, que era de 7 anos, foi reduzido para 5, continua ininterrupto. Nos EUA era também ininterrupto, embora ninguém tivesse passado de 2 mandatos. (Washington, Jefferson, Madison, Woodrow Wilson e outros). Mas quando Roosevelt se elegeu 4 vezes (1932, 1936, 1940 e 1944), e como estava com 61 anos, achavam que podia ir mais longe, decidiram mudar.
Então, Democratas e Republicanos, por unanimidade, aprovaram a emenda nº 26, permitindo apenas uma eleição e uma reeleição, e sem possibilidade de modificação por emenda constitucional. Para evitar qualquer mudança, foram radicalíssimos: depois de 8 anos na Casa Branca, o cidadão não pode ser mais nada, nem eleito nem nomeado, nem seguido ou interrompido. Está aí Clinton, mocíssimo, que só pode voltar à Casa Branca como "primeiro damo", o que parece, acontecerá.
Todo homem no Poder é um perigo e uma tentativa de permanência e de eternidade. Vargas liderou uma "revolução" para que o Poder fosse dividido com o povo e não ditatorial, para começo de conversa ficou 15 anos, e só deixou o Poder por intimação. Chávez é da mesma linha e não desiste em relação a coisa alguma.
Chávez é matreiro, ignorante, farsante, enganador, sem escrúpulos, embora não se saiba que tenha se apropriado de dinheiros públicos para acumular fortuna. Para Chávez o dinheiro tem duas utilidades. 1 - Usá-lo para se manter no Poder. 2 - CORROMPER os que aparentemente se mostrem intransigentes. Se utiliza os recursos públicos para CORROMPER e se MANTER no Poder, que outra necessidade exigiria recursos?
Chávez é vil, cruel, irrecuperável, perigoso para o seu próprio país e para os vizinhos, que a todo e qualquer momento podem ser atingidos pela sua obsessão inacreditável de concretizar a própria ambição. O combate aos EUA é mera "bandeira esfarrapada", embalançada por causa da obtusa e colonialista política deles contra os vizinhos. Desde 1902, quando Theodore Roosevelt assumiu a presidência (nada a ver com o sobrinho, um estadista), Chávez deixaria de vender petróleo aos EUA?
PS - Por hoje, basta, e a constatação: Chávez desmoralizou o PLEBISCITO, instrumento para o povo se manifestar. Com Chávez, plebiscito só a favor dele.
Edir Macedo
O "bispo" de fortuna incalculável (ou calculável demais?) controla uma das maiores fontes de venda. Compram até "livro" dele.
Os "bispos" da Igreja Universal vendem tudo, com veemência a arrebatamento. De vez em quando gosto de observar esses "bispos" na televisão. Se o Ministério Público fizesse o mesmo que eu, enquadraria esses "bispos" por enriquecimento ilícito e "coerção à convicção". Eles E-X-I-G-E-M contribuição dos crentes, geralmente em altos brados e assim obtendo as contribuições.
Rotina na Record, que é deles e nos horários que compram em diversos canais: "Vocês precisam contribuir para que possamos dirigir a fé no caminho de vocês. Isso custa muito dinheiro".
Impressionante: são seguidos, os "fiéis" compram tudo. As coisas mais esdrúxulas, receitas e até "livros" de Edir Macedo.
Há um mês o petróleo chegava pela primeira vez a 80 dólares o barril. Analisando (e não "adivinhando", como Lembo), concluí que em dezembro estaria a 100 dólares o barril. Ontem "bateu" a mais de 96.
O Banco Itaú, sigilosamente, deve ter descoberto petróleo em plena Avenida Paulista. Nos 3 primeiros trimestres deste 2007 lucrou mais de 6 bilhões, antes do refino, quer dizer, dos impostos.
Isso equivale a um lucro 112,74% maior do que o obtido nos 3 primeiros trimestres de 2006. Essa é a verdadeira "energia renovável" dentro do critério popular de que "a cada minuto nasce um trouxa".
O Planalto-Alvorada tem certeza que obterá os 49 votos para aprovar no Senado a prorrogação da CPMF. (Apesar da coordenação de Mantega, Paulo Bernardo e Mares Guia, que calamidade). A votação interna no PSDB mostrou isso.
Pelo "fechamento da questão" (para vetar a CPMF), o PSDB decidiu (?) por 9 a 4. Isso já seria suspeito. Mas há mais e menos partidário. Esses 4 votarão com o governo e mais 1 ou 2 dos 9, "contra".
Onaireves Moura, ex-presidente da FPF (Federação do Paraná), foi preso pelas seguintes acusações: desvio de dinheiro, sonegação, fraude quando era presidente, estelionato, apropriação indébita.
Faltou apenas formação de quadrilha, já que lavagem de dinheiro estava incluída. Esse Onaireves é um dos maiores parceiros e amigos de Ricardo Teixeira, já chefiou até delegação brasileira. Seguiu os crimes do amigo.
Diário Oficial de anteontem: Sérgio Cabral garante que o 13º dos servidores que ganham até 950 reais (a grande maioria) será pago no próximo dia 22. Os que ganham mais do que isso, receberão em 21 de dezembro.
No mesmo Diário: o piso salarial que é de 404 reais, terá aumento de 9 a 13,8%. Ficará mais ou menos em 450 reais, a mesma miséria.
O PMDB do Rio e Estado do Rio num tumulto completo. Ninguém se entende, o único ponto em comum foi o que revelei há 10 dias. Todos os líderes (?) aceitam a entrada de Eduardo Paes, mas sem legenda para prefeito.
Quando Eduardo Paes trocou o PSDB pelo PMDB, o deputado federal Marcelo Itagiba me disse: "Agora sou o mais forte candidato do PMDB a prefeito". Quase todos concordam com Marcelo Itagiba.
O que ninguém entende nem consegue explicar: Anthony Mateus, César Maia e Picciani fizeram acordo em dois tempos.
1 - Terão o mesmo candidato a prefeito, mesmo sendo de partidos diferentes.
2 - Em 2010, Mateus será candidato a governador contra Cabral (os dois do mesmo partido), César e Picciani candidatos ao Senado. Embora pertençam a partidos diversos, coisa que pode não existir mais em 2010.
Celso Amorim está "suspeitando" que seu cargo pode entrar no leilão da CPMF. Ou da TV Pública. Assim começa a nomear amigos. (Não está acreditando no terceiro mandato? Ou acha que nem chega lá?)
Mas nunca se viu nomear 2 embaixadores para uma mesma cidade, no caso, Genebra. Sua chefe de gabinete vai para essa Genebra.
Cuidará de assuntos políticos. E o atual chefe do Departamento Econômico tratará de economia. Não faz mal que sejam marido e mulher, o nepotismo existe na "carreira".
A propósito: o nepotismo foi condenado pelo Conselho de Justiça, logicamente para a Justiça. E não é cumprido nem lá.
Estão jogando muito na Bovespa, pra cima e pra baixo. Ontem, abriu em alta, pequena, fechou em baixa de 1,5%. O dólar também oscila mas em torno de si mesmo. Acabou a 1,74, mais 0,30%.
Continuou ontem, quarta-feira, a tentativa de julgar o ex-senador e ex-deputado Cunha Lima, que como governador da Paraíba cometeu homicídio qualificado contra um adversário. Isso exatamente há 14 anos.
Durante todo esse tempo, o autor do homicídio se beneficiou do fato de ter foro privilegiado. Não só se beneficiou, como gozou dessa prerrogativa, que era constitucional. E mais: em 2003, portanto há 4 anos, Cunha Lima pediu ao Supremo para julgá-lo.
Agora, faltando 4 ou 5 dias para ser julgado pelo Supremo, renuncia ao mandato de deputado, foge do Supremo e sua defesa alega que seu julgamento deve ser feito pelo tribunal do júri. Nada contra, se fosse ocorrido esse julgamento na época própria.
Na segunda-feira, presentes 6 ministros, 4 se manifestaram pela constitucionalidade do julgamento no Supremo. Um pedido de vista adiou a questão. Ontem, outro pedido, outro adiamento.
Foram citados precedentes de parlamentares que cometeram homicídios ou tentativas de homicídios. Esqueceram 3, importantíssimos: deputado (membro da Academia) Gilberto Amado, senador Arnon de Mello, deputado Nelson Carneiro, que não foram a júri.
Depois de 4 vitórias no mundial feminino de vôlei, o Brasil perdeu para os EUA. Perder é normal, tem que acontecer. Mas não como aconteceu ontem. XXX Venceu os 2 primeiros sets, fáceis, 25/17 e 25/16. Mas parou, deu a impressão de que o jogo sumira.
XXX
Perdeu o 3º set, e no quarto descontou uma desvantagem de 7 pontos, chegou a 23/24 com Paula Pequeno sacando. Pois não é que ela dá a vitória aos EUA jogando a bola infantilmente na rede?
XXX
O 5º set podia ser antecipado por qualquer psicólogo de plantão na Câmara ou no Senado. Praticamente nem entramos em quadra, perdemos feio, distância enorme, os pontos que "marcamos", só os que os americanos jogaram para fora no saque.
XXX
Pesquisa do dia da Rádio Haroldo de Andrade sobre educação e salários de professores. Baseado num estudo da Organização Ibero Americana, quiseram saber se os professores são valorizados no Brasil. N-Ã-O, 100%, fato raro. Acredita no futuro da educação no Brasil? S-I-M, 57%. N-Ã-O, 43%. Esperança.
XXX
A seleção do Brasil de futebol de areia ganhou da Rússia com extrema dificuldade, na prorrogação e nos pênaltis.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Se tudo vai bem...
Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Comentários de gente importante prestam-se a diversas interpretações. Em especial em se tratando de presidentes da República. Quem quiser que discorde, mas torna-se necessário dissecar o que disse esta semana o presidente Lula, a respeito do terceiro mandato. Claro que começou pelo repúdio, afirmando que seria contra a democracia cogitar de sua permanência no poder e até jurou, mais uma vez, passar o governo ao sucessor no primeiro dia de janeiro de 2011.
No entanto... No entanto, é bom atentar para a frase complementar, que, mais do que um complemento, pode transformar-se no principal: "(...) não é hora de falar em eleição, estou no primeiro ano do segundo mandato, a economia vai bem, o País está crescendo e o povo, satisfeito".
Entenderam? Pois é. Quando chegar a hora de falar em eleição, caso a situação nacional permaneça estável, como o próprio presidente acentuou, não será a oportunidade de incluir o terceiro mandato nas considerações político-eleitorais?
É aqui que mora o perigo. Desencadearam a proposta antes da hora. Plantaram fora de época, apesar de identificarmos, faz muito, a preparação das sementes para o plantio. Quando o PT se convencer do óbvio, ou seja, que para preservar o poder não terá outro candidato senão o Lula, surgirá a constatação já anunciada: a economia vai bem, o País está crescendo e o povo, satisfeito... Para que mudar? Como arriscar esse paraíso tropical diante da possibilidade de os tucanos voltarem ao Palácio do Planalto?
Que preço Morales vai cobrar?
O presidente Lula vai a Canossa. De modo estranho, tendo em vista a necessidade premente ditada pela crise no gás, a data foi marcada para 12 de dezembro, quer dizer, daqui a um mês e uma semana. O imperador Henrique IV, do Sacro-Império Romano Germânico, humilhando-se, ficou três dias exposto à neve e à chuva, aguardando o papa Gregório VII recebê-lo. Agora, o prazo será maior, felizmente sem neve, apenas ao sol e ao sereno.
A pergunta se faz sobre o preço a ser cobrado por Morales para atender Lula, que viajará a La Paz de chapéu na mão. Dependeremos da boa vontade do presidente boliviano para aumentar o repasse de gás para o Brasil. Nem se fala da exigência já apresentada por Morales, semanas atrás, ao embaixador brasileiro na Bolívia, de que ou a Petrobras investe horrores naquele país ou será posta para fora.
Investir horrores significa a ampliação de nossos investimentos na extração, produção e transporte do gás boliviano - coisa que corre por exclusiva responsabilidade do Brasil, desde o começo. Senão, nada feito, ou seja, em vez de aumentar, Morales reduzirá o volume do produto exportado. E aumentando seu preço. Isso depois de haver nacionalizado refinarias implantadas pela Petrobras em seu território, sem falar na parafernália da extração, no gasoduto e em demais investimentos feitos com nossos recursos, hoje encampados pelo governo da Bolívia.
Haveria alternativa? Pelo jeito, não, afastando-se por absurdo e por inviável o uso da força. Ainda há dias importante oficial-general brasileiro lembrava, em tom de humor, não saber sequer se dispomos de gasolina para nossos tanques chegarem à fronteira, quanto mais para invadir e, principalmente, para manter a invasão. Por certo que os bolivianos dispõem de menos condições ainda para resistir.
Felizmente, passou o tempo das soluções armadas, mas nem por isso torna-se mais fácil resolver a equação. Resta-nos baixar a cabeça e aceitar as condições que Morales imporá? Qual a garantia de que o singular presidente cumprirá qualquer acordo a ser celebrado?
Eis aí mais um efeito maléfico dessa tal globalização praticada desde os tempos do sociólogo. Por incrível que pareça, a razão pode estar com o tonitruante general Ernesto Geisel. Quando presidente da República ele botou para fora de seu gabinete o tecnocrata que sugeria investimentos maciços da Petrobras em território boliviano. Perguntou apenas: "E depois, vamos invadir para garantir nossos interesses?"
As empresas? Ora, as empresas...
Salta outra vez de banda o pesado ministro da Defesa, ao acentuar que a responsabilidade pelo novo apagão aéreo não é do governo, mas das empresas. Disse serem elas a dedicar poucos recursos à manutenção das aeronaves. Mas o que tem feito o poder público para enquadrar e exigir das empresas o cumprimento de suas obrigações? Leniência é o mínimo a constatar.
Prometeu Nelson Jobim que de agora em diante agirá com força, frente às empresas. Por que não agiram antes, ele e seus antecessores? Faz tempo que o usuário dos transportes aéreos recebe das empresas o mesmo tratamento dado aos escravos, nos navios negreiros. Amontoados nos aeroportos durante horas e até dias, os passageiros não recebem informações, obrigam-se a permanecer em filas intermináveis, são servidos com barras de cereal e acomodam-se nas aeronaves como se estivessem nos porões das fétidas caravelas. Sem falar na possibilidade de não chegarem ao destino...
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Comentários de gente importante prestam-se a diversas interpretações. Em especial em se tratando de presidentes da República. Quem quiser que discorde, mas torna-se necessário dissecar o que disse esta semana o presidente Lula, a respeito do terceiro mandato. Claro que começou pelo repúdio, afirmando que seria contra a democracia cogitar de sua permanência no poder e até jurou, mais uma vez, passar o governo ao sucessor no primeiro dia de janeiro de 2011.
No entanto... No entanto, é bom atentar para a frase complementar, que, mais do que um complemento, pode transformar-se no principal: "(...) não é hora de falar em eleição, estou no primeiro ano do segundo mandato, a economia vai bem, o País está crescendo e o povo, satisfeito".
Entenderam? Pois é. Quando chegar a hora de falar em eleição, caso a situação nacional permaneça estável, como o próprio presidente acentuou, não será a oportunidade de incluir o terceiro mandato nas considerações político-eleitorais?
É aqui que mora o perigo. Desencadearam a proposta antes da hora. Plantaram fora de época, apesar de identificarmos, faz muito, a preparação das sementes para o plantio. Quando o PT se convencer do óbvio, ou seja, que para preservar o poder não terá outro candidato senão o Lula, surgirá a constatação já anunciada: a economia vai bem, o País está crescendo e o povo, satisfeito... Para que mudar? Como arriscar esse paraíso tropical diante da possibilidade de os tucanos voltarem ao Palácio do Planalto?
Que preço Morales vai cobrar?
O presidente Lula vai a Canossa. De modo estranho, tendo em vista a necessidade premente ditada pela crise no gás, a data foi marcada para 12 de dezembro, quer dizer, daqui a um mês e uma semana. O imperador Henrique IV, do Sacro-Império Romano Germânico, humilhando-se, ficou três dias exposto à neve e à chuva, aguardando o papa Gregório VII recebê-lo. Agora, o prazo será maior, felizmente sem neve, apenas ao sol e ao sereno.
A pergunta se faz sobre o preço a ser cobrado por Morales para atender Lula, que viajará a La Paz de chapéu na mão. Dependeremos da boa vontade do presidente boliviano para aumentar o repasse de gás para o Brasil. Nem se fala da exigência já apresentada por Morales, semanas atrás, ao embaixador brasileiro na Bolívia, de que ou a Petrobras investe horrores naquele país ou será posta para fora.
Investir horrores significa a ampliação de nossos investimentos na extração, produção e transporte do gás boliviano - coisa que corre por exclusiva responsabilidade do Brasil, desde o começo. Senão, nada feito, ou seja, em vez de aumentar, Morales reduzirá o volume do produto exportado. E aumentando seu preço. Isso depois de haver nacionalizado refinarias implantadas pela Petrobras em seu território, sem falar na parafernália da extração, no gasoduto e em demais investimentos feitos com nossos recursos, hoje encampados pelo governo da Bolívia.
Haveria alternativa? Pelo jeito, não, afastando-se por absurdo e por inviável o uso da força. Ainda há dias importante oficial-general brasileiro lembrava, em tom de humor, não saber sequer se dispomos de gasolina para nossos tanques chegarem à fronteira, quanto mais para invadir e, principalmente, para manter a invasão. Por certo que os bolivianos dispõem de menos condições ainda para resistir.
Felizmente, passou o tempo das soluções armadas, mas nem por isso torna-se mais fácil resolver a equação. Resta-nos baixar a cabeça e aceitar as condições que Morales imporá? Qual a garantia de que o singular presidente cumprirá qualquer acordo a ser celebrado?
Eis aí mais um efeito maléfico dessa tal globalização praticada desde os tempos do sociólogo. Por incrível que pareça, a razão pode estar com o tonitruante general Ernesto Geisel. Quando presidente da República ele botou para fora de seu gabinete o tecnocrata que sugeria investimentos maciços da Petrobras em território boliviano. Perguntou apenas: "E depois, vamos invadir para garantir nossos interesses?"
As empresas? Ora, as empresas...
Salta outra vez de banda o pesado ministro da Defesa, ao acentuar que a responsabilidade pelo novo apagão aéreo não é do governo, mas das empresas. Disse serem elas a dedicar poucos recursos à manutenção das aeronaves. Mas o que tem feito o poder público para enquadrar e exigir das empresas o cumprimento de suas obrigações? Leniência é o mínimo a constatar.
Prometeu Nelson Jobim que de agora em diante agirá com força, frente às empresas. Por que não agiram antes, ele e seus antecessores? Faz tempo que o usuário dos transportes aéreos recebe das empresas o mesmo tratamento dado aos escravos, nos navios negreiros. Amontoados nos aeroportos durante horas e até dias, os passageiros não recebem informações, obrigam-se a permanecer em filas intermináveis, são servidos com barras de cereal e acomodam-se nas aeronaves como se estivessem nos porões das fétidas caravelas. Sem falar na possibilidade de não chegarem ao destino...
Fonte: Tribuna da Imprensa
Lula: País precisa acreditar que não terá crise energética
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que "é preciso acreditar que o Brasil não vai ter crise energética. As indústrias vão poder crescer". A afirmação foi feita em solenidade no Palácio do Planalto, na abertura do 5º Encontro Nacional do Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo.
De maneira enfática Lula afirmou: É preciso acreditar para fazer. Esse país tem energia garantida até 2012. No mês que vem tem leilão (das usinas do Rio) do Madeira. Em janeiro ou fevereiro do ano que vem haverá outro leilão. Nós vamos descobrir o gás que precisamos descobrir ou vamos comprar o gás que precisamos comprar. É preciso acreditar nisso. Somente acreditando vamos ver as coisas acontecerem", disse.
Conforme Lula, não há espaço no País para descrença. "Tem muita gente dando palpite no gerenciamento do governo e nós não damos palpite nos negócios dos outros. Posso assegurar que o governo vai muito bem, o Brasil vai muito bem e está bem gerenciado. É preciso acreditar na indústria nacional. Este país tem solidez", emendou.
De acordo com o presidente, o País pode crescer tanto pelo desempenho do mercado interno quanto do mercado externo. E disse que, se fossem em outros momentos do País, a crise no setor imobiliário dos Estados Unidos certamente teria levado todos os ministros a viajarem ao exterior para pedir mais dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Petrobras
Lula ainda afirmou que o governo não manda na Petrobras, "mas ela é subordinada ao seu acionista majoritário, que é o governo". "E, portanto, ela tem que pensar no Brasil", disse, para justificar determinações do governo para investimento na indústria nacional, citando como exemplo a construção de navios em estaleiros brasileiros e plataformas petrolíferas no País. O presidente ainda defendeu a necessidade de o Brasil ajudar os países que não têm infra-estrutura, como os africanos.
Fonte: Tribuna da Imprensa
De maneira enfática Lula afirmou: É preciso acreditar para fazer. Esse país tem energia garantida até 2012. No mês que vem tem leilão (das usinas do Rio) do Madeira. Em janeiro ou fevereiro do ano que vem haverá outro leilão. Nós vamos descobrir o gás que precisamos descobrir ou vamos comprar o gás que precisamos comprar. É preciso acreditar nisso. Somente acreditando vamos ver as coisas acontecerem", disse.
Conforme Lula, não há espaço no País para descrença. "Tem muita gente dando palpite no gerenciamento do governo e nós não damos palpite nos negócios dos outros. Posso assegurar que o governo vai muito bem, o Brasil vai muito bem e está bem gerenciado. É preciso acreditar na indústria nacional. Este país tem solidez", emendou.
De acordo com o presidente, o País pode crescer tanto pelo desempenho do mercado interno quanto do mercado externo. E disse que, se fossem em outros momentos do País, a crise no setor imobiliário dos Estados Unidos certamente teria levado todos os ministros a viajarem ao exterior para pedir mais dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Petrobras
Lula ainda afirmou que o governo não manda na Petrobras, "mas ela é subordinada ao seu acionista majoritário, que é o governo". "E, portanto, ela tem que pensar no Brasil", disse, para justificar determinações do governo para investimento na indústria nacional, citando como exemplo a construção de navios em estaleiros brasileiros e plataformas petrolíferas no País. O presidente ainda defendeu a necessidade de o Brasil ajudar os países que não têm infra-estrutura, como os africanos.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Câmara dos Deputados deve aprovar alterações na Lei Fiscal
SÃO PAULO - O projeto de lei do Executivo que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) será aprovado sem dificuldades na Câmara, se depender da receptividade de deputados. Lideranças partidárias, inclusive da base aliada, já falam em emendar o projeto.
Parlamentares de oposição se dizem desconfiados da intenção do governo, mas os dois lados avaliam que a proposta "corrige injustiças". O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), pretende procurar governadores da sigla para debater o assunto.
"Mas acredito que o projeto é útil para o País", disse. "Cada CNPJ deve responder por seus atos", completou o vice-líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira (CE), apesar de insistir que isso não pode significar "afrouxar" a LRF.
Para o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), é "um elemento de Justiça". "A responsabilidade deve se aplicar a quem tem autonomia", afirmou. "Tem de punir quem descumpre a lei", completou o líder do bloco que inclui PDT, PSB e PCdoB, Paulo Pereira da Silva (SP).
O líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), disse que o projeto é "razoável". "Mas atenção para que não se abra uma brecha na lei". Já o líder do DEM, Onyx Lorenzoni (RS), disse ser "conceitualmente favorável", mas avisou que estudará a fundo a proposta.
"No governo Lula, um projeto sempre vem com muitas intenções na superfície, mas com outras enterradas", provocou. O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), também apoiou. Mas disse suspeitar que o governo planeja "mais uma bondade" em troca da CPMF.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Parlamentares de oposição se dizem desconfiados da intenção do governo, mas os dois lados avaliam que a proposta "corrige injustiças". O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), pretende procurar governadores da sigla para debater o assunto.
"Mas acredito que o projeto é útil para o País", disse. "Cada CNPJ deve responder por seus atos", completou o vice-líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira (CE), apesar de insistir que isso não pode significar "afrouxar" a LRF.
Para o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), é "um elemento de Justiça". "A responsabilidade deve se aplicar a quem tem autonomia", afirmou. "Tem de punir quem descumpre a lei", completou o líder do bloco que inclui PDT, PSB e PCdoB, Paulo Pereira da Silva (SP).
O líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), disse que o projeto é "razoável". "Mas atenção para que não se abra uma brecha na lei". Já o líder do DEM, Onyx Lorenzoni (RS), disse ser "conceitualmente favorável", mas avisou que estudará a fundo a proposta.
"No governo Lula, um projeto sempre vem com muitas intenções na superfície, mas com outras enterradas", provocou. O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), também apoiou. Mas disse suspeitar que o governo planeja "mais uma bondade" em troca da CPMF.
Fonte: Tribuna da Imprensa
STF mantém ação penal contra Genoino, Delúbio e Valério
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) recusou ontem o pedido de habeas-corpus do deputado José Genoino (PT-SP) contra uma decisão da 4ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte que aceitou denúncia contra ele às vésperas da diplomação em 2006.
Com a resolução, está mantida a ação penal que tramita no STF em que são processados, além de Genoino, o ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do partido Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e ex-dirigentes do Banco BMG por gestão fraudulenta de instituição financeira e falsidade ideológica.
Se a Corte tivesse decidido em outra direção, a ação voltaria à etapa de inquérito, o que atrasaria a conclusão do processo. A denúncia, que tratava do caso do mensalão, foi acatada pela Justiça de Minas Gerais um dia antes do deputado do PT de São Paulo ter sido diplomado.
Por isso, os advogados argumentaram que a Justiça da capital mineira tentou tirar o caso do Supremo ao analisar a ação às vésperas da conferência do diploma a Genoino, quando passou a gozar de foro privilegiado.
Por maioria, os ministros consideraram que a determinação da Justiça de Minas foi legal porque ele não tinha foro no dia do recebimento da acusação. Além dessa representação, Genoino, Delúbio, Valério e ex-dirigentes do BMG responderão à ação principal do mensalão, aberta neste ano pelo STF.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Com a resolução, está mantida a ação penal que tramita no STF em que são processados, além de Genoino, o ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do partido Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e ex-dirigentes do Banco BMG por gestão fraudulenta de instituição financeira e falsidade ideológica.
Se a Corte tivesse decidido em outra direção, a ação voltaria à etapa de inquérito, o que atrasaria a conclusão do processo. A denúncia, que tratava do caso do mensalão, foi acatada pela Justiça de Minas Gerais um dia antes do deputado do PT de São Paulo ter sido diplomado.
Por isso, os advogados argumentaram que a Justiça da capital mineira tentou tirar o caso do Supremo ao analisar a ação às vésperas da conferência do diploma a Genoino, quando passou a gozar de foro privilegiado.
Por maioria, os ministros consideraram que a determinação da Justiça de Minas foi legal porque ele não tinha foro no dia do recebimento da acusação. Além dessa representação, Genoino, Delúbio, Valério e ex-dirigentes do BMG responderão à ação principal do mensalão, aberta neste ano pelo STF.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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