Deu no Estadão
Reuters
O chefe da ala militar do Hamas, Mohammed Deif, foi morto em um ataque aéreo de Israel na Faixa de Gaza no mês passado, disse Tel Aviv nesta quinta-feira (1º), um dia após o líder político do grupo ser assassinado em Teerã em uma ofensiva atribuída ao Estado judeu.
“As Forças Armadas de Israel anunciam que em 13 de julho de 2024, caças atacaram uma área de Khan Yunis e, após uma avaliação de inteligência, confirmou-se que Mohammed Deif foi eliminado no ataque”, disse o Exército.
SEM CONFIRMAÇÃO – O Hamas não confirmou nem negou a morte de Deif —mais uma da sequência de assassinatos anunciados nos últimos dias. Um membro do grupo, Ezzat Rashaq, disse que qualquer informação sobre o caso é responsabilidade exclusiva das lideranças da facção.
Responsável pelas mortes de dezenas de israelenses em atentados suicidas, Deif liderou a lista de mais procurados de Israel por décadas. Ele ascendeu no grupo ao longo de 30 anos, desenvolvendo uma rede de túneis por baixo de Gaza e aprimorando sua expertise na fabricação de bombas.
Mais recentemente, Deif foi considerado um dos mentores do ataque terrorista no sul de Israel no dia 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, agora em seu 300º dia.
CORTEJO FÚNEBRE – O anúncio ocorreu enquanto uma multidão pedia vingança durante o cortejo fúnebre de Ismail Haniyeh em Teerã. O líder político da facção foi morto nesta quarta no momento em que visitava o Irã para a cerimônia de posse do novo presidente do país persa, Masoud Pezeshkian.
Irã e Hamas culpam Israel, que não negou nem confirmou um papel no assassinato —postura diferente da adotada em relação à morte do comandante sênior do Hezbollah, em Beirute, na terça-feira (30). No caso do assassinato de Muhsin Shukr, chefe operacional do grupo fundamentalista libanês, Tel Aviv assumiu a autoria do ataque.
Tanto o Hezbollah quanto o Hamas são apoiados pelo Irã. As mortes mais recentes aumentaram a preocupação com uma escalada nas hostilidades no Oriente Médio, com ameaças de vingança contra Israel, que disse não buscar uma guerra regional, mas que responderia com força a qualquer ataque.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma impressionante rotina de guerra – um a um, vão sendo eliminados os principais líderes inimigos de Israel, não importa onde estejam. Um foi morto na Síria, outro no Libano, um terceiro no Irã e mais um na Faixa de Gaza. O êxito dessas investidas mostra a qualidade dos serviços do Mossad, o serviço secreto israelense, que humilha a Abin, concorrente brasileira. (C.N.)