Publicado em 2 de dezembro de 2023 por Tribuna da Internet
Karina Ferreira
Estadão
O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) protocolou na quinta-feira, dia 30, um requerimento para a criação de uma comissão externa na Câmara dos Deputados, com o objetivo de verificar as condições dos suspeitos que foram presos por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Os detidos foram encaminhados para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
No pedido, o parlamentar cita como justificativa para instauração da comissão a morte de Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, que estava preso na penitenciária desde janeiro por suspeita de participar dos ataques às sedes dos Três Poderes.
MAL SÚBITO – Cleriston Cunha unha morreu no dia 20 de novembro após sofrer um mal súbito enquanto tomava banho de sol na prisão. Sua defesa há tinha pedido diversas vezes a prisão domiciliar, devido ao precário estado de saúde, com risco de morte, a Procuradoria-Geral da República foi a favor, mas o relator Alexandre de Moraes não deu resposta.
O deputado Filipe Barros destacou ainda que recebeu diversas denúncias relacionadas a supostas violações dos direitos humanos contra os outros presos, situações que poderiam ser apuradas pela comissão da Câmara.
Outro requerimento já tinha sido apresentado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), no último dia 21, à Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial.
REGIME DE URGÊNCIA , Nikolas Ferreira e outros oito deputados pedem a realização de uma visita técnica, em regime de urgência, para apurar as condições de saúde física e psicológica dos presos.
No novo requerimento, também assinado por Nikolas, a comissão acompanharia os presos a longo prazo. Além dos parlamentares, assinaram o pedido os deputados André Fernandes (PL-CE), Mauricio Marcon (Podemos-RS), Rodrigo Valadares (União-SE), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Evair de Melo (PP-ES).
No último domingo, dia 26, centenas de bolsonaristas se reuniram na Avenida Paulista, em protesto em reação à morte de Cleriston. O ato foi convocado pelo pastor Silas Malafaia e pelo senador Magno Malta (PL-ES).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É justo e necessário haver esse acompanhamento por uma comissão da Câmara. Depois da morte de Cleriston, o relator Alexandre de Moraes já soltou diversos presos. Ao que parece, o ministro reconheceu o erro e não quer repeti-lo. Então, que assim seja. Uma coisa é prender um suspeito; outra coisa bem diferente é condená-lo à morte antes de haver julgamento e sem que exista pena capital no país. (C.N.)