O presidente Jair Bolsonaro (PL) resolveu declarar apoio ao candidato do PRTB a governador do Mato Grosso do Sul, Capitão Contar, e criou um constrangimento para sua ex-ministra Tereza Cristina (esq.) (PP), que concorre ao Senado em uma chapa rival, encabeçada por Eduardo Riedel (PSDB) como candidato a governador. A ex-ministra reagiu nas redes sociais e divulgou um vídeo em que reitera apoio ao tucano e diz que Bolsonaro aprovou a aliança.
"Reitero meu apoio a Eduardo Riedel. No início desse processo fechamos uma coligação, incluindo o PL, partido do nosso presidente. Essa decisão foi tomada em conjunto com todas as lideranças partidárias nacionais e estaduais e aprovada pelo presidente Bolsonaro", afirmou Tereza.
O Estadão apurou que o ministro da Casa Civil e presidente licenciado PP, Ciro Nogueira, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ligaram para a ex-ministra para pedir desculpas pelo declaração do presidente. A declaração de Bolsonaro repercutiu mal também entre aliados de Riedel. O candidato do PSDB é apoiado pelo atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e atuou para conquistar o apoio de prefeitos para Tereza Cristina.
Bolsonaro pediu votos para Contar durante o debate presidencial da TV Globo desta quinta-feira, 29, e ignorou Riedel. Mesmo com o PSDB na chapa presidencial de Simone Tebet (MDB), representado pela senadora Mara Gabrilli, o tucano do Mato Grosso do Sul já declarou que está com Bolsonaro.
Durante o debate, a senadora Soraya Thronicke, candidata do União Brasil a presidente e também do Mato Grosso do Sul, acusou Bolsonaro de abandonar o candidato do PRTB. "Eu não tinha tomado partido no tocante a eleições a governador do Estado, a partir desse momento, da forma como a senhora candidata se dirigiu à minha pessoa, eu quero apelar a todos de Mato Grosso do Sul, votem no capitão Contar para governador. É a melhor opção... É a melhor opção para esse Estado", disse o presidente.
De acordo com pesquisa Ipec divulgada no dia 31 de agosto, André Puccinelli (MDB) lidera as intenções de voto para o governo do Mato Grosso do Sul, com 25%. Em seguida aparecem Marquinhos Trad (PSD), com 20%, Riedel, com 14%, Rose Modesto (União Brasil), com 12%, e Contar, com 8%. Na disputa pelo Senado, Tereza Cristina lidera com 38%, Juiz Odilon (PSD) pontuou 18% e Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) apareceu com 13%.
Diferente do que acontece na maioria dos Estados, Bolsonaro está numericamente na frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Mato Grosso do Sul. Segundo pesquisa Ipec divulgada no dia 16 de setembro, o presidente tem a preferência de 40% contra 36% do petista. Em maio passado, durante uma das reuniões da direção nacional do PSDB para fazer com que João Doria não fosse o candidato do partido, a ala da legenda no Estado foi uma das que defenderam mais explicitamente o endosso a Bolsonaro logo no primeiro turno.
Estadão / Dinheiro Rural