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sexta-feira, janeiro 28, 2022

Economia dos EUA tem alta de 5,7% em 2021, melhor resultado desde 1984

 



O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 5,7% em 2021, a alta mais expressiva desde 1984 - informa uma estimativa preliminar do Departamento do Comércio publicada nesta quinta-feira (27).

No quarto trimestre, na projeção anual (taxa de crescimento em 12 meses se mantidas as condições no momento da medição), o crescimento foi de 6,9%, valor bem superior ao esperado pelos analistas, que previam 5,6%.

O crescimento do ano passado é mais forte do que o esperado pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), que antecipou uma recuperação de 5,5%, e também do que a taxa projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que esperava uma alta de 5,6%.

O PIB do quarto trimestre também é 3,1% superior ao do quarto trimestre de 2019, o último antes da pandemia do coronavírus.

Utilizando outros mecanismos de comparação, que se aplicam a grandes economias, comparando-se o quarto trimestre de 2021 com o quarto trimestre de 2020, como a China faz, por exemplo, a expansão foi de 5,5%.

Além disso, o consumo das famílias, que responde por quase 75% da economia americana, aumentou 7,9% no ano passado, e o investimento das empresas no país, 9,5%.

"Os consumidores gastaram sem economizar para atenuar a monotonia das quarentenas, renovar suas casas e se permitir viajar", resumiu a economista Diane Swonk, da Grant Thornton.

Por sua vez, "as empresas investiram maciçamente em tecnologia para sustentar a migração de atividades presenciais a atividades online, incluído o trabalho em casa", acrescentou.

Em 2020, a crise da covid-19 havia causado uma contração de 3,5% no PIB dos EUA, a maior queda desde 1946.

- Estímulos e covid -

O crescimento da economia dos EUA foi forte no início do ano passado, impulsionado por grandes pacotes de estímulo que fomentaram os gastos dos consumidores e, depois, pela melhora da pandemia, graças a uma campanha de vacinação ativa na primavera boreal (outono no Brasil).

No primeiro trimestre, a maior economia do mundo cresceu 6,4% e, no segundo, 6,7%, sempre na projeção anual. Entre abril e junho, voltou ao nível pré-pandemia.

No terceiro trimestre de 2021, porém, o crescimento se desacelerou, e a expansão foi de 2,3%, devido ao aparecimento da variante delta da covid-19.

Agora, espera-se que o crescimento volte a desacelerar no primeiro trimestre de 2022, sobrecarregado por uma nova variante, a ômicron, que desencadeou uma onda massiva de infecções, prejudicando a atividade econômica.

Os preços ao consumidor subiram acentuadamente no ano passado e são uma preocupação para o governo de Joe Biden.

De acordo com o índice PCE do Departamento de Comércio, o mais considerado pelo Banco Central, o aumento foi de 3,9% em 2021.

O outro índice de inflação, o do Departamento do Trabalho (PCI), divulgado em 12 de janeiro, havia registrado um aumento de preços de 7% em 2021, o que representaria o maior aumento em 12 meses desde junho de 1982.

- Juros contra a inflação -

O Federal Reserve sinalizou na quarta-feira que é a favor de aumentar suas taxas de referência em sua próxima reunião em meados de março.

"Eu diria que o comitê é a favor do aumento das taxas (...) na reunião de março, desde que haja condições para isso", disse o presidente do órgão, Jerome Powell, em entrevista coletiva após a reunião de dois dias do comitê monetário do Fed.

O Fed manteve suas taxas de juros em zero na quarta-feira.

Em seu comunicado anterior às declarações de Powell, a agência explicou que, "com a inflação bem acima de 2% e um mercado de trabalho forte, o comitê (monetário) acredita que, em breve, será apropriado aumentar as taxas de referência".

Powell ficou encarregado de especificar os termos do aumento.

As taxas de referência foram cortadas em março de 2020 para fazer frente à pandemia de coronavírus, apoiando o consumo e o investimento.

Agora, o objetivo do organismo ao aumentar suas taxas de juros é influenciar os preços, desacelerando a demanda. Taxas mais altas tornam o crédito mais caro para pessoas físicas e jurídicas.

AFP / Estado de Minas

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