Publicado em 27 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet
Carlos Newton
A mídia anunciou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou, nesta quinta-feira (27), um pedido do presidente Jair Bolsonaro para não prestar depoimento no inquérito que apura o vazamento de documentos sigilosos.
O ministro-relator do inquérito ainda determinou que a Polícia Federal colha o depoimento de Bolsonaro nesta sexta-feira (28), a partir das 14 horas, na sede da própria PF. Após o interrogatório, a investigação tem de estar concluída;
Na noite desta quinta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que “se manifestará nos autos” em resposta à ordem do ministro Alexandre Moraes, sem esclarecer se o presidente Jair Bolsonaro vai ou não prestar depoimento na PF nesta sexta-feira.
DUAS POSSIBILIDADES – Portanto, apenas o próprio Bolsonaro sabe se vai ou não cumprir a ordem de Moraes, no âmbito da investigação do vazamento do inquérito sigiloso da Polícia Federal pelo presidente.
Há duas possibilidades. A primeira é a aceitação da ordem. No entanto, se o presidente prestar o depoimento, estará desmoralizado. E a segunda hipótese, mais provável, é que o presidente se recuse a ir depor e a AGU tente alguma justificativa, como se espera.
E o que pode acontecer? Ora, não vai acontecer nada, se Bolsonaro não comparecer. Moraes jamais determinará condução coercitiva, porque o Supremo proibiu esse tipo de providência, quando não há risco de evasão. Resultado: será Alexandre de Moraes que ficará desmoralizado. Qualquer autoridade precisa entender que não deve dar uma ordem que possa ser descumprida, como é o caso. O resto é apenas folclore.