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segunda-feira, julho 26, 2021

Ciro Gomes, apontado como terceiro homem para 2022, não participou do movimento das ruas contra Bolsonaro

Publicado em 26 de julho de 2021 por Tribuna da Internet

Ausência de Ciro Gomes representou uma oportunidade perdida

Pedro do Coutto

Reportagem de Jan Niklas e Bianca Gomes, edição de domingo de O Globo, destaca o protesto contra o governo Jair Bolsonaro que levou milhares de pessoas às ruas de cidades do país e também tiveram a adesão de brasileiros residentes no exterior. Todos pedindo pela vacinação e o impeachment do presidente da República, além de estenderem o movimento contra o esquema de corrupção que surgiu na questão de compra de imunizantes.

A repercussão foi muito grande, mas a ausência do ex-governador Ciro Gomes representou uma oportunidade perdida por ele de se afirmar como um candidato independente de Lula, mas ao mesmo tempo contrário à reeleição e às ameaças de Bolsonaro. Faltou perspectiva porque no fundo da questão Ciro Gomes é de fato o único nome que pode ser colocado no centro da polarização entre o ex-presidente Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro.

ALTERNATIVA – Mas é preciso considerar que ele, Ciro Gomes, para tentar chegar ao segundo turno nas urnas de outubro de 2022 só possui um caminho, além do pequeno percentual de votos que possui; arrebatar os bolsonaristas arrependidos.

Fora daí, não há espaço para ele. Não consegue tirar dez votos do líder do PT. O título deste artigo está inspirado no filme do diretor Carol Reed, “O terceiro homem”, com a participação da Orson Welles no elenco.

PRAZO – O presidente Jair Bolsonaro desde que se desfiliou do PSL não ingressou em nenhuma outra legenda partidária e terá que fazê-lo até outubro, pois a lei partidária estabelece que qualquer pessoa para se candidatar tem que ter filiação até um ano antes das eleições. O prazo colocado para Bolsonaro tem o limite de 3 de outubro deste ano.

Por incrível que pareça, Bolsonaro tem encontrado dificuldades em inscrever-se em alguma legenda, uma situação singular na história política moderna do país. De modo geral, as direções partidárias estão sempre abertas para a inscrição de um presidente da República. Mas não é o caso que se aplica a Bolsonaro.

Reportagem de Ricardo Della Coletta, Julia Chaib e Daniel Carvalho, Folha de S. Paulo, revelou ontem que o próprio PP, que participa do governo, encontra-se dividido sobre se aceita ou não o ingresso de Bolsonaro em seus quadros. Não conseguindo inscrição, Bolsonaro cria um caso único na Justiça Eleitoral; um presidente da República inelegível por falta de inscrição partidária.

RESTRIÇÕES – Correntes de outros partidos, além de uma fração PP, também levantam restrições a conceder registro eleitoral ao presidente que dentro de menos de 18 meses se dispõe a tentar a reeleição, chegando ao ponto de fazer ameaças de cancelar o pleito se as urnas eletrônicas não forem substituídas pelo voto impresso.

É claro que após o pronunciamento dos generais Braga Netto e Hamilton Mourão, o presidente da República ficou sem espaço político e terá que recuar. Aliás, já recuou. Não há outro caminho e vale lembrar que a política é a arte de comunicar coisas e situações que os lábios não pronunciam.

CONSUMO – Falei há pouco sobre o erro de Ciro Gomes ao não comparecer às manifestações. São muitas as queixas populares contra o governo que congela salários e aceita o aumento de preços, tornando o consumo alimentar dos brasileiros de menor renda impossivel. Estes, provavelmente, terão que comer um dia sim e outro não. Incluindo seus filhos e suas famílias.

Paulo Soprana, Leonardo Vieceli e Daniela Arcanjo, Folha de S.Paulo, revelam que as classes pobres sentem muito mais a alta de preços do que as classes médias e os de renda mais elevada. Isso porque para os de menor remuneração, mais atingidos inclusive pelo desemprego, o peso percentual da alimentação é maior do que para as demais categorias sociais.

Com isso, amplia-se a fome que forma, ao lado da escassez de saneamento, transporte e habitação, uma válvula de pressão e opressão permanente contra aqueles que ganham até um salário mínimo. Uma faixa que reúne também aqueles que nem o mínimo recebem por mês. Por tudo isso, ratifico, o terceiro homem para as urnas de 2022 evaporou-se no meio da multidão.


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