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segunda-feira, maio 10, 2021

“Se a CPI da Covid provar que houve crime, Bolsonaro será responsabilizado”, afirma Renan

Publicado em 10 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) em pronunciamento Foto: Jefferson Rudy / Jefferson Rudy/Agência Senado

Relator da CPI, Renan Calheiros diz que não há radicalismo na comissão

André de Souza
O Globo

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse neste sábado esperar que o presidente Jair Bolsonaro não tenha responsabilidade sobre o agravamento da pandemia no país, que já matou mais de 420 mil pessoas. Por outro lado destacou que, se isso for provado, ele vai ser responsabilizado. A declaração foi dada em entrevista ao Grupo Prerrogativas, que reúne advogados.

Primeiramente, o senador citou algumas declarações de Bolsonaro que ele chamou de absurdos: “O que deve ser levado em conta é a maneira como o governo minimizou a pandemia, como o governo entendia que ela não era letal, não causa mortes, como o governo minimizou o papel da vacina, que é o único instrumento que pode resolver o problema, e como o governo fechou as portas para os produtores de vacinas. Não foi só para a Pfizer. Por quê? Porque o presidente disse várias vezes que não acreditava na vacina, muito menos na chinesa, que quem tomasse ia virar jacaré e afinar a voz”, disse Renan.

SITUAÇÃO ÚNICA — “Não dá para comparar, por tudo isso, a circunstância do Brasil com a de nenhum outro país. Em nenhum outro lugar, o chefe de Estado ou de governo falou publicamente esses absurdos para os seus governados, para a sua população. Então não dá. Só tivemos isso no Brasil. Eu espero que o presidente da República não tenha responsabilidade com o agravamento do morticínio no Brasil. Espero que a CPI não chegue a tanto. Mas se a CPI chegar, não tenho nenhuma dúvida que ele será responsabilizado sim”, salientou o relator.

E reforçou: “Ainda não temos como responsabilizar o presidente da República nem ninguém. Estamos começando os trabalhos. O nosso objetivo é fazer uma revisão nas politicas equivocadas para salvar vidas, e investigar o que aconteceu”.

CERTO OU ERRADO — “Há a percepção da sociedade de que, e o governo tivesse feito certo, e o governo tem na CPI uma oportunidade para mostrar que fez certo, certamente também não teríamos tido que conviver com esse morticínio todo, transformado o Brasil em cemitério do mundo “— acrescentou o relator da CPI.

Calheiros defendeu a convocação do ministro da Justiça, Anderson Torres, que, em entrevista à revista “Veja”, disse que vai requisitar à Polícia Federal (PF) informações sobre desvios de recursos federais enviados a estados e municípios. Por outro lado, disse ser contra convocar os filhos do presidente, até para não dar motivo para dizer que a CPI é uma iniciativa para atingir pessoalmente Bolsonaro.

Mas não deixou de criticar pai e filhos pelos ataques que desferem, muitas vezes sem provas, à China, país que fornece vacinas e outros insumos de saúde ao Brasil. Esta semana, por exemplo, o presidente insinuou que o coronavírus foi produzido pela China como parte de uma guerra química.

UM PONTO FINAL — “Precisamos pôr termo a essa irresponsabilidade” — disse o relator da CPI, que voltou a elogiar os depoimentos dados à CPI pelos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que reafirmaram discordar da forma como Bolsonaro conduziu o enfrentamento à pandemia. Quanto ao depoimento do atual ministro, Marcelo Queiroga, Renan disse que ele adotou uma estratégia de não falar a verdade.

— Tivemos um depoimento do atual ministro que não foi esclarecedor porque visivelmente ele defendeu uma estratégia de não responder as perguntas objetivamente e consequentemente não falar a verdade. Mas ainda reconheceu a existência do grupo paralelo [de assessoramento ao presidente], o constrangimento em algumas oportunidades de ser desautorizado pelo discurso negacionista do presidente da República — disse o relator da CPI.

PAZUELLO PODE FALTAR – Questionado sobre o que pode ocorrer caso o ex-ministro Eduardo Pazuello, que seguiu as orientações de Bolsonaro, falte à CPI. O senador lembrou que os investigados podem deixar de comparecer à sessão da CPI. Mas também afirmou que Pazuello vai ser ouvido como testemunha, sem citar medidas concretas para obrigá-lo a ir.

 Calheiros destacou, por exemplo, que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a possibilidade de fazer condução coercitiva. Pazuello falaria à CPI na última quarta-feira, mas alegou ter mantido contato com pessoas com Covid-19 para pedir um depoimento remoto, o que foi negado. A comissão remarcou a audiência dele para o dia 19 de maio.


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