Em passagem pelo Mato Grosso do Sul, nesta sext-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (sem discurso) aproveitou para discursar contra a CPI da Pandemia, instalada o Senado para investigar ações e omissões do governo federal no combate à Covid-19, e contra medidas de restrição impostas por governadores. Mais uma vez, sem embasamento técnico, ele questionou a eficácia do lockdown.
"Não existe comprovação científica de lockdown. Quase quebraram o governo ano passado pra me atingir", afirmou. A declaração é falsa, já que autoridades e especialistas da saúde recomendaram o fechamento de cidades em diversas ocasiões como forma de conter a transmissão do coronavírus. Bolsonaro, ao contrário, desde o início da pandemia promove aglomerações e briga para suspender restrições, como no episódio em que foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) tentar reverter o toque de recolher determinado na Bahia (veja aqui).
No evento de hoje, marcado pela entrega de títulos fundiários, ele também não poupou críticas à CPI. Nesta semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito ouviu um executivo da Pfizer, que revelou ter feito três ofertas de vacina ao governo ainda em agostos, o diretor-presidente da Anvisa, que confirmou a ocorrência de uma reunião em que tentaram mudar a bula da cloroquina, e o ex-secretário especial de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, que quase saiu preso da sessão (saiba mais aqui, aqui e aqui).
"[Quer] Procurar omissões do governo federal, mas na hora de convocar governadores, ele é contra. E o crápula ainda diz: 'essa cpi não é pra investigar desvio de recursos'", alfinetou, sem citar nomes. Neste quesito, ele tem reforçado os embates contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão.
Bahia Notícias