Pedro do Coutto
Reportagem de Ricardo Della Coletta e Renato Machado, Folha de terça-feira, revela que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o certo é tirar de circulação O Globo, a Folhs e o Estadão, porque publicam matérias contra ele e seu governo que são verdadeiras fake news. A declaração foi feita em Brasília antes de ir para o Guarujá, onde pilotou um jet ski.
O presidente atacou também o site O Antagonista e se voltou igualmente contra o Facebook assinalando que teve sua conta encerrada arbitrariamente.
UM FORA DA LEI – Bolsonaro, penso eu, não pauta suas atitudes e pensamentos à base da Constituição Federal e das leis do país. Acusou também a utilização de imagens pelos três jornais que são os três maiores do país.
“Não vou fazer isso (fechar os jornais), porque sou democrata mas são fábricas de fake news contra mim e meu governo”, acrescentou, dizendo que o povo precisa se libertar desses jornais e tem logicamente esse direito.” Em vários casos tem que se recorrer à Justiça. Contra O Globo, a Folha e o Estadão não se verifica nenhuma reação da mídia em geral. Ela se cala. Falam tanto em liberdade de expressão, mas os três órgãos de imprensa mentem em suas matéria”.
O pronunciamento do Bolsonaro foi feito através de uma rede social operada por seu filho Eduardo, deputado federal por São Paulo.
TAMBÉM AS REDES SOCIAIS – Jair Bolsonaro mostrou-se revoltado também com as redes sociais, especialmente contra o Facebook e anunciou uma tributação maior contra os veículos das redes sociais.
Finalizando, Bolsonaro alvejou principalmente a Folha, dizendo que não adquire qualquer produto anunciado comercialmente em suas páginas. Além disso disse “não vamos gastar mais dinheiro em publicidade na Folha”, assinalando que acompanha as empresas que anunciam na Folha, como se quisesse amedrontar os empresários.
DISSE BARROSO – Num artigo na edição de O Globo de ontem, Merval Pereira destaca a importância extraordinária da entrevista do ministro Luís Roberto Barroso ao historiador Marco Antonio Villa.
Barroso afirmou que existe uma operação abafa contra a Lava Jato, porque ela atingiu profundamente a corrupção. Acrescentou que o esforço contra a Lava Jato inclui políticos e fez soprar uma nuvem no próprio Supremo. Citou como exemplo os 51 milhões de reais num apartamento de Geddel Vieira Lima em Salvador.
O artigo de Merval é imperdível, da mesma forma do que a entrevista de Barroso