Vicente Nunes
Correio Braziliense
A Petrobras é o retrato perfeito da enorme desigualdade social que marca o Brasil. Levantamento realizado pelo Ministério da Economia sobre os benefícios pagos aos empregados de estatais mostra que a diferença entre o maior e o menor salário na empresa chega a 6.932%.
O piso salarial na Petrobras é de R$ 1.510 e o topo, de R$ 106.189. Pelos cálculos do Ministério da Economia, a média salarial na petroleira é de R$ 18.930.
ADICIONAL DE FÉRIAS – A pasta chefiada por Paulo Guedes, que, passados dois anos do governo de Jair Bolsonaro, ainda não conseguiu privatizar nenhuma estatal, aponta que a Petrobras paga 100% de adicional de férias para seus empregados, ante um terço recebido pela maioria dos trabalhadores da iniciativa privada.
O mesmo estudo revela que, também, os funcionários das companhias Docas do Ceará, do Espírito Santo, do Pará e do Rio de Janeiro recebem adicional de férias acima do um terço previsto em lei. Nos casos dessas estatais, o extra corresponde a 50% do salário normal e vale para aqueles que entraram na empresas até 1996.
O objetivo do Ministério da Economia, ao detalhar os benefícios pagos aos funcionários de estatais, é chamar a atenção para o que a equipe de Guedes chama de excessos. “A melhor arma que a gente pode ter para combater qualquer tipo de privilégio é a transparência”, diz o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Um dos maiores problemas da fase atual do capitalismo é a desigualdade social. Países que mantém essa disparidade inimaginável entre o menor e o maior salário não podem alegar que isso é normal, fruto das características do mercado. Na verdade, isso significa a prática de uma nova forma de escravidão. Apenas isso. E ocorre num país que se define como cristão, se é que algum cristão de verdade pode concordar com uma situação desse tipo… (C.N.)