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terça-feira, fevereiro 09, 2021

Bolsonaro é o primeiro líder político da História a desencorajar vacina, diz especialista francês


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Charge do Duke (domtotal.com)

Daniela Fernandes
BBC News Brasil

O presidente Jair Bolsonaro, é o único líder político da História a desencorajar a vacinação, afirma o historiador francês Laurent-Henri Vignaud, autor do livro “Antivax – Resistência às vacinas do século 18 aos dias de hoje” e professor da Universidade de Borgogne.

“É possível que Bolsonaro seja um exemplo único. Não saberia citar outro”, disse à BBC News Brasil o historiador, que retraçou em seu livro a história dos movimentos antivacinas, desde o desenvolvimento do primeiro imunizante, contra a varíola, realizado pelo médico inglês Edward Jenner em 1796.

CAMPANHA CONTRA – Vignaud lembrou que somente após uma queda nas pesquisas de opinião, Bolsonaro mudou o tom de seu discurso em relação às vacinas contra covid-19, mas passou meses, durante a pandemia, fazendo abertamente comentários que desestimulavam a imunização criando dúvidas em relação a sua eficácia para combater a covid-19, que já matou mais de 226 mil pessoas no país.

Além de destacar que a vacina seria perigosa, o presidente brasileiro questionou sua eficácia em diversas ocasiões e chegou a criticar a pressa para comprar o imunizante contra o novo coronavírus. Ele até descartou a possibilidade de tomá-lo.

Vignaud afirmou que grupos de teorias conspiratórias, que não se interessavam por discussões sobre vacinas, acabaram aproveitando a pandemia para roubar o espaço de movimentos antivacinas tradicionais para difundir teses delirantes.

ESCLARECIMENTOS – O especialista assinalou também que os governos devem refletir sobre a necessidade de divulgação de esclarecimentos sobre as vacinas, destacando que as autoridades mundiais de saúde “foram completamente ultrapassadas pelo fenômeno de redes sociais, onde não se controla mais nada.”

Vignaud disse ainda que crises políticas e a desconfiança em relação às instituições e discursos de autoridades refletem o grau de aceitação dos imunizantes.

“É possível analisar a crise política de um país observando a taxa de confiança nas vacinas”, enfatizou.

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