Fernanda CanofreFolha
O vice-presidente Hamilton Mourão chamou de “questão paroquial” a polêmica envolvendo o escritor Olavo de Carvalho, que há semanas vem fazendo críticas nas redes sociais aos militares do governo Jair Bolsonaro. “Essa questão do Olavo, o presidente já colocou que é muito claro, página virada. Todas as questões que falei aqui são muito mais importantes que essa questão paroquial”, afirmou ele a jornalistas, após um evento com empresários em Belo Horizonte nesta quinta-feira (dia 9).
Mourão, que já foi chamado de “cara idiota” pelo escritor, teria decidido parar com entrevistas para evitar a linha de tiro de Olavo e dos filhos de Bolsonaro, segundo informações publicadas na coluna de Mônica Bergamo.
FALA RÁPIDA – Após a pergunta sobre seu posicionamento diante do pedido por moderação, o vice falou rapidamente e deixou a entrevista coletiva. Mourão não respondeu nem sobre a previsão de corte de 44% no orçamento das Forças Armadas.
A agenda de Mourão no estado teve apenas o evento reunindo as principais entidades empresariais de Minas Gerais. O vice-presidente falou por cerca de 40 minutos em uma palestra fechada à imprensa. O conteúdo só será divulgado posteriormente.
Mourão disse que a visita foi um convite do governo Zema, na qual apresentou o cenário do que “estamos vivendo no país” e como o governo de Bolsonaro pretende enfrentar “desafios”.
REALIZAÇÕES – Mourão citou o pacote de medidas para a segurança pública, a reforma da Previdência e “as pequenas medidas” que estão sendo tomadas pelo Ministério da Economia como exemplos.
“Quero colocar que a questão da nova Previdência é uma grande responsabilidade de nós, mais velhos, para que a juventude do Brasil efetivamente tenha um futuro. Caso contrário, nós estaríamos fugindo das nossas responsabilidades e deixando vocês aí tendo que trabalhar até o último dia que viverem nessa Terra”, declarou.
VIAGEM À CHINA – Em seguida, Mourão voltou a Brasília, onde deve despachar à tarde com Bolsonaro sobre o que será debatido na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação, durante visita de Mourão à China neste mês.
“Os dois aspectos principais, na decisão do presidente, é a mensagem política que vamos transmitir ao governo chinês e o nosso posicionamento em relação a [iniciativa] belt and road”, afirmou, se referindo a estratégia do governo chinês que envolve a rota da seda e investimentos em países da Europa, Ásia e África.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, a decisão reduzir as entrevistas foi tomada por Mourão antes dos ataques de Olavo direcionados ao ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao reduzir à expressão mais simples as inevitáveis entrevistas, Mourão colabora para pôr fim à crise. Outro problema é que Bolsonaro é pessimamente assessorado. O decreto sobre armas, costurado pelo filho Zero Três, foi um fracasso e será modificado no Congresso. Mas o governo pode melhorar, caso passe a manter seu foco no interesse público. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao reduzir à expressão mais simples as inevitáveis entrevistas, Mourão colabora para pôr fim à crise. Outro problema é que Bolsonaro é pessimamente assessorado. O decreto sobre armas, costurado pelo filho Zero Três, foi um fracasso e será modificado no Congresso. Mas o governo pode melhorar, caso passe a manter seu foco no interesse público. (C.N.)