Terça, 14 de Maio de 2019 - 00:00
por Lucas Arraz
Foto: Reprodução / Tripadvisor
A concessão do Palácio do Rio Branco à iniciativa privada deverá preservar a fachada do prédio localizado no Centro Histórico da cidade. A ideia do governo do estado ao ceder o patrimônio arquitetônico é também garantir a visitação gratuita ao Museu da Governadoria, instalado no local.
Alegando falta de recursos para garantir a preservação do palácio, o governo pretende transformar o Rio Branco em um estabelecimento comercial, sem permitir que o beneficiário da concessão desconfigure a área do equipamento cultural que é aberta a visitação pública. O palácio atualmente abriga a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e carece de manutenção (lembre aqui).
“O museu hoje é a única área aberta ao público no palácio. Ele ocupa menos de 3% da área total do prédio. Quem ocupar essa área vai garantir a preservação da fachada, vai qualificar essa galeria com a possibilidade de manutenção da visitação gratuita ao museu”, explicou Fausto Franco, secretário de Turismo da Bahia.
O Vila Galé já manifestou interesse em transformar a área da Secult em um hotel do grupo (veja aqui). A concessão irá transferir a secretaria para transmutar o local que carece de verba para manutenção em uma peça no plano do governador Rui Costa (PT) de ocupação do Centro Histórico.
“O governo quer incentivar a ocupação do centro antigo. Áreas que estão subutilizadas”, declarou Franco. O secretário elencou que benefícios como a sensação de segurança devem melhorar após ocupações como essa: “A sensação de segurança também vem quando se ocupa a região, se cria movimento ao local”.
O secretário defendeu que o modelo de ceder patrimônios históricos à iniciativa privada é praticada na Europa. “Lá você pega hospitais e palácios e são feitos hotéis e restaurantes. Sem dúvidas teremos a preservação da história”, alegou.
O palácio faz parte da Praça dos Três Poderes em Salvador, considerada a primeira no Brasil ao reunir também a sede da prefeitura e a Câmara Municipal de Salvador (CMS). Vizinho ao Rio Branco, o Palácio Thomé de Souza, que abriga a prefeitura da capital, deve ser transformado em um belvedere, espaço para o turista contemplar a Baía de Todos os Santos. O terreno é do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) (saiba mais aqui).
“No mundo todo se abrem e se fecham hotéis. Não ter um restaurante cheio nunca impediu a abertura de um novo restaurante. Esse argumento que diz que há muito hotel na cidade sem ocupação total é falho na minha opinião”, destacou Franco.
A proposta de concessão foi tema de reunião realizada no início do mês entre o secretário estadual do Turismo, e diversos vereadores de oposição ao governador Rui Costa (PT). O vereador Alexandre Aleluia (DEM) se declarou satisfeito após a apresentação de transformação do Rio Branco em um hotel do grupo português Vila Galé.
Aleluia é autor de projeto de lei que visa à preservação da Praça Municipal. "O que está proposto, neste caso, é bom para a cidade e para o desenvolvimento econômico sustentável", finalizou. Também estiveram presentes à reunião na Setur os vereadores Alex Mine (DEM), Paulo Magalhães Júnior (PV) e Sabá (PV), assim como o subsecretário Benedito Braga e o superintendente de Serviços Turísticos Jorge Ávila (veja aqui).
Bahia Noticias