BRASÍLIA - Apesar do discurso do governo de que o crédito estaria se normalizando em novembro, os dados divulgados ontem pelo Banco Central mostraram que a situação do financiamento para a economia brasileira no mês passado piorou, especialmente para as famílias. Os juros médios subiram, os prazos foram encurtados, a inadimplência das pessoas físicas aumentou e o crescimento do estoque total no mês, que atingiu 40,3% do Produto Interno Bruto (PIB), foi mais lento do que em outubro e sustentado graças aos bancos públicos.
Os números do BC mostram que a taxa média de juros dos empréstimos no sistema financeiro subiu 1,2 ponto percentual, atingindo 44,1% ao ano em novembro. O movimento foi determinado basicamente nos financiamentos para as pessoas físicas, cuja taxa média subiu de 54,9% para 58,7% anuais, o nível mais alto desde março de 2006. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, os juros mais altos cobrados das famílias neste momento refletem o aumento no medo de emprestar por parte dos bancos.
Para pessoa jurídica, os juros até caíram ligeiramente (0,2 ponto percentual), para 31,2% ao ano. Mas poderiam ter recuado mais se os bancos não tivessem embolsado parte da queda do custo de captação e elevado o spread - diferença entre taxa de captação dos bancos e juros cobrados por eles para emprestar - para o nível mais alto desde julho de 1994: 18,3 pontos percentuais.
E os dados preliminares do BC para dezembro não mostram melhora. A taxa média de juros até o dia 11 deste mês seguia em 44,1% ao ano e para pessoa física tinha subido mais 0,8 ponto percentual, para 59,4% anuais.
Além de pagar juros mais altos, os bancos estão emprestando por prazos menores. O destaque foi o encurtamento do prazo médio para pessoa física, que recuou de 490 para 482 dias. Segundo Altamir, esse movimento tem forte relação com o sofrível desempenho do crédito automotivo, modalidade que teve uma queda de 10,6% na média diária de novos empréstimos, o que está relacionado com a redução de 25% nas vendas.
Esse segmento também foi decisivo para segurar a expansão do volume de crédito para pessoa física, que ficou estável em novembro. Altamir destacou especialmente "a desaceleração brutal" na modalidade de leasing.
O economista da Tendências Consultoria Bruno Rocha chamou atenção para o fato de que em novembro continuou o movimento, iniciado em outubro, de aumento nas concessões de crédito pessoa física para modalidades pré-aprovadas, como cheque especial e cartão de crédito. A participação desses segmentos no crédito pessoa física subiu para 66,9% em novembro, ante 65,5% em outubro e 61% em setembro.
"Isto é ruim, pois são linhas mais caras. Essa mudança na composição ainda é incipiente, mas pode trazer novas elevações de inadimplência", disse Rocha, ao lembrar que a inadimplência para pessoa física atingiu 7,8%, ante 7,6% em outubro. Altamir Lopes, do BC, também destacou que é preciso "observar" o movimento de elevação na inadimplência das famílias.
Outro dado ruim do crédito foi a desaceleração no ritmo de expansão do estoque total de operações no País, que foi de apenas 2%. Em outubro, mês mais agudo da crise, a expansão foi de 2,9%. Em dezembro, o ritmo está ainda menor: 0,7%. A média diária de novos empréstimos subiu 4,2% no mês passado, mas o volume emprestado ao dia foi menor do que em novembro de 2007.
O crescimento do crédito total só não foi menor porque os bancos públicos continuam com as torneiras abertas. Em novembro, os empréstimos dos bancos governamentais cresceram 3,6%, enquanto as instituições privadas tiveram alta de 1,2%. O destaque entre os bancos públicos foi o BNDES, com expansão de 4,2%, embora a desvalorização cambial tenha inflado este número.
Em relatório distribuído aos clientes, o Banco Fator sintetizou o significado dos dados do BC. "É evidente a piora do crédito em novembro. O movimento deve continuar. A desaceleração do crédito indica menos consumo adiante e menos PIB", avalia a instituição.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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