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quarta-feira, janeiro 02, 2008

A ressuscitada Operação Condor

Por: Helio Fernandes

Nem impunidade, nem vingança para sempre
A Operação Condor existiu mesmo, não adianta negar. Foi proposta, coordenada e implantada pelos Estados Unidos, para favorecer as ditaduras que eles mesmos protegeram, favoreceram e mantiveram no Poder. Nessa época, toda a América do Sul e quase toda a América Central tinha ditadores que se alimentavam pelo interesse dos americanos, pelos recursos deles e pelo formidável Poder econômico-financeiro, que se projetara a partir de 1944 em Bretton Woods.
No mundo inteiro, desde épocas indevassáveis, existiram ditaduras, e lógico, ditadores. Portanto, não estão nem descobrindo a pólvora. Só que cometem um equívoco colossal ao identificá-las como "ditaduras militares". Não existe "ditadura militar" e muito menos "ditadura civil". As duas se completam, é fácil dizer que não pode se instalar uma sem a outra.
Sem falar no Império, sintetizando a partir da República, o povo, e até mesmo os participantes, foram enganados. O 15 de novembro de 1889, começa em 1860, com o lançamento do jornal diário, "A República". Eram civis, muito justamente chamados de "Propagandistas da República". Mas quem tomou o Poder, traindo Dom Pedro II de quem se diziam "defensores incondicionais", foram os marechais Deodoro e Floriano. Incorruptíveis, mas tão ambiciosos quanto os civis.
Os dois marechais se desgastaram, se despedaçaram, se destruíram, mas ficaram com o Poder. E embora tenham morrido, a sombra deles se manteve até 1922, quando começa a Era dos "tenentes". Eles vão de 1922 até a farsa de 1930, quando estes "tenentes" derrubam um presidente, mas são superados por um outro civil, que ultrapassou a todos eles. Esses jovens revolucionários abandonaram seus ideais, trocados pelas novas "capitanias hereditárias". Cada militar ganhou um estado e a certeza da carreira não interrompida, mas quem ficou no Poder total foi um civil.
Esse civil achava que não tinha Poderes suficientes, em 1937 criou o que ele mesmo chamou de "Estado Novo", protegido por um marechal que foi identificado como "Condestável do Estado Novo". (Esse marechal seria presidente (?) depois de ter sido ditador em nome dos seus camaradas da Vila Militar. Que na época, era o Poder maior.)
Cansados desse ditador civil, os militares que o apoiavam, trataram derrubá-lo em 1945. E "eleger" um deles, junto com os civis mais espertos. O Exército estava implacavelmente dividido. Ganharam em 1950, com o mesmo civil de 1930, mas que só pôde tomar posse, colocando no Ministério da Guerra, o presidente do Clube Militar. Perderam em 1954, ganharam em 1955.
Chegaram então a 1961, que perderam, e a 1964, que venceram. Que longevidade. Implantaram então uma forma inédita, (no mundo) que durou 20 anos: uma ditadura fixa com um ditador rotativo. Que precisava cumprir exigências. 1 - General-de-exército. 2 - Da ativa. 3 - Que não admitisse de maneira alguma se perpetuar no Poder.
Esses militares sabiam que sozinhos, não se agüentariam. E não bastava o apoio de civis daqui mesmo. Tiveram que recrutar, que palavra, sustentáculos de fora. Onde? Nos EUA, claro, que já protegiam quase todas as ditaduras abaixo do Rio Grande. Aqui dentro eram garantidos pelos jornalões, (ávidos de enriquecerem e acumular órgãos de comunicação), pelo embaixador Lincoln Gordon e pelo general Wernon Walters, um gênio da conspiração.
Surgiu então a "Operação Condor", forma e fórmula lúcida e rígida de juntar todos, civis e militares, que ansiavam e se angustiavam pelo Poder. Tudo isso é História. Agora, os americanos que comandaram, estruturaram e dominaram a Operação Condor, resolveram D-E-N-U-N-C-I-Á-L-A. É o máximo em matéria de política suicida, tirando do armário, supostos assassinos. Eles mesmos. Não há ditadura sem crueldade, ainda não se inventou uma "ditadura boazinha".
Estão começando agora a guerra vernacular. E querem prender, condenar e matar 13 pessoas, algumas completamente desconhecidas até para este repórter. E 13 pessoas, responsáveis por tudo isso? Sem esquecer que esses que condenam à morte, morreram muito antes.
PS - O que pretendem os americanos? Alguma coisa que sirva a eles e nos desgaste. Toda ditadura será castigada, poderia dizer Nelson Rodrigues, se não fosse tão subserviente e reacionário, se justificando como um "ex-covarde".
PS2 - Os americanos, que substituíram internamente, o GOLPE DE ESTADO pelo ASSASSINATO, querem mais ditadura? Ainda têm os jornalões (aqui e lá) mas o embaixador e o general, morreram. Sem que alguém derramasse uma lágrima que fosse.
Carlos Luppi
Decidiram que não pode ser ministro e presidente do PDT. E o conselheiro que o acusa, pode ser ÉTICO, acumulando duas farsas?
A TV-Globo tem duas características, que exibe com a maior insistência: arrogância e desinformação. Erra muito e não corrige, uma obrigação simples. Anteontem, dia 31, no início da Corrida de São Silvestre, fazem um reconhecimento de helicóptero, e o apresentador vai dizendo: "Avenida Paulista, Consolação, descemos a Ipiranga, chegamos à Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde 12 presidentes da República se formaram". Estava escrito, ele só lia.
Inacreditável. Assombroso. Afrontoso. O Brasil só tem, na República, 16 presidentes eleitos. Desses, um era do Rio Grande do Sul, Vargas, ficou inicialmente 15 anos. Expulso da Escola Militar de Rio Pardo, formou-se em Direito. Mas no Rio Grande, lógico. Nesses 15 anos, Vargas não foi eleito. A primeira foi em 1950.
De 1964 a 1985, 5 generais, nenhum formado em direito, e portanto fora "dos 12". Um marechal, Hermes da Fonseca, eleito em 1910. 5 mineiros, (Afonso Pena, Wenceslau Brás, Bernardes, JK, Itamar) que nem conheceram a Faculdade do Largo de São Francisco.
Um presidente da Paraíba, (Epitácio), um de Mato Grosso, (Dutra), outro do mesmo estado, (Jânio), do Maranhão, (Sarney), de Alagoas, (Collor), de Pernambuco, (Lula). Desses só Jânio formado em Direito no Largo de São Francisco.
Quase 70 anos depois um presidente carioca, FHC, formado no Largo de São Francisco, mas em Sociologia. Sobram Prudente, Campos Salles, Rodrigues Alves, Washington Luiz, 3 paulistas e um do Estado do Rio que chegou à faculdade em 1918, se formou em 1919, voltou correndo para o Rio.
A TV-Globo poderia explicar onde estão os "12 presidentes formados na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco?" Com esforço, 6. Seria elucidativo.
Com o Brasil num tumulto e numa indecisão fora de série, perdem um tempo enorme por bobagem. O Conselho de Ética, (sempre ela, sempre ela), o governo, a oposição, os partidos, discutem violentamente se Carlos Luppi pode acumular a presidência do PDT com o Ministério do Trabalho.
Ora, ele foi feito ministro por ser presidente do PDT. Agora não pode ser ministro por ser presidente do PDT. Em matéria de contradição, Prêmio Nobel, se este valesse alguma coisa.
Enquanto isso, a discussão provocou uma revelação, não surpreendente, mas que deve ser investigada e eliminada imediatamente: o American Bank Note, recebe uma fortuna para fabricar e fornecer as carteiras de trabalho. Que o ministro quer mudar.
O ministro não pode presidir um partido, é falta de ética. E esse conselheiro de Ética (?) pode acumular com o cargo de conselheiro desse banco multinacional que faz as carteiras? Nem isso sabemos ou podemos fazer?
Faltam menos de 5 meses para a eleição de presidente do Jóquei Clube. Já existem candidatos lançados ou em fase de preparação. Mas tudo depende da decisão de Taunay. Ainda não resolveu se disputa mais um mandato.
Serra é um devorador de pesquisas. Não queria disputar a prefeitura, a pesquisa indicava sua vitória fácil, disputou e ganhou.
Compromisso: ficar até o fim do mandato. Fez pesquisa, achou que devia concorrer a governador. Acreditou, concorreu, venceu.
Agora, pela primeira vez Serra está na iminência de ser traído pela pesquisa. Não quer apoiar Alckmin para prefeito, acha que ele não ganha. Pois Alckmin não perde e pode não haver segundo turno.
Na quinta-feira revelei: Sérgio Cabral comunicou a Picciani, que vai a Paris agora, por 15 dias. Leva com ele o vice para o presidente da Alerj assumir, apesar das acusações. Em junho vai à Coréia. Outra vez?
Mas durante as festas de Natal e Ano Novo, o governador confidenciou a amigos: "Entre a França e a Coréia, irei a Israel". Os países árabes estão em festa: Cabral fará a paz entre Israel-Palestina.
Entre as grandes batalhas deste 2008 que se inicia, uma que tem prioridade: o destino da reeeleição. Continuará? Ou será eliminada? Já existe projeto de emenda constitucional, falta definição.
A revista "Piauí", está em franco processo de avanço, igual aos 507 anos do Brasil. Como cada vez (se) vendem mais, e como é propriedade de banqueiros com consciência social, baixaram o preço.
Na capa, com estardalhaço tímido, registraram que o preço baixou de 15,80 para 9,99 reais. Não entendi o complemento: "Para ler no verão".
Será uma revista fria? No primeiro filme deles, badalaram: "Feito em Hollywood". No final, invisível: "Financiado pelo Unibanco". E os acionistas?
Umberto Eco, escritor de sucesso na Itália, também gosta de "adivinhar". O autor do famoso livro, "O nome da Rosa", não se incomoda de dizer entre outras coisas: "O fenômeno Berlusconi pode se repetir".
Nenhuma novidade, a não ser o fato de Berlusconi ser considerado o maior corrupto da Itália, e sem nenhum favor, talvez o maior corrupto do mundo. Sem excluir George Soros, ou Rupert Murdoch.
Berlusconi foi duas vezes primeiro-ministro, apesar de estar respondendo a processos financeiros que iam de lavagem de dinheiro, sonegação, remessa ilegal para o exterior e mais e mais.
Esses processos prescreviam em 12 anos, Berlusconi colocou juízes no seu esquema, o tempo foi passando com os processos engavetados.
Até que um desses juízes, se lembrou do processo, viu a data, sentenciou: "Lamentavelmente a questão está prescrita, tenho que arquivar o processo". Lamentável mas não para Berlusconi e sim para a coletividade.
Umberto Eco pode até "adivinhar" no Brasil, com a volta de um ex-presidente, em 2010 com 79 anos. Sua bandeira? DOAÇÕES e PRIVATIZAÇÕES.
XXX
O que é Fininvest? Aparentemente é uma financeira ou emprestadora de dinheiro, negócio rendoso hoje, no Brasil. Mas há 3 ou 4 meses, essa Fininvest começou a dominar a televisão, com anúncios de 8, 10 ou 12 minutos, seguidos, num bloco único.
Quase todos os canais entram nesse festival, só faltava a arrogante e orgulhosa TV-Globo. Que começou a exibir a propaganda (enganosa?) até nos programas mais badalados.
Alguns falatórios de minutos, e como no Faustão de anteontem, toda a "parede" frontal do programa, coberta por um mapa da emprestadora. XXX Continua a pergunta: o que é Fininvest? E por que "anuncia" tanto?
XXX
O mesmo mistério só que futebolístico mas também com um toque financeiro: a vinda do Ronaldo Fenômeno para o Flamengo. Nas negociações, um componente de farsa e de enganação da torcida do Flamengo. Se Ronaldo estivesse bem, estaria jogando, claro, o que não aconteceu em 2007.
O Milan quer fingir que vai recuperar a fortuna que pagou ao Real Madri. Assim, fiquem atentos: se Ronaldo vier, os números a serem publicados, inteiramente fajutados. O problema do Milan não é dinheiro, e sim o fato de ter sido enganado.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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Publicado em 1 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do Zappa (humortadela) Weslley Galzo Estadão A...

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