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quarta-feira, junho 06, 2007

Lobista diz que recebia dinheiro de Renan para pagar pensão a jornalista

GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília
O lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, disse hoje em depoimento à Corregedoria do Senado Federal que não utilizou recursos da empresa para pagar pensão em nome do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) à jornalista Mônica Veloso --com quem Renan tem uma filha fora do casamento.
Gontijo manteve a mesma versão de Renan para o episódio ao afirmar que, como amigo do senador há mais de 20 anos, recebia dinheiro todo mês do presidente do Senado e apenas repassava os recursos para a jornalista.
Segundo relato do corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), o lobista deixou claro que "todo o dinheiro que entrou na sua mão saiu do Renan".
O corregedor disse estar convencido da versão apresentada por Gontijo. "Dentro de toda a mecânica de análise, ele [Renan] tinha verba de sobra para efetuar os pagamentos com seus próprios recursos. O Gontijo foi convincente, sereno, tranqüilo e confirmou as datas", disse Tuma.
Esquema
O corregedor afirmou que o pagamento era efetivado à jornalista no dia 5 de cada mês. Inicialmente, Renan entregava em dinheiro R$ 8.000 a Gontijo para o pagamento da pensão a Mônica Veloso, além de R$ 4.000 para despesas com segurança --já que a jornalista alegou que sofria ameaças de morte e vinha sendo seguida por carros suspeitos.
Nesse período, Renan teria repassado R$ 40.000 à jornalista para pagar aluguel por 12 meses de uma casa, em Brasília.
Posteriormente, segundo o relato de Gontijo, a jornalista preferiu mudar para um apartamento, quando Renan deixou de pagar R$ 4.000 para gastos com segurança --mas passou a repassar o mesmo valor para o aluguel de um apartamento na capital federal.
Segundo denúncia publicada pela revista "Veja", Renan repassava R$ 12 mil todo mês à jornalista com recursos da Mendes Júnior. Gontijo afirmou à corregedoria, no entanto, que nunca envolveu a empresa em suas negociações com Renan. "O Gontijo tinha na mulher do senador [Renan] e no próprio senador como uma família', disse Tuma.
Apesar de se mostrar convencido com os argumentos apresentados por Gontijo, o corregedor disse que ainda precisa comprovar que o dinheiro sacado por Renan era efetivamente entregue à jornalista.
"Eu quero que ela [Mônica] me apresente documentos. Eu não posso pedir a quebra do sigilo dela, mas temos que chegar se esses depósitos foram mesmo para ela", afirmou.
Conselho de Ética
Tuma sinalizou que não vê elementos para que Renan sofra um processo no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar. O corregedor, no entanto, evitou adiantar oficialmente sua posição sobre as denúncias. "Eu não vou dar palpite. O Conselho de Ética é que tem que decidir se vai abrir processo ou não", afirmou.
O conselho se reúne amanhã para discutir a representação contra Renan apresentada pelo PSOL. Tuma adiantou que não pretende aceitar a relatoria do processo contra Renan caso o conselho acate a denúncia.
"Eu acho que o corregedor não pode ser o relator. Não é lógico eu ter a relatoria em mãos. Precisamos de um outra visão sobre o caso", disse.
Segundo o regimento do Senado, o conselho tem autonomia para instaurar processo contra Renan ou arquivá-lo --caso considere que não há elementos suficientes que justifiquem representação contra o senador.
O presidente do conselho, Sibá Machado (PT-AC), adiantou que deve deixar a decisão para a semana que vem uma vez que os integrantes do conselho não tiveram acesso aos documentos encaminhados por Renan à Corregedoria do Senado.
Alguns integrantes do conselho, no entanto, acompanharam o depoimento de Gontijo à Corregedoria nesta terça-feira --que durou mais de duas horas. Sibá Machado não acompanhou o depoimento.

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