Por: Helio Fernandes
Insegurança das ruas, insegurança nuclear
O Brasil está tão desarvorado e inseguro, que preciso dividir essa insegurança, em várias. Por hoje, a insegurança da corrupção fica na página 9, tudo é jogatina para salvar os que não têm salvação. Aqui neste espaço coloco a INSEGURANÇA das ruas, cada vez mais comprometida pela incompetência de Sérgio Cabral. E a INSEGURANÇA até mesmo da energia, que querem que seja NUCLEAR.
Primeira página do Diário Oficial, anteontem. O secretário Beltrame, que aparentemente cuida (ou deveria cuidar) da segurança, apresentou o "plano para o período da realização do PAN". Sérgio Cabral ainda não havia voltado de Portugal, mas voltará, claro.***Mariano Beltrame anunciou o esquema, segundo ele, "já montado". Serão 4.200 policiais civis, 8.700 policiais militares. "Está tudo mapeado", garantiu, como se o cidadão pudesse andar nas ruas "protegido" por mapas. O secretário não falou nada sobre os também bandidos das milícias.
Quando lembro as milícias, é porque foi o próprio governador que deixou bem claro que "não hesitaria em recorrer a essas milícias, (bandidos oficializados ou a terceira força do crime no Rio) para garantir a segurança do PAN". Já comentei muito isso.
Como o governador não estava aqui, o secretário foi falando: "Daremos cobertura a 80 mil operações de transporte dos atletas e das delegações". (Repetindo aquela famosa piada com Garrincha, poderiam perguntar ao secretário: "Para cobrir essas operações, já combinaram com os traficantes, com as milícias e com a parte corrupta da PM?"
Na verdade isso é necessário por causa do que acontece diariamente: tiroteio nos mais diversos lugares. Na véspera da fala de Beltrame, o tiroteio na Ilha do Governador entre traficantes e PMs, atingiu aterrissagens e decolagens do Aeroporto Tom Jobim.
Imaginem, atletas, dirigentes e a massa de turistas que se desloca pelo mundo atrás dessas competições esportivas, ainda não começaram a chegar. E dentro de alguns dias, quem garantirá a segurança do aeroporto e dos locais dos jogos, distantes do Galeão?
Vejamos agora a outra INSEGURANÇA tão grave quanto a das, também ameaça as ruas, as casas, os altíssimos impostos que serão gastos na até agora, (23 anos) esquecida, escondida, desconhecida. A multiplicação da energia nuclear.
Sem planejamento, sem projeto, sem orientação, os governos no Brasil-Império e no Brasil-República, (a mesma coisa com outro nome) se descuidam de tudo, não fazem nada, agem por espasmos.
Deixaram o País nesses 507 anos de irresponsabilidade e até retrocesso, cujo apogeu aconteceu com FHC. Agora, inesperadamente só falam em energia nuclear. Estaria aí, "a salvação da lavoura"?
Construíram Angra I e Angra II, em 1984 falavam em Angra III. Agora, 23 anos depois de total imobilidade, desenterraram essa Angra III.
A energia nuclear é mais cara. A construção é mais longa. O funcionamento mais dispendioso. Então por que a insistência? Única vantagem: é limpa, não polui. Nossa "vocação" é de energia elétrica. Sem falar nas dezenas de formas alternativas que surgem, não poluentes.
E se a energia nuclear é tão maravilhosa, por que os grandes e ricos países não estão cobertos de usinas nucleares?
Uma grande desvantagem da radioatividade: o que fazer com o lixo atômico? Os que já entraram no setor, vivem atormentados.
PS - É muita INSEGURANÇA. E ainda insistirei na INSEGURANÇA da infra-estrutura, que compromete o desenvolvimento.
PS 2 - E que poderia ser facilmente resolvido se deixássemos de pagar a DÍVIDA que não DEVEMOS. Nem calote nem moratória, palavras condenadas. Apenas A-U-D-I-T-O-R-I-A, digamos nos últimos 40 anos.
Sibá Machado
Foi muito criticado por ser suplente. Acontece que a culpa não é dele e sim do sistema. FHC foi suplente, ninguém fala.
A partir das 9 horas da noite da 3ª feira, até a abertura da sessão do Senado (deliberativa, às 4 da tarde) ontem, só se conversou um assunto: Renan Calheiros: afastamento durante o processo, renúncia, cassação do mandato de presidente, podendo chegar até à cassação do seu mandato de senador. Renan no centro de tudo, sabendo os riscos que corre e tendo uma certeza: está difícil ganhar.
A renúncia do suplente Sibá Machado, não começou nada. Na verdade, é o fim de uma fase, que foi marcada por afastamentos.
O primeiro, Romeu Tuma, corregedor, que se afastou por doença. Epitacio Cafeteira, (que está no hospital) Wellington Salgado, excesso de incompetência.
A saída de Sibá não pode ser chamada de RENÚNCIA, está longe disso. Na véspera de sair, tentou a intimidação, dizendo publicamente: "Se não votarem o relatório amanhã, (ontem, quarta-feira) renunciarei". São várias as análises.
Ele achava que a oposição ficaria intimidada e votaria a favor do arquivamento, que era o que lhe interessava, cumprindo ordens e orientação do próprio Renan.
É evidente que todos sabem que não há número para nada na Comissão de Ética. A oposição NÃO PODE votar para continuar o processo. O grupo Renan NÃO PODE arquivar, não tem maioria.
Com a Comissão sem relator, e com a "decisão" de Sibá, também sem presidente, a tropa de choque, (que o próprio Renan chama de "assassinato moral") achou que ganhava com o adiamento certo. É o que aconteceu nos bastidores.
Entre 10 horas e meio-dia, numa reunião tão apartidária quanto prolongada e tumultuada, surgiu a idéia de dar uma destinação grandiosa à Comissão de Ética. Isso seria obtido, segundo algumas boas figuras, com a eleição de um novo presidente e novo relator.
O presidente seria Artur Virgilio, líder do PSDB e suplente da Comissão. E o relator, Aloizio Mercadante. Aparentemente houve acerto com outros partidos, pois a senadora efetiva do PSDB, deixou a Comissão.
Logo que soube disso, Renan atacou a Comissão e a oposição, dizendo: "Querem desmoralizar a Comissão". Logo foi contestado por Jefferson Peres, que não deixa no caso, nada sem resposta.
No seu gabinete de presidente, Renan ouviu o senador do Amazonas e disse à própria TV Senado: "Só admito ser julgado por provas". Como réu ele não pode "determinar" o que vai acontecer. E é lógico que será julgado pelas provas.
Às 3 em ponto, Sibá Machado, não mais como presidente da Comissão, mas ainda suplente, começou a ler o que chamou de "explicação de quem pode cometer erros, mas não deliberadamente". Enquanto Sibá falava, Renan assumiu a presidência.
Sibá Machado falava com tempo cedido pela senadora do PT-PT, Ideli Salvatti. Mas logo que ele começou a falar, ela o interrompeu, não deixando que concluísse. Desperdício incrível.
Numa espécie de rodízio "junino", jogaram fora um tempo enorme com a palavra de exaltação ao presidente que não presidiu nada. Mais desperdício.
O tempo passou, fizeram discursos vazios e sem sentido, prejudicando a solução para que a Comissão de Ética tivesse uma forma de se afirmar. É o que exige a opinião pública.
Mario Diamante foi aprovado, ontem, para o cargo de presidente da Ancine, o segundo do Ministério da Cultura. Como precisa aprovação do Senado, ele obteve 20 votos dos 20 votantes.
A propósito do Senado: havia uma reunião da Comissão de Ética marcada para as 5 horas. Às 5 e meia foi adiada para às 6, mas a essa hora, ninguém havia decidido nada.
Todos coordenavam todos, vetavam todos e apoiavam todos. Artur Virgilio queria que Aloizio Mercadante fosse o relator, mas o senador do PT-PT não decidira nada. O senador Casagrande desaconselhou Mercadante a aceitar.
O líder do PMDB não queria a presidência para o PMDB, mas por outro lado não queria o PSDB comandando.
Subitamente Suplicy ofereceu seu nome para presidente relator, amavelmente ninguém queria. Suplicy insistia.
Às 6 e meia, já ultrapassando meu horário, nenhuma reunião aberta, só bastidores. No jornal, você lerá tudo. A essa hora, todos os líderes estão no plenário.
Enquanto o Senado queria fazer a Comissão de Ética funcionar, os senadores Suplicy e Gerson Camata, exaltavam Tony Blair.
Os dois se revezavam nos elogios ao farsante da Terceira Via, que foi demitido pelo próprio Partido Trabalhista, por excesso de incompetência. Gerson Camata fez uma restrição.
O senador do Espírito Santo, disse: "Tony Blair é dos maiores líderes do fim do Século XX e início do Século XXI, mas manchou sua biografia com o apoio a Bush no Iraque".
Suplicy, querendo dar demonstração de cultura e sabedoria, citou um personagem cujo nome ele nem sabia. Confundiu com Thomas Moore e Thomas Merton.
Mas disse que esse personagem, (sem nome) em 1795, incentivou as possessões inglesas (os Estados Unidos) a "se libertarem". Acontece que a Declaração da Independência é de 1776, e a Independência propriamente dita, de 1781.
XXX
Fluminense-Botafogo vão inaugurar o Engenhão, e provarão sem sombra de dúvida, a inutilidade da construção de um estádio naquele local. Além de conhecer muito aquele subúrbio (e todo o Rio), lembro de 1937, eletrificação da Central do Brasil, quando na Estação de Engenho de Dentro foi construído o maior vão sem estacas da América do Sul. Era e continua sendo um espetáculo.
Noutro dia fui especialmente visitar esse Engenhão. Beleza pura, maravilhoso, pode ser colocado entre os mais bonitos do mundo. Mas não funciona nem vai funcionar.
Venderam 40 mil entradas, o Engenhão não tem estrutura para essas pessoas estacionarem, chegarem e principalmente saírem. (Se digo principalmente, é porque as pessoas não chegam juntas, mas saem juntas).
Não há metrô, ônibus, lugar para estacionar e até para trafegar. As ruas são estreitíssimas e de mão dupla. Além do mais, apenas uma estação de trem, tumultuada por ser entroncamento. Sábado de decepção para 40 mil pessoas.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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