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segunda-feira, junho 11, 2007

Ministro terá que explicar vazamento na Câmara

Tucano quer esclarecer denúncia de que compadre de Lula teria sido alertado sobre Operação Xeque-Mate


BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Tarso Genro, será convocado à Câmara dos Deputados pelo líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), para falar da denúncia de que o amigo e compadre do presidente Lula, Dario Morelli Filho, teria sido alertado sobre o monitoramento dos envolvidos na Operação Xeque-Mate. O requerimento de convocação será apresentado terça-feira. Pannunzio afirma que a hipótese de vazamento é reforçada na gravação em que Morelli avisou ao suposto chefe da quadrilha, o ex-deputado paranaense Nilton Cézar Servo, para que ele tomasse cuidados com os telefonemas porque havia ocorrido “um pepino feio”.
“Se o ministro tiver explicações, ótimo. Senão, teremos de investigar até com uma CPI”, afirma. Para o deputado, os brasileiros são obrigados a acompanhar o episódio “com uma certa perplexidade”, diante das fortes suspeitas de que o trabalho da Polícia Federal teria sido prejudicado por alguém do governo. Ele também acha estranho que a ligação do irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, com a quadrilha tenha mais destaque do que a atuação de Morelli, a quem considera muito mais próximo de Lula.
Ele lembra que a ligação do presidente com o ex-assessor da Saneamento de Diadema (Saned) é “muito grande”, igual à que ele mantém com outro compadre do presidente, Roberto Teixeira, e com o ex-assessor Freud Godói, um dos envolvidos na compra do dossiê contra os tucanos na última campanha. “São pessoas do círculo íntimo do presidente”, afirma.
“No mínimo é antiético e ilegal, e nunca na República o presidente teve esse tipo de relação com pessoas que andam na zona cinzenta entre o legal e o ilegal”, afirma. “Parece que estão colocando um bode para ocultar o pior lado da denúncia”, acrescentou.
Sobre a reação de Lula quando da divulgação da operação, o líder afirma que as últimas notícias deixam claro que o presidente estava encenando na defesa que fez do irmão Vavá. “São fatos que deixam uma interrogação tremenda sobre a sinceridade do presidente”, argumenta.
Na ocasião, Lula repetiu três vezes que não acreditava no envolvimento de Vavá no esquema. As gravações, porém – de acordo com Pannunzio –, revelam a existência de um enviado de Lula, de nome Roberto, avisando que ele sabe das atividades do irmão e não concorda.
Fonte: Correio da Bahia

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