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segunda-feira, outubro 23, 2006

Aldo diz que oposição insiste no tema "dossiê" por ausência de propostas

GABRIELA GUERREIRO
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), acusou a oposição nesta segunda-feira de insistir nas discussões sobre o dossiegate por não ter propostas concretas para apresentar ao país. "Se a oposição não pode discutir economia, a questão social, a política externa, a política econômica, financeira, as pessoas vão exigir o quê? Que ela não discuta nada? Que seja uma não oposição? Então, a oposição tem que ter algum tema, nem que seja uma bóia de urtiga para se agarrar e ir atrás. O tema que restou para ela é esse", criticou.

Aldo considerou natural a oposição acirrar o debate eleitoral. Mas disse acreditar que o PSDB e o PFL não se negarão ao diálogo em prol da governabilidade do país caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja reeleito. Nos bastidores, Aldo se tornou um dos emissários do presidente Lula no diálogo com membros da oposição para discutir a governabilidade do próximo presidente.

"Eu nunca vi a oposição se negar ao diálogo. A oposição cumpre o seu papel, critica, em certos momentos pode até acirrar mais disputa, mas a tradição que eu conheço no Brasil é da negociação", disse.

Para o presidente da Câmara, a "união de forças" entre o governo e oposição será essencial ao próximo presidente da República. "Qualquer que seja o presidente eleito, e em qualquer circunstância, o país precisa da união de forças políticas, sociais, econômicas, intelectuais, para superar os obstáculos ao seu crescimento, a justiça social. Não é necessidade de um governo A ou B", enfatizou.

Aldo afirmou, no entanto, que espera da oposição na última semana antes do segundo turno um tom mais ameno nas críticas. "Não creio que haverá agressividade e ironia além do limite da disputa."

Reeleição

Aldo negou que esteja articulando, nos bastidores, a sua reeleição para a presidência da Câmara. Ele também disse não ter recebido qualquer sinal do Palácio do Planalto favorável à sua reeleição, mas admitiu que no futuro pode vir a negociar o cargo. "Não tenho candidatura nem pretensão à reeleição, mesmo porque isso é um assunto dos partidos e dos deputados. Eu nem estou discutindo essa hipótese, ainda", afirmou.

Fonte: Folha Online

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