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terça-feira, outubro 17, 2006

Eles misturam os bolsos

Por: Sebastião Nery

Antonio Castro, da Arena, era prefeito de Cabo Frio, no Rio. Stelio Santos, também da Arena, era vereador de Cabo Frio. Amigos, Antonio Castro chamou Stelio para seu chefe de gabinete.

Em pouco tempo, Stelio era o verdadeiro prefeito. Inteligente, ativo, mandava e desmandava. E Antonio Castro, por preguiça, gostava. Uma tarde, os dois despachavam na prefeitura, chegou uma conta da Sapataria Vison para o prefeito pagar. Era um par de sapatos comprado pela mulher dele. Antonio Carlos ficou irritado:

- Minha mulher está maluca. Sapato na conta da prefeitura? O que é que eu faço? Em que verba ponho isso?
Stelio resolveu logo o problema:

- Sapato, sapato. Põe na verba de "calçamento".

José Américo
O velho. sábio e saudoso José Américo, da Paraíba, ensinava:

- Uma das desgraças nacionais é que muitos de nossos homens públicos não distinguem o que é público do que é privado. Eles misturam os bolsos.

Todo esse mar de lama ético, toda essa corrupção em que o governo Lula e o PT mergulharam o País, como jamais se havia visto, nasceu exatamente daí. Lula, o PT, seus parceiros e aliados, não conseguem distinguir o que é a coisa pública (a "res publica" romana) do que é a coisa privada.

Eles "misturam os bolsos". Desde os gregos, Aristóteles buscou o conhecimento antes de tudo a partir da "compreensão das diferenças" (é o mesmo "distinguo" tomista, naturalmente de Santo Tomás de Aquino).

Hoje, no Rio, Lula vai se encontrar com seus "intelectuais". Quase todos velhos "apanhadores em campos de centeio" (J.B. Salinger), gente da "cultura imobiliária", de que fala o gênio de Millor Fernandes, e que, entra governo e sai governo, em vez de aprenderem a "distinguir", só sabem "misturar" verbas públicas com suas contas bancárias particulares.

Gullar
Um intelectual, intelectual de verdade, dos maiores do País, que outras vezes, em outras campanhas de Lula, deve ter estado lá com ele, desta vez em hipótese alguma estará no Canecão. Ferreira Gullar já disse por que não vai:

1 - "Seria hilariante, se não fosse constrangedor, ouvir Lula dizer que, no segundo turno, iria travar um debate profundo sobre a ética... O político cara-de-pau não hesita em negar a mais incontestável das evidências, se ela o compromete e pode lhe tirar votos... Sabe muito bem que finge e mente e que ninguém acreditará no que afirma".

2 - "Lula garantiu que está louco para discutir problemas éticos, quando se sabe que é a última coisa que gostaria de fazer... Os petistas, particularmente os dois citados (Lula e o ministro Tarso Genro), são mestres em simulações, verdadeiros atores e tanto melhores se o gênero é a farsa".

3 - "O que mais impressiona nessa farra petista de falcatruas é que ela persiste, apesar dos escândalos que tem provocado... Muita gente se pergunta: eles são aloprados? Não, não são aloprados, são corruptos, são viciados em corrupção. A corrupção é a sua segunda natureza" (domingo, na "Folha").

Dirceu
No "Radar" da "Veja", o Lauro Jardim conta:
"José Dirceu continua em assembléia permanente com Lula. Ou seja, eles têm se falado muito nesta campanha. Mas sem holofotes. Dirceu sabe que a exposição desse relacionamento atrapalharia a campanha pela reeleição".

Em 93, apareceu em Paris a biografia de Mikoian, Anastas Ivanovitch Mikoian (1895-1971), um dos últimos velhos bolcheviques, ex-presidente do Soviete Supremo, com novas revelações sobre Beria (Laurenti Pavlovitch), que passou toda a vida na Tcheka, GPU, NKVD, os vários nomes da polícia secreta soviética e, em julho de 53, três meses depois da morte de Stalin (março de 53), "preso como traidor do Estado e nas vésperas do Natal fuzilado".e

De lá, escrevi algumas colunas sobre José Dirceu, Lula e o PT ("O Beria de Lula", "PT, um partido policial", etc). Nos vários misteriosos anos que passou em Cuba, enquanto os companheiros treinavam guerrilha e vinham morrer no Brasil, o esperto e beriano Dirceu fez mestrado e doutorado em informações, em política e polícia secretas, e veio depois aplicar tudo no PT.

Garcia
Foi com esse arsenal secreto que, no ano seguinte, Dirceu tomou o PT de assalto, passou a abastecer e controlar a vida de Lula e nunca mais deixou de ser o dono de Lula, do PT e, depois, do governo. No ano passado, expelido do governo e da Câmara por exigência higiênica da democracia, numa longa entrevista (não lembro se à Folha" ou a "O Globo"), perguntaram a Dirceu quem era seu melhor amigo. Respondeu de pronto: "Marco Aurélio Garcia".

Quando Genoino foi derrubado da presidência do PT, Dirceu enfiou logo lá, como presidente do PT e chefe da campanha de Lula, o Berzoini, seu velho guarda-costas e, como vice-presidente, Marco Aurélio Garcia. Quando Berzoini caiu, da campanha e do partido, no escândalo do dossiê, Dirceu pôs também, na campanha e na presidência do PT, o Garcia, o "maior amigo".
Dirceu continua o Beria de Lula.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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