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quinta-feira, março 28, 2024

Gilmar despreza a lei e opina sobre Bolsonaro antes julgar os processos

Publicado em 28 de março de 2024 por Tribuna da Internet

Charge Ministro Gilmar Mendes. Muitas eram as provas, porém, para Gilmar  Mendes, não há provas para cassação de Temer. #charge #c… | Comic books,  Comics, Book cover

Charge do Cláudio Aleixo (Arquivo Google)

Mateus Vargas e Angela Pinho
Folha

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem feito uma série de críticas relacionadas a casos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As falas antecedem a chegada dos processos contra Bolsonaro e sobre golpismo à pauta de julgamentos da corte e levantam questionamentos já feitos anteriormente sobre possível prejulgamento e quebra da imparcialidade.

A Lei Orgânica da Magistratura Nacional veda aos magistrados “manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem”. Apesar disso, é improvável que Gilmar seja afastado do caso ou mesmo sofra qualquer sanção, avaliam especialistas, seja porque o STF jamais aceitou um pedido de impedimento ou suspeição de ministros, seja porque os casos mencionados pelos ministros estão ainda na fase de inquérito —o das milícias digitais.

IMPARCIALIDADE – O próprio Gilmar já teve a imparcialidade questionada no debate público ou em juízo por emitir opiniões antes do julgamento em outros casos, como o da nomeação do atual presidente Lula (PT) para ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff (PT) e na Lava Jato. Nunca chegou a ser afastado de um julgamento em razão disso.

Em relação a Bolsonaro, o ministro afirmou em evento no dia 19 que houve um salto “de especulações para provas” ao comentar investigações que levaram a Polícia Federal a indiciar o ex-presidente no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19.

“Em se tratando das investigações gerais, e eu como um observador da cena já há muito tempo, raramente a gente teve avanços tão significativos”, afirmou. No mesmo evento, o ministro declarou que o Brasil superou “armadilhas ditatoriais”.

OUTROS COMENTÁRIOS – Ele já havia dito, no fim de fevereiro, que Bolsonaro teria feito uma confissão ao tentar explicar a origem da minuta golpista, elaborada contra as eleições de 2022, durante discurso feito em ato na avenida Paulista. “Parece [que foi uma confissão], que todos sabiam”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo.

“Entendo que o [ex-]presidente saiu de uma situação de possível autor intelectual para uma situação de potencial autor material de todo esse quadro, é isso que a investigação da Polícia Federal trouxe”, afirmou ainda o ministro na mesma entrevista, em que também criticou a ideia de anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

No sábado (23), ele afirmou à CNN Brasil que a Polícia Federal ainda vai finalizar a investigação e que a Procuradoria-Geral da República irá avaliar o oferecimento de denúncia. Mas chamou de “brilhante” o trabalho policial no caso. “Temos que reconhecer, quando chega a esses filmetes das reuniões e revela, portanto, não é nada de suposição, é algo bastante documentado”, disse.

TENTATIVA DE GOLPE – Declarações anteriores de Gilmar já se tornaram artilharia para os bolsonaristas. Apoiadores do ex-presidente retiraram de contexto uma frase do ministro para afirmar que ele tinha reconhecido que não houve tentativa de golpe na invasão das sedes dos Três Poderes.

Na declaração, em entrevista em 18 de janeiro de 2023 para o Jornal 2 e reexibida pelo Jornal da Tarde, ambos da emissora portuguesa RTP, Gilmar disse que “não houve, de forma muito clara, não se pode dizer, uma tentativa de golpe, não houve quem quisesse assumir o poder”.

“Ocuparam o Supremo Tribunal Federal, ocuparam o Palácio do Planalto e ocuparam parte do Legislativo (…) Mas, de qualquer forma, causaram um imenso tumulto, como nós estamos a ver e estamos a discutir inclusive no exterior, aqui em Portugal e em outros sítios.”

NINGUÉM COMENTA – Procurado, o STF não se manifestou sobre as declarações de Gilmar. Em janeiro de 2024, em declaração à agência de notícias AFP, ele atribuiu a Bolsonaro responsabilidade política sobre os atos de 8 de janeiro, e disse que a jurídica ainda estava em discussão.

“O que estava em jogo não era a dúvida que tivessem em relação à urna eletrônica. Era a busca de um pretexto para um caso de resultado desfavorável. Isso ficou muito evidente quando o Bolsonaro, depois do segundo turno, impugna o resultado das eleições só em relação as eleições presidenciais, e só onde ele havia perdido”, disse ele na mesma entrevista.

Cássio Casagrande, professor de direito constitucional da UFF (Universidade Federal Fluminense), avalia como graves falas públicas de Gilmar e outros ministros do STF sobre casos a serem julgados ou com opiniões que resvalam em questões políticas.

TRADIÇÃO CULTURAL – Especialista em direito comparado, ele ressalta que a postura contrasta com a de ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos. “E lá não tem Loman [Lei Orgânica da Magistratura Nacional], é algo da própria tradição cultural”, afirma.

Casagrande lembra que a aclamada juíza da Suprema Corte americana Ruth Ginsburg divulgou nota dizendo-se arrependida após ter feito comentários negativos sobre Donald Trump, entre os quais um em tom jocoso de que, caso o marido dela estivesse vivo, iria querer se mudar para a Nova Zelândia se o republicano fosse eleito presidente.

“Nós ainda não encontramos um mecanismo institucional para inibir essas extravagâncias”, diz Casagrande.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A essa altura do campeonato, chega a ser ridículo criticar Gilmar Mendes por irregularidades que tem cometido desde o momento em que entrou no Supremo. O ministro nunca ligou para regras, sempre foi assim, não é agora que irá mudar. O fato mais grave é que o Supremo está apodrecido. (C.N.)  


Piada do Ano! Maduro agora acusa Lula de seguir “ditado” dos EUA sobre democracia

Publicado em 28 de março de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

José Casado
Veja

O governo Lula ecoa a política de ingerência externa da Casa Branca, e sua manifesta preocupação sobre dificuldades impostas à oposição no processo eleitoral da Venezuela “parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

É o que diz, na essência, uma nota pública do governo venezuelano divulgada nesta terça-feira (26/3).

ESTILO MADURO – Linguagem grosseira é peculiaridade diplomática da cleptocracia venezuelana chefiada pelo ditador Nicolás Maduro. Para quem acredita que a sinceridade costuma transparecer na má educação, como ensinou o escritor espanhol Enrique Poncela, Lula pode ter caído numa armadilha de Maduro ao resgatá-lo do isolamento político, no ano passado.

Primeiro, abraçou-o, depois estendeu-lhe o tapete vermelho do Palácio do Planalto, e, na sequência, avalizou um “acordo” de eleições livres, limpas e justas na Venezuela, subscrito em parceria com Estados Unidos e Colômbia.

Agora, quando reclama o cumprimento do que foi combinado, o ditador autoproclamado de esquerda o desqualifica, publicamente, inscrevendo-o na lista dos agentes políticos regionais que ecoam o “ditado” do imperialismo norte-americano sobre democracia.

JOGO COMBINADO – Não é bem assim, advertem alguns diplomatas. Nessa versão, haveria um jogo combinado. Lula nunca acreditou em eleições livres, limpas e justas sob a cleptocracia venezuelana, tem mesmo ojeriza aos “neoliberais” de Caracas, não está e nunca esteve preocupado com as prisões em série, tortura e eventuais mortes de opositores do regime ditatorial de Maduro.

Seu pragmatismo interessado permitiria absorver grosserias do gênero, porque enquanto Maduro representar um problema para a América do Sul, os Estados Unidos e a União Europeia, terá garantido um papel destacado no palco da mediação de crises na região.

Maduro tem uma difícil reeleição pela frente, mesmo no cenário uma disputa com adversários por ele escolhidos ou cooptados, depois de banir a candidata liberal María Corina Machado, líder da oposição, prender seus assessores e impedir outras onze candidaturas.

ESCOLHA PESSOAL – A embaixada da Argentina deu asilo a seis oposicionistas, na segunda-feira. Em represália, Maduro mandou cortar a luz da residência do embaixador.

Se tudo der certo, a cleptocracia venezuelana continuará no poder. Maduro já tem uma conta vencida e não paga com o Brasil de quase US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões). Mas, tudo bem, poderá oferecer a Lula novos contratos com empresas brasileiras, como a Petrobras e empreiteiras que Lula tenta resgatar.

É o que acreditam entusiastas da “reaproximação” com a Venezuela na qual Lula se enredou por escolha pessoal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Maduro deu o cano na Odebrecht e outras empreiteiras, mas os governos Lula/Dilma garantiram o pagamento ao BNDES, subtraindo preciosos recursos do Fundo de Apoio às Exportações. E la nave va, cada vez mais fellinianamente(C.N.)

Sem alternativa, só resta a Bolsonaro dizer que é perseguido pelo Supremo

Publicado em 28 de março de 2024 por Tribuna da Internet

Bolsonaro

Jair Bolsonaro jé sente que o cerco está sendo apertado

Hélio Schwartsman
Folha

Inelegível e acuado, o que resta politicamente a Jair Bolsonaro é tentar convencer as pessoas de que ele sofre perseguição judicial. Se você consegue lançar dúvidas sobre os aspectos formais de um inquérito ou julgamento, desvia a atenção do conteúdo das acusações, que, no caso do ex-presidente, são muitas e muito graves. Nessa linha, ter a prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes serviria para alimentar essa narrativa.

Hesito, porém, em considerar que o episódio da embaixada húngara tenha sido um gesto deliberado para forçar uma ação do STF que o colocaria no papel de vítima. Penso que Bolsonaro tem as intuições políticas certas, mas é caótico na execução de qualquer plano mais elaborado. Se ele fosse um pouco mais metódico e inteligente, teria vencido a eleição e nós nem estaríamos discutindo essas questões.

TRATAMENTO INJUSTO – Bom ou ruim de planejamento, Bolsonaro já convenceu parcela significativa da população de que recebe tratamento injusto do Judiciário.

Segundo pesquisa Quaest do mês passado, 39% dos brasileiros pensam que há perseguição ao ex-presidente. Os que rejeitam essa tese são 53%, e 7% não souberam opinar ou não responderam.

É uma minoria bem significativa, que pode crescer ou diminuir não apenas por causa de novas provas e fatos relativos aos processos que venham a ser revelados, mas também ao sabor de mudanças nos ventos políticos.

UM BOM EXEMPLO – Lula apostou nessa mesma estratégia de declarar-se injustiçado e acabou tendo êxito.

Há um detalhe, contudo, que torna a situação de Bolsonaro mais difícil. Ao que tudo indica, seus processos serão julgados no Supremo Tribunal Federal, não na primeira instância. Como magistrados não gostam muito de se desdizer, isso significa que não haverá tantas oportunidades para reviravoltas processuais que anulem decisões de cortes inferiores.

Há certa ironia aí, já que o desaforamento sempre foi visto como um elemento que favorecia a impunidade de políticos.

Jeremoabo foi agraciado com um bloqueio de R$ 1,3 milhão


Essa situação é um exemplo clássico da má gestão de recursos públicos em detrimento das necessidades básicas da população. É lamentável ver que o prefeito de Jeremoabo está priorizando gastos extravagantes em festas juninas enquanto recursos essenciais estão bloqueados, afetando diretamente os serviços públicos e os salários dos servidores, além de prejudicar os mais vulneráveis da comunidade.

A expressão "política do pão e circo" é bastante apropriada aqui, pois remete à estratégia de distrair a população com entretenimento superficial enquanto questões mais sérias são negligenciadas. É crucial que os líderes públicos priorizem os interesses e necessidades reais da comunidade, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma responsável e em benefício de todos.




Tista de Deda., documentando também o fim da novela Idalécio que ficou onde sempre esteve.


Essa foto fala mais do que mil palavras, e a prova da força e da união em torno do pre-candidato Tista de Deda. Documentando também o fim da novela Idalécio que  ficou onde sempre esteve.

  1. Pré-candidato Tista de Deda: Começa a desvendar um apoio significativo em torno desse pré-candidato, sugerindo que ele pode ser uma figura influente na política local nessas eleições.

  2. Fim da novela Idalécio: Isso sugere que Idalécio, que estava envolvido em especulações sobre sua pré-candidatura e alianças políticas, finalmente tomou uma decisão ou foi excluído do processo.

  3. Politicagem em Jeremoabo: Há uma crítica à natureza da política local, sugerindo que as alianças e movimentações políticas são voláteis e muitas vezes não baseadas em princípios sólidos, mas sim em interesses políticos imediatos.

  4. Acusações contra o prefeito Deri do Paloma: Há um histórico de acusações sérias contra o prefeito, o que pode ter influenciado as decisões políticas e alianças.

  5. Convite a Idalécio apesar das acusações: Este ponto destaca a natureza pragmática da política local, onde mesmo indivíduos que fizeram acusações sérias contra outras figuras políticas podem ser convidados a fazer parte de grupos ou alianças políticas, dependendo dos interesses do momento.

  6. Em suma, definida a pré-candidatura de Tista de Deda e seu vice parece haver uma mistura de alianças políticas, especulações sobre pré-candidaturas e críticas à natureza da política local, com acusações sérias sendo lançadas contra algumas figuras-chave.





Nota da redação deste Blog - Enquanto isso,

Duas prefeituras baianas têm recursos do FPM bloqueados

Por Francis Juliano



Foto: Reprodução / Jeremoabo.com

Duas prefeituras baianas estão com recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) bloqueados para o terceiro decênio, pago nesta quinta-feira (28). A situação ocorre em Santana, na Bacia do Rio Corrente, Oeste do estado; e Jeremoabo, no Nordeste baiano. As informações são baseadas no Tesouro Nacional.

 

Para Santana, o recurso seria da ordem de cerca de R$ 1 milhão, enquanto para Jeremoabo, o valor retido é de R$ 1,3 milhão. Casos de bloqueios de cotas do FPM estão muitas vezes relacionadas a débito com a previdência, não aplicação de recursos na educação ou na saúde, pendências com a Receita Federal, atrasos, entre outros fatores.

 

Neste terceiro decênio de março, o Tesouro Nacional vai colocar na conta das prefeituras de todo país R$ 4,8 bilhões, alta de 25% em relação ao registrado no mesmo período em 2023.  O FPM geralmente é pago em três cotas, nos dias 10, 20 e 30 de cada mês. Em relação a fevereiro deste ano, o aumento foi de 21%

 

O número é significativo, uma vez que em março, os municípios têm a chamada “arrecadação bruta”, quando não há mais efeito de 13° salário, férias e carnaval, por exemplo.

 

Na Bahia, grande parte dos municípios depende dos repasses do FPM, que é constituído por 24,5% da arrecadação líquida do Imposto de Renda e do IPI [Imposto Sobre Produtos Industrializados]. O Fundo é baseado na população de cada município.


Bahia Notícias

Queda da popularidade traça limites para Lula, ao iniciar seu segundo ano

Publicado em 27 de março de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do Baggi (Jornal de Brasília)

Bruno Boghossian
Folha

Lula anda impaciente com sua popularidade. Cobrou mudanças na comunicação do governo e mandou ministros divulgarem suas ações em viagens pelo país. É um remédio contra soluços. Pode funcionar, mas novos espasmos tendem a aparecer.

A mais recente pesquisa do Datafolha mostra que o presidente está longe de um momento crítico. O país continua dividido em três terços, e o quadro de polarização permite poucas mudanças drásticas. Alguns detalhes, no entanto, apontam para uma variação de humores que exige atenção do governo.

CAI O APOIO – Um recorte regional dá algumas pistas. Enquanto a popularidade de Lula se manteve praticamente inalterada no Nordeste, os dados do Sudeste são menos favoráveis: desde dezembro, a avaliação positiva do governo caiu de 36% para 31%, e a negativa passou de 31% para 37%.

A mexida importa porque o Sudeste é o principal campo de batalha dos petistas contra o bolsonarismo. Além disso, a região era a aposta de auxiliares de Lula para expandir a base de aprovação ao governo, principalmente com a recuperação da economia e o aumento da renda.

Esses dados seguram a popularidade numa certa estabilidade, mas há sinais de aborrecimento na ponta da desaprovação, inclusive em segmentos próximos de Lula. O percentual de eleitores de baixa renda que consideram o governo ruim ou péssimo subiu de 25% para 29%.

RELIGIÃO E PODER – Já os eleitores evangélicos lembram ao governo que a economia não é sempre determinante na formação de opiniões políticas.

A avaliação negativa de Lula passou de 38% para 43% neste grupo, que conta com uma oposição ativa e líderes que exploraram de maneira intensa as declarações do petista contra Israel.

O levantamento oferece um traçado dos limites deste segundo ano de mandato. A virada de página dos anos Bolsonaro e a retomada de programas deram a Lula um relativo conforto em sua reestreia, mas as circunstâncias políticas e as escolhas feitas pelo governo despertaram a má vontade de alguns segmentos.

Moraes não liga para o “asilo” de Bolsonaro e se aproxima do Exército

Publicado em 27 de março de 2024 por Tribuna da Internet

Moraes dá 48h para Bolsonaro explicar ida à embaixada da Hungria após apreensão de passaporte - ISTOÉ Independente

Moraes telefonou para o comandante do Exército

Eliane Cantanhêde
Estadão

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso Marielle no Supremo, telefonou para o comandante do Exército, general Tomás Paiva, para dizer que não há absolutamente nada contra o general Richard Nunes no inquérito conduzido pela Polícia Federal.

O telefonema veio na hora certa, quando o também general Braga Neto tenta empurrar para Richard a “culpa” por nomear para a direção da Polícia Civil no Rio o delegado Rivaldo Barbosa, que foi preso no domingo, não apenas por obstruir provas, como por ter participado diretamente do planejamento do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

EVITAR TENSÕES – Sempre tão implacável, Xandão, que também é relator e personagem-chave nas investigações sobre a trama do golpe de Estado e outros inquéritos sobre o governo passado, está numa semana que não chega ao extremo de ser paz e amor, mas de esclarecer circunstâncias e reduzir confrontos e tensões desnecessárias.

Além de defender o general Richard, informou aos seus pares no Supremo que não dá bola para o “asilo” de duas noites de Jair Bolsonaro na embaixada da Hungria quando a PF lhe retirou o passaporte.

O fato foi divulgado pelo The New York Times e confirmado pelos advogados do ex-presidente, mas Moraes não vê elementos para prisão preventiva por risco de fuga e obstrução de Justiça. Segundo relatos, minimizou para colegas de toga nessa linha: Bolsonaro dormiu lá na embaixada, voltou, participou de manifestação e está rodando o País, e daí?

SEM PRISÃO – Confirma-se a previsão de que Bolsonaro só será preso se for condenado e depois do trâmite em julgado, sabe-se lá quando.

De volta a Marielle e Anderson, os dois generais Braga Neto e Richard Nunes são a personificação da divisão intencionalmente criada nas Forças Armadas na era Bolsonaro. Braga Neto, depois ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, era interventor na Segurança Pública do Rio e foi quem assinou a nomeação do delegado Rivaldo para a Polícia Civil.

Richard, legalista, antigolpe, aliado do atual comandante Tomás e próximo chefe do Estado Maior do Exército, era secretário de Segurança.

POSTURAS DIFERENTES – A reação de cada um depois da prisão de Rivaldo entre os mandantes do assassinato de Marielle diz muito sobre quem são. Via advogados, Braga Netto tirou o corpo fora, alegou que sua assinatura era “burocrática” e jogou a bomba no colo de Richard.

Já Richard atendeu a jornalistas e, de viva voz, assumiu que a escolha de Rivaldo foi dele, que não tinha a menor ideia de quem ele realmente era e ficou tão chocado quanto as próprias famílias de Marielle e Anderson ao saber do que ele foi capaz.

Richard também explicou que seu preferido para a Polícia Civil era outro, que recusou.

HAVIA RESSALVAS – Admitiu que havia ressalvas na corporação à conduta de Rivaldo. Para alguns essas ressalvas eram consideradas graves, mas Richard considerou um disse-que-disse, uma intriga típica de corporações, nada perturbador e comprovado.

E acrescentou um dado da realidade do Rio, que a Defesa e o Exército reproduzem: afinal, se fosse para levar a sério o que havia contra Rivaldo, quem sobraria? É o caso de apurar exatamente o que diziam os relatórios de inteligência de 2018 sobre Rivaldo.

O fato é que, no Rio, cada vez mais no Brasil inteiro, o crime organizado, as milícias e a contravenção estão embolados e infiltrados nas instâncias dos poderes Executivo, Legislativo e judiciário, a ponto de o cidadão e a cidadã já não saberem quem é quem e em quem confiar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Num país surreal como o Brasil, aproximar-se dos militares é muito recomendável. Os milicos estão de olho em Moraes e se preocupam com os exageros do ministro ao julgar os perigosos “terroristas” do 8 de Janeiro. Se tentar repetir a dose com generais, pode causar uma grave crise institucional. Por isso, foi muito importante o telefonema para o comandante do Exército, general Tomás Paiva, que está um pote até aqui de mágoa, como diria Chico Buarque.


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Lira: Nós temos um câncer no Brasil que se chama Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)

  . Por POLÍTICA JB com Agência Estado redacao@jb.com.br Publicado em 27/04/2024 às 19:37 Alterado em 27/04/2024 às 19:37                   ...

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