Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, outubro 05, 2021

Pandora Papers: o que megavazamento revela sobre riqueza e negócios secretos de líderes mundiais




Vladimir Putin, Ilham Aliyev e Abdullah 2º são alguns dos nomes que aparecem nos Pandora Papers

A riqueza secreta e os negócios de líderes mundiais, políticos e bilionários foram expostos em um dos maiores vazamentos de documentos financeiros já ocorridos.

Cerca de 35 líderes atuais e passados, além de mais de 300 funcionários públicos, aparecem nos arquivos de empresas offshore, apelidados de Pandora Papers.

Eles revelam, por exemplo, que o rei da Jordânia, Abdullah 2º, gastou US$ 100 milhões (R$ 535 milhões) comprando propriedades no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Os documentos também mostram como o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e sua esposa, Cherie, economizaram 312 mil libras (R$ 2,3 milhões) em impostos quando compraram um edifício no centro de Londres, onde hoje funciona o escritório de advocacia de Cherie.

O casal comprou uma empresa offshore que era dona do prédio.

O vazamento também liga o presidente russo Vladimir Putin a ativos secretos em Mônaco e mostra que o primeiro-ministro tcheco Andrej Babis — que busca a reeleição — não declarou uma companhia offshore por meio da qual comprou duas vilas por 12 milhões de euros (R$ 75 milhões) no sul da França.

O Pandora Papers é o mais recente de uma série de megavazamentos de dados ocorridos nos últimos sete anos, após FinCen Files, Paradise Papers, Panamá Papers e LuxLeaks.

Em comum, todos esses vazamentos vêm expondo detalhes sobre o mundo oculto das finanças offshore, bem como sobre os segredos financeiros de algumas das pessoas mais ricas do mundo.

Empresas offshore são um mecanismo antigo usado por pessoas físicas ou jurídicas do mundo inteiro. Elas podem ser utilizadas para os mais diversos fins: investimentos, compra de bens, entre outros. Especialistas em finanças, porém, alertam que esse tipo de empresa também é usada para ocultar recursos de origem ilícita como tráfico de drogas e corrupção, ou simplesmente evitar a cobrança de impostos nos países onde os seus beneficiários efetivamente atuam.

Como a maior parte delas é aberta em países conhecidos como "paraísos fiscais", o monitoramento desses ativos é considerado fraco. Informações sobre quem são os donos e os valores mantidos nesse tipo de empresa, quase sempre, só vêm à tona por meio de vazamentos como o do Pandora Papers.

Ainda não se sabe a origem do vazamento do Pandora Papers - os dados chegaram ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), entidade sem fins lucrativos baseada em Washington DC, nos Estados Unidos, e que reúne jornalistas de centenas de países, há mais de um ano.

Desde então, mais de 600 repórteres de 117 países do mundo vêm trabalhando na análise dos dados. A demora se deveu, em parte, porque os documentos estavam em diversos idiomas e em formatos que dificultavam sua leitura.

O programa Panorama da BBC, em uma investigação conjunta com o jornal britânico The Guardian e outros veículos de comunicação, teve acesso a 12 milhões de documentos de 14 empresas de serviços financeiros em países como as Ilhas Virgens Britânicas, Panamá, Belize, Chipre, Emirados Árabes Unidos, Cingapura e Suíça.

Alguns dos nomes citados nos documentos enfrentam acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fiscal global. Mas uma das maiores revelações é como pessoas ricas e proeminentes têm legalmente criado empresas para esconder seu patrimônio.

E, no caso específico do Reino Unido, para comprar propriedades secretamente no país.

Os documentos revelam os proprietários de algumas das 95 mil empresas offshore por trás dessas compras. Também destacam a falha do governo do Reino Unido em introduzir um registro de proprietários de propriedades offshore, apesar das repetidas promessas de fazê-lo, em meio a preocupações de que alguns compradores de propriedades possam estar escondendo atividades de lavagem de dinheiro.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e sua família, acusados de saquear seu próprio país, são um exemplo.

A investigação revelou que os Aliyevs e seus associados próximos estiveram secretamente envolvidos em negócios imobiliários no Reino Unido no valor de mais de 400 milhões de libras (R$ 3 bilhões).

As revelações podem causar constrangimento para o governo britânico, já que os Aliyevs teriam lucrado 31 milhões de libras (R$ 226 milhões) depois de vender uma de suas propriedades em Londres para o Crown Estate — entidade gestora do patrimônio da monarquia do Reino Unido e administrada pelo Tesouro.

É importante ressaltar que muitas das transações expostas nos documentos não envolvem transgressões legais.

Mas Fergus Shiel, do ICIJ, alertou: "Nunca houve nada nessa escala e isso mostra a realidade do que as empresas offshore podem oferecer para ajudar as pessoas a esconder dinheiro duvidoso ou evitar impostos".

"Elas estão usando essas contas offshore, esses fundos offshore, para comprar centenas de milhões de dólares em propriedades em outros países e para enriquecer suas próprias famílias, às custas de seus cidadãos", acrescenta.

O ICIJ acredita que a investigação pode ser o início de uma série de revelações - daí o nome Pandora Papers, em alusão ao mito grego de Pandora.

Primeira mulher criada por Zeus, Pandora foi enviada à Terra levando consigo uma caixa com a recomendação de que jamais fosse aberta. Sem conter sua curiosidade, ela abre a caixa e, com isso, liberta de seu interior todos os males desconhecidos pelo homem, fechando-a antes que a esperança pudesse sair.

Os documentos financeiros que vazaram mostram como o rei da Jordânia secretamente acumulou um império de propriedades no Reino Unido e nos Estados Unidos no valor de mais de US$ 100 milhões (R$ 535 milhões).

Abdullah 2º teria criado uma rede de empresas offshore nas Ilhas Virgens Britânicas e outros paraísos fiscais para comprar 15 imóveis desde que assumiu o poder em 1999.

Esse patrimônio imobiliário inclui três mansões adjacentes com vista para o mar em Malibu, Califórnia, no valor de R$ 365 milhões, além de propriedades em Londres e em Ascot, no Reino Unido.

A compra desses imóveis coincidiram com acusações de que Abdullah preside um regime autoritário e em meio a protestos nos últimos anos devido a medidas de austeridade e aumento de impostos.

Além disso, a Jordânia é um dos países mais pobres do Oriente Médio e depende de ajuda financeira externa para viabilizar programas humanitários, por exemplo.

Os advogados do rei da Jordânia disseram que todas as propriedades foram compradas com seu patrimônio pessoal, que ele também usa para financiar projetos para os cidadãos do país.

Eles disseram que é uma prática comum para indivíduos de alto perfil comprar propriedades por meio de empresas offshore por motivos de privacidade e segurança.

Outras revelações dos Pandora Papers foram:

• O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, e seis membros de sua família possuíam secretamente uma rede de empresas offshore. Os Kenyattas estão ligados a 11 empresas - uma das quais foi avaliada como detentora de ativos de US$ 30 milhões (R$ 170 milhões)

• Membros do círculo interno do primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan, incluindo ministros e suas famílias, possuem empresas e sociedades fiduciárias que detêm milhões de dólares secretamente

• O escritório de advocacia fundado pelo presidente Nicos Anastasiades, do Chipre, teria usado laranjas para disfarçar o verdadeiro dono de uma série de empresas offshore - um ex-político russo que havia sido acusado de desvio de verbas públicas. O escritório de advocacia nega as acusações.

• O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, transferiu sua participação em uma empresa offshore secreta pouco antes de vencer as eleições de 2019

• O presidente do Equador, Guillermo Lasso, um ex-banqueiro, substituiu uma fundação panamenha que fazia pagamentos mensais a parentes próximos por uma sociedade fiduciária com sede em Dakota do Sul, nos Estados Unidos

Tony e Cherie Blair

Não há nenhuma indicação nos Pandora Papers de que Tony e Cherie Blair estavam escondendo sua riqueza. Mas os documentos mostram que o imposto sobre a transação imobiliária (stampy duty, em inglês, semelhante ao IBTI no Brasil) não foi cobrado quando o casal comprou uma propriedade de 6,45 milhões de libras (R$ 47 milhões) no centro de Londres.

'Tony Blair e sua mulher, Cherie, compraram imóvel em área nobre de Londres e economizaram mais de 300 mil libras em impostos'

O ex-primeiro-ministro trabalhista e sua esposa, a advogada Cherie, adquiriram o edifício em Marylebone, bairro nobre no centro de Londres, em julho de 2017, ao comprar a empresa offshore que o possuía.

É legal adquirir propriedades no Reino Unido desta forma e o imposto sobre transações imobiliárias não tem de ser pago — mas Blair já criticou lacunas fiscais.

O imóvel agora abriga a consultoria jurídica da Cherie, que assessora governos em todo o mundo, bem como sua fundação para as mulheres.

Cherie disse que os vendedores insistiram que o casal o comprasse por meio da empresa offshore.

Ela e o marido terão que pagar imposto sobre ganhos de capital se quiser vender o imóvel no futuro, acrescentou.

Os antigos proprietários eram uma família com conexões políticas no Bahrein — mas ambas as partes dizem que inicialmente não sabiam com quem estavam negociando.

11 anos e imóvel de 33 milhões de libras

Outros documentos mostram como a família Aliyev, do Azerbaijão, adquiriu secretamente propriedades no Reino Unido usando empresas offshore.

Os arquivos mostram como a família — há muito tempo acusada de corrupção no país da Ásia Central — comprou 17 propriedades, incluindo um edifício de escritórios de 33 milhões de libras (R$ 241 milhões) em Londres para Heyder Aliyev, filho de 11 anos do presidente azeri.

O prédio em Mayfair, um dos bairros mais caros de Londres, foi comprado por uma empresa de fachada de propriedade de um amigo da família do presidente Ilham em 2009 e transferido um mês depois para Hedyer.

Ilham governa o Azerbaijão desde 2003. Ele é o quarto presidente do país e sucedeu seu pai no cargo, em eleições consideradas fraudulentas.

O vazamento também revela como outro edifício de escritórios perto dali, também de propriedade da família Aliyev, foi vendido para o Crown Estate por 66 milhões de libras em 2018.

O Crown Estate, entidade gestora do patrimônio da monarquia do Reino Unido, disse que realizou as devidas checagens legais no momento da compra, mas agora está examinando novamente os documentos.

O governo do Reino Unido diz que está reprimindo a lavagem de dinheiro com leis e fiscalizações mais duras, e que vai propor ao Parlamento um registro de empresas offshore que possuem propriedades no Reino Unido.

Paulo Guedes e Campos Neto

'De acordo com reportagens do consórcio, Paulo Guedes aparece como dono de uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um conhecido paraíso fiscal'

O Pandora Papers também revelou que figurões do mundo político e empresarial do Brasil, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, são sócios de offshores localizadas em paraísos fiscais.

Segundo reportagem do portal Metrópoles, que integra o ICIJ, o Brasil é o quinto país com o maior número de pessoas citadas no Pandora Papers.

Entre eles, além de Guedes e Campos Neto, estão sócios ou donos de algumas das maiores empresas do Brasil.

Também foram identificados empresários investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em inquéritos que apuram a disseminação de notícias falsas.

No Brasil, ter uma empresa offshore não é crime, desde que seu saldo seja declarado à Receita Federal. Entretanto, de acordo com o Código de Conduta da Alta Administração Federal, funcionários públicos do alto escalão não podem manter investimentos no Brasil ou no exterior que possam ser afetados por decisões que eles venham a tomar em seus cargos. A vedação é para evitar conflitos de interesse.

Guedes e Campos Neto fazem parte do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão responsável por emitir resoluções sobre temas relacionados a ativos mantidos no exterior. Além disso, os dois têm acesso a informações sensíveis relacionadas a flutuações nas taxas de câmbio e variação nas taxas de juros.

De acordo com reportagens do consórcio, Paulo Guedes aparece como dono de uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um conhecido paraíso fiscal. Segundo uma reportagem publicada pela revista Piauí (que também integra o ICIJ), em 2014, a empresa de Paulo Guedes tinha um saldo de US$ 8 milhões. Em janeiro de 2019, quando ele assumiu o cargo de ministro da Economia, a empresa tinha um saldo de US$ 9,5 milhões.

'O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, diz que não fez nenhuma remessa de recursos ao exterior depois de assumir o cargo atual e que, desde então, não faz parte da gestão das suas empresas'

Em nota enviada à BBC News Brasil, a assessoria de Paulo Guedes afirma que as atividades privadas dele anteriores à sua posse como ministro foram informadas aos órgãos competentes.

"Toda a atuação privada do ministro Paulo Guedes, anterior à investidura no cargo de ministro, foi devidamente declarada à Receita Federal, Comissão de Ética Pública e aos demais órgãos competentes, o que inclui a sua participação societária na empresa mencionada", diz trecho da nota enviada.

A nota disse ainda que a atuação de Guedes "sempre respeitou a legislação aplicável e se pautou pela ética e pela responsabilidade".

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é, segundo a mesma reportagem, dono de quatro empresas offshore em paraísos fiscais como o Panamá e as Ilhas Virgens Britânicas. Uma delas chegou a ser fechada em 2020, quando ele já estava no comando do órgão.

A assessoria de imprensa de Campos Neto enviou nota à BBC News Brasil afirmando que todo o seu patrimônio, no país e no exterior, foi declarado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Receita Federal e ao Banco Central.

A nota diz ainda que Campos Neto não fez nenhuma remessa de recursos ao exterior depois de assumir o Banco Central e que, desde então, não faz parte da gestão das suas empresas.

BBC Brasil

Relatório dos bolsonaristas da CPI garante que Jair Bolsonaro sempre apoiou a vacinação


Bolsonaro e a corrida 'contra' a vacina no Brasil | Charges | O Liberal

Charge do Joâo Bosco (O Liberal)

Vicente Limongi Neto

Já está pronto o aguardado relatório paralelo da CPI da Covid. Peça científica e política que entrará para os anais da saúde pública brasileira, segundo seus orgulhosos autores, e destinada a destroçar completamente as acusações do relatório do senador Renan Calheiros, no qual, Bolsonaro, no mínimo, será acusado de prevaricação. 

Mentores do documento bolsonarista garantem que esse relatório paralelo será lido e aplaudido por todos os brasileiros. Sobretudo pelos familiares dos até então 600 mil brasileiros mortos pela Covid e pelos milhões de desempregados e despejados. 

CARACTERÍSTICAS – Dizem que a lucidez de raciocínio e a isenção probatória são as características marcantes do conteúdo do relatório paralelo, elaborado pelas mentes brilhantes dos senadores da febril e serviçal tropa de Bolsonaro.

Para aprimorar e garantir o sucesso do documento, destinado a entrar na História, os senadores negacionistas pediram ajuda aos qualificado ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, autor do rastejante “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Também estão colaborando os inacreditáveis deputados Ricardo Barros e Osmar Terra.

O primeiro foi manchete na mídia, depois da declaração irritante de Bolsonaro, “deve ser mais um rolo do Ricardo Barros”, diante das denúncias que ouviu, com provas, do deputado Luís Miranda, sobre compra superfaturada de vacinas. Osmar Terra, por sua vez, foi quem cantou de galo, afirmando que mortes pela covid, no Brasil, não passariam de mil vítimas.

PARA GANHAR O MUNDO – O irretocável e edificante relatório paralelo será enviado para Anvisa, ONU, Organização Mundial da Saúde( OMS) e embaixadas do Afeganistão, Síria e Paquistão.

O singelo documento homenageia Bolsonaro com dezenas de páginas. Define o chefe da nação como “gestor maravilhoso” e “notável e educado homem público”. Também trata Bolsonaro como “impecável respeitador das normas sanitárias”, recomendadas pela ciência.

Nessa linha, o relatório lembra que Bolsonaro foi o primeiro presidente mundial a prever a chegada da pandemia, mandando comprar imediatamente milhões de vacinas. Diz que Bolsonaro sempre incentivou o uso da máscara e combateu aglomerações. Jamais debochou da ciência e das vacinas. Tudo intrigas e notícias falsas, salientará o histórico documento.

HANG E FAKHOURY -O vistoso relatório paralelo destaca, por fim, em capítulo especial, depoimentos de empresários negacionistas, como Luciano Hank e Otávio Fakhoury, ambos jurando, com a mão na Bíblia, que  a cloroquina  é eficaz no combate ao virus da covid. Tanto que o Ministério da Saúde comprou milhões de cápsulas do badalado remédio, indicado para tratamento de malária, lúpus e artrite reumatoide. 

Quanto ao atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não foi ouvido nem cheirado para opinar, depois que engessou o dedo grosseiro que deu aos manifestantes, em Nova Iorque, quando vaiavam Bolsonaro.

POLARIZAÇÃO – Bolsonaro e Lula trocam farpas e passeiam na rinha sem dar a mínima para outros possíveis candidatos. Embora falte um ano para as eleições presidenciais, dão a entender que, além deles, não existem mais adversários. A polarização entre os dois prossegue intacta e enfadonha. Por enquanto, sem perspectivas de acabar com ela.

Lula, por exemplo, vai engordando, promovendo encontros e jantares, com políticos de diversos partidos. Joga a isca em busca de peixes graúdos. Bolsonaro, por sua vez, sem máscara, viaja e inaugura obras. 

O tempo passa e os caciques de partidos contrários a Lula e Bolsonaro parecem ainda distantes da sabedoria política. Preferem seguir enfadonhos devaneios pessoais. Não evoluem coletivamente.

RECORDAR É VIVER – Nesse sentido, escrevi nas redes e na Tribuna da Internet, dia 15 de julho. Parece que postei ontem:

“Candidatos a granel perdem tempo em costuras que passam longe dos interesses coletivos. São políticos rodados e experientes. Eternamente fascinados pelo poder. Sem grandeza e desprendimento para trabalhar e exortar união em torno de um candidato que sensibilize e atraia o eleitorado, na disputa contra Lula e Bolsonaro”.  


Brasil sofre um tipo de intolerância bipolar, que radicaliza adeptos de Lula e Bolsonaro

Publicado em 5 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Radicalismo político no Brasil supera média global

A intolerância política está caracterizando as duas facções

Deu no Estadão

Mesmo depois dos danos causados ao Brasil, Lula prega a irresponsabilidade fiscal e a cizânia, como se vê pelo comportamento de seus apoiadores. O bolsonarismo não respeita quem pensa de forma diferente. Quando era deputado federal, Jair Bolsonaro defendeu o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso.
Na Presidência da República, continua na mesma rota de intolerância e violência. Não apenas utiliza o aparato estatal para perseguir adversários políticos, como suas milícias digitais promovem campanhas difamatórias na internet contra os que resistem aos intentos bolsonaristas.

INTOLERÂNCIA GENERALIZADA – Mas a violência e a agressividade na política não são exclusividade do bolsonarismo. As ameaças sofridas pela deputada Tabata Amaral, por ocasião de sua filiação ao PSB, recordam como parte da esquerda também é intolerante, desrespeitosa e agressiva.

O ator José de Abreu, conhecido apoiador do PT, reproduziu em sua conta no Twitter mensagem que dizia: “Se eu encontro (a Tabata) na rua, soco até ser preso”.

A publicação gerou imediata repercussão, com inúmeras manifestações de solidariedade à deputada. No entanto, houve também por parte de alguns simpatizantes da esquerda a tentativa de relativizar a agressividade contra Tabata Amaral, mencionando como contraponto suas opções políticas. Ou seja, o princípio da dignidade humana, pedra basilar dos direitos humanos, não valeria sempre.

Radicalismo político no Brasil supera média global | Brasil | BNews

É uma eleição que já tem riscos de se tornar uma guerra

VIOLÊNCIA “ACEITÁVEL” – A depender das escolhas políticas da vítima, nem toda violência ou intolerância seria abominável.

Além disso, a ignorância também está presente em setores da esquerda. Se é vergonhoso que Jair Bolsonaro fale, na Assembleia-Geral da ONU, que “estávamos à beira do socialismo”, várias manifestações de militantes de esquerda reproduzem obtusidades e preconceitos igualmente constrangedores.

“Não nos esqueçamos (de) que Tabata do Amaral estudou nos USA, apoiada por um bilhardário (sic) brasileiro. Ela se embebeu da ideologia destas duas fontes. Seria bom se voltasse às origens humildes de onde veio e aprender (sic) com o povo. Os olhos suplicantes das crianças pedindo comida a converteriam”, escreveu Leonardo Boff em sua conta no Twitter.

O post do conhecido teólogo, valendo-se do preconceito como arma política, também não é um caso isolado. Seu conteúdo remete ao constante discurso do PT, sempre carregado de imprecisões, simplismos e, não raro, do mais cabal negacionismo.

DOIS POLOS IGUAIS – A esquerda mostra-se muito arredia a qualquer comparação entre bolsonarismo e lulopetismo. Em sua ótica, haveria uma diferença radical quanto ao compromisso das duas forças políticas com a democracia, o que inviabilizaria, por princípio, qualquer possibilidade de cotejo entre elas.

A realidade é um pouco mais embaraçosa, no entanto. O apoio de Lula a regimes não democráticos, como o da Venezuela ou de Cuba, campeões de violações de direitos humanos em nome do “socialismo”, revela que sua defesa da democracia depende da plateia. Não se trata de uma convicção firme. Outros interesses podem condicioná-la, sem maiores rubores.

A defesa lulopetista da “regulação da mídia”, sob o argumento de que a imprensa persegue Lula, também contraria os fundamentos do Estado Democrático de Direito, sendo, portanto, tão constrangedora quanto a hostilidade bolsonarista à imprensa. Não cabe ao Estado determinar o que os cidadãos podem ou não saber.

NEGACIONISMO MÚTUO – Por fim, o lulopetismo e o bolsonarismo se equivalem no negacionismo. Bolsonaro, por exemplo, não reconhece que errou ao dificultar a aquisição de vacinas e continua pregando o uso da cloroquina no tratamento contra a covid, custando milhares de vidas de brasileiros, apenas para satisfazer os interesses eleitorais do bolsonarismo.

Incapaz de enfrentar com responsabilidade a pandemia, Bolsonaro optou por negar sua gravidade, instaurando uma revoltante política de descaso com a vida da população.

Igualmente negacionista e repleta de interesses políticos é a recusa do PT em admitir seus erros na seara econômica, na conivência com a corrupção e com o mau uso do dinheiro público e na disseminação do ódio no País. Mesmo depois de todos os danos causados ao Brasil, Lula continua pregando a irresponsabilidade fiscal e a cizânia, como se vê pelo comportamento de seus apoiadores. A esquerda pode ser democrática e responsável – tudo o que o lulopetismo não é.

(Artigo enviado por José Carlos Werneck)

A terceira via é superviável, basta estabelecer regras mínimas para a futura coalizão


Efeitos do 7 de Setembro mudam foco da manifestação de oposição - Ceará  Máquinas

Grande número de eleitores acreditam em uma terceira via

Carlos Newton

O Brasil está precisando de um novo governo tipo Itamar Franco. Quando foi assumir a Presidência diante da crise terrível causada pelo afastamento de Fernando Collor, o vice Itamar demonstrou surpreendentes qualidades, como forte personalidade, liderança inconteste e desapego ao cargo de presidente, de tal forma que exigiu ser formado um governo de união nacional, com a participação do máximo de partidos. Caso isso não acontecesse, simplesmente renunciaria ao cargo e iria cuidar da vida.

A reação foi espantosa, com a proposta aceita de forma praticamente consensual, pois apenas o intransigente PT de Lula se recusou a integrar o melhor governo que o país teve depois de Juscelino Kubtscheck.

NO MESMO CASO – Trinta anos se passaram e voltamos à mesma situação, com o Brasil arrasado, ansiando por um governo sério, que recoloque o país no rumo do desenvolvimento sustentável. Mas esta meta somente será alcançada por uma candidatura de terceira via, tipo Itamar Franco, porque a maioria dos brasileiros é contra a polarização Lula-Bolsonaro.

A terceira via é um sonho, sem dúvida, mas absolutamente possível de ser realizado. Basta que se unam as forças políticas que rejeitam a possibilidade de reeleição de um presidente inconsequente como Jair Bolsonaro, capaz de boicotar o combate a uma pandemia, entre outras bizarrices, ou como Lula da Silva, capaz de montar o maior esquema de corrupção do mundo e criar um cargo público para satisfazer a amante, vejam a que ponto caiu a política brasileira.

À primeira vista parece impossível, mas há muita viabilidade em uma articulação alternativa, que possa unir esforços em prol do desenvolvimento e da redução das desigualdades sociais.

UMA PROPOSTA SIMPLES – O fato a ser considerado é que todos os pré-candidatos da terceira via são melhores do que Lula ou Bolsonaro. Estamos falando em Ciro Gomes (PDT), João Doria ou Eduardo Leite (PSDB), Henrique Mandetta (DEM), Sérgio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania) e Rodrigo Pacheco (PSD).

Qualquer um desses candidatos é preferível à polarização Lula-Bolsonaro, e este fato concreto precisa ser assumido por todos os partidos, que indicarão também o vice-presidente e estarão representados no Ministério e no governo como um todo, tal como fez Itamar Franco.

Ou seja, esses partidos se comprometeriam a apoiar o candidato que estiver em melhor situação nas pesquisas do mês de março, antes da desincompatibilização. É esse o acordo de coalizão que precisa ser celebrado, para formar um governo com maioria no Congresso e que tenha todas as condições para levar o Brasil adiante. Apenas isso.

###
P.S. – 
Na função de Editor-chefe da Tribuna da Internet, quero deixar claro que apoio essa coligação, incondicionalmente, estando disposto a fazer campanha e votar na terceira via, seja qual for o candidato que estiver na frente em março, na certeza que de todos os demais pré-candidatos também estarão juntos durante toda a campanha eleitoral, para o bem deste país. (C.N.)  


segunda-feira, outubro 04, 2021

Senador protocola notícia-crime no STF contra Paulo Guedes por conta offshore

Publicado em 4 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Freixo quer acionar MPF para investigar Guedes e Campos Neto por offshore -  País - Jornal NH

Guedes ficou rico fraudando aplicações dos fundos de pensão

Raphael Felice
Correio Braziliense

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte solicite à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de uma investigação contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Neste domingo (3/10), a Pandora Papers, que faz parte do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), revelou que Guedes e Neto manteriam empresas no exterior em paraísos fiscais.

CRIMES E IRREGULARIDADES – O líder da oposição no Senado Federal entende que a manutenção de offshore por membros da política econômica do governo pode apontar uma série de crimes e irregularidades.

Pelo Twitter, o senador Randolfe Rodrigues, que é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ,afirmou que, além da notícia-crime, vai solicitar a presença de Guedes e de Campos Neto à Casa Legislativa para prestar esclarecimentos.

Randolfe afirmou, ainda, que, enquanto o povo sofre com as consequências do dólar alto, Guedes e Campos Neto acumulam “lucros milionários”.

FOME E MISÉRIA – Em outro tuíte, o senador afirma que o ministro da Economia lucrou com a fome e a miséria do povo brasileiro, citando também os aumentos abusivos dos preços dos combustíveis, do gás de cozinha e da carne.

O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, deve oficiar Paulo Guedes para obter mais informações sobre a empresa nas Ilhas Virgens, país considerado um ‘paraíso fiscal’, por possuir condições fiscais atrativas para investidores estrangeiros, baixos impostos e total sigilo bancário.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Parece haver uma distinção entre Paulo Guedes e Roberto Campos Neto. O dinheiro depositado pelo presidente do Banco Central no exterior parece ter sido ganho no mercado, enquanto a fortuna de Guedes foi feita mediante fraude na aplicação de recursos de fundos de pensão, conforme denúncia feita contra ele pela Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), cujo inquérito não anda porque Guedes se recusa a depor e nada acontece. Brasil, país da impunidade. (C.N.)

Em destaque

Receita Federal alerta para golpes com taxa falsa sobre Pix

  em  11 jan, 2025 8:46 (Foto: Marcelo Camargo/EBC) A Receita Federal emitiu nesta sexta-feira, 10,um alerta sobre fraudes cometidas contra ...

Mais visitadas