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segunda-feira, agosto 05, 2024

Num atoleiro moral, Netanyahu prolonga a guerra para obter sua sobrevida política

Publicado em 5 de agosto de 2024 por Tribuna da Internet

Without naming Ismail Haniyeh, Netanyahu says Israel will exact 'heavy ...

Se não negociar a paz, Netanyahu acabará afastado

Hélio Schwartsman
Folha

Num intervalo de horas, ataques israelenses mataram um general do Hezbollah em Beirute e o principal líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. Haniyeh estava no Irã como convidado para a posse do recém-eleito presidente Masoud Pezeshkian, uma desfeita a mais para o regime persa.

O cenário bélico no Oriente Médio ficou mais volátil, mas nenhuma das partes tem interesse num conflito generalizado. Penso que tentarão calibrar suas respostas para não criar nenhuma situação que leve à guerra total. Se vão conseguir é outra história.

ANTES, JULGÁ-LOS – Acho difícil deixar de classificar esse tipo de ação, que em inglês recebe o nome de “targeted killing”, como um caso de assassinato extrajudicial. Para dar-se o direito de matar líderes inimigos fora do campo de batalha, um país deveria no mínimo julgá-los antes, ainda que à revelia.

É fato, porém, que esses assassinatos seletivos foram normalizados nos últimos anos, recebendo até elaboradas justificativas jurídicas.

O “progressista” Barack Obama, prêmio Nobel da Paz, autorizou 542 operações com drones para eliminar suspeitos de terrorismo no Paquistão, no Iêmen e na Somália, deixando um saldo estimado de 3.797 mortos, incluindo 324 civis.

OPÇÃO DE GUERRA – Eu não faria muitas objeções se, na sequência do ataque terrorista de 7 de outubro, Israel tivesse optado por caçar lideranças do Hamas e eliminá-las em vez de pulverizar Gaza com bombardeios maciços, matando cerca de 40 mil palestinos, a maioria dos quais não teve nada a ver com os atentados. Só que o governo de Binyamin Netanyahu fez os dois, matou 40 mil palestinos e agora recorre aos “targeted killings”.

Netanyahu está conseguindo o que parecia muito difícil logo após a brutal falha de segurança do 7 de outubro, que é sobreviver politicamente. Ele vai prolongando deliberadamente o conflito e assim evita a dissolução de seu governo. Ao fazê-lo, porém, enreda Israel num atoleiro moral.

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