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terça-feira, novembro 08, 2022

Radicais da direita atacam a democracia, agridem o país e constrangem o Exército


Derrotados nas urnas, bolsonaristas perderam o bom senso

Pedro do Coutto

Na noite de domingo, o programa “Fantástico” da TV Globo exibiu a manifestação de radicais da direita concentrados em frente ao Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio, pedindo intervenção militar contra o resultado das urnas e, em consequência, a implantação de uma ditadura no Brasil.

O absurdo de mais essa investida antidemocrática é total; os manifestantes e os organizadores das manifestações que têm ocorrido em algumas cidades desprezam as eleições, o regime democrático, agridem a sociedade brasileira e constrangem o Exército no caso da manifestação no Rio de Janeiro.

GOLPE – Constrange o Exército porque estão propondo um golpe militar que já foi rejeitado diretamente não só pelo Exército, como pelas próprias Forças Armadas. Mas não é apenas isso. O constrangimento é maior porque querem utilizar a força que não possuem para fazer o seu jogo carregando o peso de uma ruptura rejeitada pelas urnas de todo o país, incluindo nessa rejeição os senadores, os deputados federais e os deputados estaduais que foram legitimados em outubro pela força insubstituível do voto democrático.

Portanto, os radicais da direita, a exemplo de Donald Trump, em janeiro de 2021, como lembrou Fernando Gabeira num belo artigo no O Globo desta segunda-feira, no fundo desenvolvem a ideia de utilizar uma força armada que se encontra a serviço do Brasil num instrumento isolado de ruptura com o presente e com o futuro. Com o futuro porque qualquer atitude antidemocrática atinge quase todos os que compareceram à votação para a escolha  do presidente da República.

Pensar o contrário seria como confessar que para si só há um resultado possível: a vitória do seu candidato. Quem participa de uma eleição adere ao princípio do respeito ao resultado. Se isso não ocorrer, os que propagam um golpe, seja na porta do Palácio Duque de Caxias, seja nas redes da internet, estão em contradição consigo mesmo. E nessa contradição, tentam envolver em vão o Exército brasileiro.

EDUCAÇÃO – No O Globo de ontem, Bruno Góis, Mariana Muniz e Natália Portinari publicaram reportagem sobre as alternativas que o governo Lula deverá enfrentar relativas ao orçamento para 2023, não só sobre a sua sombria parte secreta, mas em consequência dos cortes praticados pelo ministro Paulo Guedes nas verbas para a Educação, setor fundamental para o desenvolvimento do país.  Quanto ao orçamento secreto, a equipe de Lula da Silva espera pelo resultado do julgamento do assunto pelo Supremo Tribunal Federal.

Sobre a Educação, matéria de Bruno Alfano e Bruna Martins, também no O Globo, o problema vem preocupando fortemente os especialistas no assunto, a começar pela atenção à primeira infância e da necessidade de o MEC, digo, não repetir Milton Ribeiro, mas encontrar um caminho efetivamente técnico, construtivo e democrático.

Vale lembrar a necessidade absoluta da expansão da rede de creches para os segmentos de menor renda, pois a fase pré-escolar influi diretamente no aumento da capacidade de aprendizado dos alunos que ingressam no sistema de ensino no país, começando por participar de um num processo de informação e compreensão da realidade.

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