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segunda-feira, novembro 14, 2022

Bolsonaristas farão uma supermanifestação diante do QG do Exército nesta terça-feira

Publicado em 14 de novembro de 2022 por Tribuna da Internet

Cada vez chegam mais manifestantes e mais caminhoneiros

Victor Correia
Correio Braziliense

Movimentos bolsonaristas que defendem um golpe militar organizam uma manifestação para amanhã, no feriado da Proclamação da República. No acampamento em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Urbano, a informação é de que caravanas de diversos estados estão vindo para a capital federal.

“Os patriotas têm que vir todos aqui para Brasília, não adianta ficar nos estados”, discursou um dos líderes do acampamento, em cima de um trio elétrico, na noite de ontem.

ANTIDEMOCRATAS – Os manifestantes, com pautas antidemocráticas, reuniram-se no meio da via que separa o QG e a Praça dos Cristais, um espaço que estava demarcado por cones e monitorado pela polícia do Exército.

Em suas falas, os líderes criticaram o STF, pediram a saída do presidente eleito Lula da Silva (PT) e clamaram pelo auxílio das Forças Armadas.

“Dizem que nós temos que aceitar o resultado de uma eleição fraudulenta”, soaram os alto-falantes do trio elétrico, que podem ser ouvidos a quilômetros de distância.

MÚSICA GOSPEL – Após os discursos, os manifestantes transmitiram uma música gospel, seguida de apelos para manter o local organizado, respeitar as áreas demarcadas pelos militares e não agir de forma violenta. “Ninguém aqui está incitando a violência nem vai fazer isso”, disse um dos líderes.

A manifestação de amanhã está sendo organizada, principalmente, nas redes sociais bolsonaristas. Entre os presentes no acampamento — instalado em frente ao QG desde o segundo turno das eleições —, a expectativa é que seja a maior mobilização já feita até agora. Além de Brasília, atos antidemocráticos estão acontecendo em diversas cidades do país.

“Meu cunhado está mandando 40 caminhões do Sul para cá”, contou um dos manifestantes. Segundo ele, seu cunhado é frotista, ou seja, dono de todos os veículos. Mais de 300 carretas estão estacionadas na Praça dos Cristais.

COMIDA GRÁTIS – O acampamento em frente ao QG está bastante organizado, com áreas demarcadas para as barracas, banheiros químicos esvaziados diariamente, alimentação gratuita — com três refeições — e trio elétrico.

Mesmo à noite, subia fumaça das barracas destinadas à alimentação, onde o jantar era preparado. Segundo alguns manifestantes, empresários fornecem a estrutura necessária para a permanência dos bolsonaristas. A presença dos frotistas é a mais marcante, com caminhões padronizados, pertencentes ao mesmo dono.

O Ministério Público Federal (MPF), um dos alvos dos discursos antidemocráticos, monitora as manifestações em pelo menos 17 estados e no Distrito Federal, e está identificando os financiadores do movimento. Quem visita o acampamento em Brasília nota que há padronização de bandeiras, faixas e dos demais materiais.

OUTRAS INVESTIGAÇÕES – Há pelo menos outras quatro frentes de investigação pelo MPF: violações ao direito de ir e vir dos cidadãos; uso de mulheres, crianças e idosos como escudo humano para evitar ações policiais; discursos de ódio e gestos nazistas; e listas de boicotes por motivação política.

Em comunicado, o órgão considerou que as autoridades locais têm sido “lenientes” com os manifestantes. Procuradores confirmaram a falta de empenho em alguns estados para dispersar os atos, mesmo após ordem do STF.

O procurador federal dos Direitos do Cidadão Carlos Alberto Vilhena, um dos nomes à frente da articulação do MPF, disse que as manifestações, “por se dizerem patriotas, tendem a ter maior leniência e tolerância das autoridades públicas federais e estaduais”. “No entanto, os ânimos estão mais exaltados por conta da divisão ideológica e não podemos admitir manifestações que violem outros direitos, como a nossa ordem democrática” defende.

EM MUITOS ESTADOS – Os protestos investigados ocorreram em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Rio Grande do Norte, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins.

O advogado Carlos Alexandre Klomfahs entrou na Justiça com um pedido de habeas corpus coletivo para todos os manifestantes que protestam contra o resultado das urnas em frente aos quartéis. Segundo o advogado, o salvo conduto é necessário para assegurar a liberdade de manifestação, reunião e locomoção.

Klomfahs diz ainda que o “único meio jurídico e republicano de obrigar” Moraes a “concretizar o direito de manifestação” é por meio de uma decisão colegiada. Mas o plenário do STF já confirmou, em julgamento unânime no plenário virtual, a ordem do ministro para liberar vias públicas bloqueadas por bolsonaristas. (Com informações da Agência Estado)

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Muitos empresários que financiam os atos antidemocráticos foram facilmente identificados, porque enviam caminhões com o logotipo de suas empresas. O ministro Moraes vai meter a caneta neles, mas a multa de R$ 100 mil deveria ser diária. Multar por hora parece ser um monte de exageros. (C.N.)


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