O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell
A União Europeia (UE) garantiu que responderá de forma "firme e proporcional" à decisão "injustificada" da Nicarágua de expulsar a sua embaixadora e de romper relações com a Holanda, disse neste domingo(2) o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Declarada persona non grata na sexta-feira, a embaixadora da UE Bettina Muscheidt deixou Manágua no sábado rumo ao México, de onde tomou um voo para a França.
"A UE lamenta profundamente e rejeita essa decisão injustificada e unilateral" do governo de Daniel Ortega, afirmou Borrell em nota.
"A UE também lamenta profundamente a desproporcionada e injustificada decisão unilateral tomada na sexta pelo governo da Nicarágua de romper relações diplomáticas com o reino da Holanda e expressa seu apoio inabalável ao governo holandês", acrescentou.
O bloco indicou que "estas ações hostis e injustificadas não afetarão apenas as relações bilaterais entre Nicarágua e da UE e seus Estados-membros, mas também conduzirão a um maior isolamento internacional da Nicarágua. Neste contexto, a UE está estudando uma ação apropriada e responderá de maneira firme e proporcional".
O presidente Daniel Ortega foi reeleito em novembro de 2021 para um quarto mandato consecutivo com todos seus potenciais adversários presos no exílio.
"A atual crise política na Nicarágua deve resolver-se através de um diálogo genuíno entre o governo e a oposição", sustenta Borrell, que garantiu que "a UE continua aberta ao diálogo com a Nicarágua, sempre que esse diálogo se realizar com respeito".
A comunidade internacional criticou várias vezes o regime nicaraguense, em especial após a repressão à onda de protestos antigovernamentais em 2018.
A UE e os Estados Unidos impuseram muitas sanções contra a Nicarágua e figuras do regime nos últimos quatro anos, citando em particular as violações aos direitos humanos.
AFP / SWI