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sexta-feira, outubro 07, 2022

Reportagem sinaliza que O Globo apoia Lula de uma maneira altamente antiética

Publicado em 7 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Lula ataca a Globo e quer novas regras às TVs: "Sou vítima"

O Globo diz que mais de 200 procuradores criticam Moro

Deu em O Globo

As declarações públicas de apoio de Sergio Moro e Deltan Dallagnol à reeleição de Jair Bolsonaro provocaram revolta no Ministério Público e incendiaram um grupo de WhatsApp em que estão mais de 200 procuradores da República, todos da área criminal e ligados ao combate à corrupção.

Moro, eleito senador pelo União Brasil do Paraná, e Deltan, eleito deputado pelo Podemos, declararam apoio a Bolsonaro pelas redes sociais na terça-feira,. Rosangela Moro, mulher do ex-juiz eleita deputada federal por São Paulo, não se manifestou publicamente.

NOTA DE ONG – A discussão no grupo de procuradores começou depois que alguns compartilharam uma nota pública da ONG Transparência Internacional publicada na quinta-feira (5), repudiando o fato de Moro e Dallagnol terem “evocado a luta contra a corrupção para expressar seu apoio a Jair Bolsonaro”.

A Transparência afirma no documento que “associar luta contra a corrupção ao apoio a Bolsonaro é “prestar um desserviço à causa e desvirtuar o que ela fundamentalmente representa”

O texto recebeu uma série de mensagens de apoio e de indignação com Deltan e Moro. Nas mensagens, os procuradores acusaram de incoerência os ex-colegas, por dizerem que são contra a corrupção e aderirem a “um governo que tem orçamento secreto, Ciro Nogueira, Fernando Collor e Valdemar da Costa Neto”.

JOGA NO LIXO – Para alguns procuradores, a adesão “joga no lixo” todo o trabalho que da operação e “queima” a instituição do Ministério Público. Em resposta, um procurador que atuou na Lava Jato escreveu que, por terem impulsionado suas carreiras políticas a partir da operação, os dois tinham o dever de respeitar esse legado, assim como os colegas que continuam tocando os processos.

Uma procuradora concordou, dizendo que ambos tinham que ter no mínimo ficado quietos – algo que, nas palavras dela, nunca conseguiram fazer.

Já uma outra integrante do grupo, que assumiu parte do acervo da Lava Jato, reclamou que a atitude dos ex-colegas faz com que os atuais procuradores da operação fiquem parecendo membros de campanha, por terem que defender um trabalho que está sendo queimado como algo político-partidário.

VOTO DE CONFIANÇA – Em meio à discussão, um integrante do grupo lembrou que, assim que Augusto Aras foi escolhido para comandar procuradoria-geral da República por Bolsonaro, ignorando a lista tríplice da categoria, Deltan enviou um e-mail para a rede de membros do MP pedindo que “dessem um voto de confiança a Aras”.

Na época, apesar de ter provocado mal estar, a atitude foi vista como uma tentativa de composição com o PGR para tentar “salvar” a Lava Jato. No grupo, ontem, já estava sendo encarada de forma diferente.

Nas palavras de um procurador com quem conversei e que também se manifestou no grupo, “Deltan e Moro privatizaram os ganhos da Lava Jato e socializaram as perdas. Colocaram todo o Ministério Público na maior crise institucional de sua história. Eles estão fazendo com que fique fácil sustentar o desmonte da instituição”.

“PASSAR PANO” – As poucas tentativas de “passar pano” para os dois ex-Lava Jato no grupo foram prontamente rechaçadas. As trocas de mensagens continuavam intensas até a manhã desta sexta-feira , com vários membros aproveitando a ocasião para descarregar suas críticas.

O curioso é que, assim que foram eleitos, Moro, Deltan e Rosangela postaram mensagens nas redes sociais e deram declarações sugerindo um renascimento da Lava Jato, “como uma fênix”.

Pela reação dos ex-colegas, contudo, eles terão que buscar outra bandeira para transformar no mote de seus mandatos.

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NOTA DA REGIÃO DO BLOG
 – Com a máxima vênia, esse tipo de reportagem deixa O Globo em péssima situação. O único dado sólido é a nota da Transparência Internacional. O resto é um monte de declarações de procuradores e procuradoras, sem dar nome a nenhum “entrevistado”. Bem, se são mais de 200 procuradores contra Moro e Dallagnol, e todos se manifestaram “em off”, como a matéria pode ter sustentação? Conforme já expliquei aqui na Tribuna, eu respeito as opiniões sobre Lula e Bolsonaro, mas não apoiarei nenhum deles no segundo turno. Para mim, a matéria deixa transparecer que O Globo está apoiando Lula, mas de uma maneira claramente antiética. E isso não é jornalismo(C.N.)

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