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segunda-feira, outubro 10, 2022

Em Minas, Lula minimiza apoio de Zema a Bolsonaro e avisa que o “povo não é gado”

Publicado em 10 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Em BH, Lula comenta apoio de Zema a Bolsonaro e diz que o povo não é gado

Em BH, milhares de pessoas nas ruas para prestigiar Lula

Leonardo Augusto e Matheus Tupina
Folha

O ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para o segundo turno a ser disputado entre os dois. O petista participou de caminhada de campanha neste domingo (9) em Belo Horizonte.

Em entrevista coletiva antes do ato na capital mineira, Lula afirmou que Zema tem liberdade de apoiar quem ele quiser, mas que o “povo” não é “gado”.

DISSE LULA – “Primeiro, o governador Zema tem liberdade de apoiar quem ele quiser. Não me oporei, nem pensava que fosse diferente [ele não apoiar Bolsonaro]. A única coisa que ele tem que levar em conta é pensar que o povo é gado, que o povo pode ser levado pra lá e pra cá. O povo tem consciência”, disse.

Lula também prometeu terminar o Hospital Geral de Divinópolis, ressaltando os feitos dos governos petistas. “Se Zema fizer mais de 10% do que fizemos aqui em Minas, ele terá remorso. Ele precisa ver quantas casas populares foram feitas aqui em Minas até 2016”, afirmou o ex-presidente.

O governador mineiro declarou, na última terça-feira (4), o apoio à reeleição de Bolsonaro. O mandatário afirmou que a ajuda é “essencial” e “decisiva” para vencer as eleições.

PREFEITO APOIA – O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), anunciou ao lado de Lula apoio a ele no segundo turno. Noman, que assumiu a prefeitura com a saída de Alexandre Kalil (PSD) para disputar o governo do estado, não vinha se posicionando ao longo da campanha de primeiro turno, nem mesmo a relação a seu antecessor — que foi derrotado por Zema.

A adesão do prefeito a Lula foi justificada com a necessidade de investimentos da União na cidade. “Temos que construir casas populares, e não há dinheiro do governo federal”, reclamou, afirmando que com Lula esses recursos serão repassados.

Zema, por sua vez, disse que tem divergências com Bolsonaro, mas que neste segundo turno das eleições é importante deixar as diferenças de lado para evitar uma vitória do ex-presidente petista.

SORRIR OU CHORAR – Na entrevista, Lula também disse que não ganhou no primeiro turno porque uma parcela da população não quis, e relembrou os pleitos de 2002 e 2006, dizendo que nunca venceu uma eleição na primeira etapa. Além disso, reiterou que aceitará o resultado das eleições independentemente de qual for.

“Agora, os votos estão definidos. Quem é Cruzeiro é Cruzeiro, e quem é Atlético é Atlético. Agora não tem choro nem vela, quem tiver mais voto ganha. Gostaria de ter convencido mais gente a votar em mim, mas o resultado será acatado. Por mim não tenham dúvida. Quem ganhar, e espero que seja eu, tenha direito de sorrir, e quem perder, tenha direito de chorar.”

Lula também falou de sua agenda e disse que pretende evitar “mordidas” de Bolsonaro. “Vou ter dois debates com o genocida. Vou colocar muito repelente no corpo com medo de uma mordida. Ele disse numa entrevista pro New York Times que ele teria coragem de comer carne de índio. Se ele pensar em dar uma mordida num pernambucano, ele vai morrer envenenado”, disse.

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