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sexta-feira, setembro 02, 2022

General Paulo Sérgio enfim aceita urnas eletrônicas, o que esvazia a alegação de Bolsonaro

 Publicado em 2 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet

Pedro do Coutto

Encontro marcado pela cordialidade com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, o general Paulo Sérgio Nogueira, ministro da defesa, finalmente aceitou a eficiência das urnas eletrônicas que representa, sem dúvida, como reflexo político, o enfraquecimento da argumentação do presidente Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral que funciona desde 1996 nas eleições brasileiras.

O ministro Alexandre de Moraes concordou com o teste, acentuando apenas que só poderá ser feito em poucas urnas, uma vez que o sistema de votação de 2 de outubro está sendo fechado em todas as seções eleitorais do país, em cerca de sete mil.

NOVOS ELEITORES – O teste de biometria, ressalto, só pode ser destinado aos novos eleitores, uma vez que os mais idosos não são obrigados a atualizar as inscrições eleitorais, valendo assim para todos os efeitos, num espaço de 10 anos pela frente, os títulos antigos emitidos pela Justiça Eleitoral, cuja legitimidade foi colocada em dúvida.

No O Globo, na edição de ontem, a reportagem é de Mariana Muniz e Jussara Soares. Na Folha de S. Paulo é de Matheus Vargas e César Feitosa. No Estado de S. Paulo, o autor da matéria é Wesley Galzo. O encontro entre o ministro Alexandre de Moraes e o general Paulo Sérgio Nogueira, na minha opinião, reduz quase totalmente as tensões que foram orçadas pelo Planalto sobre a liberdade e a legitimidade do voto nas urnas de 2 de outubro e, dependendo dos resultados, também nas urnas do dia 30 do próximo mês.

A campanha eleitoral está nas ruas, nas emissoras de TV e rádio, e aguardemos os seus efeitos no posicionamento dos candidatos. Além da TV Globo e da GloboNews, os jornais de hoje devem revelar os resultados da nova pesquisa do Datafolha.

ORÇAMENTO PARA 2023 – Numa excelente reportagem, O Globo desta quinta-feira, Manoel Ventura, Jeniffer Gularte, Fernanda Trisotto, André Duchiade e Luiza Marzullo focalizam e analisam o projeto de orçamento para 2023 elaborado pelo secretário do Tesouro do Ministério da Economia, Esteves Colnago, que não inclui recursos para o aumento do Auxilio Brasil de R$ 400 para R$ 600 como assegura Jair Bolsonaro e também não considera a inflação registrada em 2022 para a correção do Imposto de Renda pago na fonte pelos assalariados a ser declarado em 2023.

Como a inflação deste ano, apesar dos esforços do IBGE, deve fechar nominalmente em 10%, esta percentagem representa o aumento indireto que recairá em todos os contribuintes pessoas físicas. Na Folha de S. Paulo, o tema foi também muito bem focalizado por Idiana Tomazelli, e que analisa na mesma edição da FSP que o projeto prevê um aumento nominal do salário mínimo para R$ 1302, uma correção de 7,4% em relação ao piso atual significando assim uma perda inflacionária de cerca de 2,6%.

SEM AUMENTO REAL – A matéria acentua que será o quarto ano seguido que o governo Bolsonaro não coloca em prática nenhum aumento real relativamente ao salário mínimo. Assim, acrescento, não existe um processo de redistribuição de renda do capital para o trabalho, como era previsto na legislação que antecedeu a do atual governo.

Com isso, a compensação de renda através do Auxilio Brasil significa uma transferência estatal, não uma passagem de valor do capital privado para os trabalhadores. Além disso, reajustar o salário mínimo e não reajustar os demais salários representa um achatamento da renda do trabalho, o que faz com que a cada ano aumente o número dos que se encontram contidos no piso salarial. A concentração de renda avança, o oposto de qualquer projeto de desenvolvimento social.

PAÍS DO FUTURO – Em longa entrevista a Manuel Carvalho, Folha de S. Paulo de ontem, o historiador José Murilo de Carvalho, afirma que em sua opinião, o panorama atual da política brasileira torna o Brasil um país longe de ser o país do futuro, que era o sonho de muitos pensadores.

Vou ler com atenção a entrevista e pretendo escrever sobre a mesma na coluna de amanhã, mas um dos fatores que afasta a meta de futuro para os brasileiros e brasileiras está exatamente na concentração de renda. Além do mais, o antigo argumento de que o Brasil é um país jovem, usado por muitos governantes, é falso. O Brasil é exatamente oito anos mais moço do que os Estados Unidos.

TETO DA APOSENTADORIA –  A Folha de S. Paulo publica matéria informando que com o salário mínimo de R$ 1.302, o valor máximo das aposentadorias e pensões do INSS passa de R$ 7 mil para R$ 7.612. Essa questão das aposentadorias do INSS é uma questão social extremamente grave.

Até o governo Fernando Henrique Cardoso, o teto era de dez salários mínimos, e FHC o reduziu para cinco salários mínimos. Fácil é estimar qual o prejuízo para os segurados que descontaram sobre os dez salários mínimos e agora vão receber 5,5 pisos salariais.

GORBACHEV –  Aos 91 anos de idade, e depois de uma obra de distensão do cenário mundial no relacionamento entre os Estados Unidos e a Rússia, Gorbachev viajou para a eternidade.

Sua imagem ficará para sempre, especialmente aquela em que ele e Ronald Reagan com martelos nas mãos começam a demolir o Muro de Berlim, abrindo assim para o mundo uma nova perspectiva vista da porta de Brandemburgo. Infelizmente, Putin no governo obscureceu a eterna ideia da liberdade.

RUY CASTRO – A ausência de Ruy Castro, que espero ser curta, retira um espaço ao qual os leitores se acostumaram de inteligência, conhecimento, estilo e presença da cultura na imprensa brasileira. A sua produção nas páginas da Folha de S. Paulo e nos livros que escreveu e está escrevendo, representa um avanço e uma contribuição extraordinários, sendo a tradução indispensável dos fatos que iluminam as vidas humanas.

Ruy Castro é um dos colunistas mais brilhantes da imprensa de todos os tempos, sobretudo porque une a forma ao conteúdo que todos nós esperamos encontrar no que é escrito a cada dia.

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