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terça-feira, setembro 06, 2022

Brasileiros veem mais corrupção na política do que na sociedade civil, mas não dão a mínima…

Publicado em 6 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet

Charge Erasmo Spadotto - Legalização da Corrupção - Portal Piracicaba Hoje

Charge do Erasmo (Portal Piracicaba)

Rafael Soares
O Globo

A classe política é mais associada à corrupção no Brasil do que entidades da sociedade civil, como empresas, ONGs, movimentos sociais e igrejas. Na esteira dos desdobramentos de investigações sobre pagamentos de propina que promoveram uma reorganização de forças pós-urnas em 2018, duas pesquisas realizadas pelo Ipec, a pedido do GLOBO, evidenciam a avaliação dos brasileiros.

No quadro geral, a prática só fica atrás do desemprego na lista de problemas que mais afligem a população. Um olhar detalhado revela ainda que Câmara dos Deputados, Senado e o Executivo em suas três esferas (federal, estadual e municipal) são vistos como mais corruptos, na comparação com a compreensão geral sobre o tema.

GRANDE DESAF IO – Para 36%, a corrupção é um dos três desafios mais urgentes do Brasil. Um levantamento complementar destrinchou a questão.

Com base nas respostas — os entrevistados podiam associar “muita”, “alguma”, “pouca” ou “nenhuma” corrupção aos itens pesquisados —, o instituto elaborou um índice de percepção sobre o tema, que no geral ficou em 77 (quanto mais perto de 100, maior é a associação com corrupção).

No caso da Câmara, o resultado foi 92 (76% vinculam “muita corrupção” à Casa); quanto ao Senado, 89; governos estadual (86), federal (84) e municipal (80) vêm em seguida.

SOCIEDADE CIVIL – A avaliação sobre entidades da sociedade civil é distinta. No caso das empresas, o índice calculado é de 67, patamar semelhante ao de ONGs e igrejas. Nas nuances, no entanto, há uma diferença: enquanto 24% veem “muita corrupção” nas companhias, o resultado é de 31% para as organizações não-governamentais e de 32% para as instituições religiosas.

Entre as instituições de Estado, é a Polícia Federal quem se sai melhor: 68 no índice calculado pelo Ipec, com 31% de percepção de muita corrupção.

— De fato ocorrem escândalos de corrupção mais graves e em maior quantidade envolvendo os políticos. No entanto, só existe corrupção porque um recebe e outro paga. No Brasil, como vimos na Lava-Jato, geralmente quem paga são grandes empresas privadas. Mas o brasileiro só vê a corrupção do lado do Estado. Outro ponto é que as empresas são, em sua maioria, de pequeno porte, comerciantes, microempreendedores. São nelas que o brasileiro pensa, não nas grandes empreiteiras — avalia o diretor da ONG Transparência Brasil, Manoel Galdino.

CÂMARA CORRUPTA – O olhar sobre a Câmara dos Deputados pode ser explicado a partir do noticiário, porque foi o epicentro do mensalão, mecanismo que instituiu repasses ilícitos em troca do apoio a votações no primeiro governo do ex-presidente Lula (PT), e teve parlamentares envolvidos também na Lava-Jato, que esquadrinhou relações tortuosas entre políticos, órgãos com presença do governo e empresas.

Mais recentemente, veio à tona o orçamento secreto, dispositivo desenvolvido pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para pacificar a relação com o Congresso, por meio da distribuição de recursos via emenda parlamentar, de forma desigual e sem transparência. Para 2023, a previsão orçamentária com o expediente é de R$ 19,4 bilhões.

 

A sensação geral sobre corrupção é maior entre mulheres e mais pobres. E a pesquisa revela ainda uma clivagem religiosa: evangélicos avaliam a situação com menos gravidade, na comparação com católicos e os praticantes de outras religiões.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, a pesquisa demonstra que os brasileiros não ligam para a corrupção, acham que faz parte do “novo normal”, como fica comprovado pelo apoio dado a candidatos comprovadamente corruptos, como Lula da Silva e Jair Bolsonaro, que enriqueceram ilicitamente fazendo política. O resto é folclore, como diz Sebastião Nery. (C.N.)

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