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terça-feira, setembro 06, 2022

Bolsonarismo se divide entre o voto e a ruptura democrática

Publicado em 6 de setembro de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Nani (nanihumor.com)

Pedro do Coutto

Reportagem de Renata Galf, Folha de S. Paulo desta segunda-feira, com base em pesquisa do Instituto Quaest, destaca que na internet, principalmente no Telegram e no WhatsApp, correntes bolsonaristas se dividem entre o apoio à reeleição do presidente e a ruptura democrática baseada em mensagens dirigindo-se ao próprio Bolsonaro propondo que ele acione as Forças Armadas.

A ameaça continua e segue um processo curioso: o bolsonarismo, em muitos casos, quer tanto a vitória do voto quanto o golpe, em caso de derrota. Há os que só falam do voto e há os que só falam do golpe.

ATAQUES – Esses últimos, atacando o comunismo, o Supremo Tribunal Federal, Lula da Silva e pedindo para que corrente militar intervenha no processo de sucessão. No caso, aliás, melhor seria dizer na continuação do atual governo.

As raízes ideológicas conservadoras permanecem sustentando o radicalismo. A dúvida, contudo, é se as ameaças de golpe acrescentam ou fazem Bolsonaro perder votos.

FAVORITISMO – Na edição de ontem de O Globo, Marlen Couto, numa excelente reportagem, assinala que 19 governadores disputam a reeleição este ano, dos quais 15 lideram as pesquisas estaduais. Essa liderança, a meu ver, vem de duas fontes.

Primeiro, o ótimo desempenho revelado por governadores que se elegeram em 2018. Por outro lado, por ser uma consequência das carências da população que fazem com que eleitores e eleitoras dependam fundamentalmente das máquinas administrativas.

DEPENDÊNCIA – Quanto maior o estado de carência da população, maior será o poder de quem já o obteve nas urnas anteriores. É natural. Não se pode exigir comportamento diferente daqueles que dependem para sobreviver da ação das máquinas administrativas. Governadores com maior índice de aprovação, claro, lideram as disputas estaduais.

É o caso de Renato Casagrande no Espírito Santo, aprovado por 56% do eleitorado, de Romeu Zema em Minas Gerais, aprovado com 50%, de Ratinho Júnior no Paraná, com aprovação de 52%, de Ronaldo Caiado em Goiás, com aprovação de 49%, entre outros. Uma situação curiosa é o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (49%), que deixou de apoiar Bolsonaro e passou a apoiar Soraya Thronicke. Certamente para livrar-se da polarização e o risco de perder votos.

MANIFESTAÇÕES –  Amanhã, o Brasil comemorará 200 anos de Independência e a data dará margem a que Jair Bolsonaro obtenha reflexos políticos, usando a oportunidade como prova de apoio militar à sua reeleição.

Além disso, Bolsonaro está mobilizando evangélicos, ruralistas e convocando servidores das empresas estatais para a manifestação de Brasília, convidando a população carioca e fluminense para o espetáculo militarizado na Avenida Atlântica.

BASTIDORES – Na Folha de S. Paulo, Marianna Holanda, Matheus Teixeira e Thiago Rezende destacam as movimentações dos bastidores na área do governo para obter divulgação e repercussão da presença do presidente na solenidade. O empresário Luciano Hang deve comparecer aos atos de Brasília e do Rio de Janeiro.

A expectativa maior, contudo, é sobre o comportamento de Bolsonaro e de seu discurso, uma vez que o presidente da República é considerado um homem cuja atuação é difícil de prever. Acredito que ele está mais próximo de uma posição arrebatada do que uma posição moderada e de equilíbrio institucional. No fundo sabe que o seu eleitorado mais ativo deseja uma atuação agressiva.

ESPETÁCULO – Há poucas semanas, dois gols extraordinários de bicicleta foram marcados por Pedro do Flamengo e Ronny do Palmeiras. Ocorreram outros gols e muitas outras tentativas.

Creio ser interessante e deixo aqui a ideia para a TV Globo e para o Esporte Espetacular de uma reportagem sobre a origem da bicicleta no futebol que foi imortalizada por Leônidas da Silva, que começou no Bonsucesso, consagrou-se no Flamengo, na seleção brasileira e encerrou a carreira no São Paulo.

RACISMO DISFARÇADO –  Muito bom o artigo de Ana Cristina Rosa, Folha de S. Paulo de ontem, sobre formas disfarçadas de racismo.  Foi o caso de um candidato a governador do Piauí que ao ser entrevistado por uma jornalista de sangue negro disse que ela era “negra, mas era inteligente”.

Isso quer dizer que a conjunção “mas” é excludente, destacando no caso a inteligência de alguém que em princípio não poderia apresentar essa qualidade. Uma posição detestável.

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