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sexta-feira, setembro 09, 2022

A fortuna da rainha e os custos da casa real




Isabel II deixa fortuna e privilégios

A rainha Isabel II acumulou uma fortuna pessoal estimada em 370 milhões de libras (425 milhões de euros), segundo uma estimativa publicada este ano pelo "Sunday Times".

A monarca falecida esta quinta-feira, aos 96 anos, seguiu um estilo de vida conforme aos padrões da realeza, custeado pelo contribuinte. Segundo o mesmo jornal, a família também faturava com negócios privados, não revelados. Uma verba anual do Governo, denominada "Sovereign Grant", é orçamentada para cobrir os gastos oficiais da rainha e de outros membros da casa real que a representam. Durante o ano fiscal de 2020-2021, atingiu 86 milhões de libras, dos quais 34,4 milhões foram usados para obras de manutenção do Palácio de Buckingham.

Privilégios de 1760

A "Sovereign Grant" equivale a 15% dos lucros obtidos pelo "Crown Estate", uma carteira financeira que inclui terras, imóveis e outros tipos de ativos, como quintas eólicas que pertenciam à monarca, mas que são administrados de forma independente.

A renda líquida do "Crown Estate" é passada para o Tesouro britânico, segundo um acordo selado em 1760. No último exercício, a "Sovereign Grant" foi elevada provisoriamente, para cobrir as despesas com as obras de restauro do Palácio de Buckingham. Também é usada para pagar as centenas de funcionários que trabalham para a casa real.

Renda privada

"Privy Purse" é como se denomina o rendimento privada da monarca, que provém de propriedade da casa real desde a Idade Média. Os ativos são constituídos por terras, investimentos financeiros e propriedades avaliadas em mais de 500 milhões de de libras. O "Privy Estate" é integrado por 315 residências, assim como estabelecimentos comerciais no centro de Londres e milhares de hectares de terras agrícolas. No exercício de 2020-2021, teve uma receita líquida de 20 milhões de libras. A rainha cedeu parte deste montante à família e pagou impostos sobre o dinheiro não usado em tarefas oficiais.

"A rainha usa esse dinheiro para pagar despesas pessoais, para manter as residências de Balmoral e Sandringham, algo muito custoso", afirma David McClure, autor de um livro sobre as finanças da rainha, intitulado "The Queen's True Worth". As duas residências são propriedade da família real.

"Ela também usa parte deste dinheiro para subvencionar outros membros da família real que não receberam dinheiro público ou da "Sovereign Grant", acrescentou McClure à agência France-Presse.

Entre os destinatários destes subsídios estão a filha, a princesa Anne, o seu filho mais novo, o príncipe Edward, e sua esposa, Sophie, condessa de Wessex, assim como filho do meio, o príncipe Andrew. Este deixou de desempenhar funções reais e não receberá uma parte tão generosa quanto no passado. Caiu em desgraça por causa da proximidade ao consultor financeiro americano Jeffrey Epstein, acusado de explorar sexualmente menores de idade antes de se suicidar na prisão.

Propriedade privada

Apesar de a maioria dos palácios reais pertencer ao "Crown Estate", a rainha tinha duas residências privadas: o castelo de Balmoral, no norte da Escócia, com valor estimado em 100 milhões de libras esterlinas, e a casa de campo em Sandringham, avaliada em cerca de 50 milhões de libras. Estas propriedades não são mantidas com recursos públicos.

A rainha também contava com alguns objetos da Coleção Real a título pessoal, o que inclui uma coleção de selos que pertenceu ao avô, o rei George V, estimada em 100 milhões de libras esterlinas.

A grande paixão da monarca pelos cavalos de corrida também a fez ganhar mais de sete milhões de libras em prémios, segundo cálculos do site myracing.com, embora este valor exclua a manutenção dos animais, muito custosa.

As joias da Coroa, avaliadas em cerca de três mil milhões de libras, pertencem à rainha de forma simbólica. São transferidas automaticamente ao sucessor.

Fuga fiscal

A rainha esteve implicada nos Paradise Papers, documentos secretos sobre os bens dos ricos e poderosos fora de seus países, revelados em 2017.

Estes documentos foram difundidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Revelaram que Isabel II, através do ducado de Lancaster, depositou dez milhões de libras nas Ilhas Caimão e nas Bermudas, territórios britânicos ultramarinos, considerados paraísos fiscais.

Apesar da fortuna pessoal, a rainha ficou de fora da lista das 250 pessoas mais ricas do Reino Unido, elaborada pelo The Sunday Times, e encabeçada pelo empresário Leonard Blavatnik, com um patrimônio líquido de 23 mil milhões de libras.

A fortuna deixada por Isabel II também é muito menos expressiva se comparada à de outras monarquias: a da família real tailandesa é estimada entre 50 e 70 mil milhões de dólares e o patrimônio do rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud chega a 18 biliões de dólares.

Jornal de Notícias (PT)

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