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sexta-feira, maio 06, 2022

Primeira-dama do RJ recebeu R$ 62 mil de fornecedora da concessionária Metrô

Publicado em 6 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

Analine Castro, mulher do governador do Rio, é publicitária

Paulo Cappelli e Guilherme Amado
Metrópoles

A publicitária Analine Castro e Silva, casada com o governador Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, recebeu R$ 62,6 mil de uma empresa de publicidade contratada pela concessionária MetrôRio. O valor, referente ao trabalho de atendimento de clientes da agência, foi recebido por meio de quatro notas fiscais emitidas pela empresa de Analine, aberta cinco dias após Castro assumir como governador interino do estado, em 2020.

Os repasses, feitos em parcelas de R$ 15.660, ocorreram em novembro (duas vezes), dezembro de 2020 e janeiro de 2021. O governo do Rio enviou fotos de um crachá da primeira-dama na época e com colegas de trabalho da agência, como comprovação de que ela trabalhou de fato.

CONCESSIONÁRIA – A ACS Assessoria de Negócios, empresa criada pela primeira-dama com suas iniciais, foi contratada pela agência Link7 Publicidade no segundo semestre de 2020. A Link7 tem a conta do MetrôRio e, desde 2020, recebeu ao menos R$ 1,1 milhão da empresa. O MetrôRio é uma empresa privada que opera a concessão de transporte metroviário do estado.

O publicitário Guilherme Leite, sócio da Link7, disse ter contratado a empresa de Analine por indicação de uma funcionária de sua agência de publicidade, cujo nome não quis informar.

“Nós iniciamos o trabalho com a empresa da Analine, mas logo interrompemos, porque o Cláudio Castro, marido dela, estava próximo de se tornar governador. Analine chegou a atuar para nós junto à Bagaggio”, disse o empresário, referindo-se a uma loja de malas e bolsas do Rio.

ERA INTERINO – Quando a ACS foi contratada, Cláudio Castro já era governador interino do Rio, posto que viria a ser exercido em sua plenitude a partir de maio de 2021, após a oficialização do impeachment de Wilson Witzel. Guilherme Leite disse não ter visto problema em contratar a primeira-dama tendo como cliente uma concessionária do estado.

“A Link7 Publicidade LTDA contratou Analine Castro para atuar nas áreas de Atendimento a Clientes e Organização de Eventos. A indicação de Analine para a vaga foi feita por intermédio de uma funcionária da empresa. Durante seu período de vínculo com a agência, Analine Castro cumpriu suas funções diariamente na sede da empresa.

Importante deixar claro que a Link7 Publicidade não tem nenhum contrato direto com o Governo do Estado do Rio de Janeiro e que os serviços prestados à concessionária MetrôRio foram iniciados antes do início da atual gestão estadual, em 2018”, disse a nota enviada pelo publicitário.

PESSOA JURÍDICA – A coluna pediu uma entrevista com a primeira-dama, mas o governo do estado respondeu, em nome dela e de Cláudio Castro, por meio de nota:

“Para receber os pagamentos pelos serviços regulares prestados à ​Link7 Publicidade LTDA, Analine Castro optou pelo modelo de contratação Pessoa Jurídica (PJ), abrindo a empresa ​ACS Assessoria de Negócios LTDA. O contrato PJ é comum na área de Comunicação e serviços correlacionados”, diz trecho do comunicado.

“Durante o período do contrato, Analine trabalhou no atendimento a clientes e na organização de eventos, cumprindo expediente diário na sede da agência, na Barra da Tijuca. Analine Castro foi indicada por uma amiga de longa data, que trabalha como supervisora na empresa contratante. Vale ressaltar que a Link7 Publicidade LTDA não presta serviços para secretarias ou órgãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro”, finaliza a nota. Além do crachá e das fotos da primeira-dama com colegas, o governo do estado enviou uma troca de e-mails da agência em que a primeira-dama estaria copiada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O problema não é o dinheiro, que até parece pouco, diante do patamar da corrupção vigente. Mas toda primeira-dama precisa ser como a mulher de Cesar, o imperador romano, porque “não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Cesar se separou de Pompéia dizendo: “Minha esposa não deve estar nem sob suspeita”. E esta frase deu origem ao famoso provérbio, que os políticos brasileiros parecem desconhecer. (C.N.)


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