Publicado em 2 de março de 2022 por Tribuna da Internet
Camila Turtelli e Matheus Lara
Estadão
Atual partido de Jair Bolsonaro, em sua nova filiação, o Partido Liberal (PL) quer agora se apropriar do engajamento bolsonarista nas redes sociais para ganhar notoriedade, como teve o PSL e seu “17”, antigo partido do presidente e o número a que ele ficou associado, em 2018.
O vice-presidente do PL, deputado Capitão Augusto (SP), passou a pedir para que todos seus quadros, inclusive vereadores eleitos pela sigla, citem sempre a legenda e o número dela, o 22, em suas postagens nas redes.
ALGO INTERESSANTE – “Reparei que eles não faziam isso e é algo interessante para todo mundo”, disse o Capitão Augusto à Coluna do Estadão. O deputado também tem um plano para ampliar o número de filiados e quer passar de 700 mil para um milhão até o final do março.
O vice-presidente do PL também está otimista em relação ao aumento da bancada e sonha alto. Para ele, o número de deputados filiados ao partido pode passar dos atuais 42 para 67, incluindo a entrada de nomes do União Brasil, atualmente a maior bancada da Câmara, fruto da fusão de PSL e DEM.
Outro partido que disputa a filiação de bolsonaristas é o PP, presidido pelo ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, e o Republicanos (leia-se: Igreja Universal) ameaça deixar a base aliada.
“AMORTECEDOR” – O chefe da Casa Civil gostou do apelido de “amortecedor” do governo. Cheio de poderes, Ciro Nogueira também tem feito o papel de crítico de adversários políticos, como Lula.
Neste fim de semana, tentou “amortecer” a postura de Bolsonaro em relação à guerra. “A preocupação com a Ucrânia une toda a humanidade. Mas a politização no Brasil sobre o tema é oportunista”, disse.
Além disso, o Palácio do Planalto tenta correr atrás do prejuízo depois de irritar a bancada evangélica ao lavar as mãos na votação na Câmara que liberou os jogos de azar. Deputados e senadores do grupo foram convidados para um café com o presidente no próximo dia 8.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O vice-presidente do PL parece otimista demais. O volume de adesões ao partido vai depender do desempenho de Bolsonaro na campanha eleitoral no decorrer de março. Se não reagir contra Lula nas pesquisas, o número de filiações cairá bastante, porque o Centrão tem uma bússola que leva os parlamentares do baixo clero a se aliarem ao candidato mais forte. E não tem problema se o favorito perder. Na mesma hora eles se adaptam e apoiam o vencedor, não importa quem seja. E sempre cobram caro pela lealdade. (C.N.)